Corte de um ponto percentual sem vies e, segundo alguns jornais, preocupação com a inflação futura. Pode parecer estranho esta preocupação em um momento como o atual, mas a política monetária, principalmente em um sistema de metas, trabalha com um horizonte de curto, medio e longo prazo e seria irresponsabilidade não pensar no cenário pós crise econômica. Dito isto, ainda acho prematuro apostar em pressão inflacionária no futuro. Ainda mais que o conceito de taxa natural de juros pode ser interessante, teoricamente, mas de dificil verificação empirica, principalmente, devido ao histórico do grande bananão. Contraditório? Nem um pouco. Há uma grande diferença entre pensar no que poderá ocorrer no futuro, adotar uma posição conservadora - afinal é isto que se espera de um Banco Central - e a implementação da política monetária. O Banco Central está no caminho correto. O risco é errar no "timing" e na dose.
Como mencionado em um outro post uma das grandes da cidade do punk rock já foi para o s..., e está desacompanhada, por enquanto, porque ainda não se decidiu o que fazer com sua companheira de quarto. Contudo, como já mencionado em post antigo, há apenas duas possibilidades para o futuro da outra: alguma forma de estatização ou concordata.
Os numeros, anualizados, do PIB, -6,1% no trimestre e a queda do investimento privado não deixam dúvidas quanto a gravidade da situação. É auto engano agarrar se aos números do consumo, em que pese sua importância, para tentar argumentar que a recuperação já começou. Ainda não há luz no fim do tunel.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Ainda otimista...
Escrevi um artigo para o novo jornal da minha unversidade, o PUC em Noticias, sobre a crise econômica e o Brasil. Ele apresenta, basicamente, uma apanhado das idéias apresentadas em varios posts. La, como aqui, continuo otimista.
Para ler o meu artigo clique aqui
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terça-feira, 28 de abril de 2009
Pesquisa mensal de emprego
Compare o trecho abaixo da Pesquisa Mensal do Emprego com o que voce viu, ouviu e leu na semana passada na midia do grande bananão: o cenário ainda esta longe de ser apocaliptico. É verdade que ela não cobre todo o territorio nacional, sequer o interior do estado de São Paulo, o que é problematico, mas são os dados que temos e indicam que pelo menos, por enquanto, a situação parece estar sobre controle. Noticia que, naturalmente, não deixa nenhum pouco feliz a direita civilizada e a extrema esquerda deslumbrada que ainda torcem pelo quanto pior melhor. No caso da primeira é apenas torcida, no caso da segunda é reforçado pelo desconhecimento da teoria econômica "burguesa", que eles chamam de vulgar.
"A taxa de desocupação de março foi 0,5 ponto percentual maior que a de fevereiro (8,5%) e manteve-se estável na comparação com marçode 2008 (8,6%). A população desocupada (2,1 milhão) teve um acréscimo de 141 mil pessoas (7,3%) em relação a fevereiro, e de 130mil pessoas(6,7%) se comparada a março de 2008.A variação da população ocupada (21,0 milhões) não foi estatisticamente significativa(mais 9 mil pessoas) em relação a fevereiro e na comparação anual (mais 184 mil pessoas).O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (9,3 milhões) manteve-se estatisticamente estável (menos 48 mil pessoas) no mês e
cresceu (2,5% ou mais 229 mil pessoas) no ano.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.321,40) ficou estável no mês e subiu5,0% frente a março de 2008. O rendimento médio real domiciliar per capita
(R$ 850,81) cresceu 1,7%no mês e subiu 4,5% no ano. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 27,4 bilhões) teve queda de 0,6%no mês e alta (5,4%)em relação a fevereiro de 2008."
Fonte: IBGE
"A taxa de desocupação de março foi 0,5 ponto percentual maior que a de fevereiro (8,5%) e manteve-se estável na comparação com marçode 2008 (8,6%). A população desocupada (2,1 milhão) teve um acréscimo de 141 mil pessoas (7,3%) em relação a fevereiro, e de 130mil pessoas(6,7%) se comparada a março de 2008.A variação da população ocupada (21,0 milhões) não foi estatisticamente significativa(mais 9 mil pessoas) em relação a fevereiro e na comparação anual (mais 184 mil pessoas).O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (9,3 milhões) manteve-se estatisticamente estável (menos 48 mil pessoas) no mês e
cresceu (2,5% ou mais 229 mil pessoas) no ano.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.321,40) ficou estável no mês e subiu5,0% frente a março de 2008. O rendimento médio real domiciliar per capita
(R$ 850,81) cresceu 1,7%no mês e subiu 4,5% no ano. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 27,4 bilhões) teve queda de 0,6%no mês e alta (5,4%)em relação a fevereiro de 2008."
Fonte: IBGE
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Left-wing Catholicism twists Gospel, says novelist
Entrevista controversa, mas honesta. Leitura obrigatoria, principalmente, na terra das jabuticabas exoticas. Ele, naturalmente, exagera na dose, que reflete uma disputa interna ao catolicismo anglo-americano, mas é um topico importante, haja vista o resultado prático: a construção de partidos e ou movimento politicos fortes acompanhada de perda de fieis para outras denominações religiosas.
Left-wing "social" Catholicism falsifies the Gospel and can promote violence, according to Catholic novelist Piers Paul Read's new book.
The Death of a Pope, published in America on May 1 and available in Britain later in the year, intertwines real events with fiction, and is likely to be controversial for its attacks on secularism and liberal Catholicism, especially liberation theology.
Mr Read told the Herald: "The anti-hero is an aid worker, a Basque who was once a Jesuit in Salvador and left to join the guerrillas. He's now an aid worker.
"The themes are Catholic ones, you could say it's about the battle between liberal and conservative Catholics, a debate between the Tablet and The Catholic Herald. There is also a certain amount of satire."
Mr Read said the theme originated with a visit to El Salvador in 1990, where many Catholics supported the Communists.
"I wrote a piece for the Independent about the Jesuits at the University of Central America, and more broadly the Catholics who supported liberation theology. I was once a Catholic radical but El Salvador was a long, drawn-out disaster. I began to realise, as Pope Benedict XVI puts it in his encyclical Spe Salvi: 'Jesus was not Spartacus, he was not engaged in a fight for political liberation'."
In an interview on the website of Ignatius Press, the book's American publishers, Mr Read said: "When I was young I was a zealous exponent of liberation theology. As I grew older I like to think I grew wiser and came to see how 'social' Catholicism, however superficially appealing in the face of the suffering caused by poverty and injustice, in fact falsifies the teaching of the Gospels.
"This is particularly true when it condones or even advocates the use of violence. Yet this was precisely the message preached from the pulpits in Catholic parishes and taught in Catholic schools in the last decades of the 20th century.
"The two visions of what charity demands of a Christian confront one another on the issue of the Aids epidemic in Africa. It is this confrontation that gave me the idea for my novel."
Mr Read also tackles secular hostility in the book. The novel starts with a quote from Polly Toynbee that "the Pope kills millions through his reckless spreading of Aids".
"Toynbee is an atheist and militant secularist, and she sees in Catholic misgivings about the use of condoms to prevent the spread of Aids a stick with which to beat the Church. Her views are widely shared in the secular media, even if they are not so pungently expressed."
The 68-year-old novelist, journalist and playwright is most famous for his novels Knights of the Cross and Alice in Exile, and the non-fiction titles Alive: The Story of the Andes Survivors, The Templars: The Dramatic History of the Knights Templar, Alec Guinness: The Authorised Biography and Hell and Other Destinations.
Death of a Pope centres around a love triangle involving a British woman called Kate and an intelligence analyst, Kotovski, which reflects the moral confusion of post-Christian Britain, as well as disillusionment with liberal Catholicism in El Salvador and elsewhere, where he said those Catholics who opposed "replacing the Cross with the AK-47" were in fear of their lives.
Ignatius Press is a Catholic publisher founded in 1978 by Fr Joseph Fessio, a Jesuit and former pupil of Benedict XVI. It has published works by the current Pope as well as apologists such as Scott Hahn.
