quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Country Club da rua itapeva e o câmbio...
Em encontro no conhecido Country Club da rua itapeva, figurinhas carimbadas do panteão desenvolvimentista, finalmente reconheceram alguns aspectos nada agradáveis da proposta de dar um golpe de karate na taxa de câmbio: impacto inflacionário e perda de compra dos trabalhadores. Detalhes, em geral esquecidos na oratoria inflamada dos defensores da honra da indústria nacional atingida, segundo argumentam, pela inescrupulosa invasão estrangeira. Há, naturalmente, alguma verdade nesta afirmação, que oculta uma outra: baixa produtividade resultado da política econômica dos anos dourados do nacional desenvolvimentismo que, em ausência de democracia, permitia via reajustes saláriais vergonhosos, a sobrevivência dos bravos capitães da indústria nacional.
Não se trata de negar que o câmbio esta fora do equilibrio, mas lembrar que é fundamental superar o complexo de patinho feio e encontrar soluções outras alem de intervenções pontuais no mercado de câmbio, como um foco maior em ganhos de produtividade. É claro que o horizonte é de medio para o longo prazo, mas que deve ser enfrentado, conjuntamente com as necessárias medidas de curto prazo. O problema é que o foco esta sempre no curto prazo e com este tipo de estratégia o problema é sempre recolocado, sem que se encontre uma solução adequada.
Que intervenções no mercado de câmbio são justificáveis e necessárias, atesta a luta atual de autoridades suiças para combater a forte apreciação da sua moeda resultado da busca por um lugar seguro na tormenta europeia.