quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Mais lenha na fogueira da guerra cambial?
A perfomance da zona do euro como um todo e de alguns dos países mais importantes do clube no último trimestre de 2012, confirmam a expectativa de uma performance sofrível da sua economia, que pode ser explicada pela situação da economia mundial e pelo futuro incerto em que se encontrava o projeto de unificação europeia no ano passado. A contração de 0.6% do bloco como um tudo e de 0.3% da França, 0.6 da Alemanha e 0.9% da Italia, pra mencionar alguns países, coloca novamente sobre a mesa a questão da apreciação do euro, mencionada recentemente pelo Hollande da França. A Alemanha tem demonstrado nos últimos anos uma capacidade notável de redução de custos o que permitiu a manutenção da boa performance das suas exportações, o mesmo, infelizmente, não é o caso da França e muito menos da Italia. Neste sentido é ate possível para a primeira manter-se competitiva no mercado internacional com a taxa de câmbio atual, mas seguramente para os demais membros da zona do euro, principalmente, aqueles que já enfrentam seríos problemas, o cenário é bem desconfortável. Em outras palavras, um euro apreciado torna ainda mais complicado a recuperação econômica da Italia, Espanha, Portugal para citar os países que se encontram na marca do penalti.
Neste cenário, em que pese a declaração do BCE que não trabalha com meta de taxa de câmbio, é inevitável a adoção de medidas pra resolver o problema. A redução da taxa de juros é com certeza uma delas. Isto não deverá ocorrer no primeiro semestre, mas poderá tornar-se inevitável no segundo semestre. Como quase tudo na zona do euro, dependerá da performance da Alemanha nos próximos trimestes e, em menor medida, da Franca. Como mencionado a situação da primeira ainda é confortável, enquanto que a segunda esta longe de ser o caso, já que ainda não fez as reformas necessarias pra tornar a sua economia mais competitiva.
A contração da economia japonesa de 0.1% deverá reforçar a linha adotada pelo recem eleito primeiro ministro, colocando mais lenha na fogueira da guerra cambial.