Mr Read correctly predicted that Cardinal Ratzinger would replace Pope John Paul II as pontiff in 2005, and told Ignatius Press that "from the mid-Eighties, when I first became aware of the then Cardinal Ratzinger with the publication of The Ratzinger Report, I have admired him for his patent holiness, his intelligence, his lucidity, his coherence, his charm and the quiet courage with which he insists upon unpopular truths.
"His very elevation to the papacy has routed the 'spirit of Vatican II' advocates of an alternative Magisterium. His encyclicals Deus Caritas Est and Spe Salvi, the Apostolic Exhortation Sacramentum Caritatis, and his book Jesus of Nazareth are all superb."
He added: "His courage and lucidity were clearly apparent in his Regensburg address. I share entirely his insistence that beauty and mystery should return to the celebration of the Eucharist."
Fonte: The Catholic Herald
Left-wing "social" Catholicism falsifies the Gospel and can promote violence, according to Catholic novelist Piers Paul Read's new book.
The Death of a Pope, published in America on May 1 and available in Britain later in the year, intertwines real events with fiction, and is likely to be controversial for its attacks on secularism and liberal Catholicism, especially liberation theology.
Mr Read told the Herald: "The anti-hero is an aid worker, a Basque who was once a Jesuit in Salvador and left to join the guerrillas. He's now an aid worker.
"The themes are Catholic ones, you could say it's about the battle between liberal and conservative Catholics, a debate between the Tablet and The Catholic Herald. There is also a certain amount of satire."
Mr Read said the theme originated with a visit to El Salvador in 1990, where many Catholics supported the Communists.
"I wrote a piece for the Independent about the Jesuits at the University of Central America, and more broadly the Catholics who supported liberation theology. I was once a Catholic radical but El Salvador was a long, drawn-out disaster. I began to realise, as Pope Benedict XVI puts it in his encyclical Spe Salvi: 'Jesus was not Spartacus, he was not engaged in a fight for political liberation'."
In an interview on the website of Ignatius Press, the book's American publishers, Mr Read said: "When I was young I was a zealous exponent of liberation theology. As I grew older I like to think I grew wiser and came to see how 'social' Catholicism, however superficially appealing in the face of the suffering caused by poverty and injustice, in fact falsifies the teaching of the Gospels.
"This is particularly true when it condones or even advocates the use of violence. Yet this was precisely the message preached from the pulpits in Catholic parishes and taught in Catholic schools in the last decades of the 20th century.
"The two visions of what charity demands of a Christian confront one another on the issue of the Aids epidemic in Africa. It is this confrontation that gave me the idea for my novel."
Mr Read also tackles secular hostility in the book. The novel starts with a quote from Polly Toynbee that "the Pope kills millions through his reckless spreading of Aids".
"Toynbee is an atheist and militant secularist, and she sees in Catholic misgivings about the use of condoms to prevent the spread of Aids a stick with which to beat the Church. Her views are widely shared in the secular media, even if they are not so pungently expressed."
The 68-year-old novelist, journalist and playwright is most famous for his novels Knights of the Cross and Alice in Exile, and the non-fiction titles Alive: The Story of the Andes Survivors, The Templars: The Dramatic History of the Knights Templar, Alec Guinness: The Authorised Biography and Hell and Other Destinations.
Death of a Pope centres around a love triangle involving a British woman called Kate and an intelligence analyst, Kotovski, which reflects the moral confusion of post-Christian Britain, as well as disillusionment with liberal Catholicism in El Salvador and elsewhere, where he said those Catholics who opposed "replacing the Cross with the AK-47" were in fear of their lives.
Ignatius Press is a Catholic publisher founded in 1978 by Fr Joseph Fessio, a Jesuit and former pupil of Benedict XVI. It has published works by the current Pope as well as apologists such as Scott Hahn.
Mr Read correctly predicted that Cardinal Ratzinger would replace Pope John Paul II as pontiff in 2005, and told Ignatius Press that "from the mid-Eighties, when I first became aware of the then Cardinal Ratzinger with the publication of The Ratzinger Report, I have admired him for his patent holiness, his intelligence, his lucidity, his coherence, his charm and the quiet courage with which he insists upon unpopular truths.
"His very elevation to the papacy has routed the 'spirit of Vatican II' advocates of an alternative Magisterium. His encyclicals Deus Caritas Est and Spe Salvi, the Apostolic Exhortation Sacramentum Caritatis, and his book Jesus of Nazareth are all superb."
He added: "His courage and lucidity were clearly apparent in his Regensburg address. I share entirely his insistence that beauty and mystery should return to the celebration of the Eucharist."
Fonte: The Catholic Herald
domingo, 26 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
The City, C.P.Kavafy
You said: "I'll go to another country. go to another shore,
find another city better than this one.
Whatever I try to do is fated to turn out wrong
and my heart lies buried like something dead.
How long can I let my mind moulder in this place?
Wherever I turn, wherever I look,
I see the black ruins of my life, here,
where I've spent so many years, wasted them, destroyed them totally."
You won't find a new country, won't find another shore.
This city will always pursue you.
You'll walk the same streets, grow old
in the same neighborhoods, turn gray in these same houses.
You'll always end up in this city. Don't hope for things elsewhere:
there's no ship for you, there's no road.
Now that you've wasted your life here, in this small corner,
you've destroyed it everywhere in the world.
Translated by Edmund Keeley
find another city better than this one.
Whatever I try to do is fated to turn out wrong
and my heart lies buried like something dead.
How long can I let my mind moulder in this place?
Wherever I turn, wherever I look,
I see the black ruins of my life, here,
where I've spent so many years, wasted them, destroyed them totally."
You won't find a new country, won't find another shore.
This city will always pursue you.
You'll walk the same streets, grow old
in the same neighborhoods, turn gray in these same houses.
You'll always end up in this city. Don't hope for things elsewhere:
there's no ship for you, there's no road.
Now that you've wasted your life here, in this small corner,
you've destroyed it everywhere in the world.
Translated by Edmund Keeley
sexta-feira, 24 de abril de 2009
An IMF We Can Love?
Ótimo artigo do Dani Rodrik sobre o renascimento do FMI, a besta fera da turma de sempre: a esquerda festiva de perdizes-higienopolis e alhures.
What a difference the crisis has made for the International Monetary Fund. It was just a few months ago that this important but unloved institution, a landmark of post-war global economic arrangements, seemed destined to irrelevance.
The IMF has long been a whipping boy for both left and right – the former because of the Fund’s emphasis on fiscal rectitude and economic orthodoxy, and the latter because of its role in bailing out indebted nations. Developing nations grudgingly took its advice, while advanced nations, not needing the money, ignored it. In a world where private capital flows dwarf the resources at its disposal, the IMF had come to seem an anachronism.
And, when some of the IMF’s largest debtors (Brazil and Argentina) began to prepay their debts a few years ago with no new borrowers in sight, it looked like the final nail in the coffin had been struck. The IMF seemed condemned to run out of income, in addition to losing its raison d’être . It shrank its budgets and began to downsize, and, while it was handed some new responsibilities in the meantime – surveillance over “currency manipulation,” in particular – its deliberations proved largely irrelevant.
Para ler o resto do artigo clique aqui
What a difference the crisis has made for the International Monetary Fund. It was just a few months ago that this important but unloved institution, a landmark of post-war global economic arrangements, seemed destined to irrelevance.
The IMF has long been a whipping boy for both left and right – the former because of the Fund’s emphasis on fiscal rectitude and economic orthodoxy, and the latter because of its role in bailing out indebted nations. Developing nations grudgingly took its advice, while advanced nations, not needing the money, ignored it. In a world where private capital flows dwarf the resources at its disposal, the IMF had come to seem an anachronism.
And, when some of the IMF’s largest debtors (Brazil and Argentina) began to prepay their debts a few years ago with no new borrowers in sight, it looked like the final nail in the coffin had been struck. The IMF seemed condemned to run out of income, in addition to losing its raison d’être . It shrank its budgets and began to downsize, and, while it was handed some new responsibilities in the meantime – surveillance over “currency manipulation,” in particular – its deliberations proved largely irrelevant.
