Como havia mencionado em outro post, gostei do artigo do Nakano na Folha de Domingo, mas discordo da análise em relação a política monetaria. Ele argumenta que "enquanto todos os demais BCs reagiam prontamente, expandindo fortemente o crédito doméstico e reduzindo os juros para contrabalançar a restrição no crédito externo, o nosso reagiu timidamente" e reconhece que "as reduções no compulsório tiveram pouco impacto num ambiente de incerteza aguda".
A pergunta obvia é porque a reação seria diferente no caso da redução da taxa de juros? A experiência internacional sugere que neste tipo de ambiente, a redução do juro não resolve o problema do crédito, pois o problema não é de liquidez, mas falta de confiança e da transformação da incerteza em panico. Neste caso a opção, racional, é pelo porto seguro, no caso brasileiro, a remuneração obtida no over. O equivoco é achar que uma remuneração menor mudaria o comportamento. Não foi a brusca contração do crédito que gerou "quase panico", mas este último que transformou uma redução esperada e normal, em ambiente de incerteza, na oferta do credito, em uma contração brutal. O único instrumento para minimizar, parcialmene, o problema é usar os bancos publicos e esta foi a política adotada pelo governo.
Panico e comportamento de manada, deixam marcas e leva algum tempo para o retorno à normalidade e é isto que está acontecendo.