quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Dilma na Africa
Segundo o jornal da ditabranda, Dilma afirmou em Moçambique que "a presença do governo na decisão das orientações e das estratégias [ dos investimentos] é essencial. Porque quem tem a legitimidade de fizer para onde um país vai é o seu governo eleito democraticamente", ela lembrou, também, que as empresas que atuam no exterior "são a imagem do Brasil". A Presidenta, naturalmente, está correta: a empresa brasileira é, na pratica, para o bem ou para o mal, a imagem externa do país e em casos de problemas com o estado em que atua, ela recorre ao governo brasileiro para ajuda-la, dai ser plenamente justificável e necessário um bom relacionamento(institucional) com o governo brasileiro. É preciso, no entanto, lembrar que não é função do governo decidir onde ela deverá atuar, já que ela é uma empresa privada e seus gestores devem prestar contas aos seus controladores. É função do governo convence-la a seguir práticas adequadas de recursos humanos e comportamento ético condizente com o interesse nacional brasileiro. No entanto, seria ingenho, imaginar que o interesse nacional brasileiro será sempre identico ao do país estrangeiro o que requer uma solução conciliatoria. Em alguns casos, a empresa multinacional brasileira poderá ser usada como instrumento de política de estado, como é pratica corrente em alguns países, mas neste caso o risco de ser visto como imperialismo brasileiro não deve ser negligenciado. Este e outros problemas decorrem do novo papel do Brasil e de suas empresas no cenario internacional e deveriam ser objeto de seminários e pesquisas nas nossas universidades. Infelizmente, em várias delas, ainda sobrevive uma visão superficial e 68 sobre o mundo dos negócios internacionais, alem de forte demonização do empresário nacional. A defesa do interesse nacional e uma política externa com base em principios éticos e guiada pela busca do bem comum é o grande desafio do atual e de futuros governos.