quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Autor de "Apanhador no Campo de Centeio" chega aos 90 anos sem escrever há mais de 40
Jerome D. Salinger, um dos escritores mais influentes dos Estados Unidos, completa 90 anos nesta quinta-feira, 1º de janeiro de 2009, imerso na reclusão pela qual optou desde o início de sua carreira, e sem publicar um trabalho há quatro décadas.
"Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer".
Este desdém pela publicidade e a obstinada defesa de sua vida privada, tão afastada do culto à exibição atual, rodearam Salinger de um "mistério" que a imprensa retratou em diversos artigos.
Salinger já tinha 32 anos de idade quando estreou em 1951, com "O Apanhador no Campo de Centeio", uma história de um adolescente rebelde e suas experiências quixotescas em Nova York, que elevou o escritor ao topo da cena literária.
Sua descrição da alienação do protagonista, Holden Caufield, e da perda de inocência dos adolescentes e sua passagem para vida adulta, provou sua resistência com o passar dos anos: até hoje são vendidos anualmente cerca de 250 mil exemplares.
A primeira edição do romance, que causou polêmica pela liberdade com a qual o autor descrevia a sexualidade e a rebeldia adolescente, pode ser encontrada no eBay a preços que superam US$ 1.300.
Salinger não publica um trabalho literário com sua assinatura desde o romance "Hapworth 16, 1924" em junho de 1965. E não concede entrevistas desde 1980.
O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.
Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).
Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.
Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.
A fama, no entanto, provocou em Salinger a aversão à vida pública, a rejeição à entrevistas e à invasão de sua vida privada que se mantém até hoje.
Em 1953, ele publicou uma coleção de contos "Nove Histórias"; em 1961 outro romance, "Franny & Zooey", e em 1963 uma coleção de pequenos romances "Raise High The Roof Beam, Carpenters And Seymour: an Introduction".
Durante os anos 80, o escritor esteve envolvido em uma prolongada batalha legal com o escritor Ian Hamilton que, para a publicação de uma biografia, usou material epistolar escrito por Salinger.
Uma década depois, a atenção midiática que tanto evitava voltou a pousar sobre o autor, devido à publicação de dois livros de memórias escritas por duas pessoas próximas a ele: sua ex-amante Joyce Maynard e sua filha Margaret Salinger.
Jorge A. Bañales
Fonte: UOL on line
"Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer".
Este desdém pela publicidade e a obstinada defesa de sua vida privada, tão afastada do culto à exibição atual, rodearam Salinger de um "mistério" que a imprensa retratou em diversos artigos.
Salinger já tinha 32 anos de idade quando estreou em 1951, com "O Apanhador no Campo de Centeio", uma história de um adolescente rebelde e suas experiências quixotescas em Nova York, que elevou o escritor ao topo da cena literária.
Sua descrição da alienação do protagonista, Holden Caufield, e da perda de inocência dos adolescentes e sua passagem para vida adulta, provou sua resistência com o passar dos anos: até hoje são vendidos anualmente cerca de 250 mil exemplares.
A primeira edição do romance, que causou polêmica pela liberdade com a qual o autor descrevia a sexualidade e a rebeldia adolescente, pode ser encontrada no eBay a preços que superam US$ 1.300.
Salinger não publica um trabalho literário com sua assinatura desde o romance "Hapworth 16, 1924" em junho de 1965. E não concede entrevistas desde 1980.
O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.
Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).
Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.
Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.
A fama, no entanto, provocou em Salinger a aversão à vida pública, a rejeição à entrevistas e à invasão de sua vida privada que se mantém até hoje.
Em 1953, ele publicou uma coleção de contos "Nove Histórias"; em 1961 outro romance, "Franny & Zooey", e em 1963 uma coleção de pequenos romances "Raise High The Roof Beam, Carpenters And Seymour: an Introduction".
Durante os anos 80, o escritor esteve envolvido em uma prolongada batalha legal com o escritor Ian Hamilton que, para a publicação de uma biografia, usou material epistolar escrito por Salinger.
Uma década depois, a atenção midiática que tanto evitava voltou a pousar sobre o autor, devido à publicação de dois livros de memórias escritas por duas pessoas próximas a ele: sua ex-amante Joyce Maynard e sua filha Margaret Salinger.
Jorge A. Bañales
Fonte: UOL on line
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
International bright young things
TWENTY years ago The Economist wrote about eight young economists who were making a big splash in their discipline and beyond. One of them, Paul Krugman, recently won the Nobel prize for his models of international trade and economic geography. Ten years later we tried to repeat the trick, identifying another eight young stars, many of whom were taking their discipline far off-piste. One has since achieved even greater fame than anticipated. Steven Levitt of the University of Chicago became a household name as co-author of “Freakonomics”, a bestselling book published in 2005.
“Freakonomics” owed its origins to a profile of Mr Levitt in the New York Times magazine in 2003. Its success has won a new readership for economists, beyond the business section and the opinion columns, in the glossier pages of the weekend supplements. The best young economists, as a consequence, have already attracted plenty of attention. That leaves us in a bit of a quandary. We feel like lonely prospectors, who, returning to a favourite stream, find it overtaken by a gold rush.
The family tree
Several of the scholars in this year’s batch trace their intellectual ancestry back to those we picked ten years ago. For example, Jesse Shapiro of the University of Chicago and Roland Fryer of Harvard are recognisably the intellectual heirs of Mr Levitt. They share the same knack for finding ingenious ways to answer unlikely questions, often by plundering forgotten troves of data.
At just 29, Mr Shapiro can already boast a collection of eye-catching findings worthy of a sequel to “Freakonomics”. He has shown that some judgments are best made without too much information: people are better at predicting the winner of American gubernatorial elections when they watch the candidates with the sound turned off. Harsher jail conditions do nothing to deter prisoners from reoffending. If anything they encourage recidivism. Preschoolers who watch television do better academically than children who don’t, especially if their parents have little education or poor English.
Mr Fryer’s ambition is to unravel the causes of black underachievement in America, especially in education. His search for explanations extends beyond racism and poverty to contemplate the role of a self-defeating culture. He calculates that a black student who earns straight A grades will have 1.5 fewer friends from his ethnic group than an equally swotty white student.
Michael Kremer, another of those we cited ten years ago, can also claim an intellectual relative in this year’s cohort. Esther Duflo of the Massachusetts Institute of Technology (MIT) received more recommendations than any other economist. Some who didn’t nominate her thought she was too established to count as “new”.
With her colleague, Abhijit Banerjee, Ms Duflo and Mr Kremer have remade development economics, nudging it away from its concern with policies, towards a preoccupation with projects. They study economic development as seen from the field, clinic or school, rather than the finance ministry. They might be called the “peace corps” of economists, bringing the blessing of their investigative technique to the neglected villages of India or the denuded farms of western Kenya.
Ms Duflo has made her name carrying out randomised trials of development projects, such as fertiliser subsidies and school recruitment. In these trials, people are randomly assigned to a “treatment” group, which benefits from the project, and a “control” group, which does not. By comparing the average outcome of each group, she can establish whether the project worked and precisely how well.
In one study, Ms Duflo and her colleagues showed that mothers in the Indian state of Rajasthan are three times as likely to have their children vaccinated if they are rewarded with a kilogram of daal (lentils) at the immunisation camp. The result is useful to aid workers, but puzzling to economists: why should such a modest incentive (worth less than 50 cents) make such a big difference? Immunisation can save a child’s life; a bag of lentils should not sway the mother’s decision either way.
Randomised trials “give you the chance to be surprised”, Ms Duflo says. Had they arrived at this result using some other method, she and her colleagues would have assumed they had made a mistake. But randomisation removes such doubts, showing that it was indeed the lentils that made the difference. The result cannot be dismissed; it must be explained.
The approach has its critics. A randomised trial can prove that a remedy works, without necessarily showing why. It may not do much to illuminate the mechanism between the lever the experimenters pull and the results they measure. This makes it harder to predict how other people would respond to the remedy or how the same people would respond to an alternative. And even if the trial works on average, that does not mean it will work for any particular individual.
The randomistas, as Ms Duflo and her comrades are called, liken their studies to the clinical trials that prove the efficacy of new drugs. But the ultimate ambition of economics is for something more akin to anatomy. Researchers hope to dissect the underlying physiology of an economic problem, revealing how the leg bone is connected to the thigh bone. With a full anatomy of behaviour—what economists call a structural model—they can determine if a policy or project will work even before it has been attempted.
The early anatomists of the human body suffered from a shortage of fresh cadavers to work on. Medical students would trek long distances to watch a dissection performed. Economists often find themselves in a similar predicament. Short of good empirical meat, they have to rely on elaborate theory and guesswork to fill in what they cannot observe.
Amy Finkelstein, also of MIT, the fourth of our young stars, has anatomised the market for annuities in Britain. The industry suffers from “asymmetric information”: customers may know more than the provider about their chances of dying. Unfortunately, this private information is as hidden from economists as it is from the annuity company. Ms Finkelstein and a colleague, James Poterba, have shown how to infer the cost of this unseen problem from what can be observed, namely the kind of annuities people choose and the length of their life after retirement.
Like Ms Finkelstein, Raj Chetty, recently hired by Harvard from the University of California, Berkeley, is a promising young “public economist”: a student of tax and spend. He has great respect for structural models. But in a recent paper he makes the case for judicious short cuts. Often you don’t need to dissect a whole body; a few choice incisions are enough.
For example, he wanted to know whether policymakers should raise unemployment benefits. To answer this question, a structural model would need to specify how much a dollar is worth to a person on the dole, as compared with someone in work. It would also need to quantify the burden a job hunt imposes. This isn’t easy to find out. But Mr Chetty argues it is unnecessary.
He gleans all the information he needs by looking at the time it takes unemployed people to find a new job. Unsurprisingly, they take longer when their benefits are more generous. This is usually attributed to “moral hazard”—people take less care to escape a danger, such as joblessness, if they are insured against it. But Mr Chetty shows that skewed incentives account for only 40% of the delay.
The rest is due to what he calls a “liquidity effect”. The unemployed typically have few liquid assets to fall back on and little chance of a loan from the bank. This forces them to rush their job search. If they had savings to dip into or credit to tap, they might search with greater deliberation. This kind of dallying is, in a sense, optimal. The unemployed decide that an unhurried job search is worth the extra cost of depleted savings or heavier loan repayments.
Higher benefits ease this liquidity problem. Raising benefits by $1 a week would do as much social good as raising American GDP by $290m, Mr Chetty calculates, although government loans to the unemployed might do better still.
Twenty years ago macroeconomists dominated our list of the best young thinkers, but they are under-represented in this year’s batch. We found plenty of agreement about the three or four young macro thinkers most likely to succeed, but surprisingly little confidence that they would. One leader in the field suspected their work represented a moment of beauty, not truth. Another complained that the youngsters lacked the “vision thing” that distinguished the greats of the past.
Ramsey revisited
If so, perhaps they can blame the times that produced them. They came of age during the Great Moderation, a period of macroeconomic tranquillity and intellectual consensus. They are in thrall not to John Maynard Keynes, sage of the Depression, but to his Cambridge contemporary, Frank Ramsey, a precocious polymath who made his contributions in the prelapsarian 1920s. Ramsey was interested in how much of its income a nation should save so as to maximise its prosperity now and in the future. His work underpins much of modern macroeconomics, in which agents act today with an eye on tomorrow. But the framework is best suited to analysing steady accumulation, not violent cycles of speculation and liquidation. So it is not the obvious place to start to explain the world economy’s present predicament.
The macroeconomist nominated most often for our list was Iván Werning of MIT. Mr Werning is an economist’s economist; an elegant theorist, whose early contributions provided streamlined proofs that other thinkers could make use of. One of Mr Werning’s ambitions is to unite Ramsey’s work with that of another elegant theorist, Sir James Mirrlees. Sir James won the Nobel prize in 1996 for exploring how best to set taxes when people can disguise their true worth from the revenue collector. Mr Werning asks the same question, but in the forward-looking, macroeconomic setting provided by Ramsey.
Mr Werning and his co-authors have so far derived at least two theoretical results of note. The first is to show that the unemployed have sufficient incentive to find work, even if they receive unemployment benefits indefinitely. The second is that bequests from one generation to the next should be subsidised by the government, with smaller inheritances receiving higher rates of subsidy. Mr Werning and his co-author, Emmanuel Farhi (a young Harvard macroeconomist), point out that the biggest roll of the dice in life is the family you are born into. Their system of subsidies would take the edge off this uncertainty.
Two of the economists we highlighted ten years ago—David Laibson of Harvard and Matthew Rabin of Berkeley—were exponents of “behavioural economics”, incorporating the insights of psychology into the dismal science. The sub-discipline has continued to flourish in the decade since, seeping so far into the mainstream that its disciples no longer constitute a self-contained school. The randomistas, for example, often invoke behavioural explanations for their experimental results.
Xavier Gabaix of New York University, our seventh pick, is another example of someone who is au fait with behavioural economics but not defined by it. He has written papers with Mr Laibson, including one that explains why hotels can get away with overpricing the mini-bar. But his interests extend beyond the behavioural.
He has, for example, shown a fascination with “power laws”: tantalising statistical patterns that seem to crop up wherever you look hard enough. The size of cities, the pay of executives and the performance of the stockmarket all seem to follow such laws. For cities, the law can be crudely expressed as the “rank-size rule”. The second-biggest city will have roughly half the population of the biggest; the population of the third-ranked city will be one-third of the first’s, and so on. The relationship between executive pay and company size also obeys a power law: companies twice the size tend to pay their chief executives roughly 25% more.
These curious regularities have more than numerological appeal. They give clues about what can and cannot explain the size and growth of the things they describe. For example, the rank-size rule could not hold if small cities grew systematically faster than big ones, or vice versa. The power law of executive pay also requires a particular kind of economics to explain it. Mr Gabaix thinks the “economics of superstars”, invented by Sherwin Rosen, fits the bill.
Top executives may differ only slightly in their talents, just as sports champions differ only slightly from runners-up. But the better managers nonetheless get hired by the bigger firms, just as the best entertainers sing to the largest audience. This means an executive’s small edge in managerial skill is amplified, because his talents go to work on a bigger canvas. Mr Gabaix made a splash in 2006 when he concluded that the “excessive” pay of chief executives was not necessarily excessive. Compensation may have grown sixfold from 1980 to 2003 not because managers were six times greedier, but because the firms they ran were six times bigger.
If the size of firms obeys a power law, economies will comprise some very big firms and a long tail of small ones. The fortunes of the biggest companies might then stir the whole economy, Mr Gabaix conjectures. The $24 billion dividend paid by Microsoft in December 2004, for example, added 3% to America’s personal income that month. Mr Gabaix calls for a more “granular” approach to macroeconomics, which would weigh the contribution of big firms to national aggregates.
This granular view is already taking hold in studies of international trade. Countries, after all, do not trade with each other; companies do. A few firms usually account for the lion’s share of a country’s exports: in America, the top 10% of exporters account for 96% of the country’s foreign sales, and only 4% of firms export at all.
These observations (drawn from work by Andrew Bernard of Dartmouth College among others) demand a theory to explain them. That gap has been filled by Marc Melitz, a trade economist at Princeton University and our final new star.
Mr Melitz is a pioneer of the “new, new trade theory”, which succeeds the “new” trade theory propounded by Mr Krugman almost 30 years ago. The source of its novelty is its recognition that firms differ, and only the best firms export. In America, for example, exporting factories are more than twice as big as plants that do not sell beyond their shores, and they squeeze 14% more out of their workers.
In Mr Melitz’s theory firms first prove themselves at home, discovering their own limits and abilities. Only the best then venture overseas. Entering a foreign market is an expensive endeavour, he points out, even before firms encounter the tariffs or transport costs that preoccupy most trade models. An exporter must find and introduce itself to distant customers, comply with alien regulations and set up distribution channels abroad. One study found that it cost Colombian chemical factories over $1m to enter a foreign market.
The gains from trade also differ in Mr Melitz’s model. In the new trade theory that preceded it, international commerce raises the productivity of firms by enlarging their market, allowing them to reap economies of scale. In Mr Melitz’s model, trade raises the productivity of industries, not by allowing firms to grow bigger, but by giving the better firms a bigger share of the market. Foreign competition sifts and sorts firms, winnowing out the weakest firms and leaving a greater share of the market to their stronger rivals.
Just as Mr Krugman found a clean way to account for economies of scale, Mr Melitz handles the heterogeneity of firms without spoiling the lines of his model. It now serves as a pliant workhorse for lots of “granular” thinking in the field.
Bodice rippers
Over 60 years ago Paul Samuelson laid down “the foundations of economic analysis” in his seminal work of that name. In the introduction, he describes his dawning realisation of the underlying unity of the subject. As he laboured in each field—consumer behaviour, public finance, international trade, business cycles—he encountered similar problems, which yielded to the same set of mathematical techniques. Mr Samuelson’s book squeezed a shapeless body of economic knowledge into a tight corset.
In the decades since, the laces have been unpicked. It is not just that economists are nosing into new fields of social behaviour. They have been doing that at least since Gary Becker of the University of Chicago wrote about crime and the family in the 1960s and 1970s. But today’s economists show no great attachment to the rational model of behaviour that guided Mr Becker. Economic theory has become so eclectic that ingenious researchers can usually cook up a plausible model to explain whatever empirical results they find interesting. Economics is now defined neither by its subject matter nor by its method.
What, then, unites these eight young stars and the discipline they may come to dominate? Economists still share a taste for the Greek alphabet: they like to provide formal, algebraic accounts of the behaviour they explain. And they pride themselves on the sophistication of their investigative methods. They are usually better at teasing confessions out of data than their rivals in other social sciences. What defines economics? Economics is what economists do—the best of them, anyway.
Fonte: The Economist
“Freakonomics” owed its origins to a profile of Mr Levitt in the New York Times magazine in 2003. Its success has won a new readership for economists, beyond the business section and the opinion columns, in the glossier pages of the weekend supplements. The best young economists, as a consequence, have already attracted plenty of attention. That leaves us in a bit of a quandary. We feel like lonely prospectors, who, returning to a favourite stream, find it overtaken by a gold rush.
The family tree
Several of the scholars in this year’s batch trace their intellectual ancestry back to those we picked ten years ago. For example, Jesse Shapiro of the University of Chicago and Roland Fryer of Harvard are recognisably the intellectual heirs of Mr Levitt. They share the same knack for finding ingenious ways to answer unlikely questions, often by plundering forgotten troves of data.
At just 29, Mr Shapiro can already boast a collection of eye-catching findings worthy of a sequel to “Freakonomics”. He has shown that some judgments are best made without too much information: people are better at predicting the winner of American gubernatorial elections when they watch the candidates with the sound turned off. Harsher jail conditions do nothing to deter prisoners from reoffending. If anything they encourage recidivism. Preschoolers who watch television do better academically than children who don’t, especially if their parents have little education or poor English.
