domingo, 30 de novembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

Vatican urges new global financial covenant

Ainda não tive tempo de ler o paper de 12 paginas publicado no L`Osservatore.Mas, independente do seu contéudo, ele é muito bem vindo. Quem sabe o Presidente abre uma exceção e lê o paper. Não era este o pedido, por ele feito, ao Papa?

"The Holy See has called on countries and institutions to push aside national agendas and work urgently to create what it called a new covenant for international finance.
The Vatican's appeal is directed at those attending a major development summit in Doha this week to coordinate efforts to counter the worldwide economic turmoil.

In a 12-page paper published last Sunday in L'Osservatore Romano, the Vatican said the 29 November-2 December conference in Qatar should give a more prominent voice to poorer countries than what was ceded at the recently completed Group of 20 (G20) meeting in the United States. The US-based talks included representatives of 20 large industrialised economies, but no poor economies.

The Vatican paper was prepared by the Pontifical Council for Justice and Peace and "approved by the Secretariat of State". Trade analysts said that the document's publication just days before the start of the UN development conference in Doha could have an impact on the agenda at the talks.

"It is easy to imagine a situation where policymakers for developing economies, especially highly Catholic developing economies in Latin America and in some parts of Africa and Asia, will feel their hand is strengthened by the Vatican's views," said Javier Noriega, chief economist and trade analyst with Milan investment bankers Hildebrandt and Ferrar."

The Vatican's statement cast the global financial problems as "an inescapable moral issue" that exposed an "ethical dimension to the economy". It said this created a situation where the Church, "with its rich array of moral principles, can and must make a contribution".

The document said the economic problems stemmed at least in part from too much economic leveraging in major markets (using debt or borrowed capital to increase a return on an investment), and it called for "a new pact for international financial systems ... and a link between development and finance structures and taxation, the rules for financial markets, and the role of civil society in development finance".

Other points in the document included calls for tighter market regulation, greater financial sector transparency, the elimination of offshore financial havens, and more cross-border cooperation, as well as more aid from wealthy nations to poor ones.

Also in L'Osservatore Romano last Sunday, Cardinal Cormac Murphy-O'Connor, Archbishop of Westminster, said church leaders could not ignore the "damaging human consequences" of the crisis, especially on the poor. "Any new dispensation of world economy that does not address the extreme marginalisation of rich and poor does not merit consideration," the cardinal wrote in an article. He said consideration had to be given not only to the poor in the West, but also to the "800 million people outside it who are living in absolute poverty, together with the half a billion who are chronically hungry". The cardinal said the Church "neither condemns the market nor canonises it", but he insisted those who "operate" it had to promote the common good.

Meanwhile, the Vatican's representative at the United Nations, Archbishop Celestino Migliore, told the UN General Assembly on 30 October that "unbridled profiteering" and the "unscrupulous pursuit of gain at any cost" were partly to blame for the current crisis. "A lifestyle ... solely based on increased and uncontrolled consumption and not on savings and the creation of productive capital, is economically unsustainable," the envoy said."

Fonte: The Tablet,29.11.08

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As falsas cassandras

Os números de outubro das contas externas, crédito e contas públicas parecem indicar que a economia brasileira está bem melhor que o retrato pintato por alguns críticos apressados e ate mesmo pelo Vinicius Torres( que não pertence ao primeiro grupo). Ele continua pessimista: “dias piores estão a espreita”, mas reconhece que “os primeiros indicadores sobre o efeito do tumulto mundial sobre o Brasil afinal não pareceram tão impressionantes”. Estou curioso para ver a reação da turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures.

O cenário, naturalmente, continua delicado, mas continuo otimista. O impacto, como mencionado em outros posts, deverá ser menos dramatico que o sonhado pela oposição e pelas falsas cassandras de plantão. Um elemento chave, neste ajuste rumo a um novo ponto de equilibrio, é o cambio flutuante, detalhe, aliás, que alguns colegas parecem ter esquecido.

É dificil saber qual a origem dos problemas da Petrobrás, mas o pagamento de impostos não me parece ser um argumento muito convincente e, se verdadeiro, seria uma demonstração de incompetência monumental. Problemas no mercado internacional de crédito parece ser a explicação mais plausível. So nos resta esperar...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Line-storm Song, Robert Frost

The line-storm clouds fly tattered and swift,
The road is forlorn all day,
Where a myriad snowy quartz stones lift,
And the hoof-prints vanish away.
The roadside flowers, too wet for the bee,
Expend their bloom in vain.
Come over the hills and far with me,
And be my love in the rain.

The birds have less to say for themselves
In the wood-world’s torn despair
Than now these numberless years the elves,
Although they are no less there:
All song of the woods is crushed like some
Wild, easily shattered rose.
Come, be my love in the wet woods; come,
Where the boughs rain when it blows.

There is the gale to urge behind
And bruit our singing down,
And the shallow waters aflutter with wind
From which to gather your gown.
What matter if we go clear to the west,
And come not through dry-shod?
For wilding brooch shall wet your breast
The rain-fresh goldenrod.

Oh, never this whelming east wind swells
But it seems like the sea’s return
To the ancient lands where it left the shells
Before the age of the fern;
And it seems like the time when after doubt
Our love came back amain.
Oh, come forth into the storm and rout
And be my love in the rain.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Serrágio

“Serrágio”, é um ótimo neologismo, criado pelo Paulo Henrique Amorim, para batizar a decisão do Governo Serra de estender o pedágio das marginas da Castelo Branco para as vias expressas. Não moro na região, mas trabalho no novo Campus da PUC-SP em Barueri e não consigo encontrar justificativa para esta decisão do atual Governo.

O argumento de “justiça tarifária” não convence ninguem e não justifica retirar do eleitor/pagador de impostos o direito de escolha. É isto que o Serrágio significa na prática: a extinção do direito de escolha que, pelo jeito, ainda incomoda alguns membros do governo estadual que, no passado, não muito distante, nunca considerou este direito uma prioridade, muito pelo contrário.... Quanto ao governador, cria da esquerda católica nos 60, recomendo a releitura do principio da subsidiariedade...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A política econômica do New Deal e a crise de 29.

Com a crise atual a crise de 29 e, principalmente, o New Deal tornaram-se o foco do debate sobre as soluções para os atuais problemas econômicos. Conhecer um pouco sobre este período é vital, para evitar as tolices, repetidas, sem pensar pela turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures. O artigo do Tyler Cowen, no NYtimes, é um bom começo.