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
Um futuro de inflação para os EUA
Interessante artigo do Feldstein sobre as possíveis consequencias da atual política econômica americana
"Os EUA demonstraram seus primeiros sinais de deflação em 55 anos, o que despertou temores inevitáveis de ainda mais deflação no futuro. Mas o motivo primário para o índice negativo de inflação nos EUA é a dramática queda de 30% nos preços das commodities. Isso não voltará a acontecer. E, excluídos alimentos e energia, os preços ao consumidor estão 1,8% acima do nível do ano anterior. Essa é a boa notícia; já as perspectivas de longo prazo são piores.
A explosão no déficit fiscal americano acarreta o espectro de inflação alta no futuro. A proposta orçamentária de Obama implica um déficit fiscal de 13% do PIB em 2009 e de quase 10% em 2010. Mesmo com forte recuperação econômica, a relação dívida/ PIB dobraria para 80% ao longo dos próximos dez anos.
Há indícios históricos sobre a conexão entre uma política fiscal expansiva e subsequente inflação. Mas as provas históricas e a análise econômica também demonstram que os efeitos inflacionários podem ser evitados caso os déficits fiscais não sejam acompanhados por uma alta sustentada na base monetária e, em termos mais gerais, por um relaxamento das condições monetárias.
O fato essencial é que a inflação sobe quando a oferta excede a procura. Um déficit fiscal eleva a oferta quando o governo amplia suas aquisições de bens e serviços ou, por meio de uma redução de impostos, induz os domicílios a ampliar seu consumo. Determinar se esse déficit mais amplo conduzirá a um aumento de preços depende das condições monetárias. Caso o déficit não seja acompanhado por uma alta na base monetária, o estímulo fiscal elevará as taxas de juros de curto prazo, bloqueando a alta na oferta e prevenindo uma alta sustentada na inflação.
Assim, o potencial perigo inflacionário é que o grande déficit fiscal dos EUA conduza à elevação da base monetária. Isso acontece nos países em desenvolvimento, pois eles não dispõem da capacidade de emitir títulos e por isso financiam suas dívidas imprimindo dinheiro. Em contraste, quando os déficits não conduzem à ampliação na base monetária, as provas apontam que não causam alta sustentada de preços.
Um exemplo disso foi a forte queda na inflação que os EUA registraram no começo dos anos 80, ao mesmo tempo em que os déficits fiscais subiam rapidamente. A inflação caiu porque o Fed apertou os controles sobre as condições monetárias e permitiu que os juros de curto prazo subissem de forma acentuada.
Mas agora os grandes déficits fiscais estão sendo acompanhados por alta rápida na base monetária e ampliações ainda mais ominosas nas reservas dos bancos comerciais, que podem depois se converter em forte crescimento da base monetária.
A base monetária consiste de depósitos bancários garantidos pelo governo, que os domicílios e empresas vêm mantendo devido a preocupações quanto à liquidez e à segurança de outras formas de investimento. Mas isso poderia mudar quando as condições melhorarem, o que transformaria esses saldos monetários em fontes de inflação.
A recessão significa que não há risco imediato de inflação. A procura agregada por mão de obra, bens e serviços é muito inferior à oferta potencial. Mas, quando a economia começar a se recuperar, o Fed terá de reduzir os estoques de dinheiro e impedir que o grande volume de reservas excedentes dos bancos venha a causar uma explosão inflacionária de crédito e da base monetária.
Essa não será uma tarefa fácil, pois os bancos comerciais podem não desejar trocar suas reservas pela montanha de títulos privados que o Fed retém, e podem faltar ao banco central papéis do Tesouro com os quais conduzir operações no mercado. É surpreendente que os juros de longo prazo ainda não estejam refletindo o risco de inflação futura resultante."
MARTIN FELDSTEIN , professor de Economia na Universidade Harvard, é membro do Conselho de Assessoria sobre Recuperação Econômica de Barack Obama.
"Os EUA demonstraram seus primeiros sinais de deflação em 55 anos, o que despertou temores inevitáveis de ainda mais deflação no futuro. Mas o motivo primário para o índice negativo de inflação nos EUA é a dramática queda de 30% nos preços das commodities. Isso não voltará a acontecer. E, excluídos alimentos e energia, os preços ao consumidor estão 1,8% acima do nível do ano anterior. Essa é a boa notícia; já as perspectivas de longo prazo são piores.
A explosão no déficit fiscal americano acarreta o espectro de inflação alta no futuro. A proposta orçamentária de Obama implica um déficit fiscal de 13% do PIB em 2009 e de quase 10% em 2010. Mesmo com forte recuperação econômica, a relação dívida/ PIB dobraria para 80% ao longo dos próximos dez anos.
Há indícios históricos sobre a conexão entre uma política fiscal expansiva e subsequente inflação. Mas as provas históricas e a análise econômica também demonstram que os efeitos inflacionários podem ser evitados caso os déficits fiscais não sejam acompanhados por uma alta sustentada na base monetária e, em termos mais gerais, por um relaxamento das condições monetárias.
O fato essencial é que a inflação sobe quando a oferta excede a procura. Um déficit fiscal eleva a oferta quando o governo amplia suas aquisições de bens e serviços ou, por meio de uma redução de impostos, induz os domicílios a ampliar seu consumo. Determinar se esse déficit mais amplo conduzirá a um aumento de preços depende das condições monetárias. Caso o déficit não seja acompanhado por uma alta na base monetária, o estímulo fiscal elevará as taxas de juros de curto prazo, bloqueando a alta na oferta e prevenindo uma alta sustentada na inflação.
Assim, o potencial perigo inflacionário é que o grande déficit fiscal dos EUA conduza à elevação da base monetária. Isso acontece nos países em desenvolvimento, pois eles não dispõem da capacidade de emitir títulos e por isso financiam suas dívidas imprimindo dinheiro. Em contraste, quando os déficits não conduzem à ampliação na base monetária, as provas apontam que não causam alta sustentada de preços.
Um exemplo disso foi a forte queda na inflação que os EUA registraram no começo dos anos 80, ao mesmo tempo em que os déficits fiscais subiam rapidamente. A inflação caiu porque o Fed apertou os controles sobre as condições monetárias e permitiu que os juros de curto prazo subissem de forma acentuada.
Mas agora os grandes déficits fiscais estão sendo acompanhados por alta rápida na base monetária e ampliações ainda mais ominosas nas reservas dos bancos comerciais, que podem depois se converter em forte crescimento da base monetária.
A base monetária consiste de depósitos bancários garantidos pelo governo, que os domicílios e empresas vêm mantendo devido a preocupações quanto à liquidez e à segurança de outras formas de investimento. Mas isso poderia mudar quando as condições melhorarem, o que transformaria esses saldos monetários em fontes de inflação.
A recessão significa que não há risco imediato de inflação. A procura agregada por mão de obra, bens e serviços é muito inferior à oferta potencial. Mas, quando a economia começar a se recuperar, o Fed terá de reduzir os estoques de dinheiro e impedir que o grande volume de reservas excedentes dos bancos venha a causar uma explosão inflacionária de crédito e da base monetária.
Essa não será uma tarefa fácil, pois os bancos comerciais podem não desejar trocar suas reservas pela montanha de títulos privados que o Fed retém, e podem faltar ao banco central papéis do Tesouro com os quais conduzir operações no mercado. É surpreendente que os juros de longo prazo ainda não estejam refletindo o risco de inflação futura resultante."
MARTIN FELDSTEIN , professor de Economia na Universidade Harvard, é membro do Conselho de Assessoria sobre Recuperação Econômica de Barack Obama.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
By, by inflação, hello deflação
Por enquanto é um problema restrito a economia espanhola.Mas, há o risco dele tornar-se um problema bem maior, atingindo outros países da zona do euro. Enquanto isto no grande bananão, como nos alerta em sua coluna de hoje, no jornal da Ditabranda, o esforçado economista da ditadura, já há um temor em relação ao retorno da inflação em futuro próximo. Não sei qual o fundamento, mas os loucos de Cati continuam a solta e há, naturalmente, a eleição de 2010. Para a oposição de direita, civilizada, e a extrema esquerda deslumbrada, quanto pior é melhor.