Mr Fryer’s ambition is to unravel the causes of black underachievement in America, especially in education. His search for explanations extends beyond racism and poverty to contemplate the role of a self-defeating culture. He calculates that a black student who earns straight A grades will have 1.5 fewer friends from his ethnic group than an equally swotty white student.
Michael Kremer, another of those we cited ten years ago, can also claim an intellectual relative in this year’s cohort. Esther Duflo of the Massachusetts Institute of Technology (MIT) received more recommendations than any other economist. Some who didn’t nominate her thought she was too established to count as “new”.
With her colleague, Abhijit Banerjee, Ms Duflo and Mr Kremer have remade development economics, nudging it away from its concern with policies, towards a preoccupation with projects. They study economic development as seen from the field, clinic or school, rather than the finance ministry. They might be called the “peace corps” of economists, bringing the blessing of their investigative technique to the neglected villages of India or the denuded farms of western Kenya.
Ms Duflo has made her name carrying out randomised trials of development projects, such as fertiliser subsidies and school recruitment. In these trials, people are randomly assigned to a “treatment” group, which benefits from the project, and a “control” group, which does not. By comparing the average outcome of each group, she can establish whether the project worked and precisely how well.
In one study, Ms Duflo and her colleagues showed that mothers in the Indian state of Rajasthan are three times as likely to have their children vaccinated if they are rewarded with a kilogram of daal (lentils) at the immunisation camp. The result is useful to aid workers, but puzzling to economists: why should such a modest incentive (worth less than 50 cents) make such a big difference? Immunisation can save a child’s life; a bag of lentils should not sway the mother’s decision either way.
Randomised trials “give you the chance to be surprised”, Ms Duflo says. Had they arrived at this result using some other method, she and her colleagues would have assumed they had made a mistake. But randomisation removes such doubts, showing that it was indeed the lentils that made the difference. The result cannot be dismissed; it must be explained.
The approach has its critics. A randomised trial can prove that a remedy works, without necessarily showing why. It may not do much to illuminate the mechanism between the lever the experimenters pull and the results they measure. This makes it harder to predict how other people would respond to the remedy or how the same people would respond to an alternative. And even if the trial works on average, that does not mean it will work for any particular individual.
The randomistas, as Ms Duflo and her comrades are called, liken their studies to the clinical trials that prove the efficacy of new drugs. But the ultimate ambition of economics is for something more akin to anatomy. Researchers hope to dissect the underlying physiology of an economic problem, revealing how the leg bone is connected to the thigh bone. With a full anatomy of behaviour—what economists call a structural model—they can determine if a policy or project will work even before it has been attempted.
The early anatomists of the human body suffered from a shortage of fresh cadavers to work on. Medical students would trek long distances to watch a dissection performed. Economists often find themselves in a similar predicament. Short of good empirical meat, they have to rely on elaborate theory and guesswork to fill in what they cannot observe.
Amy Finkelstein, also of MIT, the fourth of our young stars, has anatomised the market for annuities in Britain. The industry suffers from “asymmetric information”: customers may know more than the provider about their chances of dying. Unfortunately, this private information is as hidden from economists as it is from the annuity company. Ms Finkelstein and a colleague, James Poterba, have shown how to infer the cost of this unseen problem from what can be observed, namely the kind of annuities people choose and the length of their life after retirement.
Like Ms Finkelstein, Raj Chetty, recently hired by Harvard from the University of California, Berkeley, is a promising young “public economist”: a student of tax and spend. He has great respect for structural models. But in a recent paper he makes the case for judicious short cuts. Often you don’t need to dissect a whole body; a few choice incisions are enough.
For example, he wanted to know whether policymakers should raise unemployment benefits. To answer this question, a structural model would need to specify how much a dollar is worth to a person on the dole, as compared with someone in work. It would also need to quantify the burden a job hunt imposes. This isn’t easy to find out. But Mr Chetty argues it is unnecessary.
He gleans all the information he needs by looking at the time it takes unemployed people to find a new job. Unsurprisingly, they take longer when their benefits are more generous. This is usually attributed to “moral hazard”—people take less care to escape a danger, such as joblessness, if they are insured against it. But Mr Chetty shows that skewed incentives account for only 40% of the delay.
The rest is due to what he calls a “liquidity effect”. The unemployed typically have few liquid assets to fall back on and little chance of a loan from the bank. This forces them to rush their job search. If they had savings to dip into or credit to tap, they might search with greater deliberation. This kind of dallying is, in a sense, optimal. The unemployed decide that an unhurried job search is worth the extra cost of depleted savings or heavier loan repayments.
Higher benefits ease this liquidity problem. Raising benefits by $1 a week would do as much social good as raising American GDP by $290m, Mr Chetty calculates, although government loans to the unemployed might do better still.
Twenty years ago macroeconomists dominated our list of the best young thinkers, but they are under-represented in this year’s batch. We found plenty of agreement about the three or four young macro thinkers most likely to succeed, but surprisingly little confidence that they would. One leader in the field suspected their work represented a moment of beauty, not truth. Another complained that the youngsters lacked the “vision thing” that distinguished the greats of the past.
Ramsey revisited
If so, perhaps they can blame the times that produced them. They came of age during the Great Moderation, a period of macroeconomic tranquillity and intellectual consensus. They are in thrall not to John Maynard Keynes, sage of the Depression, but to his Cambridge contemporary, Frank Ramsey, a precocious polymath who made his contributions in the prelapsarian 1920s. Ramsey was interested in how much of its income a nation should save so as to maximise its prosperity now and in the future. His work underpins much of modern macroeconomics, in which agents act today with an eye on tomorrow. But the framework is best suited to analysing steady accumulation, not violent cycles of speculation and liquidation. So it is not the obvious place to start to explain the world economy’s present predicament.
The macroeconomist nominated most often for our list was Iván Werning of MIT. Mr Werning is an economist’s economist; an elegant theorist, whose early contributions provided streamlined proofs that other thinkers could make use of. One of Mr Werning’s ambitions is to unite Ramsey’s work with that of another elegant theorist, Sir James Mirrlees. Sir James won the Nobel prize in 1996 for exploring how best to set taxes when people can disguise their true worth from the revenue collector. Mr Werning asks the same question, but in the forward-looking, macroeconomic setting provided by Ramsey.
Mr Werning and his co-authors have so far derived at least two theoretical results of note. The first is to show that the unemployed have sufficient incentive to find work, even if they receive unemployment benefits indefinitely. The second is that bequests from one generation to the next should be subsidised by the government, with smaller inheritances receiving higher rates of subsidy. Mr Werning and his co-author, Emmanuel Farhi (a young Harvard macroeconomist), point out that the biggest roll of the dice in life is the family you are born into. Their system of subsidies would take the edge off this uncertainty.
Two of the economists we highlighted ten years ago—David Laibson of Harvard and Matthew Rabin of Berkeley—were exponents of “behavioural economics”, incorporating the insights of psychology into the dismal science. The sub-discipline has continued to flourish in the decade since, seeping so far into the mainstream that its disciples no longer constitute a self-contained school. The randomistas, for example, often invoke behavioural explanations for their experimental results.
Xavier Gabaix of New York University, our seventh pick, is another example of someone who is au fait with behavioural economics but not defined by it. He has written papers with Mr Laibson, including one that explains why hotels can get away with overpricing the mini-bar. But his interests extend beyond the behavioural.
He has, for example, shown a fascination with “power laws”: tantalising statistical patterns that seem to crop up wherever you look hard enough. The size of cities, the pay of executives and the performance of the stockmarket all seem to follow such laws. For cities, the law can be crudely expressed as the “rank-size rule”. The second-biggest city will have roughly half the population of the biggest; the population of the third-ranked city will be one-third of the first’s, and so on. The relationship between executive pay and company size also obeys a power law: companies twice the size tend to pay their chief executives roughly 25% more.
These curious regularities have more than numerological appeal. They give clues about what can and cannot explain the size and growth of the things they describe. For example, the rank-size rule could not hold if small cities grew systematically faster than big ones, or vice versa. The power law of executive pay also requires a particular kind of economics to explain it. Mr Gabaix thinks the “economics of superstars”, invented by Sherwin Rosen, fits the bill.
Top executives may differ only slightly in their talents, just as sports champions differ only slightly from runners-up. But the better managers nonetheless get hired by the bigger firms, just as the best entertainers sing to the largest audience. This means an executive’s small edge in managerial skill is amplified, because his talents go to work on a bigger canvas. Mr Gabaix made a splash in 2006 when he concluded that the “excessive” pay of chief executives was not necessarily excessive. Compensation may have grown sixfold from 1980 to 2003 not because managers were six times greedier, but because the firms they ran were six times bigger.
If the size of firms obeys a power law, economies will comprise some very big firms and a long tail of small ones. The fortunes of the biggest companies might then stir the whole economy, Mr Gabaix conjectures. The $24 billion dividend paid by Microsoft in December 2004, for example, added 3% to America’s personal income that month. Mr Gabaix calls for a more “granular” approach to macroeconomics, which would weigh the contribution of big firms to national aggregates.
This granular view is already taking hold in studies of international trade. Countries, after all, do not trade with each other; companies do. A few firms usually account for the lion’s share of a country’s exports: in America, the top 10% of exporters account for 96% of the country’s foreign sales, and only 4% of firms export at all.
These observations (drawn from work by Andrew Bernard of Dartmouth College among others) demand a theory to explain them. That gap has been filled by Marc Melitz, a trade economist at Princeton University and our final new star.
Mr Melitz is a pioneer of the “new, new trade theory”, which succeeds the “new” trade theory propounded by Mr Krugman almost 30 years ago. The source of its novelty is its recognition that firms differ, and only the best firms export. In America, for example, exporting factories are more than twice as big as plants that do not sell beyond their shores, and they squeeze 14% more out of their workers.
In Mr Melitz’s theory firms first prove themselves at home, discovering their own limits and abilities. Only the best then venture overseas. Entering a foreign market is an expensive endeavour, he points out, even before firms encounter the tariffs or transport costs that preoccupy most trade models. An exporter must find and introduce itself to distant customers, comply with alien regulations and set up distribution channels abroad. One study found that it cost Colombian chemical factories over $1m to enter a foreign market.
The gains from trade also differ in Mr Melitz’s model. In the new trade theory that preceded it, international commerce raises the productivity of firms by enlarging their market, allowing them to reap economies of scale. In Mr Melitz’s model, trade raises the productivity of industries, not by allowing firms to grow bigger, but by giving the better firms a bigger share of the market. Foreign competition sifts and sorts firms, winnowing out the weakest firms and leaving a greater share of the market to their stronger rivals.
Just as Mr Krugman found a clean way to account for economies of scale, Mr Melitz handles the heterogeneity of firms without spoiling the lines of his model. It now serves as a pliant workhorse for lots of “granular” thinking in the field.
Bodice rippers
Over 60 years ago Paul Samuelson laid down “the foundations of economic analysis” in his seminal work of that name. In the introduction, he describes his dawning realisation of the underlying unity of the subject. As he laboured in each field—consumer behaviour, public finance, international trade, business cycles—he encountered similar problems, which yielded to the same set of mathematical techniques. Mr Samuelson’s book squeezed a shapeless body of economic knowledge into a tight corset.
In the decades since, the laces have been unpicked. It is not just that economists are nosing into new fields of social behaviour. They have been doing that at least since Gary Becker of the University of Chicago wrote about crime and the family in the 1960s and 1970s. But today’s economists show no great attachment to the rational model of behaviour that guided Mr Becker. Economic theory has become so eclectic that ingenious researchers can usually cook up a plausible model to explain whatever empirical results they find interesting. Economics is now defined neither by its subject matter nor by its method.
What, then, unites these eight young stars and the discipline they may come to dominate? Economists still share a taste for the Greek alphabet: they like to provide formal, algebraic accounts of the behaviour they explain. And they pride themselves on the sophistication of their investigative methods. They are usually better at teasing confessions out of data than their rivals in other social sciences. What defines economics? Economics is what economists do—the best of them, anyway.
Fonte: The Economist
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
The Lost Historyof Christianity
Interessante resenha do último livro do Jenkins. Conheço muito pouco da história do cristianismo e cada nova descoberta simplesmente confirma a impressão inicial: é uma história muito rica que requer maior divulgação. Aliás, esta deveria ser uma das funções das instituições católicas de ensino superior. Sim, eu sei que uma Universidade não é um Seminário, mas o cristianismo é parte importante da história ocidental( mas não exclusivamente dela) e deveria ter espaço em um ambiente universitário realmente plural.
"Some months ago, my wife and I stood in the square facing the dome and western facade of St. Mark’s Basilica in Venice. We marveled at the intriguing blend of Eastern and Western architecture before us.
We later visited the chapel in the crypt where the body of St. Mark had lain for several centuries after being abducted from Alexandria during the 17th century. We also gazed at the church’s high altar, beneath which the saint’s body now rests.
All this prompted me to think of the rich and varied historical influences of Christian faith on the church in Europe. I realized that much of this inheritance was from now largely deserted communities in Asia and Africa. Strong centers of Christianity had once existed to the east and south, but these had now but a flickering vestige of their former vitality.
For 1,000 years many “other” Christianities had once existed beyond Europe. We in the West have been inclined to dismiss them as peripheral at best, or at worst to reject them as churches embracing Monophysite or Nestorian heresies.
Now a splendidly revealing overview of these churches has appeared. Using his skill to discredit murky thinking and propose new understandings where the old no longer serve a good purpose, Philip Jenkins offers yet another jewel in what is becoming a crown of paradigm-shattering studies. The Lost History of Christianity: The Thousand-Year Golden Age of the Church in the Middle East, Africa and Asia—and How It Died will amply reward your investment of time and attention.
Christianity originated in the Near East, Jenkins reminds us. “It had its greatest centers, its most prestigious churches and monasteries in Syria, Palestine and Mesopotamia.” Were these Christians in fact the schismatics we have so casually assumed them to be? Hardly, says the author. “We must never think of these churches as fringe sects rather than as the Christian mainstream” of their time. Any history of Christianity that ignores these churches is missing a large part of the story. Forgetting them is as bad as losing them. To break the silence, we must recover the memories and restore the history."
Para ler o resto da resenha clique aqui
"Some months ago, my wife and I stood in the square facing the dome and western facade of St. Mark’s Basilica in Venice. We marveled at the intriguing blend of Eastern and Western architecture before us.
We later visited the chapel in the crypt where the body of St. Mark had lain for several centuries after being abducted from Alexandria during the 17th century. We also gazed at the church’s high altar, beneath which the saint’s body now rests.
All this prompted me to think of the rich and varied historical influences of Christian faith on the church in Europe. I realized that much of this inheritance was from now largely deserted communities in Asia and Africa. Strong centers of Christianity had once existed to the east and south, but these had now but a flickering vestige of their former vitality.
For 1,000 years many “other” Christianities had once existed beyond Europe. We in the West have been inclined to dismiss them as peripheral at best, or at worst to reject them as churches embracing Monophysite or Nestorian heresies.
Now a splendidly revealing overview of these churches has appeared. Using his skill to discredit murky thinking and propose new understandings where the old no longer serve a good purpose, Philip Jenkins offers yet another jewel in what is becoming a crown of paradigm-shattering studies. The Lost History of Christianity: The Thousand-Year Golden Age of the Church in the Middle East, Africa and Asia—and How It Died will amply reward your investment of time and attention.
Christianity originated in the Near East, Jenkins reminds us. “It had its greatest centers, its most prestigious churches and monasteries in Syria, Palestine and Mesopotamia.” Were these Christians in fact the schismatics we have so casually assumed them to be? Hardly, says the author. “We must never think of these churches as fringe sects rather than as the Christian mainstream” of their time. Any history of Christianity that ignores these churches is missing a large part of the story. Forgetting them is as bad as losing them. To break the silence, we must recover the memories and restore the history."
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domingo, 28 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
Keynes nos oferece a melhor forma de pensar sobre a crise
Uma ótima leitura dos ensinamentos de Keynes. A menção ao carater inglês da genialidade do Keynes é, obviamente, uma tolice e abordar um sistema econômico como um desáfio ténico, não implica a negação do seu aspecto moral. Keynes nunca cometeu este erro.
"Nós todos somos keynesianos agora. Quando Barack Obama tomar posse, ele proporá um pacote de estímulo fiscal gigantesco. Esses pacotes estão sendo oferecidos por muitos outros governos. Até a Alemanha está sendo arrastada, gritando e esperneando, para esta corrida.
O fantasma de John Maynard Keynes, o pai da macroeconomia, voltou para nos assombrar. Com ele vem seu mais interessante discípulo, Hyman Minsky. Agora todos nós conhecemos o "momento Minsky" -o ponto em que uma mania financeira se transforma em pânico.
Como todos os profetas, Keynes ofereceu lições ambíguas aos seus seguidores. Poucos ainda acreditam no ajuste fiscal que seus discípulos propuseram nas décadas após a Segunda Guerra Mundial. Mas ninguém acredita nas metas monetárias propostas por seu célebre adversário intelectual, Milton Friedman. Agora, 62 anos após a morte de Keynes, em outra era de crise financeira e ameaça de depressão econômica, é mais fácil para nós entendermos o que continua relevante em seus ensinamentos.
Eu vejo três lições gerais.
A primeira, que foi apresentada por Minsky, é que não devemos levar a sério as pretensões dos financistas. "Um banqueiro sério, a propósito, não é aquele que prevê o risco e o evita, mas aquele que, quando está arruinado, está arruinado de forma convencional, juntamente com seus colegas, para que ninguém realmente possa culpá-lo." Logo, ele não nutria a noção de "eficiência dos mercados".
A segunda lição é a de que a economia não pode ser analisada da mesma forma que uma empresa individual. Para uma empresa individual, faz sentido cortar custos. Se o mundo tentar fazê-lo, ele apenas encolherá a demanda. Um indivíduo pode não gastar toda sua renda. Mas o mundo deve.
A terceira e mais importante lição é de que não se deve tratar a economia como um conto moral. Nos anos 30, duas visões ideológicas opostas eram oferecidas: a austríaca; e a socialista. Os austríacos -Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek- argumentavam que um purgar dos excessos dos anos 20 era necessário. Os socialistas argumentavam que o socialismo era necessário para substituir o capitalismo fracassado. Essas visões eram baseadas em religiões seculares alternativas: a primeira, na visão de que o comportamento individual em busca do interesse próprio garante uma ordem econômica estável; o segundo na idéia de que a motivação idêntica pode levar apenas à exploração, instabilidade e crise.
A genialidade de Keynes -uma bastante inglesa- foi insistir que devemos abordar um sistema econômico não como um conto moral, mas como um desafio técnico. Ele desejava preservar o máximo de liberdade possível, reconhecendo ao mesmo tempo que o Estado mínimo era inaceitável para uma sociedade democrática com uma economia urbanizada. Ele desejava preservar uma economia de mercado, sem acreditar que o laissez-faire deixa tudo melhor no melhor de todos os mundos possíveis.