"MANY people are looking back to the Great Depression and the New Deal for answers to our problems. But while we can learn important lessons from this period, they’re not always the ones taught in school.

The traditional story is that President Franklin D. Roosevelt rescued capitalism by resorting to extensive government intervention; the truth is that Roosevelt changed course from year to year, trying a mix of policies, some good and some bad. It’s worth sorting through this grab bag now, to evaluate whether any of these policies might be helpful.

If I were preparing a “New Deal crib sheet,” I would start with the following lessons:

Para ler o resto do artigo aqui.

Perguntar, não ofende...

Que o Citi era a bola da vez , sabiamos desde o inicio da crise. O surpreendente, portanto, não é a necessidade de mais ajuda, mas ele ter sobrevivido sem ela por tanto tempo. A bolsa, generosa, do Tesouro resolve o problema no curto prazo, mas não no longo prazo: dificilmente sairá ileso, e o mais provável é sua aquisição por outra instituição; a fusão, também, não deve ser descartada.

Ele, naturalmente, não erá o único na longa fila de desesperados pedindo socorro ao Tesouro. Ela, aliás, deverá ter novos membros o que leva a seguinte questão: quantos a bolsa do Tesouro poderá socorrer?

Recoloco, também, a questão mencionada em outro post: ainda tem algum sentido manter bancos privados? Se a eles não se aplica a solução de mercado, a estatização parece ser a solução correta, inclusive, para os momentos de normalidade econômica.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Il dialogo tra le religioni non è possibile. La fede non si può mettere tra parentesi

Polêmica à vista,.., contudo, o objetivo do Bento XVI, me parece, é, como sempre, colocar em discussão temas difíceis, sem o medo de criar polêmicas. A outra opção é fazer de conta que está tudo bem, quando sabemos não ser, sempre, o caso. Perseguições de cristãos na india e a impossibilidade de praticar a fé cristã em várias países islamicos são alguns exemplos da real situação do dialogo entre, algumas, religiões.

Caro Senatore Pera, in questi giorni ho potuto leggere il Suo nuovo libro Perché dobbiamo dirci cristiani. Era per me una lettura affascinante. Con una conoscenza stupenda delle fonti e con una logica cogente Ella analizza l’essenza del liberalismo a partire dai suoi fondamenti, mostrando che all’essenza del liberalismo appartiene il suo radicamento nell’immagine cristiana di Dio: la sua relazione con Dio di cui l’uomo è immagine e da cui abbiamo ricevuto il dono della libertà. Con una logica inconfutabile Ella fa vedere che il liberalismo perde la sua base e distrugge se stesso se abbandona questo suo fondamento. Non meno impressionato sono stato dalla Sua analisi della libertà e dall’analisi della multiculturalità in cui Ella mostra la contraddittorietà interna di questo concetto e quindi la sua impossibilità politica e culturale. Di importanza fondamentale è la Sua analisi di ciò che possono essere l’Europa e una Costituzione europea in cui l’Europa non si trasformi in una realtà cosmopolita, ma trovi, a partire dal suo fondamento cristiano-liberale, la sua propria identità. Particolarmente significativa è per me anche la Sua analisi dei concetti di dialogo interreligioso e interculturale.

Ella spiega con grande chiarezza che un dialogo interreligioso nel senso stretto della parola non è possibile, mentre urge tanto più il dialogo interculturale che approfondisce le conseguenze culturali della decisione religiosa di fondo. Mentre su quest’ultima un vero dialogo non è possibile senza mettere fra parentesi la propria fede, occorre affrontare nel confronto pubblico le conseguenze culturali delle decisioni religiose di fondo. Qui il dialogo e una mutua correzione e un arricchimento vicendevole sono possibili e necessari. Del contributo circa il significato di tutto questo per la crisi contemporanea dell’etica trovo importante ciò che Ella dice sulla parabola dell’etica liberale. Ella mostra che il liberalismo, senza cessare di essere liberalismoma, al contrario, per essere fedele a se stesso, può collegarsi con una dottrina del bene, in particolare quella cristiana che gli è congenere, offrendo così veramente un contributo al superamento della crisi. Con la sua sobria razionalità, la sua ampia informazione filosofica e la forza della sua argomentazione, il presente libro è, a mio parere, di fondamentale importanza in quest’ora dell’Europa e del mondo. Spero che trovi larga accoglienza e aiuti a dare al dibattito politico, al di là dei problemi urgenti, quella profondità senza la quale non possiamo superare la sfida del nostro momento storico. Grato per la Sua opera Le auguro di cuore la benedizione di Dio.

Benedetto XVI
23 novembre 2008

Fonte: Corriere Della Sera, 23.11.08

sábado, 22 de novembro de 2008

Crise é mais rápida que transição, Krugman

Interessante leitura da crise pelo mais recente ganhador do Nobel de economia. Alguns dos argumentos apresentados por ele, em nada diferem de alguns dos posts deste blog. É bom estar em boa companhia...

