sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Dr. Strangelove do Bixiga
É surpreendente que depois do longo período de trevas que deixou como um dos legados vários mortos sem sepultura, alguem possa sair em defesa de um plano econômico que, para ser implementando, requer a quebra da legalidade. Mais surpreendente, ainda, quando o seu autor é diretor de uma instituição jovem, mas irmã de outra que, em SP, acolheu alguns intelectuais perseguidos pela ditadura militar e garantiu a liberdade de atuação do movimento estudantil em sua sede.
Triste sem dúvida, mas é bom deixar claro que sua posição tem nome e sobrenome: apoio a um golpe de Estado. Sim, Golpe. Impedimento, como argumentei em outro post não é necessariamente golpe. Mas, impedimento sem provas é golpe. Não chama-lo pelo nome, não é nem um pouco surpreendente, em se tratando do país conhecido pela sua criatividade no uso da linguagem para, por ex, acobertar o racismo de cor e de origem.
A política econômica deve ser pensada a partir do respeito a legalidade, ou seja, ela não pode ter como primeira medida a quebra da democracia e a incineração da constituição pela qual tantos lutaram. Fato esse, desconhecido por vários economistas que se dizem liberais. Não é o caso, do infeliz, autor do artigo, que nunca afirmou ser um liberal, mas um fiel discípulo( erudito, diga se de passagem) do famoso barbudo. Mas, confesso, que acho que ele tem mais afinidade com o Dr. Strangelove. Taí um bom nome pra ele: Dr. Strangelove do Bixiga.