Este mesmo debate moralista está presente novamente. Os "liquidacionistas" contemporâneos insistem que um colapso deve levar ao renascimento de uma economia purificada. Seus oponentes de esquerda argumentam que a era dos mercados acabou. E até mesmo eu desejo ver a punição dos alquimistas financeiros que alegavam que uma dívida cada vez maior transforma o chumbo econômico em ouro.
Mas Keynes insistia que essas abordagens eram tolas. Os mercados não são nem infalíveis nem dispensáveis. Eles são a base de uma economia produtiva e da liberdade individual. Mas eles também podem errar seriamente, de forma que devem ser administrados com cuidado. A eleição de Obama certamente reflete um desejo por esse pragmatismo. Nem Ron Paul, o libertário, nem Ralph Nader, na esquerda, chegaram a algum lugar. Logo, a tarefa para este novo governo é liderar os Estados Unidos e o mundo na direção de uma solução pragmática para a crise econômica global que enfrentamos atualmente.
A tarefa urgente é devolver a saúde à economia mundial.
O desafio a curto prazo é sustentar a demanda agregada, como Keynes teria recomendado. Também importante será o financiamento direto pelo banco central dos tomadores de empréstimos. É evidente que grande parte do fardo recairá sobre os Estados Unidos, em grande parte por causa dos europeus, japoneses e mesmo os chineses serem inertes demais, complacentes demais, ou fraco demais. Dada a correção nos gastos dos lares que está em andamento nos países deficitários, este período de altos gastos do governo provavelmente durará anos. Ao mesmo tempo, um grande esforço deve ser feito para purgar os balancetes dos lares e do sistema financeiro. Um swap de dívida por participação acionária certamente será necessário.
O desafio a longo prazo é forçar um reequilíbrio da demanda global. Os países deficitários não podem esperar gastar até a falência, enquanto os países com superávit condenam como dissipação os gastos com os quais seus exportadores se beneficiam tanto. Na tentativa necessária de reconstruir a ordem econômica global, na qual este novo governo deve se concentrar, esta será a questão central. É o que o próprio Keynes tinha em mente quando apresentou suas idéias para o sistema monetário do pós-guerra na conferência de Bretton Woods, em 1944.
Não menos pragmática deve ser a tentativa de construir um novo sistema de regulamentação financeira global e uma abordagem para apolíticas monetárias que coíbam os "booms" de crédito e as bolhas de ativos. Como Minsky deixou claro, não existe nenhuma resposta permanente. Mas o reconhecimento da fragilidade sistêmica de um sistema financeiro complexo seria um bom começo.
Como foi o caso nos anos 30, nós também temos uma escolha: é lidar com estes desafios de modo cooperativo e pragmático ou permitir que os alertas ideológicos e o egoísmo nos obstruam. O objetivo também é claro: preservar uma economia mundial aberta e razoavelmente estável, que ofereça oportunidade para o máximo possível da humanidade. Nós fizemos um trabalho perturbadoramente ruim nesta área nos últimos anos. Nós temos que fazer melhor. Nós podemos fazê-lo, desde que abordemos a tarefa em um espírito de humildade e pragmatismo, livres dos alertas ideológicos.
Como Oscar Wilde poderia ter dito, na economia, a verdade raramente é pura e nunca é simples. Esta é, para mim, a maior lição desta crise. Também é aquela que o próprio Keynes ainda ensina."
Fonte:Martin Wolf, FT.
"Nós todos somos keynesianos agora. Quando Barack Obama tomar posse, ele proporá um pacote de estímulo fiscal gigantesco. Esses pacotes estão sendo oferecidos por muitos outros governos. Até a Alemanha está sendo arrastada, gritando e esperneando, para esta corrida.
O fantasma de John Maynard Keynes, o pai da macroeconomia, voltou para nos assombrar. Com ele vem seu mais interessante discípulo, Hyman Minsky. Agora todos nós conhecemos o "momento Minsky" -o ponto em que uma mania financeira se transforma em pânico.
Como todos os profetas, Keynes ofereceu lições ambíguas aos seus seguidores. Poucos ainda acreditam no ajuste fiscal que seus discípulos propuseram nas décadas após a Segunda Guerra Mundial. Mas ninguém acredita nas metas monetárias propostas por seu célebre adversário intelectual, Milton Friedman. Agora, 62 anos após a morte de Keynes, em outra era de crise financeira e ameaça de depressão econômica, é mais fácil para nós entendermos o que continua relevante em seus ensinamentos.
Eu vejo três lições gerais.
A primeira, que foi apresentada por Minsky, é que não devemos levar a sério as pretensões dos financistas. "Um banqueiro sério, a propósito, não é aquele que prevê o risco e o evita, mas aquele que, quando está arruinado, está arruinado de forma convencional, juntamente com seus colegas, para que ninguém realmente possa culpá-lo." Logo, ele não nutria a noção de "eficiência dos mercados".
A segunda lição é a de que a economia não pode ser analisada da mesma forma que uma empresa individual. Para uma empresa individual, faz sentido cortar custos. Se o mundo tentar fazê-lo, ele apenas encolherá a demanda. Um indivíduo pode não gastar toda sua renda. Mas o mundo deve.
A terceira e mais importante lição é de que não se deve tratar a economia como um conto moral. Nos anos 30, duas visões ideológicas opostas eram oferecidas: a austríaca; e a socialista. Os austríacos -Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek- argumentavam que um purgar dos excessos dos anos 20 era necessário. Os socialistas argumentavam que o socialismo era necessário para substituir o capitalismo fracassado. Essas visões eram baseadas em religiões seculares alternativas: a primeira, na visão de que o comportamento individual em busca do interesse próprio garante uma ordem econômica estável; o segundo na idéia de que a motivação idêntica pode levar apenas à exploração, instabilidade e crise.
A genialidade de Keynes -uma bastante inglesa- foi insistir que devemos abordar um sistema econômico não como um conto moral, mas como um desafio técnico. Ele desejava preservar o máximo de liberdade possível, reconhecendo ao mesmo tempo que o Estado mínimo era inaceitável para uma sociedade democrática com uma economia urbanizada. Ele desejava preservar uma economia de mercado, sem acreditar que o laissez-faire deixa tudo melhor no melhor de todos os mundos possíveis.
Este mesmo debate moralista está presente novamente. Os "liquidacionistas" contemporâneos insistem que um colapso deve levar ao renascimento de uma economia purificada. Seus oponentes de esquerda argumentam que a era dos mercados acabou. E até mesmo eu desejo ver a punição dos alquimistas financeiros que alegavam que uma dívida cada vez maior transforma o chumbo econômico em ouro.
Mas Keynes insistia que essas abordagens eram tolas. Os mercados não são nem infalíveis nem dispensáveis. Eles são a base de uma economia produtiva e da liberdade individual. Mas eles também podem errar seriamente, de forma que devem ser administrados com cuidado. A eleição de Obama certamente reflete um desejo por esse pragmatismo. Nem Ron Paul, o libertário, nem Ralph Nader, na esquerda, chegaram a algum lugar. Logo, a tarefa para este novo governo é liderar os Estados Unidos e o mundo na direção de uma solução pragmática para a crise econômica global que enfrentamos atualmente.
A tarefa urgente é devolver a saúde à economia mundial.
O desafio a curto prazo é sustentar a demanda agregada, como Keynes teria recomendado. Também importante será o financiamento direto pelo banco central dos tomadores de empréstimos. É evidente que grande parte do fardo recairá sobre os Estados Unidos, em grande parte por causa dos europeus, japoneses e mesmo os chineses serem inertes demais, complacentes demais, ou fraco demais. Dada a correção nos gastos dos lares que está em andamento nos países deficitários, este período de altos gastos do governo provavelmente durará anos. Ao mesmo tempo, um grande esforço deve ser feito para purgar os balancetes dos lares e do sistema financeiro. Um swap de dívida por participação acionária certamente será necessário.
O desafio a longo prazo é forçar um reequilíbrio da demanda global. Os países deficitários não podem esperar gastar até a falência, enquanto os países com superávit condenam como dissipação os gastos com os quais seus exportadores se beneficiam tanto. Na tentativa necessária de reconstruir a ordem econômica global, na qual este novo governo deve se concentrar, esta será a questão central. É o que o próprio Keynes tinha em mente quando apresentou suas idéias para o sistema monetário do pós-guerra na conferência de Bretton Woods, em 1944.
Não menos pragmática deve ser a tentativa de construir um novo sistema de regulamentação financeira global e uma abordagem para apolíticas monetárias que coíbam os "booms" de crédito e as bolhas de ativos. Como Minsky deixou claro, não existe nenhuma resposta permanente. Mas o reconhecimento da fragilidade sistêmica de um sistema financeiro complexo seria um bom começo.
Como foi o caso nos anos 30, nós também temos uma escolha: é lidar com estes desafios de modo cooperativo e pragmático ou permitir que os alertas ideológicos e o egoísmo nos obstruam. O objetivo também é claro: preservar uma economia mundial aberta e razoavelmente estável, que ofereça oportunidade para o máximo possível da humanidade. Nós fizemos um trabalho perturbadoramente ruim nesta área nos últimos anos. Nós temos que fazer melhor. Nós podemos fazê-lo, desde que abordemos a tarefa em um espírito de humildade e pragmatismo, livres dos alertas ideológicos.
Como Oscar Wilde poderia ter dito, na economia, a verdade raramente é pura e nunca é simples. Esta é, para mim, a maior lição desta crise. Também é aquela que o próprio Keynes ainda ensina."
Fonte:Martin Wolf, FT.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
For the Time Being: A Christmas Oratorio, W. H. Auden
III
Well, so that is that.
Now we must dismantle the tree,
Putting the decorations back into their cardboard boxes -
Some have got broken - and carrying them up to the attic.
The holly and the mistletoe must be taken down and burnt,
And the children got ready for school. There are enough
Left-overs to do, warmed-up, for the rest of the week -
Not that we have much appetite, having drunk such a lot,
Stayed up so late, attempted - quite unsuccessfully -
To love all of our relatives, and in general
Grossly overestimated our powers. Once again
As in previous years we have seen the actual Vision and failed
To do more than entertain it as an agreeable
Possibility, once again we have sent Him away,
Begging though to remain His disobedient servant,
The promising child who cannot keep His word for long.
The Christmas Feast is already a fading memory,
And already the mind begins to be vaguely aware
Of an unpleasant whiff of apprehension at the thought
Of Lent and Good Friday which cannot, after all, now
Be very far off. But, for the time being, here we all are,
Back in the moderate Aristotelian city
Of darning and the Eight-Fifteen, where Euclid’s geometry
And Newton’s mechanics would account for our experience,
And the kitchen table exists because I scrub it.
It seems to have shrunk during the holidays. The streets
Are much narrower than we remembered; we had forgotten
The office was as depressing as this. To those who have seen
The Child, however dimly, however incredulously,
The Time Being is, in a sense, the most trying time of all.
For the innocent children who whispered so excitedly
Outside the locked door where they knew the presents to be
Grew up when it opened. Now, recollecting that moment
We can repress the joy, but the guilt remains conscious;
Remembering the stable where for once in our lives
Everything became a You and nothing was an It.
And craving the sensation but ignoring the cause,
We look round for something, no matter what, to inhibit
Our self-reflection, and the obvious thing for that purpose
Would be some great suffering. So, once we have met the Son,
We are tempted ever after to pray to the Father;
“Lead us into temptation and evil for our sake.”
They will come, all right, don’t worry; probably in a form
That we do not expect, and certainly with a force
More dreadful than we can imagine. In the meantime
There are bills to be paid, machines to keep in repair,
Irregular verbs to learn, the Time Being to redeem
From insignificance. The happy morning is over,
The night of agony still to come; the time is noon:
When the Spirit must practice his scales of rejoicing
Without even a hostile audience, and the Soul endure
A silence that is neither for nor against her faith
That God’s Will will be done,
That, in spite of her prayers,
God will cheat no one, not even the world of its triumph.
IV
CHORUS
He is the Way.
Follow Him through the Land of Unlikeness;
You will see rare beasts, and have unique adventures.
He is the Truth.
Seek Him in the Kingdom of Anxiety;
You will come to a great city that has expected your return for years.
He is the Life.
Love Him in the World of the Flesh;
And at your marriage all its occasions shall dance for joy.
Well, so that is that.
Now we must dismantle the tree,
Putting the decorations back into their cardboard boxes -
Some have got broken - and carrying them up to the attic.
The holly and the mistletoe must be taken down and burnt,
And the children got ready for school. There are enough
Left-overs to do, warmed-up, for the rest of the week -
Not that we have much appetite, having drunk such a lot,
Stayed up so late, attempted - quite unsuccessfully -
To love all of our relatives, and in general
Grossly overestimated our powers. Once again
As in previous years we have seen the actual Vision and failed
To do more than entertain it as an agreeable
Possibility, once again we have sent Him away,
Begging though to remain His disobedient servant,
The promising child who cannot keep His word for long.
The Christmas Feast is already a fading memory,
And already the mind begins to be vaguely aware
Of an unpleasant whiff of apprehension at the thought
Of Lent and Good Friday which cannot, after all, now
Be very far off. But, for the time being, here we all are,
Back in the moderate Aristotelian city
Of darning and the Eight-Fifteen, where Euclid’s geometry
And Newton’s mechanics would account for our experience,
And the kitchen table exists because I scrub it.
It seems to have shrunk during the holidays. The streets
Are much narrower than we remembered; we had forgotten
The office was as depressing as this. To those who have seen
The Child, however dimly, however incredulously,
The Time Being is, in a sense, the most trying time of all.
For the innocent children who whispered so excitedly
Outside the locked door where they knew the presents to be
Grew up when it opened. Now, recollecting that moment
We can repress the joy, but the guilt remains conscious;
Remembering the stable where for once in our lives
Everything became a You and nothing was an It.
And craving the sensation but ignoring the cause,
We look round for something, no matter what, to inhibit
Our self-reflection, and the obvious thing for that purpose
Would be some great suffering. So, once we have met the Son,
We are tempted ever after to pray to the Father;
“Lead us into temptation and evil for our sake.”
They will come, all right, don’t worry; probably in a form
That we do not expect, and certainly with a force
More dreadful than we can imagine. In the meantime
There are bills to be paid, machines to keep in repair,
Irregular verbs to learn, the Time Being to redeem
From insignificance. The happy morning is over,
The night of agony still to come; the time is noon:
When the Spirit must practice his scales of rejoicing
Without even a hostile audience, and the Soul endure
A silence that is neither for nor against her faith
That God’s Will will be done,
That, in spite of her prayers,
God will cheat no one, not even the world of its triumph.
IV
CHORUS
He is the Way.
Follow Him through the Land of Unlikeness;
You will see rare beasts, and have unique adventures.
He is the Truth.
Seek Him in the Kingdom of Anxiety;
You will come to a great city that has expected your return for years.
He is the Life.
Love Him in the World of the Flesh;
And at your marriage all its occasions shall dance for joy.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Why Should Economists Study Economic History?
Interessante reflexão do J.Bradford DeLong, professor of economics at the University of California at Berkeley, sobre a História Econômica. Observe que ele a considera uma subdisciplina da Economia e, naturalmente, as razões para estuda-la, se voce possui formação em economia, é diferente das do historiador.
"Jan de Vries ran our first Econ 210a class yesterday--"Introduction to Economnic History" for the first-year Ph.D. students in economics. He spent more time than I had in the past on what he called "apologetics"--outlining why we were requiring first-year Ph.D. students in economics to take an economic history course--and he gave a historian's answer to that question: a narrative, a particular individual story, a talk about the formation of the social sciences and the rise and fall of positivism and the subsequent vicissitudes of economic history as a subdiscipline within economics.
It struck me after the class that I should have taken up a bit of time to give the economist's answer to the question of why we make first-year Ph.D. students take economic history. I think it goes roughly as follows:
Economics is the hyper-positivist of social science disciplines: believing that everything of interest can be reduced to law-like theoretical and empirical propositions modeled after classical mechanics; that what cannot be reliably, repeatedly, quantitatively, and empirically demonstrated does not really exist as knowledge; that the only good social science is a deductive, analytical, model-based, general, experimental science.
But this misses a lot. Because we are people like those whom we study, we have psychological access to our subjects' internal decision-making processes and motivations at a level that we cannot obtain from market price-quantity data. There is lots of interest that happens once and only once. Natural experiments are rare, and so if we restrict ourselves to positivist tools alone much is underidentified. The individuals' preferences--the "tastes" part of "tastes and technologies" are not primitive but are themselves the result of long and complex historical, sociological, psychological, and--yes--economic processes. You need thickly-described case studies and anecdotes looking out from people's insides before you can tell if your statistical results mean what you assert they mean.
Most important, every piece of economic theory is ultimately a piece of crystalized history. And you have a much deeper and more sophisticated knowledge if you know the history that led people to think that elaborating these particular theories was worth doing. If you just do the crystalized stuff--well, there is a sense in which your thought processes are then on crack, unable to properly process and reflect on the systems of analysis you are using.
Of course, there is a parallel answer to the question of why historians should be forced to take economic history courses. It has, I think, two parts. First, certainly since 1800 and perhaps since 1500, what is most extraordinary and salient about our global society is primarily economic and scientific, so you cannot do post-1500 history without knowing economics anymore than you can do early Byzantine history without knowing theology.
Second, just as every piece of theory is ultimately crystalized history, so every individual historical narrative or judgment is based on a web of implicit social science theories. And your knowledge of the past is inadequate if you do not understand your implicit social science theories critically enough to be expert users of them."
"Jan de Vries ran our first Econ 210a class yesterday--"Introduction to Economnic History" for the first-year Ph.D. students in economics. He spent more time than I had in the past on what he called "apologetics"--outlining why we were requiring first-year Ph.D. students in economics to take an economic history course--and he gave a historian's answer to that question: a narrative, a particular individual story, a talk about the formation of the social sciences and the rise and fall of positivism and the subsequent vicissitudes of economic history as a subdiscipline within economics.
It struck me after the class that I should have taken up a bit of time to give the economist's answer to the question of why we make first-year Ph.D. students take economic history. I think it goes roughly as follows:
Economics is the hyper-positivist of social science disciplines: believing that everything of interest can be reduced to law-like theoretical and empirical propositions modeled after classical mechanics; that what cannot be reliably, repeatedly, quantitatively, and empirically demonstrated does not really exist as knowledge; that the only good social science is a deductive, analytical, model-based, general, experimental science.
But this misses a lot. Because we are people like those whom we study, we have psychological access to our subjects' internal decision-making processes and motivations at a level that we cannot obtain from market price-quantity data. There is lots of interest that happens once and only once. Natural experiments are rare, and so if we restrict ourselves to positivist tools alone much is underidentified. The individuals' preferences--the "tastes" part of "tastes and technologies" are not primitive but are themselves the result of long and complex historical, sociological, psychological, and--yes--economic processes. You need thickly-described case studies and anecdotes looking out from people's insides before you can tell if your statistical results mean what you assert they mean.
