Leio na Folha que o governo está preocupado com a apreciação do câmbio, mas que ,por enquanto, o Presidente não é favorável a medidas heterodoxas para "resolver" o problema. Esta, contudo, não é opinião dos seus conselheiros, o esforçado economista da ditadura, o avvocato e o homem de Barão Geraldo.
No domingo o "administrador", também, alertou para o mesmo problema, sem, contudo, apresentar uma proposta alternativa. Ele, como os acima mencionados, continuam batendo na mesma tecla: a taxa de juros elevada seria o grande responsável pela apreciação e a solução, naturalmente, seria manter a política de redução desta taxa. Eles, curiosamente, parecem esquecer que a queda da taxa de juros não teve nenhum efeito significativo sobre o cambio.
Ninguem, obviamente, defende a apreciação do câmbio, ou nega que ela é prejudicial às exportações. Resta saber o que fazer. Medidas heterodoxas podem dar inicio a um efeito domino: X implementa a medida, Y é prejudicado e faz algo parecido, o que leva Z a fazer o mesmo. O resultado final não seria nada agradável para nenhum dos envolvidos. É o retorno do velho fantasma do protecionismo que, como sabemos, não é uma solução, mas a geração de um outro problema que no passado saiu muito caro.