"Todo mundo está falando sobre um novo New Deal, por motivos óbvios. Em 2008, como em 1932, uma longa era de domínio político republicano chegou ao fim em meio a uma crise econômica e financeira que, aos olhos dos eleitores, tanto desacreditou a ideologia de livre mercado que o Partido Republicano sempre defendeu quanto solapou as alegações de competência administrativa de seus líderes. E para as pessoas que se posicionam na banda progressista do espectro político, o momento é de esperança.
Mas existe também um segundo paralelo, mais perturbador, entre a situação de 1932 e a de 2008 a saber, o surgimento de um vácuo de poder em um momento culminante da crise. O interregno de 1932-1933, aquele longo período entre a eleição e a transferência efetiva de poder, se provou desastroso para a economia dos Estados Unidos, ao menos em parte porque o governo em fim de mandato não tinha credibilidade, o governo que assumiria não tinha autoridade. A mesma coisa está acontecendo agora.
O que pode sair de errado nos dois meses que nos separam da posse de Obama? A resposta, infelizmente, é: muita coisa. Considerem o quanto o quadro econômico se agravou no período que sucedeu a quebra do Lehman Brothers, acontecida há apenas pouco mais de dois meses. E o ritmo de deterioração parece estar se acelerando.
Um indício óbvio é o fato de que estamos em meio ao pior crash nos mercados de ações desde a Grande Depressão: o índice Standard & Poor's 500 está hoje mais de 50% abaixo de seu pico. Há outros indicadores talvez até mais perturbadores: os pedidos de benefícios-desemprego estão em alta, a produção industrial está despencando, as taxas de juros nos títulos corporativos que refletem os temores de inadimplência entre os investidores estão em disparada e isso quase certamente resultará em corte acentuado nos gastos das empresas. As perspectivas econômicas parecem muito mais sombrias hoje do que era o caso uma ou duas semanas atrás.
Mas a política econômica, em lugar de tentar responder à ameaça, parece ter tirado férias. Um problema particularmente grave é que o pânico retornou aos mercados de crédito e nada está sendo feito para preparar um novo plano de resgate. Pelo contrário: o secretário do Tesouro, Henry Paulson, declarou que não pretende voltar ao Congresso para obter a segunda metade dos US$ 700 bilhões já aprovados para o resgate ao setor financeiro. E a assistência financeira ao setor automobilístico em séria crise está paralisada devido a um impasse político.
Até que ponto esses dois meses de deriva política deveriam nos preocupar? No mínimo, os próximos dois meses infligirão sérios danos a centenas de milhares de norte-americanos, que perderão seus empregos, suas casas ou ambos. O que realmente incomoda, porém, é a possibilidade de que parte do dano que está sendo causado agora venha a se provar irreversível. Estou especialmente preocupado com duas coisas: deflação e Detroit.
Quanto à deflação, a "década perdida" do Japão nos anos 90 ensinou que é muito difícil recolocar a economia em movimento quando as expectativas de inflação se tornam excessivamente baixas (não importa se as pessoas esperam ou não que os preços literalmente caiam). No entanto, a economia americana enfrenta clara pressão deflacionária. Cada mês que passa sem sinais de recuperação eleva a chance de que nos vejamos aprisionados em uma armadilha como a do Japão.
Quanto a Detroit: existe um risco verdadeiro de que, na ausência de assistência rápida, as três grandes montadoras de automóveis e sua rede de fornecedores vão à bancarrota. Caso isso aconteça, trazê-las de volta será muito difícil.
É fato que permitir a morte das montadoras de automóveis talvez seja a decisão correta, ainda que o colapso da indústria automobilística possa representar mais um duro golpe. Mas trata-se de uma decisão que deveria ser tomada com cuidado e não por inércia, devido a um impasse entre os democratas que desejam que Paulson empregue parte dos US$ 700 bilhões do pacote de resgate para essa finalidade e um governo em fim de mandato que em lugar disso está tentando forçar o Congresso a desviar fundos que bancariam um programa de promoção da eficiência energética.
A política econômica estará completamente paralisada daqui até o dia 20 de janeiro? Não, não completamente. Algumas medidas úteis estão sendo tomadas. Por exemplo, as agências de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac suspenderam temporariamente as execuções de hipotecas.
Mas não temos nada acontecendo na frente política em escala minimamente compatível com as dimensões da crise econômica. E é assustador imaginar quantas coisas mais podem acontecer de errado daqui até o dia da posse."

Fonte: FSP, 22.11.08

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Esperando por Obama

As condições econômicas no Imperio estão piorando com uma velocidade surpreendente. A depressão continua fora do horizonte, por enquanto, já a deflação, seguida de estagnação, um cenário semelhante ao que Japão conheceu há alguns anos, é cada vez mais provável.

A armadilha da liquidez, como já comentamos em outro post, já se faz presente, há algum tempo, no Império e por isto mesmo o instrumento adequado é o uso criativo da política fiscal na linha sugerida pelo Gunnar Myrdal, vulgarmente conhecida como keynesianismo.

Michael Mackenzie, do FT, analisa um novo sinal do panico que, mais uma vez, toma do conta do mercado: o yelds dos titulos públicos americanos. Ele já havia aparecido na crise do lehman e agora retorna com sinais ainda mais preocupantes. Enquanto isto Obama continua em silêncio.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Fragmentos, Maiakovski

Me quer ? Não me quer ? As mãos torcidas
os dedos
despedaçados um a um extraio
assim tira a sorte enquanto
no ar de maio
caem as pétalas das margaridas
Que a tesoura e a navalha revelem as cãs e
que a prata dos anos tinja seu perdão
penso
e espero que eu jamais alcance
a impudente idade do bom senso

2

Passa da uma
você deve estar na cama
Você talvez
sinta o mesmo no seu quarto
Não tenho pressa
Para que acordar-te
com o
relâmpago
de mais um telegrama

3

O mar se vai
o mar de sono se esvai
Como se diz: o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites
Inútil o apanhado
da mútua dor mútua quota de dano

4

Passa de uma você deve estar na cama
À noite a Via Láctea é um Oka de prata
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites inútil o apanhado
da mútua dor mútua quota de dano
Vê como tudo agora emudeceu
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
em horas como esta eu me ergo e converso
com os séculos a história do universo

5

Sei o pulso das palavras a sirene das palavras
Não as que se aplaudem do alto dos teatros
Mas as que arrancam caixões da treva
e os põem a caminhar quadrúpedes de cedro
Às vezes as relegam inauditas inéditas
Mas a palavra galopa com a cilha tensa
ressoa os séculos e os trens rastejam
para lamber as mãos calosas da poesia
Sei o pulso das palavras parecem fumaça
Pétalas caídas sob o calcanhar da dança
Mas o homem com lábios alma carcaça.

(tradução: Augusto de Campos)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A hipoteca social,

Cony, lembra a todos, inclusive o Presidente Lula, que a Igreja tem sua própria reflexão sobre temas econômicos e sociais. Se ela é atual, se tem aplicabilidade é uma outra questão. O fato é que esta reflexão existe e, naturalmente, é ignorada onde deveria ser conhecida. Desnecessário mencionar onde; quem perde, naturalmente, são os alunos que são privados de uma outra visão sobre estes problemas.

O estranho é que aqueles que criticam, com toda razão( ainda que com a já conhecida elegância e profundidade), o tal pensamento único neo-liberal, não conseguem resistir à tentação e ,onde são hegemônicos, seguem a mesma prática. O outro é sempre um problema para o neo-liberal ou para a turma do QG-Anti Católico de Perdizes. O justo está se tornando um ser raro.


