domingo, 19 de abril de 2015
Gatos.
Oito horas, meu relogio me acorda com a sua pontualidade habitual, com passos e miados que não deixam dúvidas quanto a mensagem: acorda, estou com fome, hora do meu cafe da manha; acorda, acorda. Ele altera o seu caminhar que ganha a cadência dos bumbos da fanfarra da escola do bairro. O miado ganha um inconfundivel tom de irritação e protesto. Curioso. Eu que devia estar irritado, apenas observo o Gunot, este é o nome do meu gato preto com barriga e pescoço branco. O contorno branco ao redor do nariz preto, da um ar de nobreza ao gato que, segundo a minha veterinaria, não tem raça definida. Já personalidade, ai já é outro papo: a dele é forte. Não é o único: os outros gatos da casa, tambem, não ficam nada a dever ao Gunot. Valentino, por ex, que tem o belo branco, com manchas e é seu companheiro inseparável, não abre mão de fazer as refeições no mesmo horário todos os dias e aprendeu ate mesmo a reproduzir o som da palavra não de tanto ouvi-la.
Gunot é mais manhoso e acorda cedo e por isto é o meu relogio. Ciumento, protesta ao ver que estou calçando o sapato. Ao olhar de quem comeu e não gostou, segue-se um miado que traduzo como: vai sair de novo. Com cuidado amarro os cadarços novos, mas já em estado de arruina, resultado das mordida dele: não esconder os sapatos, tenis, é um erro que implica em encontra-los mordidos e com pelos por toda parte. A vida útil dos chinelos havaino é bastante reduzido: adoram morde-los, depois de roçar para deixar o cheiro...