Most important, every piece of economic theory is ultimately a piece of crystalized history. And you have a much deeper and more sophisticated knowledge if you know the history that led people to think that elaborating these particular theories was worth doing. If you just do the crystalized stuff--well, there is a sense in which your thought processes are then on crack, unable to properly process and reflect on the systems of analysis you are using.
Of course, there is a parallel answer to the question of why historians should be forced to take economic history courses. It has, I think, two parts. First, certainly since 1800 and perhaps since 1500, what is most extraordinary and salient about our global society is primarily economic and scientific, so you cannot do post-1500 history without knowing economics anymore than you can do early Byzantine history without knowing theology.
Second, just as every piece of theory is ultimately crystalized history, so every individual historical narrative or judgment is based on a web of implicit social science theories. And your knowledge of the past is inadequate if you do not understand your implicit social science theories critically enough to be expert users of them."
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Fiscal policy and the burden of proof
Com o aprofundamento da crise econômica nos Estados Unidos, a política fiscal, argumentam vários economistas , é o único instrumento que ainda pode evitar que situação torne-se ainda pior. Poucos economistas, com prestigio acadêmico, discordam desta avaliação, entre eles encontra-se o Tyler Cowen. Abaixo publicamos um post recente do seu blog, marginal revolution.com
"I'd like to drive home the point that the case for fiscal policy has not yet been made by its advocates (the rest is under the fold)...
I believe that most current advocates of a huge fiscal stimulus have two major arguments in mind. The first is that "when resources are unemployed, in principle government spending can put them back to work, times are dire so we need this." The second is the Galbraithian point that public sector expenditure has been starved for a long time so in principle there are plenty of good ways to spend money through government. In the predominant mental model on this topic, it is believed either of these arguments suffices to justify a large fiscal stimulus. In the debates I sometimes find that when one claim is criticized there is a mental switch back to the other.
Don't let those switches distract you. My point is simple: it is very hard to find examples of successful fiscal stimulus driving an economic recovery. Ever. This should be a sobering fact. The New Deal doesn't count because fiscal policy wasn't very expansionary then. American participation in World War II doesn't count. Nazi Germany during the 1930s doesn't count. (Read Matt Yglesias's response; the point however is that maybe Hitler couldn't have easily spent the money on something else in a rapid and effective fashion; if he could have they why can't we find more examples of a fiscal-policy lead recovery elsewhere?). I'll cover Japan in the 1990s and other examples soon.
Don't be mesmerized by a static, aggregated AD-AS diagram into thinking surely it must be easy. Whether the government can target unemployed resources effectively, and deliver the right stimulus in time, is a major question and so far the evidence isn't so convincing. Keep in mind there are good reasons why truly major fiscal stimulus hasn't been tried very often.
Here's Free Exchange on the research behind fiscal policy. They write:
Today, Mr Cowen links to a(nother) piece of macro research on stimulus multipliers that finds in favour of tax cuts before declaring that "the science isn't there", to support deficit spending as stimulus.
The point is not that I think tax cuts are much better than government spending as stimulus; I don't. The NBER piece I cited considers the possibility that tax cuts bring a multiplier of as large as five. I say no way. The point is not to argue for tax cuts. The point is to note that this is the best research that the highly reputable NBER can come up with on the topic. What does that say about prevailing standards of evidence and proof in the area as a whole? It means they are very weak and that we know very little. This is not "the evil and corrupt WSJ Op-Ed page," this is the NBER and the researchers have done as good a job as others on this topic or maybe better. And what they have produced still isn't very believable.
The bottom line is this: we are being asked to believe that a big, trillion or even multi-trillion fiscal stimulus can boost the current macroeconomy. If you look at history, there isn't good reason to believe that. Any single example, such as the Nazis, can be knocked down for lack of relevance or lack of correspondence to current conditions. Fair enough. But the burden of proof isn't on the skeptics. It's up to the advocates of the trillion dollar expenditure to come up with the convincing examples of a fiscal-led recovery. Right now we're mostly at "It wasn't really tried." And then a mental retreat back into the notion that surely good public sector project opportunities are out there.
So what you have is the possibility of faith -- or lack thereof -- that our government will spend this money well.
And that is under "emergency" conditions, with great haste ("use it or lose it"), with a Congress eager to flex its muscle, and with more or less one-party rule.
For me, that's not enough"
"I'd like to drive home the point that the case for fiscal policy has not yet been made by its advocates (the rest is under the fold)...
I believe that most current advocates of a huge fiscal stimulus have two major arguments in mind. The first is that "when resources are unemployed, in principle government spending can put them back to work, times are dire so we need this." The second is the Galbraithian point that public sector expenditure has been starved for a long time so in principle there are plenty of good ways to spend money through government. In the predominant mental model on this topic, it is believed either of these arguments suffices to justify a large fiscal stimulus. In the debates I sometimes find that when one claim is criticized there is a mental switch back to the other.
Don't let those switches distract you. My point is simple: it is very hard to find examples of successful fiscal stimulus driving an economic recovery. Ever. This should be a sobering fact. The New Deal doesn't count because fiscal policy wasn't very expansionary then. American participation in World War II doesn't count. Nazi Germany during the 1930s doesn't count. (Read Matt Yglesias's response; the point however is that maybe Hitler couldn't have easily spent the money on something else in a rapid and effective fashion; if he could have they why can't we find more examples of a fiscal-policy lead recovery elsewhere?). I'll cover Japan in the 1990s and other examples soon.
Don't be mesmerized by a static, aggregated AD-AS diagram into thinking surely it must be easy. Whether the government can target unemployed resources effectively, and deliver the right stimulus in time, is a major question and so far the evidence isn't so convincing. Keep in mind there are good reasons why truly major fiscal stimulus hasn't been tried very often.
Here's Free Exchange on the research behind fiscal policy. They write:
Today, Mr Cowen links to a(nother) piece of macro research on stimulus multipliers that finds in favour of tax cuts before declaring that "the science isn't there", to support deficit spending as stimulus.
The point is not that I think tax cuts are much better than government spending as stimulus; I don't. The NBER piece I cited considers the possibility that tax cuts bring a multiplier of as large as five. I say no way. The point is not to argue for tax cuts. The point is to note that this is the best research that the highly reputable NBER can come up with on the topic. What does that say about prevailing standards of evidence and proof in the area as a whole? It means they are very weak and that we know very little. This is not "the evil and corrupt WSJ Op-Ed page," this is the NBER and the researchers have done as good a job as others on this topic or maybe better. And what they have produced still isn't very believable.
The bottom line is this: we are being asked to believe that a big, trillion or even multi-trillion fiscal stimulus can boost the current macroeconomy. If you look at history, there isn't good reason to believe that. Any single example, such as the Nazis, can be knocked down for lack of relevance or lack of correspondence to current conditions. Fair enough. But the burden of proof isn't on the skeptics. It's up to the advocates of the trillion dollar expenditure to come up with the convincing examples of a fiscal-led recovery. Right now we're mostly at "It wasn't really tried." And then a mental retreat back into the notion that surely good public sector project opportunities are out there.
So what you have is the possibility of faith -- or lack thereof -- that our government will spend this money well.
And that is under "emergency" conditions, with great haste ("use it or lose it"), with a Congress eager to flex its muscle, and with more or less one-party rule.
For me, that's not enough"
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Ipea sob risco
Não é a primeira vez que uma decisão do Ipea é motivo de controvérsia. Algo semelhante já havia ocorrido durante a Administração FHC. No governo anterior, o problema era o peso conferido aos alunos de uma certa instituição famosa pela sua oposição a formação quantitativa( modelagem matemática e econometria) na pós graduação. A posição do Ipea, neste caso, me parecia correta, afinal ele é um Instituto dedicado a pesquisa empírica. Na controvérsia atual, o Instituto cometeu um grave equivoco ao não exigir conhecimento de econometria e nivelar por baixo o conhecimento de economia.
"Caminha a passos largos a reformulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), abrigado na Secretaria de Assuntos Estratégicos, do ministro Roberto Mangabeira Unger. Infelizmente trata-se de uma mudança para pior.
Desde a posse do economista Marcio Pochmann na presidência do órgão, em agosto de 2007, diversas medidas ameaçam a imagem de isenção e excelência técnica da repartição governamental, que conta com mais de 40 anos de tradição.
Publicações de referência foram modificadas -como o Boletim de Conjuntura. Foram afastados economistas que não se alinhavam à doutrina de Pochmann. O último lance nessa direção foi o recente concurso público para a seleção de 62 novos pesquisadores.
Em vez de ater-se a conteúdos objetivos, a prova incluiu testes que requeriam posicionamento ideológico sobre projetos defendidos pelo governo e pelo PT. Candidatos deveriam aderir a pregações contra o "neoliberalismo" e a globalização.
As transformações implementadas por Pochmann têm outros aspectos questionáveis. Com remunerações generosas oferecidas aos ingressantes, os princípios de progressão na carreira ou de promoção baseada em mérito ficam prejudicados.
Salários iniciais de R$ 10,9 mil deixam pouca margem para a evolução na carreira. A remuneração atraiu grande número de interessados, mas não necessariamente familiarizados com as exigências de um instituto de pesquisa econômica: o pré-
requisito da seleção era o diploma de graduação em qualquer área de conhecimento.
Assim, o maior e mais heterodoxo concurso da história da instituição reuniu quase 13 mil inscritos. Para um dos 15 cargos oferecidos, houve 308 candidatos por vaga.
A introdução de um filtro ideológico para a admissão à instituição se opõe ao espírito de impessoalidade e profissionalismo que deve reger a administração pública. O Ipea é um órgão técnico destinado à análise metódica de problemas econômicos e sociais, capaz de respaldar a formulação de políticas públicas. Deve privilegiar a excelência na formação de seus quadros, independentemente de afinidades partidárias ou convicções dogmáticas.
O corpo de economistas e analistas de um instituto de pesquisa econômica e social aplicada precisa ser plural, gozar de autonomia e liberdade de pensamento. A natureza de seu trabalho é incompatível com a censura ou a implantação de uma única linha de pensamento.
Com a mudança em curso, a direção do Ipea coloca em risco um prolongado investimento institucional, responsável pela credibilidade que o órgão granjeou."
Fonte: editorial da FSP de 23.12.08
"Caminha a passos largos a reformulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), abrigado na Secretaria de Assuntos Estratégicos, do ministro Roberto Mangabeira Unger. Infelizmente trata-se de uma mudança para pior.
Desde a posse do economista Marcio Pochmann na presidência do órgão, em agosto de 2007, diversas medidas ameaçam a imagem de isenção e excelência técnica da repartição governamental, que conta com mais de 40 anos de tradição.
Publicações de referência foram modificadas -como o Boletim de Conjuntura. Foram afastados economistas que não se alinhavam à doutrina de Pochmann. O último lance nessa direção foi o recente concurso público para a seleção de 62 novos pesquisadores.
Em vez de ater-se a conteúdos objetivos, a prova incluiu testes que requeriam posicionamento ideológico sobre projetos defendidos pelo governo e pelo PT. Candidatos deveriam aderir a pregações contra o "neoliberalismo" e a globalização.
As transformações implementadas por Pochmann têm outros aspectos questionáveis. Com remunerações generosas oferecidas aos ingressantes, os princípios de progressão na carreira ou de promoção baseada em mérito ficam prejudicados.
Salários iniciais de R$ 10,9 mil deixam pouca margem para a evolução na carreira. A remuneração atraiu grande número de interessados, mas não necessariamente familiarizados com as exigências de um instituto de pesquisa econômica: o pré-
requisito da seleção era o diploma de graduação em qualquer área de conhecimento.
Assim, o maior e mais heterodoxo concurso da história da instituição reuniu quase 13 mil inscritos. Para um dos 15 cargos oferecidos, houve 308 candidatos por vaga.
A introdução de um filtro ideológico para a admissão à instituição se opõe ao espírito de impessoalidade e profissionalismo que deve reger a administração pública. O Ipea é um órgão técnico destinado à análise metódica de problemas econômicos e sociais, capaz de respaldar a formulação de políticas públicas. Deve privilegiar a excelência na formação de seus quadros, independentemente de afinidades partidárias ou convicções dogmáticas.
O corpo de economistas e analistas de um instituto de pesquisa econômica e social aplicada precisa ser plural, gozar de autonomia e liberdade de pensamento. A natureza de seu trabalho é incompatível com a censura ou a implantação de uma única linha de pensamento.
Com a mudança em curso, a direção do Ipea coloca em risco um prolongado investimento institucional, responsável pela credibilidade que o órgão granjeou."
Fonte: editorial da FSP de 23.12.08
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Anatomy of a Meltdown
Ótima reportagem, do John Cassidy, na New Yorker, sobre Bernanke e a crise econômica. É o tipo de trabalho que voce encontra somente nesta revista e algumas outras. Todas, naturalmente, americanas. Reportagens longas e revistas brasileiras é uma combinação impossível.
Some are born radical. Some are made radical. And some have radicalism thrust upon them. That is the way with Ben Bernanke, as he struggles to rescue the American financial system from collapse. Early every morning, weekends included, Bernanke arrives at the headquarters of the Federal Reserve, an austere white marble pile on Constitution Avenue in Foggy Bottom. The Fed, which is as hushed inside as a mausoleum, is a place of establishment reserve. Its echoing hallways are lined with sombre paintings. The office occupied by Bernanke, a soft-spoken fifty-four-year-old former professor, has high ceilings, several shelves of economics textbooks, and, on the desk, a black Bloomberg terminal. On a shelf in a nearby closet sits a scruffy gym bag, which in calmer days Bernanke took to the Fed gym, where he played pickup basketball with his staffers.
At Princeton, where Bernanke taught economics for many years, he was known for his retiring manner and his statistics-laden research on the Great Depression. For more than a year after he was appointed by President George W. Bush to chair the Fed, in February, 2006, he faithfully upheld the policies of his immediate predecessor, the charismatic free-market conservative Alan Greenspan, and he adhered to the central bank’s formal mandates: controlling inflation and maintaining employment. But since the market for subprime mortgages collapsed, in the summer of 2007, the growing financial crisis has forced Bernanke to intervene on Wall Street in ways never before contemplated by the Fed. He has slashed interest rates, established new lending programs, extended hundreds of billions of dollars to troubled financial firms, bought debt issued by industrial corporations such as General Electric, and even taken distressed mortgage assets onto the Fed’s books. (In March, to facilitate the takeover by J. P. Morgan of Bear Stearns, a Wall Street investment bank that was facing bankruptcy, the Fed acquired twenty-nine billion dollars’ worth of Bear Stearns’s bad mortgage assets.) These moves hardly amount to a Marxist revolution, but, in the eyes of many economists, including supporters and opponents of the measures, they represent a watershed in American economic and political history. Ben Bernanke, who seemed to have been selected as much for his predictability as for his economic expertise, is now engaged in the boldest use of the Fed’s authority since its inception, in 1913.
Para ler a reporagem completa clique aqui
Some are born radical. Some are made radical. And some have radicalism thrust upon them. That is the way with Ben Bernanke, as he struggles to rescue the American financial system from collapse. Early every morning, weekends included, Bernanke arrives at the headquarters of the Federal Reserve, an austere white marble pile on Constitution Avenue in Foggy Bottom. The Fed, which is as hushed inside as a mausoleum, is a place of establishment reserve. Its echoing hallways are lined with sombre paintings. The office occupied by Bernanke, a soft-spoken fifty-four-year-old former professor, has high ceilings, several shelves of economics textbooks, and, on the desk, a black Bloomberg terminal. On a shelf in a nearby closet sits a scruffy gym bag, which in calmer days Bernanke took to the Fed gym, where he played pickup basketball with his staffers.
At Princeton, where Bernanke taught economics for many years, he was known for his retiring manner and his statistics-laden research on the Great Depression. For more than a year after he was appointed by President George W. Bush to chair the Fed, in February, 2006, he faithfully upheld the policies of his immediate predecessor, the charismatic free-market conservative Alan Greenspan, and he adhered to the central bank’s formal mandates: controlling inflation and maintaining employment. But since the market for subprime mortgages collapsed, in the summer of 2007, the growing financial crisis has forced Bernanke to intervene on Wall Street in ways never before contemplated by the Fed. He has slashed interest rates, established new lending programs, extended hundreds of billions of dollars to troubled financial firms, bought debt issued by industrial corporations such as General Electric, and even taken distressed mortgage assets onto the Fed’s books. (In March, to facilitate the takeover by J. P. Morgan of Bear Stearns, a Wall Street investment bank that was facing bankruptcy, the Fed acquired twenty-nine billion dollars’ worth of Bear Stearns’s bad mortgage assets.) These moves hardly amount to a Marxist revolution, but, in the eyes of many economists, including supporters and opponents of the measures, they represent a watershed in American economic and political history. Ben Bernanke, who seemed to have been selected as much for his predictability as for his economic expertise, is now engaged in the boldest use of the Fed’s authority since its inception, in 1913.
Para ler a reporagem completa clique aqui
domingo, 21 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
Esquerda e direita
Esquerda ou Direita? Para alguns a distinção não faz sentido, seria historicamente superada. Estranho, mas este discurso sempre saia da boca de quem seria, na Europa e nos USA considerado de direita. Mas afinal o que é ser de direita? Não sei, mas a cobertura da Fox News é uma boa indicação do discurso de direita americano e é uma boa proxy para os nativos do grande bananão.
A reação contra os governos da Bolivia e do Equador, por ex. é claramente de direita. O comportamento não é nenhum pouco diferente da reação dos americanos à políticas/medidas semelhantes do governo brasileiro em um passado não tão distante. Tão pouco é a critica a ajuda a outros paises em detrimento de regiões brasileiras. Neste caso trata-se do velho e conhecido discurso nacionalista caracteristico da direita europeia: europa para os europeus é traduzido em Brasil para os brasileiros. O desejo contido, por enquanto, é invadir a Bolivia, o Equador, Venezuela e coloca-los no seu devido lugar. Pra mim isto é pratica/discursos da direita.
A reação contra os governos da Bolivia e do Equador, por ex. é claramente de direita. O comportamento não é nenhum pouco diferente da reação dos americanos à políticas/medidas semelhantes do governo brasileiro em um passado não tão distante. Tão pouco é a critica a ajuda a outros paises em detrimento de regiões brasileiras. Neste caso trata-se do velho e conhecido discurso nacionalista caracteristico da direita europeia: europa para os europeus é traduzido em Brasil para os brasileiros. O desejo contido, por enquanto, é invadir a Bolivia, o Equador, Venezuela e coloca-los no seu devido lugar. Pra mim isto é pratica/discursos da direita.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Tudo que é solido desmancha no ar
Acabei de ler a noticia... Alguma forma de ajuda ao setor era inevitável, já que a alternativa - a solução de mercado- implicaria em um enorme custo social, inaceitável ate mesmo na terra do cowboy solitário. Isto para não falarmos do impacto psicológico da quebradeira sobre o agente econômico, o que aprofundária ainda mais a crise. Naturalmente o socorro é condição necessária, porem, não suficiente, para a sobrevivencia dessas empresas. Os problemas que elas enfrentam foram agravados pela crise, mas não por ela criados e sua solução requer mudanças dificéis, porque implicam em alterações significativas na cultura empresarial americana. E isto requer tempo.