"No recente encontro de Lula com Bento 16, no Vaticano, o presidente brasileiro sugeriu que o papa, em suas mensagens públicas, fizesse algum comentário referente à crise econômica e financeira que o mundo atravessa. Ignoro o que Bento 16 respondeu. É possível que tenha agradecido a sugestão, dado o caráter cordial e protocolar da visita.
Até certo ponto, o conselho não deixa de ser ocioso. A Igreja Católica romana tem uma tradição formada há séculos, explicitada sobretudo nas encíclicas "Rerum novarum" (1891) e "Populorum progressio" (1967). Para ser claro: sua estrutura temporal sempre foi capitalista, em alguns momentos chegou a ser imperialista, desde que, de certa forma, substituiu o Império Romano na esfera ocidental.
Mas, em seu conteúdo pastoral, sua mensagem foi bem sintetizada por João Paulo 2º, que, no início de seu pontificado, em Puebla, disse que "o capital tem uma hipoteca social". Está dito tudo neste simples enunciado. O papa não condenou o capitalismo em si, mas lembrou que o capital existe, se forma e sobrevive à custa da sociedade que trabalha e nem sempre é recompensada pelos lucros que gera.
Não se trata de pregar a caridade, o assistencialismo que muitas vezes integra o programa dos governantes. A idéia da hipoteca social é um preço proporcional que o capital tem de pagar ao trabalho, como um dos fatores do próprio capital, sendo mesmo o principal elemento da concentração da riqueza em mãos do Estado ou das empresas.
A crise que agora preocupa o mundo é a manifestação do capital mal-organizado e mal-operado. Erguido à categoria de arco e flecha do desenvolvimento humano, é um ídolo sem consistência desde que não pague a hipoteca que deu início a seu processo dentro da sociedade."

Fonte: Carlos Heitor Cony, FSP, 18.11.08

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Leiter(Chicago) v. Shapiro(Yale) on Theoretical Disagreement and Whether It is a Problem for Legal Positivism

O debate é interessante e bastante didatico. Apesar do foco ser o Direito, a discussão interessa, também, aos economistas.


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Protecionismo

Ele não compareceu a reunião do G20, mas seus enviados - gente com longa experiência no ramo- afirmam concordar com o que foi aprovado. No entanto, há um ponto que deixou o Presidente eleito insatisfeito: a "proibição" de medidas protecionistas durante 12 meses. É a velha história: cada um defende os interesses do seu eleitorado, não foi diferente com o Bush, porque deveria ser com o Obama? Ah! ele disse que iria mudar. Sim, mas antes ele teve que ser eleito e mudanças exigem um tempo razoável, logo ele tem que pensar na re-eleição. Em outras palavras, o protecionismo volta a agenda da política americana e agora com muito mais força. Esta nova fase deve ser inaugurada com o socorro às empresas do setor automotivo. E isto é so começo.

A idéia que a melhor forma de ajudar os paises pobres é abrir o mercado dos paises ricos, não é aceita à esquerda ou à direita no mundo político dos antigos imperios coloniais. Ao contrário, migalhas e coisas do tipo, sempre oferecem a oportunidade de uma foto, a ser usada em uma futura campanha eleitoral, como prova de dedicação aos abandonados da terra. Ah! com ele será diferente. Espero que sim, mas ... se voce ainda tem esperanças, recomendo ler a Carta Encíclica "Populorum Progressio", de 27 de março de 1967.

sábado, 15 de novembro de 2008

Leandro Konder

Quando estudante na PUC-SP nos idos de 1980, praticamente não tinha contato com professores simpaticos ou membros do PCB. Havia, também, pouco alunos ligados a este partido. Lembro de um casal de militantes que aliou-se a extrema-direita e ganhou a eleição para o C.A.Leão XIII. Eram tempos difíceis, com incendio de bancas de jornais. Esse colega, em resposta a minha demanda sobre a inexistência de militantes do seu partido, argumentou que a pucsp nunca foi vermelha, mas sim cor de rosa. Se voce assumir vermelho como sendo PCB, ele tem razão. Já com o PC do B a historia é diferente: à epoca tinha muita influência no movimento estudantil. O PCB desapareceu e , curiosamente, deixou muitos(as) viuvos/as, que mantem-se fiéis a tradição deste partido de fazer trapalhadas. Já o PC do B...

Nunca nutri nenhuma simpatia por nenhum dos dois PCs. Não conseguia - e aindo não consigo- entender como alguem com um mínimo de seriedade intelectual poderia apoiar um Partido que idolatrava regimes que negavam o elemento fundamental da vida de quem se dedica ao trabalho intelectual: a liberdade. Era ainda mais incompreensivel, se lembrarmos, que a ditadura militar nos negava este mesmo direito. Como combate-la e substitui-la por uma outra que nos roubaria os mesmos direitos? Isto, contudo, nunca me colocou nos braços da direita, mas criou uma resistência, melhor dizendo: preconceito, em relação a produção dos intelectuais simpaticos ou membros dos dois PCs.

Leandro Konder, por ex, nunca fez parte da minha lista de leituras. Tão pouco Carlos Nelson Coutinho, ainda que tenha lido seu famoso trabalho sobre “a democracia como valor universal”. Leitor, à epoca, de Rosa Luxemburgo, não fiquei impressionado: apenas reforçou meu preconceito.

Este longo preâmbulo, para dizer que estou lendo e gostando do livro de memórias do Leandro Konder: “Memórias de um intelectual comunista”. Ele escreve bem. A descrição do mundo em que cresceu é, elegantemente, concisa. Adentramos um mundo, que ele chama de classe media, mas que acho mais adequado chamar de classe média alta, povoado por pessoas que se destacaram, na vida adulta, em diferentes atividades. É um mundo que, apesar das aparências, é provinciano e está de costas para o resto do país. A transferência da Capital para Brasilia deu o pontapé inicial no longo processo, ainda incompleto, de morte deste “mundinho’, que traduziu-se, ao longo dos anos, em perda de influência econômica, política e cultural da antiga capital, e traformação, paulatina, em grande balneario

O provincianismo é apenas um lado da moeda, há outro, também, muito interessante: o mundo do que poderiamos chamar, por falta de outro nome, de “ aristocracia de esquerda”, da qual Konder é um membro de destaque. É realmente um ótimo livro, aprendemos muito sobre a vida cultural brasileira e conhecemos, um pouco, sobre a vida do senhor Leandro Konder.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Novo Reitor da PUC-SP





Parabéns ao Dr. Dirceu de Mello e ao Dr. Vico Mañas escolhidos, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, para o cargo de Reitor e Vice-Reitor da PUC-SP.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Economistas e posição política

Anti- marxista? Eu!!! Porque? Marx , o economista, tem alguns insights interessantes, mas nada que justifique o tempo a ele dedicado em Perdizes e tão pouco trata-lo como o começo, meio e fim da economia. Há outros economistas bem mais interessantes. Contudo, conhecer um pouco do Marx, economista, é obrigação de todo economista, aliás, não somente o pensamento econômico dele, mas, também, de outros economistas ignorados devido a posição política, como é o caso do Hayek.