"Faced with plunging orders, merchants across this recession-wracked country are starting to do something that many of them have never done: cut retail prices.
Prices dipped everywhere, from restaurants and fashion retailers to pharmacies and supermarkets in March. Hoping to increase sales, Fernando Maestre reduced prices by a third on the video intercoms his company makes for homes and apartment buildings. But that has not helped, so, along with many other Spanish employers, he is continuing to fire workers.
The nation’s jobless rate, already a painful 15.5 percent, could soon reach 20 percent, a troubling number for a major industrialized country.
With the combination of rising unemployment and falling prices, economists fear Spain may be in the early grip of deflation, a hallmark of both the Great Depression and Japan’s lost decade of the 1990s, and a major concern since the financial crisis went global last year.
Deflation can result in a downward spiral that can be difficult to reverse. As unemployment rises sharply and consumers cut spending, companies cut prices. But if sales do not pick up, then revenue can decline further, forcing more cuts in workers or wages. Mr. Maestre is already contemplating additional job and wage cuts for his 250 employees.
Nowhere is this cycle more evident than in Spain. Last month, it became the first of the 16 nations that use the euro to record a negative inflation rate. The drop, though just 0.1 percent, had not happened since the government began tracking inflation in 1961, and Spanish officials have said prices could keep dropping through the summer.
Some of the decline came as volatile food prices sank; the cost of fish fell 6.2 percent, and sugar was down 5.7 percent. But even prices in normally stable sectors like drugs and medical treatments fell 0.7 percent in March, and there were slight declines in footwear, clothing and prices for household electronics.
“Alarm bells are going off,” said Lorenzo Amor, president of the Association of Autonomous Workers, which represents small businesses and self-employed people. “Economies can recover from deceleration, but it’s harder to recover from a deflationary situation. This could be a catastrophe for the Spanish economy.”
Deflation is not just a Spanish concern. Luxembourg, Portugal and Ireland have reported price drops, too. While the declines have been slight — and prices rose modestly after factoring out food and energy prices, which can fluctuate widely — other figures released this month suggest the risk of deflation is growing.
In Germany, wholesale prices dropped 8 percent in March from a year ago, the steepest fall since 1987. In Japan, wholesale prices fell 2.2 percent on an annual basis. In the United States, the Consumer Price Index fell 0.1 percent in March, year over year, the first decline of its kind since 1955, though prices rose 0.2 percent excluding food and energy.
“It doesn’t mean it will spread here to the U.S., but we need to look closely at Spain and other places to understand the dynamic,” says Simon Johnson, a professor at the Sloan School of Management at the Massachusetts Institute of Technology and a former chief economist for the International Monetary Fund. “It’s like the front line of a new virus outbreak.”
The trends have unnerved even well-established businesses. “There is such a huge lack of confidence in the politicians, in the European Union and in the banks,” said Arturo Virosque, 79, president of Valencia’s chamber of commerce and the owner of a local logistics company. Ticking off crises going back to the Spanish Civil War in his youth, he said, “this is different. It’s like an illness.”
After price cuts by competitors, Mr. Virosque’s company reduced charges for storage and transportation, and slashed its work force to about 170, from 250. “The worst thing is that we have to cut the young people,” he said, because higher severance makes it too expensive to fire older workers.
While unemployment traditionally is higher in Spain than in much of Europe, the sharp increase has many here nervous. The jobless rate for those under 25 is at a Depression-like level of 31.8 percent, the highest among the 27 nations of the European Union.
Before cutting prices in early 2009, Mr. Maestre ordered several rounds of job cuts at his company, Fermax, as sales of the intercoms collapsed with Spain’s housing bubble.
“It’s a question of survival for everybody,” he said. Still, the lower prices have not translated into higher sales. Fermax’s orders fell 25 percent in the first quarter. Prices for some intercom parts that he buys, like video screens, have also come down, but it is not enough to make up for the sales drought. “Prices have to come down more and we will have to spend less,” he said.
The effects of this downward spiral are evident at Valencia’s principal soup kitchen, in an imposing stone building constructed a century ago as an alms house. Each day, a line forms around the block by noon. The Casa de la Caridad, or House of Charity, is helping three times as many people as it did a year ago. More than 11,000 meals were served in March, and it expects to top 12,000 this month.
As the economic decline has broadened, so has the range of people seeking help. In the past, most were out-of-work immigrants or the homeless, said the center’s director, Guadalupe Ferrer. Today, “it’s more and more people like us who had a house, a respectable job, but are now unemployed.”
The employed worry that falling prices will endanger their jobs as well.
Yolanda Garcia has worked as a butcher under the arches of Valencia’s soaring Art Nouveau central market for a decade, but she’s troubled that a drop in the price of chicken, to 5.99 euros a kilo, from 6.99, has not attracted more customers to her stall.
“Of course, we’re worried the boss will have to reduce staff,” said Ms. Garcia, 38, whose husband, a construction worker, was laid off two months ago.
All this has made deflation, once a subject largely reserved for economists who studied the Great Depression, into front-page news here.
The American economy is less vulnerable to deflation, in part because of the Federal Reserve’s decision to cut interest rates to near zero and increase lending by $2 trillion. The European Central Bank has also cut rates, though more slowly, and it has resisted the lending measures adopted by the Fed and the Bank of England to prop up spending.
When Spain had its own currency, the peseta, the central bank could have simply devalued it, or cut interest rates to zero. But that is not an option in the era of the euro, when monetary policy is controlled from the European Central Bank’s headquarters in Frankfurt, said Santiago Carbó, a professor of economics at the University of Granada.
“If we enter into a deflationary period, we won’t have the monetary tools to sort it out,” Mr. Carbó said."
Fonte: NYTimes
"Faced with plunging orders, merchants across this recession-wracked country are starting to do something that many of them have never done: cut retail prices.
Prices dipped everywhere, from restaurants and fashion retailers to pharmacies and supermarkets in March. Hoping to increase sales, Fernando Maestre reduced prices by a third on the video intercoms his company makes for homes and apartment buildings. But that has not helped, so, along with many other Spanish employers, he is continuing to fire workers.
The nation’s jobless rate, already a painful 15.5 percent, could soon reach 20 percent, a troubling number for a major industrialized country.
With the combination of rising unemployment and falling prices, economists fear Spain may be in the early grip of deflation, a hallmark of both the Great Depression and Japan’s lost decade of the 1990s, and a major concern since the financial crisis went global last year.
Deflation can result in a downward spiral that can be difficult to reverse. As unemployment rises sharply and consumers cut spending, companies cut prices. But if sales do not pick up, then revenue can decline further, forcing more cuts in workers or wages. Mr. Maestre is already contemplating additional job and wage cuts for his 250 employees.
Nowhere is this cycle more evident than in Spain. Last month, it became the first of the 16 nations that use the euro to record a negative inflation rate. The drop, though just 0.1 percent, had not happened since the government began tracking inflation in 1961, and Spanish officials have said prices could keep dropping through the summer.
Some of the decline came as volatile food prices sank; the cost of fish fell 6.2 percent, and sugar was down 5.7 percent. But even prices in normally stable sectors like drugs and medical treatments fell 0.7 percent in March, and there were slight declines in footwear, clothing and prices for household electronics.
“Alarm bells are going off,” said Lorenzo Amor, president of the Association of Autonomous Workers, which represents small businesses and self-employed people. “Economies can recover from deceleration, but it’s harder to recover from a deflationary situation. This could be a catastrophe for the Spanish economy.”
Deflation is not just a Spanish concern. Luxembourg, Portugal and Ireland have reported price drops, too. While the declines have been slight — and prices rose modestly after factoring out food and energy prices, which can fluctuate widely — other figures released this month suggest the risk of deflation is growing.
In Germany, wholesale prices dropped 8 percent in March from a year ago, the steepest fall since 1987. In Japan, wholesale prices fell 2.2 percent on an annual basis. In the United States, the Consumer Price Index fell 0.1 percent in March, year over year, the first decline of its kind since 1955, though prices rose 0.2 percent excluding food and energy.