O aprofundamento da crise e os pacotes de ajuda a este ou aquele setor, ainda que necessário e plenamente justificável, acabam por funcionar como incentivo para solicitação de socorro por outros setores, numa espiral que não sabemos onde termina, mas que, naturalmente, possui um limite. É verdade que o Estado poderá continuar a emitir moeda, mas sua atratividade internacional poderá, naturalmente, declinar.
* * * *
"O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira um plano de ajuda aos fabricantes de automóveis americanos que pode chegar a US$ 17,4 bilhões. Este dinheiro faz parte do pacote de US$ 700 bilhões que já havia sido aprovado em setembro para resgatar o setor financeiro do país.
"Temos que livrar os americanos da crise no mercado de trabalho em um momento que não está favorável", disse em pronunciamento nesta sexta-feira.
Desse valor, está garantido que as montadoras receberão US$ 13,4 bilhões em dezembro e janeiro. Os demais US$ 4 bilhões serão condicionados a uma segunda parcela do pacote aprovado pelo Congresso.
Os empréstimos terão que ser devolvidos se as montadoras não se mostrarem viáveis até 31 de março. As montadoras não poderão conceder novos dividendos enquanto estiverem devendo para o governo.
As montadoras terão que pagar ao governo e mostrar que estão saudáveis e podem continuar operando", afirmou.
Bush afirmou que o resgate foi decidido considerando que existe dois grandes riscos para os EUA. O primeiro, disse ele, é a falência desestruturada do setor automobilístico. E o segundo é uma grave crise no mercado de trabalho, o que pioraria a turbulência que o páis já está vivendo.
"Isso faria com que Obama enfrentasse uma crise gravíssima logo nos primeiros dias de seu mandato", disse.
Tanto a GM quanto a Chrysler foram forçadas a paralizar fábricas e demitir milhares de trabalhadores por toda a América do Norte à medida que tentam levantar capital, e alertaram que poderão ir à falência se não puderem contar com assistência federal.
A Ford, em situação menos problemática, pede uma linha de crédito que poderá ser utilizada se suas finanças ficarem pior que o esperado em 2009.
Os três gigantes do setor automotivo dos Estados Unidos empregam, juntos, 240 mil pessoas diretamente. Com a inclusão dos postos de trabalho indiretos, a exemplo de autopeças, outros fornecedores e concessionárias, o setor representa 2,2 milhões de empregos e US$ 65 bilhões anuais em salários. A indústria afirma que é responsável por 10% dos empregos norte-americanos"
Fonte: uol
O aprofundamento da crise e os pacotes de ajuda a este ou aquele setor, ainda que necessário e plenamente justificável, acabam por funcionar como incentivo para solicitação de socorro por outros setores, numa espiral que não sabemos onde termina, mas que, naturalmente, possui um limite. É verdade que o Estado poderá continuar a emitir moeda, mas sua atratividade internacional poderá, naturalmente, declinar.
* * * *
"O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira um plano de ajuda aos fabricantes de automóveis americanos que pode chegar a US$ 17,4 bilhões. Este dinheiro faz parte do pacote de US$ 700 bilhões que já havia sido aprovado em setembro para resgatar o setor financeiro do país.
"Temos que livrar os americanos da crise no mercado de trabalho em um momento que não está favorável", disse em pronunciamento nesta sexta-feira.
Desse valor, está garantido que as montadoras receberão US$ 13,4 bilhões em dezembro e janeiro. Os demais US$ 4 bilhões serão condicionados a uma segunda parcela do pacote aprovado pelo Congresso.
Os empréstimos terão que ser devolvidos se as montadoras não se mostrarem viáveis até 31 de março. As montadoras não poderão conceder novos dividendos enquanto estiverem devendo para o governo.
As montadoras terão que pagar ao governo e mostrar que estão saudáveis e podem continuar operando", afirmou.
Bush afirmou que o resgate foi decidido considerando que existe dois grandes riscos para os EUA. O primeiro, disse ele, é a falência desestruturada do setor automobilístico. E o segundo é uma grave crise no mercado de trabalho, o que pioraria a turbulência que o páis já está vivendo.
"Isso faria com que Obama enfrentasse uma crise gravíssima logo nos primeiros dias de seu mandato", disse.
Tanto a GM quanto a Chrysler foram forçadas a paralizar fábricas e demitir milhares de trabalhadores por toda a América do Norte à medida que tentam levantar capital, e alertaram que poderão ir à falência se não puderem contar com assistência federal.
A Ford, em situação menos problemática, pede uma linha de crédito que poderá ser utilizada se suas finanças ficarem pior que o esperado em 2009.
Os três gigantes do setor automotivo dos Estados Unidos empregam, juntos, 240 mil pessoas diretamente. Com a inclusão dos postos de trabalho indiretos, a exemplo de autopeças, outros fornecedores e concessionárias, o setor representa 2,2 milhões de empregos e US$ 65 bilhões anuais em salários. A indústria afirma que é responsável por 10% dos empregos norte-americanos"
Fonte: uol
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Sailing To Byzantium , William Butler Yeats
I
That is no country for old men. The young
In one another's arms, birds in the trees
- Those dying generations - at their song,
The salmon-falls, the mackerel-crowded seas,
Fish, flesh, or fowl, commend all summer long
Whatever is begotten, born, and dies.
Caught in that sensual music all neglect
Monuments of unageing intellect.
II
An aged man is but a paltry thing,
A tattered coat upon a stick, unless
Soul clap its hands and sing, and louder sing
For every tatter in its mortal dress,
Nor is there singing school but studying
Monuments of its own magnificence;
And therefore I have sailed the seas and come
To the holy city of Byzantium.
III
O sages standing in God's holy fire
As in the gold mosaic of a wall,
Come from the holy fire, perne in a gyre,
And be the singing-masters of my soul.
Consume my heart away; sick with desire
And fastened to a dying animal
It knows not what it is; and gather me
Into the artifice of eternity.
IV
Once out of nature I shall never take
My bodily form from any natural thing,
But such a form as Grecian goldsmiths make
Of hammered gold and gold enamelling
To keep a drowsy Emperor awake;
Or set upon a golden bough to sing
To lords and ladies of Byzantium
Of what is past, or passing, or to come
That is no country for old men. The young
In one another's arms, birds in the trees
- Those dying generations - at their song,
The salmon-falls, the mackerel-crowded seas,
Fish, flesh, or fowl, commend all summer long
Whatever is begotten, born, and dies.
Caught in that sensual music all neglect
Monuments of unageing intellect.
II
An aged man is but a paltry thing,
A tattered coat upon a stick, unless
Soul clap its hands and sing, and louder sing
For every tatter in its mortal dress,
Nor is there singing school but studying
Monuments of its own magnificence;
And therefore I have sailed the seas and come
To the holy city of Byzantium.
III
O sages standing in God's holy fire
As in the gold mosaic of a wall,
Come from the holy fire, perne in a gyre,
And be the singing-masters of my soul.
Consume my heart away; sick with desire
And fastened to a dying animal
It knows not what it is; and gather me
Into the artifice of eternity.
IV
Once out of nature I shall never take
My bodily form from any natural thing,
But such a form as Grecian goldsmiths make
Of hammered gold and gold enamelling
To keep a drowsy Emperor awake;
Or set upon a golden bough to sing
To lords and ladies of Byzantium
Of what is past, or passing, or to come
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Capitalist Fools
Antes do Stiglitz "pop economist", havia um outro, excelente economista com contribuições importantes em diferentes áreas da teoria econômica. Com a crise, felizmente, o Stiglitz acadêmico está reaparecendo e a outra persona, aparentemente, foi deixada de lado, para tristeza da turma de sempre: aqueles que se passam por economista em barão geraldo, perdizes e alhures
There will come a moment when the most urgent threats posed by the credit crisis have eased and the larger task before us will be to chart a direction for the economic steps ahead. This will be a dangerous moment. Behind the debates over future policy is a debate over history—a debate over the causes of our current situation. The battle for the past will determine the battle for the present. So it’s crucial to get the history straight.
What were the critical decisions that led to the crisis? Mistakes were made at every fork in the road—we had what engineers call a “system failure,” when not a single decision but a cascade of decisions produce a tragic result. Let’s look at five key moments.
No. 1: Firing the Chairman
In 1987 the Reagan administration decided to remove Paul Volcker as chairman of the Federal Reserve Board and appoint Alan Greenspan in his place. Volcker had done what central bankers are supposed to do. On his watch, inflation had been brought down from more than 11 percent to under 4 percent. In the world of central banking, that should have earned him a grade of A+++ and assured his re-appointment. But Volcker also understood that financial markets need to be regulated. Reagan wanted someone who did not believe any such thing, and he found him in a devotee of the objectivist philosopher and free-market zealot Ayn Rand.
Greenspan played a double role. The Fed controls the money spigot, and in the early years of this decade, he turned it on full force. But the Fed is also a regulator. If you appoint an anti-regulator as your enforcer, you know what kind of enforcement you’ll get. A flood of liquidity combined with the failed levees of regulation proved disastrous.
Greenspan presided over not one but two financial bubbles. After the high-tech bubble popped, in 2000–2001, he helped inflate the housing bubble. The first responsibility of a central bank should be to maintain the stability of the financial system. If banks lend on the basis of artificially high asset prices, the result can be a meltdown—as we are seeing now, and as Greenspan should have known. He had many of the tools he needed to cope with the situation. To deal with the high-tech bubble, he could have increased margin requirements (the amount of cash people need to put down to buy stock). To deflate the housing bubble, he could have curbed predatory lending to low-income households and prohibited other insidious practices (the no-documentation—or “liar”—loans, the interest-only loans, and so on). This would have gone a long way toward protecting us. If he didn’t have the tools, he could have gone to Congress and asked for them.
Of course, the current problems with our financial system are not solely the result of bad lending. The banks have made mega-bets with one another through complicated instruments such as derivatives, credit-default swaps, and so forth. With these, one party pays another if certain events happen—for instance, if Bear Stearns goes bankrupt, or if the dollar soars. These instruments were originally created to help manage risk—but they can also be used to gamble. Thus, if you felt confident that the dollar was going to fall, you could make a big bet accordingly, and if the dollar indeed fell, your profits would soar. The problem is that, with this complicated intertwining of bets of great magnitude, no one could be sure of the financial position of anyone else—or even of one’s own position. Not surprisingly, the credit markets froze.
Here too Greenspan played a role. When I was chairman of the Council of Economic Advisers, during the Clinton administration, I served on a committee of all the major federal financial regulators, a group that included Greenspan and Treasury Secretary Robert Rubin. Even then, it was clear that derivatives posed a danger. We didn’t put it as memorably as Warren Buffett—who saw derivatives as “financial weapons of mass destruction”—but we took his point. And yet, for all the risk, the deregulators in charge of the financial system—at the Fed, at the Securities and Exchange Commission, and elsewhere—decided to do nothing, worried that any action might interfere with “innovation” in the financial system. But innovation, like “change,” has no inherent value. It can be bad (the “liar” loans are a good example) as well as good.
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There will come a moment when the most urgent threats posed by the credit crisis have eased and the larger task before us will be to chart a direction for the economic steps ahead. This will be a dangerous moment. Behind the debates over future policy is a debate over history—a debate over the causes of our current situation. The battle for the past will determine the battle for the present. So it’s crucial to get the history straight.
What were the critical decisions that led to the crisis? Mistakes were made at every fork in the road—we had what engineers call a “system failure,” when not a single decision but a cascade of decisions produce a tragic result. Let’s look at five key moments.
No. 1: Firing the Chairman
In 1987 the Reagan administration decided to remove Paul Volcker as chairman of the Federal Reserve Board and appoint Alan Greenspan in his place. Volcker had done what central bankers are supposed to do. On his watch, inflation had been brought down from more than 11 percent to under 4 percent. In the world of central banking, that should have earned him a grade of A+++ and assured his re-appointment. But Volcker also understood that financial markets need to be regulated. Reagan wanted someone who did not believe any such thing, and he found him in a devotee of the objectivist philosopher and free-market zealot Ayn Rand.
Greenspan played a double role. The Fed controls the money spigot, and in the early years of this decade, he turned it on full force. But the Fed is also a regulator. If you appoint an anti-regulator as your enforcer, you know what kind of enforcement you’ll get. A flood of liquidity combined with the failed levees of regulation proved disastrous.
Greenspan presided over not one but two financial bubbles. After the high-tech bubble popped, in 2000–2001, he helped inflate the housing bubble. The first responsibility of a central bank should be to maintain the stability of the financial system. If banks lend on the basis of artificially high asset prices, the result can be a meltdown—as we are seeing now, and as Greenspan should have known. He had many of the tools he needed to cope with the situation. To deal with the high-tech bubble, he could have increased margin requirements (the amount of cash people need to put down to buy stock). To deflate the housing bubble, he could have curbed predatory lending to low-income households and prohibited other insidious practices (the no-documentation—or “liar”—loans, the interest-only loans, and so on). This would have gone a long way toward protecting us. If he didn’t have the tools, he could have gone to Congress and asked for them.
Of course, the current problems with our financial system are not solely the result of bad lending. The banks have made mega-bets with one another through complicated instruments such as derivatives, credit-default swaps, and so forth. With these, one party pays another if certain events happen—for instance, if Bear Stearns goes bankrupt, or if the dollar soars. These instruments were originally created to help manage risk—but they can also be used to gamble. Thus, if you felt confident that the dollar was going to fall, you could make a big bet accordingly, and if the dollar indeed fell, your profits would soar. The problem is that, with this complicated intertwining of bets of great magnitude, no one could be sure of the financial position of anyone else—or even of one’s own position. Not surprisingly, the credit markets froze.
Here too Greenspan played a role. When I was chairman of the Council of Economic Advisers, during the Clinton administration, I served on a committee of all the major federal financial regulators, a group that included Greenspan and Treasury Secretary Robert Rubin. Even then, it was clear that derivatives posed a danger. We didn’t put it as memorably as Warren Buffett—who saw derivatives as “financial weapons of mass destruction”—but we took his point. And yet, for all the risk, the deregulators in charge of the financial system—at the Fed, at the Securities and Exchange Commission, and elsewhere—decided to do nothing, worried that any action might interfere with “innovation” in the financial system. But innovation, like “change,” has no inherent value. It can be bad (the “liar” loans are a good example) as well as good.
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Eliana Cardoso
Eliana Cardoso é uma das melhores economistas do grande bananão. Na entrevista abaixo, ela faz, o que poderiamos chamar de auto-critica, sobre as certezas que ela e companheiros de viagem , defenderam nos últimos anos. Concordo com ela em relação ao risco do retorno de politicas equivocadas - ela as chama de insensatas- que não produziram resultados adequados no passado. O socialismo, nas diversas vertentes marxistas, deveria ficar fora da agenda de qualquer pessoa com algum conhecimento da história do seculo passado . O mesmo, também, se aplica ao capitalismo do laissez-faire. Defender a economia de mercado em um momento em que ela enfrenta uma crise de grande dimensão não é nada fácil, mas o fato é que este sistema propiciou um grande aumento no bem estar social muito superior ao do chamado socialismo real.É verdade que ele tem uma dificuldade imensa de distribuir a riqueza, mas este é um problema que pode ser solucionado, como atestam as experiências de economia social de alguns paises da europa.
FOLHA - Quais as lições que aprendemos com a crise atual?
ELIANA CARDOSO - Se você olhar o que aconteceu no Brasil em fevereiro de 1999, você teve o colapso do real, o país adotou o câmbio flutuante e as metas de inflação. O sucesso desse regime foi fantástico. Em menos de um ano, conseguiu estabilizar uma situação em que todo mundo dizia que se chegaria ao final do ano com inflação de 50% -chegou em menos de 20%. A partir daí, a estabilidade parecia mais ou menos garantida. Pouco tempo atrás, as pessoas começaram a se preocupar se o sucesso era realmente devido a esse novo regime ou se você tinha circunstâncias globais que favoreciam a queda da inflação no mundo em geral. Isso porque alguns países, como os EUA, também estavam conseguindo ter enorme estabilidade com crescimento alto. Até aí tudo bem, não havia grandes discussões.
FOLHA - O que a gente imaginava antes que agora está em xeque?
ELIANA CARDOSO - A partir de 2003, quando os EUA entraram em um ciclo de crescimento acelerado, com taxas de inflação muito baixas -e isso refletido em risco muito baixo para os emergentes-, houve um enorme otimismo. Nesse otimismo, veio a idéia de que agora, sim, nós tínhamos um regime em que tínhamos aprendido a domar os ciclos econômicos e que a política monetária era muito poderosa. Se você tivesse desemprego e pressão para a inflação cair, a taxa de juros poderia diminuir. Num período de expansão, poderia aumentar a taxa de juros para controlar a inflação e reduzir o nível de atividade. Havia essa ilusão de que nós estávamos livres dos ciclos de negócios. Se acontecesse alguma coisa, o governo tinha os instrumentos para lidar com isso.
FOLHA - Mas aí veio a crise, o Fed cortou os juros e não resolveu...
ELIANA CARDOSO - Em 2007, quando se percebeu que iríamos ter essa crise financeira, houve a continuidade dessa ilusão. O pico da atividade foi em meados de 2007, mas vem o corte das taxas de juros e você acha que tudo vai se acomodar. Em 2008, constata-se que, apesar de grandes cortes nas taxas de juros e de socorro ao mercado financeiro, os EUA estão em recessão há um ano. O choque foi muito grande e o Fed não teve instrumento suficiente para lidar com a crise. O poder do governo de controlar o ciclo econômico era uma grande ilusão. Pode reduzir o impacto, mas também é limitado.
FOLHA - Quando se constata que isso era uma ilusão, não se corre o risco de tentar inventar a roda?
CARDOSO - Há um risco grande de que a desilusão leve a medidas totalmente equivocadas. A gente tem de ser um pouco cético em relação ao que sabe. Mas existem coisas que a gente sabe: que algumas medidas não dão certo e que são insensatas. Querer propor, vamos dizer, um retorno a políticas do socialismo... Isso seria pior porque o desastre do socialismo foi muito maior do que uma recessão que vamos sofrer.
FOLHA - Como proceder então?
CARDOSO - É como na medicina. Um médico sabe que os conhecimentos da medicina são limitados. Sabe que toca o câncer e a tuberculose com remédios diferentes, mas que o poder desses remédios é limitado. O economista que faz política econômica tem que ter o mesmo ceticismo do médico. Ele sabe que algumas coisas permitem lidar com a inflação -por exemplo, adotar uma política monetária mais rígida-, mas sabe muito menos a respeito do que ocorre na economia quando você tem um colapso da magnitude do atual. Tem de ter um certo ceticismo, um certo pragmatismo, a idéia de ir lidando com os problemas à medida que eles surgem, adotando as políticas que são mais sensatas em determinados momentos. Nós não temos mais aquela receita grandiosa que resolve todos os problemas em qualquer circunstância.
