Um dos doyen dos desenvolvimentistas, reputado membro da esquerda católica, e meu querido e generoso ex-professor e ex-orientador, afirma em artigo na Folha que “ No Brasil, o grande desafio continua a ser o binômio taxa de câmbio apreciada-taxa de juros alta”. Ele, também, está preocupado com um provável déficit na conta corrente e com as reservas, que ele considera frágeis.
Ele é sempre um otimista apaixonado pelo Brasil, mas acho que anda muito pessimista. É um exagero considerar as reservas frágeis e uma recaída neo-mercantilista a avaliação em relação a conta corrente.
A taxa de câmbio está apreciada? É difícil responder, mas sou um daqueles que acredita que ela é determinada pelas forças do mercado. A taxa de juros é mais complicada, mas não me parece ser possível discuti-la sem incluir, também, o sistema de metas inflacionárias. Neste modelo a variável chave é a taxa de juros e a taxa de câmbio é, necessariamente, determinada pelo mercado. Qual seria a alternativa? Um modelo com taxa de câmbio como meta? E o risco de um ataque especulativo?