“It doesn’t mean it will spread here to the U.S., but we need to look closely at Spain and other places to understand the dynamic,” says Simon Johnson, a professor at the Sloan School of Management at the Massachusetts Institute of Technology and a former chief economist for the International Monetary Fund. “It’s like the front line of a new virus outbreak.”
The trends have unnerved even well-established businesses. “There is such a huge lack of confidence in the politicians, in the European Union and in the banks,” said Arturo Virosque, 79, president of Valencia’s chamber of commerce and the owner of a local logistics company. Ticking off crises going back to the Spanish Civil War in his youth, he said, “this is different. It’s like an illness.”
After price cuts by competitors, Mr. Virosque’s company reduced charges for storage and transportation, and slashed its work force to about 170, from 250. “The worst thing is that we have to cut the young people,” he said, because higher severance makes it too expensive to fire older workers.
While unemployment traditionally is higher in Spain than in much of Europe, the sharp increase has many here nervous. The jobless rate for those under 25 is at a Depression-like level of 31.8 percent, the highest among the 27 nations of the European Union.
Before cutting prices in early 2009, Mr. Maestre ordered several rounds of job cuts at his company, Fermax, as sales of the intercoms collapsed with Spain’s housing bubble.
“It’s a question of survival for everybody,” he said. Still, the lower prices have not translated into higher sales. Fermax’s orders fell 25 percent in the first quarter. Prices for some intercom parts that he buys, like video screens, have also come down, but it is not enough to make up for the sales drought. “Prices have to come down more and we will have to spend less,” he said.
The effects of this downward spiral are evident at Valencia’s principal soup kitchen, in an imposing stone building constructed a century ago as an alms house. Each day, a line forms around the block by noon. The Casa de la Caridad, or House of Charity, is helping three times as many people as it did a year ago. More than 11,000 meals were served in March, and it expects to top 12,000 this month.
As the economic decline has broadened, so has the range of people seeking help. In the past, most were out-of-work immigrants or the homeless, said the center’s director, Guadalupe Ferrer. Today, “it’s more and more people like us who had a house, a respectable job, but are now unemployed.”
The employed worry that falling prices will endanger their jobs as well.
Yolanda Garcia has worked as a butcher under the arches of Valencia’s soaring Art Nouveau central market for a decade, but she’s troubled that a drop in the price of chicken, to 5.99 euros a kilo, from 6.99, has not attracted more customers to her stall.
“Of course, we’re worried the boss will have to reduce staff,” said Ms. Garcia, 38, whose husband, a construction worker, was laid off two months ago.
All this has made deflation, once a subject largely reserved for economists who studied the Great Depression, into front-page news here.
The American economy is less vulnerable to deflation, in part because of the Federal Reserve’s decision to cut interest rates to near zero and increase lending by $2 trillion. The European Central Bank has also cut rates, though more slowly, and it has resisted the lending measures adopted by the Fed and the Bank of England to prop up spending.
When Spain had its own currency, the peseta, the central bank could have simply devalued it, or cut interest rates to zero. But that is not an option in the era of the euro, when monetary policy is controlled from the European Central Bank’s headquarters in Frankfurt, said Santiago Carbó, a professor of economics at the University of Granada.
“If we enter into a deflationary period, we won’t have the monetary tools to sort it out,” Mr. Carbó said."
Fonte: NYTimes
terça-feira, 21 de abril de 2009
Lobbies
Surprise, Surprise!!! os bons numeros do bank of america e do citigoup não foram o suficiente para convencer os, poucos bons, analistas que o elefante já deixou a sala . Os lucros aumentam, mas são acompanhados pelo aumento na provisão de devedores duvidosos, ou seja o desequilibrio entre o ativo e o passivo ainda continua no centro da crise e a solução, mencionada em vários posts, é bastante conhecida: estatização, temporária, de parte do sistema financeiro, acompanhada da devida capitalização. O resto é papo para boi dormir.
No grande bananão, mais desoneração fiscal de alguns produtos e ordem presidencial para abertura de linhas de crédito para as financeiras de grandes lojas de varejo. Ok, o crédito ainda anda escasso, mas os últimos números do varejos mostram um cenário diferente do pintato pelas grandes redes de varejo. Credito para todos, sem a devida cautela, poderá criar, no futuro, um problema, que no presente, está aos poucos sendo resolvido pelo próprio mercado.
No grande bananão, mais desoneração fiscal de alguns produtos e ordem presidencial para abertura de linhas de crédito para as financeiras de grandes lojas de varejo. Ok, o crédito ainda anda escasso, mas os últimos números do varejos mostram um cenário diferente do pintato pelas grandes redes de varejo. Credito para todos, sem a devida cautela, poderá criar, no futuro, um problema, que no presente, está aos poucos sendo resolvido pelo próprio mercado.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Bento XVI: 82 anos de vida e quatro de pontificado
Um grande Papa e um intelectual do primeiro time e, por isto mesmo, a tantos incomoda, principalmente aqueles católicos descritos com maestria pelo Cony, como sendo os " católicos censitários, que se declaram como tal quando indagados formalmente, mas que nem sabem o que isso representa. É um catolicismo social, reduzido a missas de sétimo dia, a casamentos na igreja, a batizados festivos e até a festivas primeiras comunhões, dessas que dão direito a vestidos de noiva para as comunga."
"Ao meio-dia desse segundo Domingo de Páscoa, 19, em Castelgandolfo, o papa Bento XVI deu graças a Deus pelos seus 82 anos de vida, que ocorreu no último dia 16. O pontífice afirmou ser sustentado pela comunhão e oração e que nunca se sente só. “Dou graças, sobretudo ao Senhor pela coralidade de tanto afeto. Como tive ocasião de afirmar recentemente, nunca me sinto só. Mais ainda nesta semana especial, que para a liturgia constitui um único dia, experimentei a comunhão que me rodeia e me sustenta: uma solidariedade espiritual, alimentada essencialmente de oração, que se manifesta em mil modos”.
Bento XVI também frisou a unidade da Igreja e sua centralidade em Cristo. Ele ainda mencionou a riqueza da humanidade em se fazer forte junto a Cristo ressuscitado. Para o papa esses fatores diminuem as distâncias na família católica. “Nós católicos formamos e devemos sentir-nos uma única família, animada pelos mesmos sentimentos da primeira comunidade cristã”, uma unidade e comunhão que “tinha como verdadeiro centro e fundamento Cristo ressuscitado”. “Ressuscitado, Jesus doou aos seus uma nova unidade, mais forte de antes, invencível, porque fundamentada não sobre recursos humanos, mas sobre a misericórdia divina, que os fez sentir todos amados e perdoados por Ele”.
Durante sua fala, Bento XVI lembrou do seu antecessor, o então papa João Paulo II, ao afirmar que o mesmo quis se dedicar à misericórdia divina este segundo domingo de Páscoa, propondo a todos, Cristo ressuscitado como manancial de confiança e de esperança.
Ao encerrar, ele dirigiu seus votos aos delegados presentes em Genebra, que participam da Conferência Durban 2, a partir de hoje, para que “colaborem em espírito de diálogo e de acolhimento recíproco, para pôr termo a qualquer forma de racismo, discriminação e intolerância, assinalando assim um passo fundamental em direção à afirmação do valor universal da dignidade do homem e dos seus direitos, num horizonte de respeito e de justiça para cada pessoa e povo”.
Quatro anos de Pontificado
No editorial da Rádio Vaticano deste sábado, véspera do quarto aniversário de pontificado do papa Bento XVI, o diretor da emissora, padre Frederico Lombardi, lembrou da missão desempenhada pelo pontífice até agora. “Quatro viagens, quatro continentes; e dentro de menos de um mês, o quinto – a Ásia, para peregrinas na fé aos lugares da Terra Santa e para falar de reconciliação numa terra crucial para o diálogo entre as grandes religiões e a paz no mundo. (…) Levar Deus aos homens e os homens a Deus, o Deus que se manifestou no rosto de Cristo, e traduzir a fé em diálogo, em força de unidade e de testemunho de caridade ativa”, sublinhou o diretor. Ainda segundo ele, “este o sentido do pontificado de Bento XVI, como ele próprio reafirmou com vigor e paixão na recente Carta ao episcopado mundial, para que um breve período de tensões na Igreja e à volta dela não faça perder de vista o centro, ou seja, o que verdadeiramente essencial, e não faça esquecer a vastidão da tarefa e as fronteiras históricas, culturais e espirituais a que se dirige”, completou."