Há bons economistas em diferentes escolas do pensamento econômico e seria uma idiotice e demonstração de ignorância e preconceito tolo não estudar o pensamento de um economista devido a sua posição política. Esta pratica, comum no período da guerra fria , ainda sobrevive em alguns lugares, como em Perdizes, por ex . O fato desta ser uma pratica, de vários, dos auto-proclamados marxistas perdizianos diz muito sobre eles e nada sobre os grandes economistas marxistas( alguns ainda vivos) em lingua inglesa, para não mencionar os japoneses. É preciso, como diria um velho amigo, separar o joio do trigo...

Romance sonámbulo

Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas le están mirando
y ella no puede mirarlas.

*

Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde...?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.

*

Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo por su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los montes de Cabra.
Si yo pudiera, mocito,
ese trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
Compadre, quiero morir
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas,
dejadme subir, dejadme,
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.

*

Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal,
herían la madrugada.

*

Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento, dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
¡Compadre! ¿Dónde está, dime?
¿Dónde está mi niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!

*

Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche su puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos,
en la puerta golpeaban.
Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.

2 de agosto de 1924


Federico García Lorca

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Era uma vez na america....

Há medidas que são tão obvias, que a demora em implementa-las sempre me pareceu estranho. Em geral, a explicação encontra-se na dinâmica da esfera política. Este parece ser o caso da decisão da Fannie Mae e Freddie Mac de reduzir o valor das prestações dos seus mutuários. Renegociar com os mutuários é muito melhor que simplesmente retomar imoveis em um mercado em que há poucos compradores. No caso do bancos privados implica em perdas, mas estas sabemos serem inevitáveis, já que o ajuste, neste e outros mercados, vai ocorrer de qualquer modo. Melhor procurar administra-lo à correr o risco de um novo estouro da boiada.

Já a decisão do governo paulista e, antes , do governo federal, de lançar linha de crédito para o setor automotivo, como ontem comentamos, é correta, mas paliativa e de folego curto, mas, se o Alexandre “eram os deuses autronautas” estiver correto, e o credito voltar ao nível normal, em janeiro já não será mais um problema. Contudo, se ele estiver errado, ... A decisão foi, obviamente política: estão todos jogando para a plateia.

Voltando ao Império, os sinais realmente não são nada encorajadores : não comparecer a reunião e sequer enviar representante pode ser politicamente sensato, mas coloca em compasso de espera a discussão e implementação de soluções para o delicado momento econômico em que vivemos. E não passa de empafia a afirmação do coordenador da equipe de transição do Obama, John Podesta: “so temos um presidente por vez”. A impressão é que não tem nenhum. O temor, me parece, é de repetir a Argentina e antecipar, de fato, a posse do novo presidente. Fugir da realidade, contudo, nunca foi um comportamento recomendavel em matéria econômica.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Terra em transe

Interessante a entrevista do representante da febraban: o crédito continua escasso, apesar da intervenção governamental e surpreendentemente os bancos não estão preferindo títulos públicos à concessão de créditos. Naturalmente, os bancos são entidades filantrópicas.

Enquanto isto o governo paulista procura resolver o problema da escassez de crédito no setor automotivo. Decisão correta, me parece, mas que, contudo, é apenas paliativa: a crise, como era de se esperar, esta atingindo o lado real da economia e o setor automobilistico e outros que dependem fortemente do crédito são, naturalmente, os primeiros a sentirem os seus efeitos.

As notíciais no império, tambem, não são nada boas: circuit city em concordada e rumores que uma grande do setor automobilistico poderá seguir o mesmo caminho, corte de pessoal em empresa de entregas rapidas, parecem indicar que a crise já está atingindo importantes setores da economia não-financeira. E isto é apenas o começo. Discute-se, também, apoio/salvamento da indústria automobilistica, cujos problemas somente foram agravados pela atual crise e que, por isto mesmo, são diferentes das agruras deste mesmo setor no Brasil: lá há um serio problema estrutural.

Qual será a extensão da recessão? Dificil responder, já que depende de uma série de fatores, entre os quais a política econômica do governo obama, que ainda continua muita vaga. Aliás, tenho dúvidas, se a decisão de não comparecer a reunião em Washington foi correta. O tempo na política certamente é diferente do tempo na economia, mas a prioridade deveria ser a economia. Deixar se levar pela primeira variável pode custar caro, muito caro mesmo e não somente para os americanos.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Injustiças

A decisão foi na semana passada, mas preferi dar um tempo antes de comenta-la. Esfriar a cabeça diria um conhecido. Do supremo tribunal de futilidades tudo pode se esperar, exceto aquilo que deveria ser sua função principal. Desnecessário menciona-la. O que se viu foi o linchamento do carater de um juiz que teve a ousadia de, como diria um amigo americano, fazer o seu trabalho, algo estranho e, aparentemente, não recomendado neste alegre e grande bananão. O que fazer para alterar esta cultura casa grande e senzala que ainda prevalece e eterniza o bananão como centro de injustiças?

A figura menor que adora holofotes, sempre me faz lembrar uma outra figura patética, mas perigosa, da história política italiana: a teatralidade, caras e bocas, etc, são parecidas, já o discurso, bem, ...,o autoritarismo está presente, o resto, por enquanto, está ausente.

sábado, 8 de novembro de 2008

An American revolution

O resultado da eleição americana na visão do porta voz do católicismo liberal britanico.

Barack Obama's remarkable election as the first black president of the United States is a truly historic development, and its repercussions will be felt around the world. How did it happen? And can he deliver the change he has promised?
There are striking parallels to the life of Barack Obama in the Oscar-winning 1967 film Guess Who's Coming to Dinner, in which Sidney Poitier played a doctor who wants to marry the white daughter of a liberal San Francisco couple (Katharine Hepburn and Spencer Tracy, in his final role). The couple even met in Hawaii - as Obama's parents did in real life. Tensions ensue, but love and enlightenment prevail, and Poitier's wife-to-be is sure their children will "grow up to be president of the United States and they'll all have colourful administrations".

