segunda-feira, 5 de abril de 2021

Samuel Pessoa e o populismo

 


Samuel escreve bem e em geral apresenta os dois lados do debate. Infelizmente no  artigo, desse domingo de pascoa, na  Folha  escolheu o caminho do panfleto politico de elogio ao governador gaucho.  Apresentou os aspectos positivos, mas nenhum negativo: imagino que não encontrou nada que deveria ser corrigido ou melhorado na gestão tucana. Este tipo de apologia espero de outros analistas, mas não dele.

Ele cita uma pesquisa, com a qual parece concordar, que define uma curiosa causalidade entre populismo e polarização.  Populismo é tópico controverso e o próprio Papa  Francisco  teve que explicar a sua visão sobre populismo que está longe  de ser  aquela da besta fera pintada por Samuel e cia. O Império já estava bem polarizado antes da chegada de Trump e o mesmo cenário se repete na Venezuela antes do  Chavez.  A polarização parece desaguar nas aguas turbulentas do populismo quanto outros percursos parecem ser mais do mesmo. Seria, portanto, sintoma de crise de representatividade do sistema político, do seu distanciamento em relação ao segmento que se sente marginalizado e sem voz no processo de tomada de decisões.  Ele torna transparente a polarização que já estava presente, mas oculto ao bem pensante da elite.

É curiosa essa dificuldade da turma iluminada de esquerda e de direita de sair da sua bolha  e reconhecer como legitimas as demandas que não cabem na sua caixinha. É mais comodo  carimba-las  como populistas, fruto de mentes irracionais....