Acabei de ler a noticia... Alguma forma de ajuda ao setor era inevitável, já que a alternativa - a solução de mercado- implicaria em um enorme custo social, inaceitável ate mesmo na terra do cowboy solitário. Isto para não falarmos do impacto psicológico da quebradeira sobre o agente econômico, o que aprofundária ainda mais a crise. Naturalmente o socorro é condição necessária, porem, não suficiente, para a sobrevivencia dessas empresas. Os problemas que elas enfrentam foram agravados pela crise, mas não por ela criados e sua solução requer mudanças dificéis, porque implicam em alterações significativas na cultura empresarial americana. E isto requer tempo.
O aprofundamento da crise e os pacotes de ajuda a este ou aquele setor, ainda que necessário e plenamente justificável, acabam por funcionar como incentivo para solicitação de socorro por outros setores, numa espiral que não sabemos onde termina, mas que, naturalmente, possui um limite. É verdade que o Estado poderá continuar a emitir moeda, mas sua atratividade internacional poderá, naturalmente, declinar.
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"O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta sexta-feira um plano de ajuda aos fabricantes de automóveis americanos que pode chegar a US$ 17,4 bilhões. Este dinheiro faz parte do pacote de US$ 700 bilhões que já havia sido aprovado em setembro para resgatar o setor financeiro do país.
"Temos que livrar os americanos da crise no mercado de trabalho em um momento que não está favorável", disse em pronunciamento nesta sexta-feira.
Desse valor, está garantido que as montadoras receberão US$ 13,4 bilhões em dezembro e janeiro. Os demais US$ 4 bilhões serão condicionados a uma segunda parcela do pacote aprovado pelo Congresso.
Os empréstimos terão que ser devolvidos se as montadoras não se mostrarem viáveis até 31 de março. As montadoras não poderão conceder novos dividendos enquanto estiverem devendo para o governo.
As montadoras terão que pagar ao governo e mostrar que estão saudáveis e podem continuar operando", afirmou.
Bush afirmou que o resgate foi decidido considerando que existe dois grandes riscos para os EUA. O primeiro, disse ele, é a falência desestruturada do setor automobilístico. E o segundo é uma grave crise no mercado de trabalho, o que pioraria a turbulência que o páis já está vivendo.
"Isso faria com que Obama enfrentasse uma crise gravíssima logo nos primeiros dias de seu mandato", disse.
Tanto a GM quanto a Chrysler foram forçadas a paralizar fábricas e demitir milhares de trabalhadores por toda a América do Norte à medida que tentam levantar capital, e alertaram que poderão ir à falência se não puderem contar com assistência federal.
A Ford, em situação menos problemática, pede uma linha de crédito que poderá ser utilizada se suas finanças ficarem pior que o esperado em 2009.
Os três gigantes do setor automotivo dos Estados Unidos empregam, juntos, 240 mil pessoas diretamente. Com a inclusão dos postos de trabalho indiretos, a exemplo de autopeças, outros fornecedores e concessionárias, o setor representa 2,2 milhões de empregos e US$ 65 bilhões anuais em salários. A indústria afirma que é responsável por 10% dos empregos norte-americanos"
Fonte: uol