Well, it took a long time and a lot of suffering, but life has finally imitated art. Rather than a transformational leader, Barack Obama is, as Richard Cohen wrote in The Washington Post, "a confirmational [his emphasis] figure, and this election confirms what has been gradually occurring in American society" ever since the civil-rights era of the 1960s. Those years began the tumultuous conversion to racial justice that had been delayed for a century after the North won the Civil War. But in a way Obama's victory, like the Poitier film, shows that the culture has been ahead of the policies, even if neither has caught up to the ideal.

Obama's victory, which seemed as inevitable in recent weeks as it was improbable earlier this year, came after voters who had twice backed George W. Bush, the champion of conservative white Christians, switched to a black man of mixed parentage whose opponents used his foreign-sounding name to recall both the vanquished Iraqi dictator as well as the architect of the 9/11 attacks.

The nation seemed ready for a tectonic shift. While African Americans are still burdened by the legacy of racism and segregation, bearing an undue portion of America's economic and social ills, blacks are also part of the social fabric in ways they have never been before. Indeed, a thriving black middle class has emerged in the United States over the past generation, exemplified in many ways by Obama's own life: the child of a white Protestant mother from Kansas and a Kenyan father who was born Muslim, Obama was raised in Indonesia and Hawaii. His father left when he was a small child, and his mother remarried, but he was nurtured by his grandmother, Madelyn Dunham, who died on Sunday, two days before the vote that would elect her grandson. Obama had already repaid her faith in him, earning a degree from Harvard Law School, teaching at the University of Chicago, and entering politics and in 2004 winning election as the junior senator from Illinois. Obama is the American Dream, and in that sense is more familiar than he is foreign.

Obama's election is another important step towards what the Founding Fathers - all white men, many of them slaveowners - called "a more perfect union". As Obama said in his speech on election day, "This victory alone is not the change we seek; it is only the chance for us to make that change."

And that is where the path once again grows steep. Now the prophetic rhetoric gives way to the cold reality of a country that cannot afford a New Deal or a Great Society. But the challenges facing America are, historians say, every bit as grave as those that faced Franklin D. Roosevelt during the Depression, and the desire for fundamental change - Obama's campaign mantra - as strong as that which coursed through America in the 1960s.

Voters want the unprecedented budget deficit reined in and tax cuts for middle-class families and the working poor. They want better health care and they want it guaranteed, and the nation needs to repair its infrastructure at home and its image abroad. The nation is involved in two wars, and the military needs to be rebuilt, not reduced. Obama does not face a "peace dividend" as Bill Clinton did, and there is no foreseeable housing bubble to keep him afloat like George W. Bush. And while Democrats control Congress, House and Senate leaders will give the new president their own shopping list, not a rubber stamp.

Moreover, despite Obama's victory, the nation remains divided on moral and religious issues. Debates on abortion, gay marriage and euthanasia polarised the electorate and drew the Catholic bishops into the political fray. But the fierce denunciations of Obama and the Democrats by some bishops and the balanced tones of most others also exposed divisions within the hierarchy (the US bishops are in fact meeting later this month to try to mend their own rifts). That left Catholic voters - nearly a quarter of the electorate, and the critical swing vote - free to make up their own minds, and they voted for Obama by a 54 per cent margin. "For Catholics, as for other Americans, the economy became the dominant issue in the election. Few said that abortion was the most important issue," according to Fr Thomas Reese, a Jesuit and political scientist.

But Obama says he wants to heal these divides, not exploit them, by finding a way to move forward on issues like abortion. Many Catholic leaders say no such common ground exists, and Evangelical Christians are unlikely to cut Obama slack either; they went for McCain almost as strongly as they did for Bush, despite Obama's efforts to demonstrate how his own deep Christian faith informs his more liberal policies. Without some sort of truce, the rise of a "religious Left" to counter the formidable "religious Right" could spell yet another round of so-called "culture wars".

The expectations are as high as the needs are great, and Obama knows that, unfair as it is, the success of the American experiment will depend on his own success in the hard work of governing. Few will care that he is black, but everyone will care if he falters.

Yes, in the coming weeks, many will grumble that Obama was lucky to win. But take a look at the challenges he faces. Some luck.

Fonte: David Gibson, The Tablet

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Rationality and Faith in God


Racionalidade é um tópico importante em qualquer área do conhecimento, não é diferente quanto se discute questões ligadas a fé. Este é um aspecto negligenciado, pela turma de Perdizes - o QG Anti-Católico - que ainda considera religião o ópio do povo. O artigo abaixo, de autoria de um dos filosofos prediletos de Bento XVI, discute, com a elegância habitual, este tópico tão importante.


"To explain man’s situation in the world, Plato came up with an
allegory, the so-called allegory of the cave. In its simplest terms,
it looks like this: human beings are sitting in a windowless cave.
They sit in chains, facing a wall. A play of shadows is projected
onto the wall; it is a cave-theater. Behind the backs of those who are chained is an artificial light source, in front of which figures are moved back and forth, and their shadows are cast on the wall. The people have never known any other situation but this one. They are unable to see one another, or even themselves, but only the play of shadows. For them, therefore, this play represents the only reality there is. They argue over this reality, they speculate about what will happen next in the drama, they come up with theories and make prognoses. Of course, there is a rumor floating around that there is such
a thing as a true world outside of the cave, and that it is
possible to get free and make it out there. But it is also
known that there were some who had in fact gone outside and
whose eyes were blinded by the light of the sun, so that
they would not have been able to seeanything at all if they did not have the patience to let their eyes grow accustomed to it. Thus the cave dwellers resist hand and foot if someone from the outside comes back to set them free.

By means of this allegory, Plato intends to present the world
of ideas as the true reality and the material world as a mere
image of reality. But we are able to modify the allegory a bit without distancing ourselves very much from Plato’s intention. The sun, for
Plato, is the image of the substantial Good, the highest Good,
which motivates all the striving in the world as the final end, and which the Church Fathers later equated with God. And this is not far from
correct, since Plato says that the Good itself is the ground not
only of the reality of things, but also of their knowability and truth. In my modification of the allegory, we ourselves are not only spectators in the cave-theater, but also co-actors in the film. Our reality owes itself in every moment to the light of a creative projector and its
band of film. I call it creative because it projects things and beings
that are actually alive and even free within a certain framework to
move themselves in this or that way. If the light were to go out,
then the film and all of its figures would disappear into the
darkness.They would not die, for indeed dying is still an event in the film and has causes that for their part belong to the film: disease,
accident,murder, etc. The cutting short of the film is not a part of the film.
But within the film, there is also a past that we extrapolate. We
know that a child, whom we see, not only has parents, whom we
also see, but also grandparents and great-grandparents, like any other
child. And on the basis of observations made within the film, we are
also able to develop extensive physicalistic theories about the world’s
past and its causal laws. The projector with the film band, which is
in fact the cause of the whole thing, does not of course appear in the
film. The Big Bang, for example, and perhaps even that which
preceded the Big Bang, is still part of the film. But the projector
never appears in the chain of causes, not even at the beginning. It is
rather the ground and cause of the entire chain and of every single
one of its links. The word “cause” does not have the same meaning,
but is used analogously, when we refer it to prior conditions within
the world and when we refer it to God."