Fonte: CNBB
"Ao meio-dia desse segundo Domingo de Páscoa, 19, em Castelgandolfo, o papa Bento XVI deu graças a Deus pelos seus 82 anos de vida, que ocorreu no último dia 16. O pontífice afirmou ser sustentado pela comunhão e oração e que nunca se sente só. “Dou graças, sobretudo ao Senhor pela coralidade de tanto afeto. Como tive ocasião de afirmar recentemente, nunca me sinto só. Mais ainda nesta semana especial, que para a liturgia constitui um único dia, experimentei a comunhão que me rodeia e me sustenta: uma solidariedade espiritual, alimentada essencialmente de oração, que se manifesta em mil modos”.
Bento XVI também frisou a unidade da Igreja e sua centralidade em Cristo. Ele ainda mencionou a riqueza da humanidade em se fazer forte junto a Cristo ressuscitado. Para o papa esses fatores diminuem as distâncias na família católica. “Nós católicos formamos e devemos sentir-nos uma única família, animada pelos mesmos sentimentos da primeira comunidade cristã”, uma unidade e comunhão que “tinha como verdadeiro centro e fundamento Cristo ressuscitado”. “Ressuscitado, Jesus doou aos seus uma nova unidade, mais forte de antes, invencível, porque fundamentada não sobre recursos humanos, mas sobre a misericórdia divina, que os fez sentir todos amados e perdoados por Ele”.
Durante sua fala, Bento XVI lembrou do seu antecessor, o então papa João Paulo II, ao afirmar que o mesmo quis se dedicar à misericórdia divina este segundo domingo de Páscoa, propondo a todos, Cristo ressuscitado como manancial de confiança e de esperança.
Ao encerrar, ele dirigiu seus votos aos delegados presentes em Genebra, que participam da Conferência Durban 2, a partir de hoje, para que “colaborem em espírito de diálogo e de acolhimento recíproco, para pôr termo a qualquer forma de racismo, discriminação e intolerância, assinalando assim um passo fundamental em direção à afirmação do valor universal da dignidade do homem e dos seus direitos, num horizonte de respeito e de justiça para cada pessoa e povo”.
Quatro anos de Pontificado
No editorial da Rádio Vaticano deste sábado, véspera do quarto aniversário de pontificado do papa Bento XVI, o diretor da emissora, padre Frederico Lombardi, lembrou da missão desempenhada pelo pontífice até agora. “Quatro viagens, quatro continentes; e dentro de menos de um mês, o quinto – a Ásia, para peregrinas na fé aos lugares da Terra Santa e para falar de reconciliação numa terra crucial para o diálogo entre as grandes religiões e a paz no mundo. (…) Levar Deus aos homens e os homens a Deus, o Deus que se manifestou no rosto de Cristo, e traduzir a fé em diálogo, em força de unidade e de testemunho de caridade ativa”, sublinhou o diretor. Ainda segundo ele, “este o sentido do pontificado de Bento XVI, como ele próprio reafirmou com vigor e paixão na recente Carta ao episcopado mundial, para que um breve período de tensões na Igreja e à volta dela não faça perder de vista o centro, ou seja, o que verdadeiramente essencial, e não faça esquecer a vastidão da tarefa e as fronteiras históricas, culturais e espirituais a que se dirige”, completou."
Fonte: CNBB
domingo, 19 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Life Is Fine , Langston Hughes
I went down to the river,
I set down on the bank.
I tried to think but couldn't,
So I jumped in and sank.
I came up once and hollered!
I came up twice and cried!
If that water hadn't a-been so cold
I might've sunk and died.
But it was Cold in that water! It was cold!
I took the elevator
Sixteen floors above the ground.
I thought about my baby
And thought I would jump down.
I stood there and I hollered!
I stood there and I cried!
If it hadn't a-been so high
I might've jumped and died.
But it was High up there! It was high!
So since I'm still here livin',
I guess I will live on.
I could've died for love--
But for livin' I was born
Though you may hear me holler,
And you may see me cry--
I'll be dogged, sweet baby,
If you gonna see me die.
Life is fine! Fine as wine! Life is fine!
I set down on the bank.
I tried to think but couldn't,
So I jumped in and sank.
I came up once and hollered!
I came up twice and cried!
If that water hadn't a-been so cold
I might've sunk and died.
But it was Cold in that water! It was cold!
I took the elevator
Sixteen floors above the ground.
I thought about my baby
And thought I would jump down.
I stood there and I hollered!
I stood there and I cried!
If it hadn't a-been so high
I might've jumped and died.
But it was High up there! It was high!
So since I'm still here livin',
I guess I will live on.
I could've died for love--
But for livin' I was born
Though you may hear me holler,
And you may see me cry--
I'll be dogged, sweet baby,
If you gonna see me die.
Life is fine! Fine as wine! Life is fine!
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Use o cerebro, não o figado....
Em geral um analista ponderado e isento, L.C.Mendonça de Barros, em seu artigo de hoje na Folha, vestiu definitivamente a camisa partidaria e substituiu o cerebro pelo figado. Isto para não mencionar a amnesia seletiva: ele critica a todos, exceto os governadores, com isto evita criticar as medidas do Serrágio. É ingenuidade, para usar uma palavra menos dura, achar que em algum momento o agente político( prefeito, governador e presidente) coloque de lado o impacto político de decisões econômicas sobre sua base eleitoral. Seria uma demonstração de total irracionalidade, dai não fazer o menor sentido afirmar que o " o governo deixou de lado o discurso racional dos últimos anos". É estranho, também, incluir redução de impostos, como medida anti-ciclica, sem a necessaria qualificação: em um cenário com alto endividamento de familias e empresas, o aumento da renda disponível, não necessariamente, implica em aumento de consumo, mas em redução de dividas e, pelo lado do governo, em diminuição da capacidade de aumentar gastos, devido a diminuição de receita. Pelo jeito ele é o único que ainda leva a serio a Reagan´s economics.
No mesmo jornal, um outro bom analista, Torres Freire, aparentemente sem assunto ou chocado com as boas noticias que não teve tempo de ler, navega entre a ironia e o sarcasmo( uma arte que ele pensa dominar, mas não domina) e preconceito de classe, para criticar as medidas do governo federal.
Os últimos dados publicados, em relação ao varejo, são positivos e motivos para comemoração. Contudo, ainda é cedo para afirmar que o pior já passou, mas já é possível afirmar que o poço era menos fundo que o desejado pela turma do quanto pior melhor.
Para não falarem que sou do contra e que estou caindo no mesmo vicio do Mendonça de Barros,..., gostei e concordo com a avaliação do Borges, da LCA Consultores: "é covardia comparar qualquer indicador deste ano com o mesmo período do ano passado. A economia se retraiu muito com a crise. A questão agora é avaliar a conjuntura atual".
No mesmo jornal, um outro bom analista, Torres Freire, aparentemente sem assunto ou chocado com as boas noticias que não teve tempo de ler, navega entre a ironia e o sarcasmo( uma arte que ele pensa dominar, mas não domina) e preconceito de classe, para criticar as medidas do governo federal.
Os últimos dados publicados, em relação ao varejo, são positivos e motivos para comemoração. Contudo, ainda é cedo para afirmar que o pior já passou, mas já é possível afirmar que o poço era menos fundo que o desejado pela turma do quanto pior melhor.
