quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O pacote Obama

Finalmente foi aprovado na Camara o pacote Obama: US 819 bilhões. Muito dinheiro, sem dúvida, mas tenho a leve impressão que ainda não é o valor suficiente para resolver o problema. No máximo, como no pacote anterior, ganha tempo. Continuo acreditando que redução de impostos, US 300 bilhões, não ajudará em nada a estimular a economia, contribuindo, somente para aumentar o déficit público. É verdade que momento e no futuro próximo esta realmente não é uma questão relevante. Por que não ajudará? Simples, com a imensa redução na sua riqueza e renda as familias devem aproveitar o corte nos impostos pra colocar a casa em dia, ou seja pagar as dívidas. Isto vale para familias e empresas. A medida é necessária por razões do campo político, não do econômico.

É a política, também, que explica a recusa em encarar o inevitável: a nacionalização/estatização de parte do sistema bancário americano. Protelar a decisão, procurar alternativas, quando não existem, é uma grande tolice que somente ajuda a aprofundar a crise. Ate O FMI concorda que ela é necessária.

Alguns ingenuos, ou ignorantes em matéria econômica argumentam que a nacionalização seria um "contrassenso para uma economia de mercado" e que poderia "espalhar o pânico entre os acionistas de outros bancos". O primeiro argumento confunde discurso ideológico com as instituições que garantem o bom funcionamento da economia de mercado. Interferir para salvar o mercado em situações emergenciais é uma longa pratica nas economias de mercado e perfeitamente coerente com a sua manutenção e ideário. É claro que nem sempre é bem visto, mas em geral funciona e os tolos ideologos de plantão são sempre ignorados. Quanto ao segundo argumento, o risco de expropriação dos direitos dos acionistas dos demais bancos, não me parece possuir qualquer fundamento no caso atual.