Depois de uma eleição disputada em um cenário econômico e político claramente favorável a oposição, a atual administração conseguiu a difícil proeza de ser reconduzida ao Planalto. Foi acima de tudo uma derrota da oposição que tinha o queijo e a faca na mão, mas não conseguiu apresentar um programa crível para o eleitorado.
O desafio do segundo governo Dilma é superar os vários equívocos na condução da política econômica que foram a marca registrada do seu primeiro mandato. A indicação de um nome com grande credibilidade e amigável ao mercado para a Fazenda é um passo fundamental para reverter o quadro atual de desconfiança do mercado. Um Presidente do Bacen com reputação de aversão a inflação e com o devido pedigree acadêmico, também deveria ser parte do pacote do choque de credibilidade.
O experimento heterodoxo não apresentou o resultado prometido e por isto deveria ser deixado de lado. Uma política fiscal consistente e sem mambos jambos deveria ser a pedra fundamental de uma política econômica a serviço da construção de um país socialmente mais justo. A incompatibilidade entre a política econômica mainstream e a preocupação social é falsa.
Não é preciso reinventar a roda para traçar uma rota consistente de crescimento econômico com justiça social. É apenas necessário não confundir ideologia com política econômica: a caixa de ferramentas a disposição do policy maker é neutra e pode, portanto, ser usada para atingir diferentes objetivos. Justiça social parece ter sido o objetivo escolhido pelos eleitores, caberá a nova administraçao honrar o compromisso assumido com os seus eleitores, sem esquecer, no entanto, que a eleita, é a Presidente de todos os brasileiros.
Desejo sucesso a nova a administração.