Para não falarem que sou do contra e que estou caindo no mesmo vicio do Mendonça de Barros,..., gostei e concordo com a avaliação do Borges, da LCA Consultores: "é covardia comparar qualquer indicador deste ano com o mesmo período do ano passado. A economia se retraiu muito com a crise. A questão agora é avaliar a conjuntura atual".
quinta-feira, 16 de abril de 2009
The Way of All Debt
John Gray é Professor of European Thought na the London School of Economics e pouco conhecido no grande bananão. Esta resenha-artigo serve como um bom aperitivo para outros dos seus trabalhos.
A perturbation arising from the American market in subprime mortgages has spread through the banking system to disrupt economic activity throughout the world. The pattern of cause and effect will be debated for many years, with historians asking when and how the global economy was set on the path that led to its current condition. Already there are some who trace the crisis to decisions of Alan Greenspan, chairman of the board of governors of the Federal Reserve from 1987 to 2006, when he responded to events such as the collapse in the late 1990s of a hedge fund, Long Term Capital Management, and the subsequent bursting of the dot-com bubble by creating a climate of easy borrowing, which in turn inflated another bubble in the housing market.
Others suggest that a change in the legal system of banking brought about by the repeal in 1999 of the Glass-Steagall Act of 1933, which had aimed to limit speculation by separating commercial and investment banking, created an environment that allowed reckless lending. Yet others explain the turmoil in world markets as a symptom of an endemic instability in the type of finance capitalism that has developed in America, Britain, and some other Western countries.
These accounts are not mutually exclusive, nor are they in any way exhaustive. Like most of the narratives that offer to tell us how the world arrived at its present pass, they are primarily economic in focus. To be sure, this is an economic crisis; it might therefore seem to follow that it is best explained in economic terms. But economics may not give a satisfactory understanding of the events of the past year. The changes that have occurred are not only in the world economy. They include shifts in geopolitics, involving aspects of the rise and fall of nations that go beyond their economic performance, and an erosion of values.
John Gray
Para ler o resto do artigo clique aqui
A perturbation arising from the American market in subprime mortgages has spread through the banking system to disrupt economic activity throughout the world. The pattern of cause and effect will be debated for many years, with historians asking when and how the global economy was set on the path that led to its current condition. Already there are some who trace the crisis to decisions of Alan Greenspan, chairman of the board of governors of the Federal Reserve from 1987 to 2006, when he responded to events such as the collapse in the late 1990s of a hedge fund, Long Term Capital Management, and the subsequent bursting of the dot-com bubble by creating a climate of easy borrowing, which in turn inflated another bubble in the housing market.
Others suggest that a change in the legal system of banking brought about by the repeal in 1999 of the Glass-Steagall Act of 1933, which had aimed to limit speculation by separating commercial and investment banking, created an environment that allowed reckless lending. Yet others explain the turmoil in world markets as a symptom of an endemic instability in the type of finance capitalism that has developed in America, Britain, and some other Western countries.
These accounts are not mutually exclusive, nor are they in any way exhaustive. Like most of the narratives that offer to tell us how the world arrived at its present pass, they are primarily economic in focus. To be sure, this is an economic crisis; it might therefore seem to follow that it is best explained in economic terms. But economics may not give a satisfactory understanding of the events of the past year. The changes that have occurred are not only in the world economy. They include shifts in geopolitics, involving aspects of the rise and fall of nations that go beyond their economic performance, and an erosion of values.
John Gray
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quarta-feira, 15 de abril de 2009
Alexandre "eram os deuses astronautas"
Artigo interessante do alexandre "eram os deuses astronautas" na folha de hoje. Ontem, estudando os mesmos dados, fiquei com a mesma impressão, mas não tive tempo de ir alem de conjecturas. É uma pena que ele não tenha apresentado maiores detalhes sobre o modelo usado ou feito qualquer menção a sua disponibilidade.
"Não é segredo que a indústria foi quem mais sentiu o impacto da crise externa e persistem dúvidas acerca da sua capacidade de recuperação neste ano. Isto dito, para sabermos o que esperar quanto ao desempenho futuro da produção industrial, é primeiro necessário entender o que causou a forte queda dos últimos meses. Acreditamos que esta tenha resultado do colapso das exportações industriais acoplado a um forte ciclo de estoques.
As exportações caíram pouco mais de 30% nos dois primeiros meses deste ano, depois de registrarem queda expressiva (11%) no quarto trimestre do ano passado.
Em contraste, apesar de terem se desacelerado, as vendas no varejo ainda registram níveis relativamente elevados, superando modestamente os volumes registrados em igual período do ano anterior. Os dados sugerem, assim, um efeito mais forte das exportações relativamente ao varejo, mas será que essa impressão sobrevive a uma abordagem mais rigorosa?
Com base em tais observações, estimamos (eu e Tatiana Pinheiro) um modelo que traduz em números os impactos desses movimentos sobre a indústria. Em que pesem alguns problemas (não temos uma boa medida mensal do investimento que não use dados da própria produção industrial, por exemplo), os resultados parecem fazer sentido.
O modelo aponta que a atividade industrial é mais sensível às vendas no varejo, incluindo automóveis e materiais de construção, do que às exportações: um aumento de 10% nas vendas gera um crescimento ao redor de 7,5% da produção, enquanto a mesma expansão das exportações teria um impacto da ordem de 3%.
Quando consideramos, porém, o comportamento efetivo de ambas as variáveis, é possível observar no gráfico que a queda recente das exportações explica a maior parte do desempenho recente industrial, enquanto as vendas no varejo têm "puxado" (sem sucesso) a produção para cima, mas numa magnitude consideravelmente menor do que a observada entre o terceiro trimestre de 2006 e o terceiro trimestre de 2008.
Obviamente, em se tratando de um modelo (portanto uma simplificação da realidade), há sempre parte da produção industrial não explicada pelas variáveis. No entanto, o desvio dos últimos meses vai além do habitual, parecendo capturar, a mais do tradicional erro, possivelmente a redução do produto não associada à queda da demanda, ou seja, a diminuição dos estoques no setor industrial. Se essa interpretação estiver correta, há implicações interessantes.
O ciclo de estoques deve se dissipar, ainda que lentamente, atenuando a queda da indústria nos próximos meses. Por outro lado, ante o colapso do comércio internacional, a perspectiva para as exportações industriais permanece ruim, fator que pesará sobre a atividade doméstica por um longo período. O fiel da balança, pois, é o desempenho das vendas varejistas, que tendem a reagir, com certa defasagem, à queda da taxa real de juros. A valer a experiência histórica, ainda que a recuperação industrial deva continuar lenta por ora, há chance de retomada mais vigorosa no final do ano. "
Alexandre Schwartsman
"Não é segredo que a indústria foi quem mais sentiu o impacto da crise externa e persistem dúvidas acerca da sua capacidade de recuperação neste ano. Isto dito, para sabermos o que esperar quanto ao desempenho futuro da produção industrial, é primeiro necessário entender o que causou a forte queda dos últimos meses. Acreditamos que esta tenha resultado do colapso das exportações industriais acoplado a um forte ciclo de estoques.
As exportações caíram pouco mais de 30% nos dois primeiros meses deste ano, depois de registrarem queda expressiva (11%) no quarto trimestre do ano passado.
Em contraste, apesar de terem se desacelerado, as vendas no varejo ainda registram níveis relativamente elevados, superando modestamente os volumes registrados em igual período do ano anterior. Os dados sugerem, assim, um efeito mais forte das exportações relativamente ao varejo, mas será que essa impressão sobrevive a uma abordagem mais rigorosa?
Com base em tais observações, estimamos (eu e Tatiana Pinheiro) um modelo que traduz em números os impactos desses movimentos sobre a indústria. Em que pesem alguns problemas (não temos uma boa medida mensal do investimento que não use dados da própria produção industrial, por exemplo), os resultados parecem fazer sentido.
O modelo aponta que a atividade industrial é mais sensível às vendas no varejo, incluindo automóveis e materiais de construção, do que às exportações: um aumento de 10% nas vendas gera um crescimento ao redor de 7,5% da produção, enquanto a mesma expansão das exportações teria um impacto da ordem de 3%.
