Finalmente foi apresentada a famosa obra de ficção, também conhecida como orçamento, para 2012 com redução do superavit primário e algumas cerejas para convencer os credulos que tratar-se-ia de um ajuste fiscal. Engana que eu gosto. No mesmo dia, o Bacen, em demonstração explicita de servilismo, cortou a taxa de juros, usando como argumento a piora no cenário internacional. De fato isto está ocorrendo, mas está muito longe do ocorrido em 2008 e por isto mesmo o impacto sobre o crescimento da economia brasileira e inflação não será forte o suficiente para justificar o corte prematuro na taxa de juros. Ah!... já sei há a questão da defasagem... sim ela existe, mas tão pouco justifica a decisão prematura.
O fato é que o corte encontra sua justificativa na decisão do governo de não gastar o adicional de receita do primeiro semestre do corrente ano. Se ele esta fazendo sua parte, com o "ajuste fiscal", o Bacen deveria fazer o mesmo cortando o juro, é o argumento político padrão no grande bananão. A decisão, também, confirma a velha impressão a respeito dos desenvolvimentistas: eles de fato gostam de inflação.