Para ler o resto do artigo clique aqui

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Let America Be America Again, Langston Hughes

Let America be America again.
Let it be the dream it used to be.
Let it be the pioneer on the plain
Seeking a home where he himself is free.

(America never was America to me.)

Let America be the dream the dreamers dreamed--
Let it be that great strong land of love
Where never kings connive nor tyrants scheme
That any man be crushed by one above.

(It never was America to me.)

O, let my land be a land where Liberty
Is crowned with no false patriotic wreath,
But opportunity is real, and life is free,
Equality is in the air we breathe.

(There's never been equality for me,
Nor freedom in this "homeland of the free.")

Say, who are you that mumbles in the dark?
And who are you that draws your veil across the stars?

I am the poor white, fooled and pushed apart,
I am the Negro bearing slavery's scars.
I am the red man driven from the land,
I am the immigrant clutching the hope I seek--
And finding only the same old stupid plan
Of dog eat dog, of mighty crush the weak.

I am the young man, full of strength and hope,
Tangled in that ancient endless chain
Of profit, power, gain, of grab the land!
Of grab the gold! Of grab the ways of satisfying need!
Of work the men! Of take the pay!
Of owning everything for one's own greed!

I am the farmer, bondsman to the soil.
I am the worker sold to the machine.
I am the Negro, servant to you all.
I am the people, humble, hungry, mean--
Hungry yet today despite the dream.
Beaten yet today--O, Pioneers!
I am the man who never got ahead,
The poorest worker bartered through the years.

Yet I'm the one who dreamt our basic dream
In the Old World while still a serf of kings,
Who dreamt a dream so strong, so brave, so true,
That even yet its mighty daring sings
In every brick and stone, in every furrow turned
That's made America the land it has become.
O, I'm the man who sailed those early seas
In search of what I meant to be my home--
For I'm the one who left dark Ireland's shore,
And Poland's plain, and England's grassy lea,
And torn from Black Africa's strand I came
To build a "homeland of the free."

The free?

Who said the free? Not me?
Surely not me? The millions on relief today?
The millions shot down when we strike?
The millions who have nothing for our pay?
For all the dreams we've dreamed
And all the songs we've sung
And all the hopes we've held
And all the flags we've hung,
The millions who have nothing for our pay--
Except the dream that's almost dead today.

O, let America be America again--
The land that never has been yet--
And yet must be--the land where every man is free.
The land that's mine--the poor man's, Indian's, Negro's, ME--
Who made America,
Whose sweat and blood, whose faith and pain,
Whose hand at the foundry, whose plow in the rain,
Must bring back our mighty dream again.

Sure, call me any ugly name you choose--
The steel of freedom does not stain.
From those who live like leeches on the people's lives,
We must take back our land again,
America!

O, yes,
I say it plain,
America never was America to me,
And yet I swear this oath--
America will be!

Out of the rack and ruin of our gangster death,
The rape and rot of graft, and stealth, and lies,
We, the people, must redeem
The land, the mines, the plants, the rivers.
The mountains and the endless plain--
All, all the stretch of these great green states--
And make America again!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Robert M. Solow

O tema não poderia ser mais importante, securidade social, e o autor do artigo-resenha, um dos mais importantes economistas da geração da velha guarda keynesiana. Uma combinação que torna a sua leitura imprescindível, principalmente para a turma que se passa por economista, todos sabem onde...

Trapped in the New 'You're on Your Own' World
By Robert M. Solow
High Wire: The Precarious Financial Lives of American Families
by Peter Gosselin
Basic Books, 374 pp., $26.95

1.
When the Bush-Cheney administration proposed to replace Social Security with a system of individually accumulated, individually owned, and individually invested accounts, my first thought was that its goal was to take the Social out of Social Security. It took a few minutes longer to realize that it also intended to take the Security out of Social Security.

That attempt failed. In recent years, however, a mixture of public and private policy decisions and impersonal market developments has had the broad effect of shifting many financial risks from established institutions, including even society at large, to individuals who are unable to cope with them in an adequate way. Information may be impossibly difficult for citizens to process; or else the basic information may not be available to individuals or private groups. Sometimes the scale of the possible bad outcomes may be overwhelming. Sometimes the appropriate insurance market cannot function or just does not exist. The result is that individuals and families can be the casualties of situations that once would have been handled by a more centralized and more bearable allocation of risks.

The current turmoil in credit markets and the recession that is sure to follow are likely to drive this trend further. Banks, insurance companies, and other financial institutions have seen too many risks go sour. They will be more determined than ever to push further risks onto those needy borrowers who are too weak and too ignorant to bargain hard. Families, small businesses, and other borrowers of last resort will be under great pressure.

Para ler o resto do artigo clique aqui

terça-feira, 4 de novembro de 2008

James K. Galbraith

Interessante e, às vezes provocativa, entrevista com James K. Galbraith

Do you find it odd that so few economists foresaw the current credit disaster? Some did. The person with the most serious claim for seeing it coming is Dean Baker, the Washington economist. I saw it coming in general terms.

But there are at least 15,000 professional economists in this country, and you’re saying only two or three of them foresaw the mortgage crisis? Ten or 12 would be closer than two or three.

What does that say about the field of economics, which claims to be a science? It’s an enormous blot on the reputation of the profession. There are thousands of economists. Most of them teach. And most of them teach a theoretical framework that has been shown to be fundamentally useless.

You’re referring to the Washington-based conservative philosophy that rejects government regulation in favor of free-market worship? Reagan’s economists worshiped the market, but Bush didn’t worship the market. Bush simply turned over regulatory authority to his friends. It enabled all the shady operators and card sharks in the system to come to dominate how we finance.

So you claim in your recent book, “The Predator State,” but will President Bush actually be leaving Washington a richer man? Presidents don’t make money in office; they do so afterward. In his case, I hope he won’t. Maybe his friends will abandon him.