FOLHA - O dinheiro também secou por essa crise de confiança geral?
CARDOSO - Quando os EUA protegeram o setor bancário, todos os setores que não foram protegidos passaram a ter problema. O setor protegido passou a atrair os recursos que estavam nos outros setores -os países emergentes fazem parte desses setores não protegidos. Como o governo poderia proteger os nossos recursos? Se -e aqui tem um "se" com letras maiúsculas- controle de capital funcionasse, seria o caso. O problema é que a experiência mostra que não funciona. E, além de não funcionar, qualquer alusão à possibilidade de controle de capital gera uma fuga de dinheiro ainda maior e se cria uma desvalorização maior.
FOLHA - O que se pode fazer para mitigar o impacto da crise?
CARDOSO - Os economistas têm de ser mais humildes e reconhecer que não têm muitos instrumentos. E não há muita coisa que o governo pode fazer. Mas existe uma coisa que esse governo pode fazer. Nós ainda temos espaço para cortar taxa de juros. Se queremos proteger o nível de atividade, o BC pode cortar a taxa de juros. E cortar a taxa de juros talvez seja uma política melhor no Brasil hoje do que aumentar gastos do governo, que são mais irreversíveis. Agora, é uma política arriscada, num momento em que o câmbio está se desvalorizando. Por isso, o Banco Central tem que ir com tanto cuidado. Não dá para, de repente, cortar taxa de juros, criar insegurança, fuga de capital e mais desvalorização de câmbio.
FOLHA - Em relação a outros países, como o Brasil lida com a crise?
CARDOSO - O Brasil está em uma situação muito melhor do que vários outros países. Nós já vimos a recessão nos EUA, na Europa e no Japão. A China está entrando em um período bastante preocupante. Embora eles tenham instrumentos para lidar com a crise, também têm um sistema político que não tem nenhuma flexibilidade para lidar com processos de barganha. A situação da Rússia é muito pior do que a do Brasil. Ela está sofrendo mais com a queda do preço das commodities e enfrenta mais desconfiança em relação ao regime deles do que nós. Eu acho que o Brasil lida bem com a crise porque o BC tem recursos, pode manobrar as diversas políticas de venda de câmbio com troca por taxas de juros, o que dá mais flexibilidade à economia. De modo que eu acho que vamos sair dessa. Se isso tivesse acontecido em outras circunstâncias, em que o Brasil não tivesse as reservas que tem e dívida pública em queda, teríamos visto um desastre já consumado -e isso não aconteceu. Estamos lidando com uma situação que vai ser difícil, vamos ter desemprego, vamos ter insegurança. Isso significa sofrimento, mas não é uma situação que saiu do controle. Desde que o governo mantenha a sensatez, o compromisso com um regime que vem dando bons frutos, que é o sistema de câmbio flexível, com meta de inflação e superávit primário, podemos enfrentar uma recessão sem passar por um desastre.
FOLHA - O que a senhora achou do pacote de corte de impostos?
CARDOSO - Queria ver o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) funcionando e os investimentos saindo do lugar. Não gosto da idéia de várias alíquotas. Acho que, para imposto, quanto mais simples, melhor. Se vai mexer com política fiscal, tem de se perguntar o que é temporário e o que é permanente. E as mudanças permanentes devem ser feitas na direção da simplificação.
Fonte: FSP, 15.12.08
FOLHA - Quais as lições que aprendemos com a crise atual?
ELIANA CARDOSO - Se você olhar o que aconteceu no Brasil em fevereiro de 1999, você teve o colapso do real, o país adotou o câmbio flutuante e as metas de inflação. O sucesso desse regime foi fantástico. Em menos de um ano, conseguiu estabilizar uma situação em que todo mundo dizia que se chegaria ao final do ano com inflação de 50% -chegou em menos de 20%. A partir daí, a estabilidade parecia mais ou menos garantida. Pouco tempo atrás, as pessoas começaram a se preocupar se o sucesso era realmente devido a esse novo regime ou se você tinha circunstâncias globais que favoreciam a queda da inflação no mundo em geral. Isso porque alguns países, como os EUA, também estavam conseguindo ter enorme estabilidade com crescimento alto. Até aí tudo bem, não havia grandes discussões.
FOLHA - O que a gente imaginava antes que agora está em xeque?
ELIANA CARDOSO - A partir de 2003, quando os EUA entraram em um ciclo de crescimento acelerado, com taxas de inflação muito baixas -e isso refletido em risco muito baixo para os emergentes-, houve um enorme otimismo. Nesse otimismo, veio a idéia de que agora, sim, nós tínhamos um regime em que tínhamos aprendido a domar os ciclos econômicos e que a política monetária era muito poderosa. Se você tivesse desemprego e pressão para a inflação cair, a taxa de juros poderia diminuir. Num período de expansão, poderia aumentar a taxa de juros para controlar a inflação e reduzir o nível de atividade. Havia essa ilusão de que nós estávamos livres dos ciclos de negócios. Se acontecesse alguma coisa, o governo tinha os instrumentos para lidar com isso.
FOLHA - Mas aí veio a crise, o Fed cortou os juros e não resolveu...
ELIANA CARDOSO - Em 2007, quando se percebeu que iríamos ter essa crise financeira, houve a continuidade dessa ilusão. O pico da atividade foi em meados de 2007, mas vem o corte das taxas de juros e você acha que tudo vai se acomodar. Em 2008, constata-se que, apesar de grandes cortes nas taxas de juros e de socorro ao mercado financeiro, os EUA estão em recessão há um ano. O choque foi muito grande e o Fed não teve instrumento suficiente para lidar com a crise. O poder do governo de controlar o ciclo econômico era uma grande ilusão. Pode reduzir o impacto, mas também é limitado.
FOLHA - Quando se constata que isso era uma ilusão, não se corre o risco de tentar inventar a roda?
CARDOSO - Há um risco grande de que a desilusão leve a medidas totalmente equivocadas. A gente tem de ser um pouco cético em relação ao que sabe. Mas existem coisas que a gente sabe: que algumas medidas não dão certo e que são insensatas. Querer propor, vamos dizer, um retorno a políticas do socialismo... Isso seria pior porque o desastre do socialismo foi muito maior do que uma recessão que vamos sofrer.
FOLHA - Como proceder então?
CARDOSO - É como na medicina. Um médico sabe que os conhecimentos da medicina são limitados. Sabe que toca o câncer e a tuberculose com remédios diferentes, mas que o poder desses remédios é limitado. O economista que faz política econômica tem que ter o mesmo ceticismo do médico. Ele sabe que algumas coisas permitem lidar com a inflação -por exemplo, adotar uma política monetária mais rígida-, mas sabe muito menos a respeito do que ocorre na economia quando você tem um colapso da magnitude do atual. Tem de ter um certo ceticismo, um certo pragmatismo, a idéia de ir lidando com os problemas à medida que eles surgem, adotando as políticas que são mais sensatas em determinados momentos. Nós não temos mais aquela receita grandiosa que resolve todos os problemas em qualquer circunstância.
FOLHA - O dinheiro também secou por essa crise de confiança geral?
CARDOSO - Quando os EUA protegeram o setor bancário, todos os setores que não foram protegidos passaram a ter problema. O setor protegido passou a atrair os recursos que estavam nos outros setores -os países emergentes fazem parte desses setores não protegidos. Como o governo poderia proteger os nossos recursos? Se -e aqui tem um "se" com letras maiúsculas- controle de capital funcionasse, seria o caso. O problema é que a experiência mostra que não funciona. E, além de não funcionar, qualquer alusão à possibilidade de controle de capital gera uma fuga de dinheiro ainda maior e se cria uma desvalorização maior.
FOLHA - O que se pode fazer para mitigar o impacto da crise?
CARDOSO - Os economistas têm de ser mais humildes e reconhecer que não têm muitos instrumentos. E não há muita coisa que o governo pode fazer. Mas existe uma coisa que esse governo pode fazer. Nós ainda temos espaço para cortar taxa de juros. Se queremos proteger o nível de atividade, o BC pode cortar a taxa de juros. E cortar a taxa de juros talvez seja uma política melhor no Brasil hoje do que aumentar gastos do governo, que são mais irreversíveis. Agora, é uma política arriscada, num momento em que o câmbio está se desvalorizando. Por isso, o Banco Central tem que ir com tanto cuidado. Não dá para, de repente, cortar taxa de juros, criar insegurança, fuga de capital e mais desvalorização de câmbio.
FOLHA - Em relação a outros países, como o Brasil lida com a crise?
CARDOSO - O Brasil está em uma situação muito melhor do que vários outros países. Nós já vimos a recessão nos EUA, na Europa e no Japão. A China está entrando em um período bastante preocupante. Embora eles tenham instrumentos para lidar com a crise, também têm um sistema político que não tem nenhuma flexibilidade para lidar com processos de barganha. A situação da Rússia é muito pior do que a do Brasil. Ela está sofrendo mais com a queda do preço das commodities e enfrenta mais desconfiança em relação ao regime deles do que nós. Eu acho que o Brasil lida bem com a crise porque o BC tem recursos, pode manobrar as diversas políticas de venda de câmbio com troca por taxas de juros, o que dá mais flexibilidade à economia. De modo que eu acho que vamos sair dessa. Se isso tivesse acontecido em outras circunstâncias, em que o Brasil não tivesse as reservas que tem e dívida pública em queda, teríamos visto um desastre já consumado -e isso não aconteceu. Estamos lidando com uma situação que vai ser difícil, vamos ter desemprego, vamos ter insegurança. Isso significa sofrimento, mas não é uma situação que saiu do controle. Desde que o governo mantenha a sensatez, o compromisso com um regime que vem dando bons frutos, que é o sistema de câmbio flexível, com meta de inflação e superávit primário, podemos enfrentar uma recessão sem passar por um desastre.
FOLHA - O que a senhora achou do pacote de corte de impostos?
CARDOSO - Queria ver o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) funcionando e os investimentos saindo do lugar. Não gosto da idéia de várias alíquotas. Acho que, para imposto, quanto mais simples, melhor. Se vai mexer com política fiscal, tem de se perguntar o que é temporário e o que é permanente. E as mudanças permanentes devem ser feitas na direção da simplificação.
Fonte: FSP, 15.12.08
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
The Remedist
Em poucos parágrafos o autor da magistral e definitiva biografia de Keynes,Skidelsky, explica o núcleo central do pensamento econômico keynesiano. Não confundi-lo com a vulgata da sintese neoclássica(IS-LM) ou do marxismo do circuito barão geraldo-perdizes.
Among the most astonishing statements to be made by any policymaker in recent years was Alan Greenspan’s admission this autumn that the regime of deregulation he oversaw as chairman of the Federal Reserve was based on a “flaw”: he had overestimated the ability of a free market to self-correct and had missed the self-destructive power of deregulated mortgage lending. The “whole intellectual edifice,” he said, “collapsed in the summer of last year.”
What was this “intellectual edifice”? As so often with policymakers, you need to tease out their beliefs from their policies. Greenspan must have believed something like the “efficient-market hypothesis,” which holds that financial markets always price assets correctly. Given that markets are efficient, they would need only the lightest regulation. Government officials who control the money supply have only one task — to keep prices roughly stable.
I don’t suppose that Greenspan actually bought this story literally, since experience of repeated financial crises too obviously contradicted it. It was, after all, only a model. But he must have believed something sufficiently like it to have supported extensive financial deregulation and to have kept interest rates low in the period when the housing bubble was growing. This was the intellectual edifice, of both theory and policy, which has just been blown sky high. As George Soros rightly pointed out, “The salient feature of the current financial crisis is that it was not caused by some external shock like OPEC raising the price of oil. . . . The crisis was generated by the financial system itself.”
This is where the great economist John Maynard Keynes (1883-1946) comes in. Today, Keynes is justly enjoying a comeback. For the same “intellectual edifice” that Greenspan said has now collapsed was what supported the laissez-faire policies Keynes quarreled with in his times. Then, as now, economists believed that all uncertainty could be reduced to measurable risk. So asset prices always reflected fundamentals, and unregulated markets would in general be very stable.
By contrast, Keynes created an economics whose starting point was that not all future events could be reduced to measurable risk. There was a residue of genuine uncertainty, and this made disaster an ever-present possibility, not a once-in-a-lifetime “shock.” Investment was more an act of faith than a scientific calculation of probabilities. And in this fact lay the possibility of huge systemic mistakes.
The basic question Keynes asked was: How do rational people behave under conditions of uncertainty? The answer he gave was profound and extends far beyond economics. People fall back on “conventions,” which give them the assurance that they are doing the right thing. The chief of these are the assumptions that the future will be like the past (witness all the financial models that assumed housing prices wouldn’t fall) and that current prices correctly sum up “future prospects.” Above all, we run with the crowd. A master of aphorism, Keynes wrote that a “sound banker” is one who, “when he is ruined, is ruined in a conventional and orthodox way.” (Today, you might add a further convention — the belief that mathematics can conjure certainty out of uncertainty.)
But any view of the future based on what Keynes called “so flimsy a foundation” is liable to “sudden and violent changes” when the news changes. Investors do not process new information efficiently because they don’t know which information is relevant. Conventional behavior easily turns into herd behavior. Financial markets are punctuated by alternating currents of euphoria and panic.
Keynes’s prescriptions were guided by his conception of money, which plays a disturbing role in his economics. Most economists have seen money simply as a means of payment, an improvement on barter. Keynes emphasized its role as a “store of value.” Why, he asked, should anyone outside a lunatic asylum wish to “hold” money? The answer he gave was that “holding” money was a way of postponing transactions. The “desire to hold money as a store of wealth is a barometer of the degree of our distrust of our own calculations and conventions concerning the future. . . . The possession of actual money lulls our disquietude; and the premium we require to make us part with money is a measure of the degree of our disquietude.” The same reliance on “conventional” thinking that leads investors to spend profligately at certain times leads them to be highly cautious at others. Even a relatively weak dollar may, at moments of high uncertainty, seem more “secure” than any other asset, as we are currently seeing.
It is this flight into cash that makes interest-rate policy such an uncertain agent of recovery. If the managers of banks and companies hold pessimistic views about the future, they will raise the price they charge for “giving up liquidity,” even though the central bank might be flooding the economy with cash. That is why Keynes did not think that cutting the central bank’s interest rate would necessarily — and certainly not quickly — lower the interest rates charged on different types of loans. This was his main argument for the use of government stimulus to fight a depression. There was only one sure way to get an increase in spending in the face of an extreme private-sector reluctance to spend, and that was for the government to spend the money itself. Spend on pyramids, spend on hospitals, but spend it must.
This, in a nutshell, was Keynes’s economics. His purpose, as he saw it, was not to destroy capitalism but to save it from itself. He thought that the work of rescue had to start with economic theory itself. Now that Greenspan’s intellectual edifice has collapsed, the moment has come to build a new structure on the foundations that Keynes laid
Robert Skidelsky
Fonte: NYTimes, 14.12.08
Among the most astonishing statements to be made by any policymaker in recent years was Alan Greenspan’s admission this autumn that the regime of deregulation he oversaw as chairman of the Federal Reserve was based on a “flaw”: he had overestimated the ability of a free market to self-correct and had missed the self-destructive power of deregulated mortgage lending. The “whole intellectual edifice,” he said, “collapsed in the summer of last year.”
What was this “intellectual edifice”? As so often with policymakers, you need to tease out their beliefs from their policies. Greenspan must have believed something like the “efficient-market hypothesis,” which holds that financial markets always price assets correctly. Given that markets are efficient, they would need only the lightest regulation. Government officials who control the money supply have only one task — to keep prices roughly stable.
I don’t suppose that Greenspan actually bought this story literally, since experience of repeated financial crises too obviously contradicted it. It was, after all, only a model. But he must have believed something sufficiently like it to have supported extensive financial deregulation and to have kept interest rates low in the period when the housing bubble was growing. This was the intellectual edifice, of both theory and policy, which has just been blown sky high. As George Soros rightly pointed out, “The salient feature of the current financial crisis is that it was not caused by some external shock like OPEC raising the price of oil. . . . The crisis was generated by the financial system itself.”
This is where the great economist John Maynard Keynes (1883-1946) comes in. Today, Keynes is justly enjoying a comeback. For the same “intellectual edifice” that Greenspan said has now collapsed was what supported the laissez-faire policies Keynes quarreled with in his times. Then, as now, economists believed that all uncertainty could be reduced to measurable risk. So asset prices always reflected fundamentals, and unregulated markets would in general be very stable.
By contrast, Keynes created an economics whose starting point was that not all future events could be reduced to measurable risk. There was a residue of genuine uncertainty, and this made disaster an ever-present possibility, not a once-in-a-lifetime “shock.” Investment was more an act of faith than a scientific calculation of probabilities. And in this fact lay the possibility of huge systemic mistakes.
The basic question Keynes asked was: How do rational people behave under conditions of uncertainty? The answer he gave was profound and extends far beyond economics. People fall back on “conventions,” which give them the assurance that they are doing the right thing. The chief of these are the assumptions that the future will be like the past (witness all the financial models that assumed housing prices wouldn’t fall) and that current prices correctly sum up “future prospects.” Above all, we run with the crowd. A master of aphorism, Keynes wrote that a “sound banker” is one who, “when he is ruined, is ruined in a conventional and orthodox way.” (Today, you might add a further convention — the belief that mathematics can conjure certainty out of uncertainty.)
But any view of the future based on what Keynes called “so flimsy a foundation” is liable to “sudden and violent changes” when the news changes. Investors do not process new information efficiently because they don’t know which information is relevant. Conventional behavior easily turns into herd behavior. Financial markets are punctuated by alternating currents of euphoria and panic.
Keynes’s prescriptions were guided by his conception of money, which plays a disturbing role in his economics. Most economists have seen money simply as a means of payment, an improvement on barter. Keynes emphasized its role as a “store of value.” Why, he asked, should anyone outside a lunatic asylum wish to “hold” money? The answer he gave was that “holding” money was a way of postponing transactions. The “desire to hold money as a store of wealth is a barometer of the degree of our distrust of our own calculations and conventions concerning the future. . . . The possession of actual money lulls our disquietude; and the premium we require to make us part with money is a measure of the degree of our disquietude.” The same reliance on “conventional” thinking that leads investors to spend profligately at certain times leads them to be highly cautious at others. Even a relatively weak dollar may, at moments of high uncertainty, seem more “secure” than any other asset, as we are currently seeing.