Para ler o resto da entrevista, clique aqui

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Fusão ou aquisição?

Fusão ou aquisição. Está é a pergunta que fica no ar. Impacto da relação de um dos bancos com a AIG? O namoro ate poderia ser longo, mas ainda, que fora de moda, não havia alcançado o status de noivado. Marcar a data do casamento, só nos planos dos.... Ai apareceu a surpresa e antes que fosse impossível ocultar o obvio, como boas familias que são, optaram pelo caminho da ... Curioso, muito curioso. Quem são os padrinhos e as casamenteiras?

"Opera omnia" do Ratzinger

Uma ótima notícia para os admiradores e estudiosos de Bento XVI(Ratzinger) : a publicação, em 16 volumes, da sua "Opera omnia" . Não é nada fácil conseguir alguns dos trabalhos, considerados fundamentais para a compreensão do seu pensamento. Requer tenacidade e um pouco de sorte. Posso me considerar um destes sortudos: consegui encontrar uma cópia, em italiano, do “Popolo e casa de Dio in Sant`Agostinho”e em ingles, do trabalho sobre São Bonaventura( The theology of history in St Bonaventure). Esta última comecei a ler, mas tive que interromper a leitura. A primeira, considerada obra chave no pensameno de Ratzinger, pretendo ler assim que terminar o semestre acadêmico puquiano. Neste intervalo, tive a oportunidade de ler um ótimo texto sobre o pensamento do Bento XVI, cuja leitura recomendo, “Ratzinger's Faith: The Theology of Pope Benedict XVI” da Tracey Rowland. Abaixo publicamos um trecho do prefácio ao primeiro volume. O autor, naturalmente, é o Ratzinger.

“Il Concilio Vaticano II iniziò i suoi lavori con la discussione dello schema sulla sacra liturgia, che poi venne solennemente votato il 4 dicembre 1963 come primo frutto della grande assise della Chiesa, con il rango di una costituzione. Che il tema della liturgia si trovasse all’inizio dei lavori del Concilio e che la costituzione sulla liturgia divenisse il suo primo risultato venne considerato a prima vista piuttosto un caso. Papa Giovanni aveva convocato l'assemblea dei vescovi con una decisione da tutti condivisa con gioia, per ribadire la presenza del cristianesimo in una epoca di profondi cambiamenti, ma senza proporre un determinato programma. Dalla commissione preparatoria era stata messa insieme un’ampia serie di progetti. Ma mancava una bussola per poter trovare la strada in questa abbondanza di proposte. Fra tutti i progetti il testo sulla sacra liturgia sembrò quello meno controverso. Così esso apparve subito adatto: come una specie di esercizio, per così dire, con il quale i Padri potessero apprendere i metodi del lavoro conciliare.

Ciò che a prima vista potrebbe sembrare un caso, si rivela, guardando alla gerarchia dei temi e dei compiti della Chiesa, come la cosa anche intrinsecamente più giusta. Cominciando con il tema "liturgia", si mise inequivocabilmente in luce il primato di Dio, la priorità del tema "Dio". Dio innanzitutto, così ci dice l’inizio della costituzione sulla liturgia. Quando lo sguardo su Dio non è determinante ogni altra cosa perde il suo orientamento. Le parole della regola benedettina "Ergo nihil Operi Dei praeponatur" (43, 3: "Quindi non si anteponga nulla all’Opera di Dio") valgono in modo specifico per il monachesimo, ma hanno valore, come ordine delle priorità, anche per la vita della Chiesa e di ciascuno nella sua rispettiva maniera. È forse utile qui ricordare che nel termine "ortodossia" la seconda metà della parola, "doxa", non significa "opinione", ma "splendore", "glorificazione": non si tratta di una corretta "opinione" su Dio, ma di un modo giusto di glorificarlo, di dargli una risposta. Poiché questa è la domanda fondamentale dell’uomo che comincia a capire se stesso nel modo giusto: come debbo io incontrare Dio? Così, l’apprendere il modo giusto dell’adorazione – dell’ortodossia – è ciò che ci viene donato soprattutto dalla fede.”

Para ler o texto completo clique aqui

sábado, 1 de novembro de 2008

A eleição americana na visão dos colaboradores da The New York Review of Books

É uma eleição histórica, repete sem parar a mídia americana, não somente pela possível eleição do primeiro Presidente negro dos USA, argumenta um famoso jornalista na CNN, um outro, um divertido comediante comenta: voces não podem votar, mas esta eleição parece ser mais importante para voces do que para nos, americanos.

Afinal o que está em jogo nesta eleição? Esta é a questão endereçada, pela The New York Review of Books, a alguns dos seus colaboradores:Russell Baker,David Bromwich,Mark Danner,Andrew Delbanco,Joan Didion,Ronald Dworkin,Frances FitzGerald,Timothy Garton Ash,Paul Krugman,Joseph Lelyveld,Darryl Pinckney,Thomas Powers, Michael Tomasky e
Garry Wills.

Abaixo um trecho da contribuição do Dworkin:


"John McCain's election would be a disaster for our Constitution. Conservatives have worked for decades to capture the Supreme Court with an unbreakable majority that would, in every case, reliably serve their cultural, religious, and economic orthodoxies. That goal has so far escaped them. Though Republican presidents have appointed seven of the nine justices now serving, only four of them—John Roberts, Antonin Scalia, Clarence Thomas, and Samuel Alito—are dependably rigid conservatives. Four other justices—two other Republican appointees, John Paul Stevens and David Souter, and the Democratic appointees Ruth Bader Ginsburg and Stephen Breyer—have voted consistently in favor of more liberal interpretations of the Consti-tution. The ninth justice—Anthony Kennedy—holds the crucial "swing" vote that has decided cases of capital importance, sometimes with the conservatives and sometimes with the liberals.

In recent decades another justice, Sandra Day O'Connor, was also a "swing" justice. (She resigned in 2005 and Bush replaced her with Alito.) Our constitutional law would be very different if O'Connor and Kennedy had been conservative ideologues of the kind McCain has promised to appoint. They joined liberals, for example, in refusing to overrule Roe v. Wade and end constitutional protection for abortion rights, in preventing capital punishment of children under eighteen, and in protecting homosexuals against laws making sex between them a crime. O'Connor joined liberals to provide a 5–4 majority that saved race-sensitive admissions programs in state professional schools, a crucial decision that, had it gone the other way, would have ended what has proved an indispensable strategy for reducing racial"

Para ler o resto do artigo e a contribuição de outros colaboradores clique aqui