It is this flight into cash that makes interest-rate policy such an uncertain agent of recovery. If the managers of banks and companies hold pessimistic views about the future, they will raise the price they charge for “giving up liquidity,” even though the central bank might be flooding the economy with cash. That is why Keynes did not think that cutting the central bank’s interest rate would necessarily — and certainly not quickly — lower the interest rates charged on different types of loans. This was his main argument for the use of government stimulus to fight a depression. There was only one sure way to get an increase in spending in the face of an extreme private-sector reluctance to spend, and that was for the government to spend the money itself. Spend on pyramids, spend on hospitals, but spend it must.
This, in a nutshell, was Keynes’s economics. His purpose, as he saw it, was not to destroy capitalism but to save it from itself. He thought that the work of rescue had to start with economic theory itself. Now that Greenspan’s intellectual edifice has collapsed, the moment has come to build a new structure on the foundations that Keynes laid
Robert Skidelsky
Fonte: NYTimes, 14.12.08
domingo, 14 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
O Banco Central só pensa naquilo
Na seção tendências/debates da Folha, a resposta sim, a pergunta: A decisão do Banco Central de não mexer na taxa de juros foi acertada? é uma das melhores análises da lógica econômica que fundamenta a decisão de manter a taxa de juros no nível atual e, também, dos dilemas que a crise econômica cria para a diretoria do Bacen. O artigo se sobressai em meio as tolices e análises rasteiras dos dois lados no debate sobre a política monetária brasileira.
BASTA ASSISTIR a uma palestra de um diretor do Banco Central (por exemplo, o sr. Mario Torós, no Rio, em novembro, na conferência de econometria no Impa) para compreender que o banco só pensa naquilo: inflação. O resto não interessa. Em plena crise financeira internacional, o BC do Brasil está mais dogmático do que o Bundesbank (Banco Central alemão). A inflação é a meta; o instrumento é a taxa de juros.
A manutenção da taxa de juros no alto nível atual se explica basicamente por essa aderência ao modelo de "inflation targeting", que vem tendo grande sucesso no Brasil -em contraste com alguns outros países emergentes- talvez mesmo em face dessa disciplina com que o BC atua.
Não adianta pensar em desvalorizações ou recessões. Na verdade, para combater as desvalorizações, talvez fosse necessário subir a taxa de juros para 100% ao ano. Mesmo sem o modelo de inflação, alguém teria coragem de fazer isso? Por outro lado, para estimular a economia, haveria necessidade de queda forte nos juros para a faixa de um dígito. Mas isso não interessa. Só a inflação interessa. E o Banco Central crê firmemente que é assim que está de fato contribuindo para estabilizar a economia.
Simplificadamente, a fixação da taxa de juros se baseia num modelo de metas inflacionárias em que a inflação depende de certas variáveis: tamanho do hiato do produto (diferença entre o nível real e potencial do PIB), inércia inflacionária, variações cambiais etc. Examinando as variáveis, tínhamos pelo menos dois itens "pressionando" a inflação -a redução do hiato do produto pelo maior crescimento do PIB e a desvalorização do câmbio da ordem de 50%. Essa análise mostra que seria impossível baixar os juros, tendo em mente as metas inflacionárias -e talvez houvesse necessidade de subir os juros.
Parece lógico, porém, que outras variáveis passaram a ser levadas em conta a partir de agora no modelo inflacionário -a recessão mundial e os preços de commodities. É provável que o "peso" dessas variáveis fosse pequeno anteriormente, mas o BC certamente incluiu o PIB mundial e as commodities no seu modelo econométrico inflacionário. Houve, assim, uma compensação das pressões altistas pela alta mencionadas no parágrafo anterior, justificando a manutenção das taxas de juros.
O que merece ser discutido diante da crise global é se as novas pressões baixistas sobre a inflação brasileira não estão destruindo a previsibilidade do modelo do Banco Central.
Em outras palavras, diante da perspectiva de recessão e deflação internacional, incluindo quedas fortes em preços básicos, tais como petróleo, soja, café e minério de ferro, o Brasil poderá vir a ter uma surpresa "deflacionária", a despeito do crescimento do PIB no último trimestre e das desvalorizações do câmbio. É isso que ainda pode estar fora do telescópio do BC, afetando a elegância do modelo de metas inflacionárias.
Ou seja: está tudo muito bem com a dedicação ferrenha e integral ao modelo de metas inflacionárias -talvez uma dedicação sem igual no mundo de hoje. Realmente, quem diria, um novo Bundesbank, o qual não se abala nem sequer com uma enorme crise financeira mundial que pode levar à depressão e à deflação vários países.
Mas essa dedicação requer -ou vai requerer- um certo mea-culpa se, mais adiante, o Banco Central descobrir que o seu modelo de inflação não foi bem adaptado diante da nova realidade internacional, em que as variáveis externas são mais fundamentais do que as variáveis internas na formação da inflação brasileira.
Portanto, é elogiável que o Banco Central tenha essa atitude rígida de coerência com o regime monetário brasileiro atual, mantendo as taxas de juros onde estão. Mas o BC precisa ficar atento à evolução da própria inflação nos próximos meses, a qual pode se descolar completamente das previsões altistas implícitas nos modelos que enfatizavam o hiato do PIB e o câmbio. Então aí deverá pensar em baixar os juros, mas sempre em consonância com suas crenças no "inflation targeting".
ANTONIO CARLOS LEMGRUBER, 61, economista, é ex-presidente do Banco Central do Brasil.
BASTA ASSISTIR a uma palestra de um diretor do Banco Central (por exemplo, o sr. Mario Torós, no Rio, em novembro, na conferência de econometria no Impa) para compreender que o banco só pensa naquilo: inflação. O resto não interessa. Em plena crise financeira internacional, o BC do Brasil está mais dogmático do que o Bundesbank (Banco Central alemão). A inflação é a meta; o instrumento é a taxa de juros.
A manutenção da taxa de juros no alto nível atual se explica basicamente por essa aderência ao modelo de "inflation targeting", que vem tendo grande sucesso no Brasil -em contraste com alguns outros países emergentes- talvez mesmo em face dessa disciplina com que o BC atua.
Não adianta pensar em desvalorizações ou recessões. Na verdade, para combater as desvalorizações, talvez fosse necessário subir a taxa de juros para 100% ao ano. Mesmo sem o modelo de inflação, alguém teria coragem de fazer isso? Por outro lado, para estimular a economia, haveria necessidade de queda forte nos juros para a faixa de um dígito. Mas isso não interessa. Só a inflação interessa. E o Banco Central crê firmemente que é assim que está de fato contribuindo para estabilizar a economia.
Simplificadamente, a fixação da taxa de juros se baseia num modelo de metas inflacionárias em que a inflação depende de certas variáveis: tamanho do hiato do produto (diferença entre o nível real e potencial do PIB), inércia inflacionária, variações cambiais etc. Examinando as variáveis, tínhamos pelo menos dois itens "pressionando" a inflação -a redução do hiato do produto pelo maior crescimento do PIB e a desvalorização do câmbio da ordem de 50%. Essa análise mostra que seria impossível baixar os juros, tendo em mente as metas inflacionárias -e talvez houvesse necessidade de subir os juros.
Parece lógico, porém, que outras variáveis passaram a ser levadas em conta a partir de agora no modelo inflacionário -a recessão mundial e os preços de commodities. É provável que o "peso" dessas variáveis fosse pequeno anteriormente, mas o BC certamente incluiu o PIB mundial e as commodities no seu modelo econométrico inflacionário. Houve, assim, uma compensação das pressões altistas pela alta mencionadas no parágrafo anterior, justificando a manutenção das taxas de juros.
O que merece ser discutido diante da crise global é se as novas pressões baixistas sobre a inflação brasileira não estão destruindo a previsibilidade do modelo do Banco Central.
Em outras palavras, diante da perspectiva de recessão e deflação internacional, incluindo quedas fortes em preços básicos, tais como petróleo, soja, café e minério de ferro, o Brasil poderá vir a ter uma surpresa "deflacionária", a despeito do crescimento do PIB no último trimestre e das desvalorizações do câmbio. É isso que ainda pode estar fora do telescópio do BC, afetando a elegância do modelo de metas inflacionárias.
Ou seja: está tudo muito bem com a dedicação ferrenha e integral ao modelo de metas inflacionárias -talvez uma dedicação sem igual no mundo de hoje. Realmente, quem diria, um novo Bundesbank, o qual não se abala nem sequer com uma enorme crise financeira mundial que pode levar à depressão e à deflação vários países.
Mas essa dedicação requer -ou vai requerer- um certo mea-culpa se, mais adiante, o Banco Central descobrir que o seu modelo de inflação não foi bem adaptado diante da nova realidade internacional, em que as variáveis externas são mais fundamentais do que as variáveis internas na formação da inflação brasileira.
Portanto, é elogiável que o Banco Central tenha essa atitude rígida de coerência com o regime monetário brasileiro atual, mantendo as taxas de juros onde estão. Mas o BC precisa ficar atento à evolução da própria inflação nos próximos meses, a qual pode se descolar completamente das previsões altistas implícitas nos modelos que enfatizavam o hiato do PIB e o câmbio. Então aí deverá pensar em baixar os juros, mas sempre em consonância com suas crenças no "inflation targeting".
ANTONIO CARLOS LEMGRUBER, 61, economista, é ex-presidente do Banco Central do Brasil.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
The Great Slump of 1930, Keynes
O texto é anterior ao Teoria Geral, mas um ensaio do Keynes é sempre uma boa leitura, principalmente no momento econômico em que vivemos e, como ocorre, com grande autores, seu pensamento está aberto a diferentes interpretações. Contudo, é bom lembrar que em política a visão de Keynes não é diferente da do seu grande critico - na epoca competidor no mercado de idéias - na área econômica, Hayek. Sim , ele mesmo: Hayek. A fonte, naturalmene, é a biografia do Keynes escrita pelo Skidelski(3 volumes), que pelo jeito ainda não foi lida pela turma de sempre, ocupados, provavelmente, com a última produção de algum obscuro marxista francês.
"
I.
The world has been slow to realize that we are living this year in the shadow of one of the greatest economic catastrophes of modern history. But now that the man in the street has become aware of what is happening, he, not knowing the why and wherefore, is as full to-day of what may prove excessive fears as, previously, when the trouble was first coming on, he was lacking in what would have been a reasonable anxiety. He begins to doubt the future. Is he now awakening from a pleasant dream to face the darkness of facts? Or dropping off into a nightmare which will pass away?
He need not be doubtful. The other was not a dream. This is a nightmare, which will pass away with the morning. For the resources of nature and men’s devices are just as fertile and productive as they were. The rate of our progress towards solving the material problems of life is not less rapid. We are as capable as before of affording for everyone a high standard of life—high, I mean, compared with, say, twenty years ago—and will soon learn to afford a standard higher still. We were not previously deceived. But to-day we have involved ourselves in a colossal muddle, having blundered in the control of a delicate machine, the working of which we do not understand. The result is that our possibilities of wealth may run to waste for a time—perhaps for a long time.
I doubt whether I can hope, in these articles, to bring what is in my mind into fully effective touch with the mind of the reader. I shall be saying too much for the layman, too little for the expert. For—though no one will believe it—economics is a technical and difficult subject. It is even becoming a science. However, I will do my best—at the cost of leaving out, because it is too complicated, much that is necessary to a complete understanding of contemporary events."
Para ler o resto do ensaio clique aqui
"
I.
The world has been slow to realize that we are living this year in the shadow of one of the greatest economic catastrophes of modern history. But now that the man in the street has become aware of what is happening, he, not knowing the why and wherefore, is as full to-day of what may prove excessive fears as, previously, when the trouble was first coming on, he was lacking in what would have been a reasonable anxiety. He begins to doubt the future. Is he now awakening from a pleasant dream to face the darkness of facts? Or dropping off into a nightmare which will pass away?
He need not be doubtful. The other was not a dream. This is a nightmare, which will pass away with the morning. For the resources of nature and men’s devices are just as fertile and productive as they were. The rate of our progress towards solving the material problems of life is not less rapid. We are as capable as before of affording for everyone a high standard of life—high, I mean, compared with, say, twenty years ago—and will soon learn to afford a standard higher still. We were not previously deceived. But to-day we have involved ourselves in a colossal muddle, having blundered in the control of a delicate machine, the working of which we do not understand. The result is that our possibilities of wealth may run to waste for a time—perhaps for a long time.
I doubt whether I can hope, in these articles, to bring what is in my mind into fully effective touch with the mind of the reader. I shall be saying too much for the layman, too little for the expert. For—though no one will believe it—economics is a technical and difficult subject. It is even becoming a science. However, I will do my best—at the cost of leaving out, because it is too complicated, much that is necessary to a complete understanding of contemporary events."
Para ler o resto do ensaio clique aqui
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
The Love Song of J. Alfred Prufrock , T.S.Eliot
S'io credesse che mia risposta fosse
A persona che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma staria senza piu scosse.
Ma perciocche giammai di questo fondo
Non torno vivo alcun, s'i'odo il vero,
Senza tema d'infamia ti rispondo.
Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherized upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question…
Oh, do not ask, "What is it?"
Let us go and make our visit.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
The yellow fog that rubs its back upon the window-panes,
The yellow smoke that rubs its muzzle on the window-panes
Licked its tongue into the corners of the evening,
Lingered upon the pools that stand in drains,
Let fall upon its back the soot that falls from chimneys,
Slipped by the terrace, made a sudden leap,
And seeing that it was a soft October night,
Curled once about the house, and fell asleep.
And indeed there will be time
For the yellow smoke that slides along the street,
Rubbing its back upon the window-panes;
There will be time, there will be time
To prepare a face to meet the faces that you meet;
There will be time to murder and create,
And time for all the works and days of hands
That lift and drop a question on your plate;
Time for you and time for me,
And time yet for a hundred indecisions,
And for a hundred visions and revisions,
Before the taking of a toast and tea.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
And indeed there will be time
To wonder, "Do I dare?" and, "Do I dare?"
Time to turn back and descend the stair,
With a bald spot in the middle of my hair—
[They will say: "How his hair is growing thin!"]
My morning coat, my collar mounting firmly to the chin,
My necktie rich and modest, but asserted by a simple pin—
[They will say: "But how his arms and legs are thin!"]
Do I dare
Disturb the universe?
In a minute there is time
For decisions and revisions which a minute will reverse.
For I have known them all already, known them all—
Have known the evenings, mornings, afternoons,
I have measured out my life with coffee spoons;
I know the voices dying with a dying fall
Beneath the music from a farther room.
So how should I presume?
And I have known the eyes already, known them all—
The eyes that fix you in a formulated phrase,
And when I am formulated, sprawling on a pin,
When I am pinned and wriggling on the wall,
Then how should I begin
To spit out all the butt-ends of my days and ways?
And how should I presume?
And I have known the arms already, known them all—
Arms that are braceleted and white and bare
[But in the lamplight, downed with light brown hair!]
Is it perfume from a dress
That makes me so digress?
Arms that lie along a table, or wrap about a shawl.
And should I then presume?
And how should I begin?
. . . . .
Shall I say, I have gone at dusk through narrow streets
And watched the smoke that rises from the pipes
Of lonely men in shirt-sleeves, leaning out of windows? …
I should have been a pair of ragged claws
Scuttling across the floors of silent seas.
. . . . .
And the afternoon, the evening, sleeps so peacefully!
Smoothed by long fingers,
Asleep… tired… or it malingers,
Stretched on the floor, here beside you and me.
Should I, after tea and cakes and ices,
Have the strength to force the moment to its crisis?
But though I have wept and fasted, wept and prayed,
Though I have seen my head [grown slightly bald] brought in upon a platter,
I am no prophet—and here's no great matter;
I have seen the moment of my greatness flicker,
And I have seen the eternal Footman hold my coat, and snicker,
And in short, I was afraid.
And would it have been worth it, after all,
After the cups, the marmalade, the tea,
Among the porcelain, among some talk of you and me,
Would it have been worth while,
To have bitten off the matter with a smile,
To have squeezed the universe into a ball
To roll it toward some overwhelming question,
To say: "I am Lazarus, come from the dead,
Come back to tell you all, I shall tell you all"—
If one, settling a pillow by her head,
Should say: "That is not what I meant at all.
That is not it, at all."
And would it have been worth it, after all,
Would it have been worth while,
After the sunsets and the dooryards and the sprinkled streets,
After the novels, after the teacups, after the skirts that trail along the floor—
And this, and so much more?—
It is impossible to say just what I mean!
But as if a magic lantern threw the nerves in patterns on a screen:
Would it have been worth while
If one, settling a pillow or throwing off a shawl,
And turning toward the window, should say:
"That is not it at all,
That is not what I meant, at all."
. . . . .
No! I am not Prince Hamlet, nor was meant to be;
Am an attendant lord, one that will do
To swell a progress, start a scene or two,
Advise the prince; no doubt, an easy tool,
Deferential, glad to be of use,
Politic, cautious, and meticulous;
Full of high sentence, but a bit obtuse;
At times, indeed, almost ridiculous—
Almost, at times, the Fool.
I grow old… I grow old…
I shall wear the bottoms of my trousers rolled.
Shall I part my hair behind? Do I dare to eat a peach?
I shall wear white flannel trousers, and walk upon the beach.
I have heard the mermaids singing, each to each.
I do not think that they will sing to me.
I have seen them riding seaward on the waves
Combing the white hair of the waves blown back
When the wind blows the water white and black.
We have lingered in the chambers of the sea
By sea-girls wreathed with seaweed red and brown
Till human voices wake us, and we drown.
A persona che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma staria senza piu scosse.
Ma perciocche giammai di questo fondo
Non torno vivo alcun, s'i'odo il vero,
Senza tema d'infamia ti rispondo.
Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherized upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question…
Oh, do not ask, "What is it?"
Let us go and make our visit.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
The yellow fog that rubs its back upon the window-panes,
The yellow smoke that rubs its muzzle on the window-panes
Licked its tongue into the corners of the evening,
Lingered upon the pools that stand in drains,
Let fall upon its back the soot that falls from chimneys,
Slipped by the terrace, made a sudden leap,
And seeing that it was a soft October night,
Curled once about the house, and fell asleep.
And indeed there will be time
For the yellow smoke that slides along the street,
Rubbing its back upon the window-panes;
There will be time, there will be time
To prepare a face to meet the faces that you meet;
There will be time to murder and create,
And time for all the works and days of hands
That lift and drop a question on your plate;
Time for you and time for me,
And time yet for a hundred indecisions,
And for a hundred visions and revisions,
Before the taking of a toast and tea.
In the room the women come and go
Talking of Michelangelo.
And indeed there will be time
To wonder, "Do I dare?" and, "Do I dare?"
Time to turn back and descend the stair,
With a bald spot in the middle of my hair—
[They will say: "How his hair is growing thin!"]
My morning coat, my collar mounting firmly to the chin,
My necktie rich and modest, but asserted by a simple pin—
[They will say: "But how his arms and legs are thin!"]
Do I dare
Disturb the universe?
In a minute there is time
For decisions and revisions which a minute will reverse.
For I have known them all already, known them all—
Have known the evenings, mornings, afternoons,
I have measured out my life with coffee spoons;
I know the voices dying with a dying fall
Beneath the music from a farther room.
So how should I presume?
And I have known the eyes already, known them all—
The eyes that fix you in a formulated phrase,
And when I am formulated, sprawling on a pin,
When I am pinned and wriggling on the wall,
Then how should I begin
To spit out all the butt-ends of my days and ways?
And how should I presume?
And I have known the arms already, known them all—
Arms that are braceleted and white and bare
[But in the lamplight, downed with light brown hair!]
Is it perfume from a dress
That makes me so digress?
Arms that lie along a table, or wrap about a shawl.
And should I then presume?
And how should I begin?
. . . . .
Shall I say, I have gone at dusk through narrow streets
And watched the smoke that rises from the pipes
Of lonely men in shirt-sleeves, leaning out of windows? …
I should have been a pair of ragged claws
Scuttling across the floors of silent seas.
. . . . .
And the afternoon, the evening, sleeps so peacefully!
Smoothed by long fingers,
Asleep… tired… or it malingers,
Stretched on the floor, here beside you and me.
Should I, after tea and cakes and ices,
Have the strength to force the moment to its crisis?
But though I have wept and fasted, wept and prayed,
Though I have seen my head [grown slightly bald] brought in upon a platter,
I am no prophet—and here's no great matter;
I have seen the moment of my greatness flicker,
And I have seen the eternal Footman hold my coat, and snicker,
And in short, I was afraid.
And would it have been worth it, after all,
After the cups, the marmalade, the tea,
Among the porcelain, among some talk of you and me,
Would it have been worth while,
To have bitten off the matter with a smile,
To have squeezed the universe into a ball
To roll it toward some overwhelming question,
To say: "I am Lazarus, come from the dead,
Come back to tell you all, I shall tell you all"—
If one, settling a pillow by her head,
Should say: "That is not what I meant at all.
That is not it, at all."
And would it have been worth it, after all,
Would it have been worth while,
After the sunsets and the dooryards and the sprinkled streets,
After the novels, after the teacups, after the skirts that trail along the floor—
And this, and so much more?—
It is impossible to say just what I mean!
But as if a magic lantern threw the nerves in patterns on a screen:
Would it have been worth while
If one, settling a pillow or throwing off a shawl,
And turning toward the window, should say:
"That is not it at all,
That is not what I meant, at all."
. . . . .
No! I am not Prince Hamlet, nor was meant to be;
Am an attendant lord, one that will do
To swell a progress, start a scene or two,
Advise the prince; no doubt, an easy tool,
Deferential, glad to be of use,
Politic, cautious, and meticulous;
Full of high sentence, but a bit obtuse;
At times, indeed, almost ridiculous—
Almost, at times, the Fool.
I grow old… I grow old…
I shall wear the bottoms of my trousers rolled.
Shall I part my hair behind? Do I dare to eat a peach?
I shall wear white flannel trousers, and walk upon the beach.
I have heard the mermaids singing, each to each.
I do not think that they will sing to me.
I have seen them riding seaward on the waves
Combing the white hair of the waves blown back
When the wind blows the water white and black.
We have lingered in the chambers of the sea
By sea-girls wreathed with seaweed red and brown
Till human voices wake us, and we drown.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Bravatas
Será mais uma bravata, ou oleo na frigideira? O Presidente finalmente – diria a turma de sempre - resolveu agir e forçar a queda da taxa de juros. Mas porque agora e não antes? A resposta parece estar no passado: ao atingir a indústria automobilistica, ele sentiu o baque. Antes, apesar das reclamações, havia o crédito fácil e todos iam vivendo felizes, pagando um carro a perder de vista. Não exatamente uma escolha que eu recomendária, mas todos tem o direito a fazer a sua escolha. E o carro tornou-se um bem precioso, um sinal que voce chegou la, que já não é mais pobre. Agora é classe média, para horror da festiva esquerda de Higienopolis: quem poderia imaginar onde iria terminar a turma do PCB.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Os cães ladram e a caravana passa
Para tristeza e desespero das aves agourentas que escrevem em jornais e aparecem nos telejornais, a economia brasileira insiste em apresentar número robustos. É claro que um dia o efeito da crise será sentido, mas não será tão forte quando o desejado por esta estranha aliança entre a turma do Serrágio e os adoradores do Sol. Digo estanha, porque no primeiro grupo há bons economistas, que, aparentemente, andam cegos pela perspectiva de retornarem ao fim do mundo que se passa por capital do grande bananão, enquanto que no segundo encontramos a turma de sempre; desnecessário mencionar que de economia nada sabem...
"O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 6,8% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Na comparação com o segundo trimestre, a expansão foi de 1,8%. No intervalo de 12 meses entre outubro de 2007 e setembro deste ano, o PIB cresceu 6,3%.
Os números foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (veja gráfico no final do texto).
O que você achou do desempenho da economia brasileira?
Crescimento do PIB de 2007 é revisado para cima, a 5,7%
Japão: recessão é mais forte que o esperado
França: déficit comercial bate recorde em outubro
Reino Unido: indústria encolhe, e PIB pode ser reduzido
O desempenho da economia brasileira surpreendeu muitos analistas. A expectativa era de uma alta em torno de 6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e pouco mais de 1% em relação ao período de julho a setembro deste ano.
Entre os setores da economia, o destaque foi a indústria, que registrou um crescimento de 7,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A atividade agropecuária expandiu-se 6,4%, e os serviços, 5,9%.
A construção civil continuou sendo o destaque do setor industrial, com crescimento de 11,7%. A produção de minério de ferro aumentou 10,6%; a de petróleo e gás, 6,2%.
Na área agrícola, destacaram-se o trigo, o café e a cana-de-açúcar, produtos que têm safra relevante no terceiro trimestre. Entre os serviços, os carros-chefes foram as informações (expansão de 10%), o comércio (9,8%) e o ramo de intermediação financeira e seguros (8,8%), sempre na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
Os dados do IBGE mostram que os investimentos das empresas (a chamada "formação bruta de capital fixo") aumentaram 19,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.
O motivo, segundo o IBGE, foi o aumento da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos.
O consumo das famílias aumentou 7,3%, no 20º crescimento consecutivo quando se compara um trimestre com o seu equivalente do ano anterior. Essa evolução é explicada pelo crescimento de 10,6% da massa salarial (total de salários pagos no país), na avaliação do IBGE.
As despesas da administração pública aumentaram 6,4% em relação ao terceiro trimestre de 2007.
No setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 2%, bem menos que as importações (22,8%). Desde o primeiro trimestre de 2006, segundo o IBGE, a taxa de crescimento das importações supera a das exportações."
Fonte: uol on line
"O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 6,8% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Na comparação com o segundo trimestre, a expansão foi de 1,8%. No intervalo de 12 meses entre outubro de 2007 e setembro deste ano, o PIB cresceu 6,3%.
Os números foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (veja gráfico no final do texto).
O que você achou do desempenho da economia brasileira?
Crescimento do PIB de 2007 é revisado para cima, a 5,7%
Japão: recessão é mais forte que o esperado
França: déficit comercial bate recorde em outubro
Reino Unido: indústria encolhe, e PIB pode ser reduzido
O desempenho da economia brasileira surpreendeu muitos analistas. A expectativa era de uma alta em torno de 6% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado e pouco mais de 1% em relação ao período de julho a setembro deste ano.
Entre os setores da economia, o destaque foi a indústria, que registrou um crescimento de 7,1% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A atividade agropecuária expandiu-se 6,4%, e os serviços, 5,9%.
A construção civil continuou sendo o destaque do setor industrial, com crescimento de 11,7%. A produção de minério de ferro aumentou 10,6%; a de petróleo e gás, 6,2%.
Na área agrícola, destacaram-se o trigo, o café e a cana-de-açúcar, produtos que têm safra relevante no terceiro trimestre. Entre os serviços, os carros-chefes foram as informações (expansão de 10%), o comércio (9,8%) e o ramo de intermediação financeira e seguros (8,8%), sempre na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
Os dados do IBGE mostram que os investimentos das empresas (a chamada "formação bruta de capital fixo") aumentaram 19,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2007.
O motivo, segundo o IBGE, foi o aumento da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos.
O consumo das famílias aumentou 7,3%, no 20º crescimento consecutivo quando se compara um trimestre com o seu equivalente do ano anterior. Essa evolução é explicada pelo crescimento de 10,6% da massa salarial (total de salários pagos no país), na avaliação do IBGE.
As despesas da administração pública aumentaram 6,4% em relação ao terceiro trimestre de 2007.
No setor externo, as exportações de bens e serviços subiram 2%, bem menos que as importações (22,8%). Desde o primeiro trimestre de 2006, segundo o IBGE, a taxa de crescimento das importações supera a das exportações."
Fonte: uol on line
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Paralisado diante da crise
Bresser Pereira, meu ex-orientador é, provavelmente, a pessoa mais apaixonada pelo Brasil que eu conheço. Nem sempre concordo com as suas posições, mas sempre vale a pena ler o que ele escreve. No artigo de hoje, na Folha, acho que ele exagera na critica ao governo: medidas adequadas ao momento econômico estão sendo implementadas e no geral a política econômica esta no caminho correto. Ele, naturalmente, discorda, mas o fato é que a variável risco, como alerta um amigo e ex-orientando dele, não permite, por enquanto, a redução dos juros. Quanto ao câmbio,... me parece uma contradição elogiar a correção atual, devido ao mercado, e criticar a posição anterior que, também, era resultado das forças de mercado.
"O GOVERNO brasileiro parece paralisado diante da crise econômica mundial. Já abandonou a tese da "blindagem", mas continua com a esperança de que ela nos atingirá docemente porque a crise começou nos Estados Unidos, e não aqui. É verdade que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desde outubro, percebeu que teria que captar mais recursos e ampliar suas aplicações para compensar o natural retraimento dos bancos comerciais. E que o Ministério da Fazenda vem procurando proteger os dois setores privados mais atingidos pelo encolhimento do crédito: a indústria automobilística e a de construção. Mas essas medidas são tímidas e não contrabalançam a política monetária do Banco Central.
Não obstante a crise já estivesse clara desde o segundo semestre de 2007, até há dois meses o Banco Central continuava a aumentar a taxa de juros porque ainda acreditava que a demanda interna estivesse aquecida. Agora os jornais informam que sua disposição é a de mantê-la no nível atual, não obstante os indicadores de desaquecimento da demanda sejam claros. Na verdade, o Banco Central já deveria estar associado ao Ministério da Fazenda e ao BNDES na luta por evitar a recessão, que já é triste realidade nos Estados Unidos e na Europa. E, assim, já deveria ter iniciado a baixa da taxa de juros brasileira em pelo menos um ponto percentual a cada mês. A desculpa é sempre a mesma -a inflação-, mas agora o argumento é outro: a depreciação cambial.
A única coisa boa para a economia brasileira nesta crise financeira global foi essa depreciação. Nesse caso, o mercado corrigiu uma taxa de câmbio que se havia gravemente apreciado e fazia o país voltar à condição de déficit em conta corrente. A depreciação será origem de alguma inflação, mas não há razão para temer uma aceleração maior. O "pass-through" da variação da taxa de câmbio para a inflação é inferior a 10%. Por outro lado, o efeito inflacionário da depreciação está sendo compensado pela queda dos preços das commodities e pelo rápido desaquecimento da demanda em curso.
Diferentemente dos Estados Unidos e do Japão, cuja taxa de juros já é muito baixa, no caso do Brasil a alta taxa de juros oferece um amplo campo de manobra para a política monetária. Enquanto aqueles países já estão na clássica armadilha da liquidez, o Brasil está longe desse ponto. Ao não enfrentar de frente o problema da recessão em marcha, o governo brasileiro está mais uma vez perdendo a oportunidade de voltar a taxas de juros civilizadas. E -o que é mais grave- está ameaçando o país de mergulhar em uma recessão perfeitamente evitável.
Para não agir, o Banco Central argumenta que sua única responsabilidade é a de controlar a inflação. Assim o determina a sagrada política de metas de inflação. Enquanto o quadro internacional era muito favorável, o Banco Central podia "brincar de meta de inflação" sem conseqüências muito graves para a economia. A economia crescia de maneira insuficiente, ficávamos muito atrás dos outros Brics, mas não havia crise. O quadro atual, porém, é outro, e exige do governo políticas de sustentação da demanda fortes e determinadas. Políticas que não estão acontecendo."
Fonte: FSP, 08.12.08
"O GOVERNO brasileiro parece paralisado diante da crise econômica mundial. Já abandonou a tese da "blindagem", mas continua com a esperança de que ela nos atingirá docemente porque a crise começou nos Estados Unidos, e não aqui. É verdade que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desde outubro, percebeu que teria que captar mais recursos e ampliar suas aplicações para compensar o natural retraimento dos bancos comerciais. E que o Ministério da Fazenda vem procurando proteger os dois setores privados mais atingidos pelo encolhimento do crédito: a indústria automobilística e a de construção. Mas essas medidas são tímidas e não contrabalançam a política monetária do Banco Central.
Não obstante a crise já estivesse clara desde o segundo semestre de 2007, até há dois meses o Banco Central continuava a aumentar a taxa de juros porque ainda acreditava que a demanda interna estivesse aquecida. Agora os jornais informam que sua disposição é a de mantê-la no nível atual, não obstante os indicadores de desaquecimento da demanda sejam claros. Na verdade, o Banco Central já deveria estar associado ao Ministério da Fazenda e ao BNDES na luta por evitar a recessão, que já é triste realidade nos Estados Unidos e na Europa. E, assim, já deveria ter iniciado a baixa da taxa de juros brasileira em pelo menos um ponto percentual a cada mês. A desculpa é sempre a mesma -a inflação-, mas agora o argumento é outro: a depreciação cambial.
A única coisa boa para a economia brasileira nesta crise financeira global foi essa depreciação. Nesse caso, o mercado corrigiu uma taxa de câmbio que se havia gravemente apreciado e fazia o país voltar à condição de déficit em conta corrente. A depreciação será origem de alguma inflação, mas não há razão para temer uma aceleração maior. O "pass-through" da variação da taxa de câmbio para a inflação é inferior a 10%. Por outro lado, o efeito inflacionário da depreciação está sendo compensado pela queda dos preços das commodities e pelo rápido desaquecimento da demanda em curso.
Diferentemente dos Estados Unidos e do Japão, cuja taxa de juros já é muito baixa, no caso do Brasil a alta taxa de juros oferece um amplo campo de manobra para a política monetária. Enquanto aqueles países já estão na clássica armadilha da liquidez, o Brasil está longe desse ponto. Ao não enfrentar de frente o problema da recessão em marcha, o governo brasileiro está mais uma vez perdendo a oportunidade de voltar a taxas de juros civilizadas. E -o que é mais grave- está ameaçando o país de mergulhar em uma recessão perfeitamente evitável.
Para não agir, o Banco Central argumenta que sua única responsabilidade é a de controlar a inflação. Assim o determina a sagrada política de metas de inflação. Enquanto o quadro internacional era muito favorável, o Banco Central podia "brincar de meta de inflação" sem conseqüências muito graves para a economia. A economia crescia de maneira insuficiente, ficávamos muito atrás dos outros Brics, mas não havia crise. O quadro atual, porém, é outro, e exige do governo políticas de sustentação da demanda fortes e determinadas. Políticas que não estão acontecendo."
Fonte: FSP, 08.12.08
domingo, 7 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
O sistema capitalista...
Em interessante análise sobre o vai e vem da próxima encíclica papal sobre a questão social, Sandro Magister argumenta que este documento é necessário em razão da Centesimus annus ser considerada, pela Curia, um documento envelhecido e, principalmente, por que ela nunca foi aceita por toda a comunidade católica e tão pouco pela Hierarquia, por apresentar uma visão muito amigável do capitalismo. A crise econômica atual confirmaria a visão destes criticos e a torna ainda menos relevante.
Acho estranho, já que esta encíclica apresenta uma leitura bastante equilibrada do capitalismo e, naturalmente, reflete o bom momento que este sistema vivia, se comparado com o sistema que à epoca estava dando os suspiros finais: o comunismo de estilo soviético. A crise atual não é motivo para mudar a avaliação a respeito do capitalismo que, na minha modesta opinião, é o melhor sistema para gerar riquezas, mas o pior para distribui-la. Com isto não estou negando os conhecidos problemas da alienação mencionados por A.Smith, que , aliás, apresenta uma visão muito mais rica do capitalismo que a vulgata smithiana encontrada na midia.
Quanto ao comunismo de estilo soviético, as pesquisas históricas recentes somente confirmam o que já sabiamos e/ou suspeitavamos: um sistema econômico corrupto e falido, incapaz de oferecer um padrão de vida comparável ao existente no ocidente capitalista. Se alguem ainda tem dúvidas e ilusões, basta acompanhar a situação econômica do que ainda resta deste sistema: Cuba e Coreia do Norte. A China, naturalmente, é o velho e execrável capitalismo selvagem, cuja capacidade de criar riquezas somente é comparável a rapidez e ferocidade com que ela se concentra nas mãos de poucos, no caso a nomenclatura e amigos dos comunistas locais.
A conclusão é obvia: o capitalismo ainda é o sistema econômico menos ruim, mas requer reformas urgentes para resolver as mazelas sociais que não são, ao contrário do que se afirma em Perdizes, por ex, um resultado lógico e incortonável do seu bom funcionamento.
Acho estranho, já que esta encíclica apresenta uma leitura bastante equilibrada do capitalismo e, naturalmente, reflete o bom momento que este sistema vivia, se comparado com o sistema que à epoca estava dando os suspiros finais: o comunismo de estilo soviético. A crise atual não é motivo para mudar a avaliação a respeito do capitalismo que, na minha modesta opinião, é o melhor sistema para gerar riquezas, mas o pior para distribui-la. Com isto não estou negando os conhecidos problemas da alienação mencionados por A.Smith, que , aliás, apresenta uma visão muito mais rica do capitalismo que a vulgata smithiana encontrada na midia.
Quanto ao comunismo de estilo soviético, as pesquisas históricas recentes somente confirmam o que já sabiamos e/ou suspeitavamos: um sistema econômico corrupto e falido, incapaz de oferecer um padrão de vida comparável ao existente no ocidente capitalista. Se alguem ainda tem dúvidas e ilusões, basta acompanhar a situação econômica do que ainda resta deste sistema: Cuba e Coreia do Norte. A China, naturalmente, é o velho e execrável capitalismo selvagem, cuja capacidade de criar riquezas somente é comparável a rapidez e ferocidade com que ela se concentra nas mãos de poucos, no caso a nomenclatura e amigos dos comunistas locais.
A conclusão é obvia: o capitalismo ainda é o sistema econômico menos ruim, mas requer reformas urgentes para resolver as mazelas sociais que não são, ao contrário do que se afirma em Perdizes, por ex, um resultado lógico e incortonável do seu bom funcionamento.
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