Quando consideramos, porém, o comportamento efetivo de ambas as variáveis, é possível observar no gráfico que a queda recente das exportações explica a maior parte do desempenho recente industrial, enquanto as vendas no varejo têm "puxado" (sem sucesso) a produção para cima, mas numa magnitude consideravelmente menor do que a observada entre o terceiro trimestre de 2006 e o terceiro trimestre de 2008.
Obviamente, em se tratando de um modelo (portanto uma simplificação da realidade), há sempre parte da produção industrial não explicada pelas variáveis. No entanto, o desvio dos últimos meses vai além do habitual, parecendo capturar, a mais do tradicional erro, possivelmente a redução do produto não associada à queda da demanda, ou seja, a diminuição dos estoques no setor industrial. Se essa interpretação estiver correta, há implicações interessantes.
O ciclo de estoques deve se dissipar, ainda que lentamente, atenuando a queda da indústria nos próximos meses. Por outro lado, ante o colapso do comércio internacional, a perspectiva para as exportações industriais permanece ruim, fator que pesará sobre a atividade doméstica por um longo período. O fiel da balança, pois, é o desempenho das vendas varejistas, que tendem a reagir, com certa defasagem, à queda da taxa real de juros. A valer a experiência histórica, ainda que a recuperação industrial deva continuar lenta por ora, há chance de retomada mais vigorosa no final do ano. "
Alexandre Schwartsman
terça-feira, 14 de abril de 2009
Capitalism Beyond the Crisis, Amartya Sen
Sen alem de um ótimo economista é um brilhante filosofo, alias em Harvard ele é professor nos deptos de economia e filosofia. Algo, praticamente, impossível nas burocraticas instituições de ensino superior do grande bananão.
2008 was a year of crises. First, we had a food crisis, particularly threatening to poor consumers, especially in Africa. Along with that came a record increase in oil prices, threatening all oil-importing countries. Finally, rather suddenly in the fall, came the global economic downturn, and it is now gathering speed at a frightening rate. The year 2009 seems likely to offer a sharp intensification of the downturn, and many economists are anticipating a full-scale depression, perhaps even one as large as in the 1930s. While substantial fortunes have suffered steep declines, the people most affected are those who were already worst off.
The question that arises most forcefully now concerns the nature of capitalism and whether it needs to be changed. Some defenders of unfettered capitalism who resist change are convinced that capitalism is being blamed too much for short-term economic problems—problems they variously attribute to bad governance (for example by the Bush administration) and the bad behavior of some individuals (or what John McCain described during the presidential campaign as "the greed of Wall Street"). Others do, however, see truly serious defects in the existing economic arrangements and want to reform them, looking for an alternative approach that is increasingly being called "new capitalism."
The idea of old and new capitalism played an energizing part at a symposium called "New World, New Capitalism" held in Paris in January and hosted by the French president Nicolas Sarkozy and the former British prime minister Tony Blair, both of whom made eloquent presentations on the need for change. So did German Chancellor Angela Merkel, who talked about the old German idea of a "social market"—one restrained by a mixture of consensus-building policies—as a possible blueprint for new capitalism (though Germany has not done much better in the recent crisis than other market economies).
Ideas about changing the organization of society in the long run are clearly needed, quite apart from strategies for dealing with an immediate crisis. I would separate out three questions from the many that can be raised. First, do we really need some kind of "new capitalism" rather than an economic system that is not monolithic, draws on a variety of institutions chosen pragmatically, and is based on social values that we can defend ethically? Should we search for a new capitalism or for a "new world"—to use the other term mentioned at the Paris meeting—that would take a different form?
The second question concerns the kind of economics that is needed today, especially in light of the present economic crisis. How do we assess what is taught and championed among academic economists as a guide to economic policy—including the revival of Keynesian thought in recent months as the crisis has grown fierce? More particularly, what does the present economic crisis tell us about the institutions and priorities to look for? Third, in addition to working our way toward a better assessment of what long-term changes are needed, we have to think—and think fast—about how to get out of the present crisis with as little damage as possible.
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2008 was a year of crises. First, we had a food crisis, particularly threatening to poor consumers, especially in Africa. Along with that came a record increase in oil prices, threatening all oil-importing countries. Finally, rather suddenly in the fall, came the global economic downturn, and it is now gathering speed at a frightening rate. The year 2009 seems likely to offer a sharp intensification of the downturn, and many economists are anticipating a full-scale depression, perhaps even one as large as in the 1930s. While substantial fortunes have suffered steep declines, the people most affected are those who were already worst off.
The question that arises most forcefully now concerns the nature of capitalism and whether it needs to be changed. Some defenders of unfettered capitalism who resist change are convinced that capitalism is being blamed too much for short-term economic problems—problems they variously attribute to bad governance (for example by the Bush administration) and the bad behavior of some individuals (or what John McCain described during the presidential campaign as "the greed of Wall Street"). Others do, however, see truly serious defects in the existing economic arrangements and want to reform them, looking for an alternative approach that is increasingly being called "new capitalism."
The idea of old and new capitalism played an energizing part at a symposium called "New World, New Capitalism" held in Paris in January and hosted by the French president Nicolas Sarkozy and the former British prime minister Tony Blair, both of whom made eloquent presentations on the need for change. So did German Chancellor Angela Merkel, who talked about the old German idea of a "social market"—one restrained by a mixture of consensus-building policies—as a possible blueprint for new capitalism (though Germany has not done much better in the recent crisis than other market economies).
Ideas about changing the organization of society in the long run are clearly needed, quite apart from strategies for dealing with an immediate crisis. I would separate out three questions from the many that can be raised. First, do we really need some kind of "new capitalism" rather than an economic system that is not monolithic, draws on a variety of institutions chosen pragmatically, and is based on social values that we can defend ethically? Should we search for a new capitalism or for a "new world"—to use the other term mentioned at the Paris meeting—that would take a different form?
The second question concerns the kind of economics that is needed today, especially in light of the present economic crisis. How do we assess what is taught and championed among academic economists as a guide to economic policy—including the revival of Keynesian thought in recent months as the crisis has grown fierce? More particularly, what does the present economic crisis tell us about the institutions and priorities to look for? Third, in addition to working our way toward a better assessment of what long-term changes are needed, we have to think—and think fast—about how to get out of the present crisis with as little damage as possible.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009
A crise do supérfluo
Acho que o Bresser levanta um ponto importante e curiosamente, mais um vicio brasileiro que, aos olhos de alguns, torna-se uma virtude. Continuo a considera-lo um vicio, ainda que funcional.
"Para entendermos que a crise que a economia mundial enfrenta é quase tão grave quanto a dos anos 1930, devemos considerar uma variável que não vi ainda discutida: ela acontece em um momento em que as famílias são muito mais ricas do que eram há 80 anos.
Naquela época os salários em todos os países em desenvolvimento estavam no nível da subsistência, e nos países ricos, estavam um pouco acima. Em consequência, uma perda generalizada de confiança, como aquela que aconteceu então, não podia ter um efeito tão violento sobre a demanda agregada como aquele que está acontecendo agora.
Vivendo ao nível de subsistência ou pouco acima, as famílias não podiam, de uma hora para outra, reduzir de forma radical seu consumo como o fazem agora. Naquela época, nem sequer existiam muitos bens e serviços de consumo, cuja compra hoje pode ser descartada sem grande problema para cada pessoa ou, quando existiam, eram considerados bens de luxo. Hoje, não são mais bens de luxo -ficaram baratos-, mas são bens supérfluos.
Esta é provavelmente a razão fundamental pela qual a crise atingirá mais violentamente os países ricos do que os países em desenvolvimento: enquanto para estes as previsões são ainda de crescimento positivo ou de crescimento zero em 2009, na Europa, a queda esperada é de cerca de 2%, nos Estados Unidos, de 4,5%, e no Japão, de 6,5%! Certamente existem outras causas. As famílias nesses países se endividaram mais, e a desregulação dos mercados financeiros foi maior.
Por outro lado, a principal razão pela qual a queda do PIB é maior no Japão e nos Estados Unidos do que na Europa é o fato de aqueles países não contarem com o sistema de proteção ao trabalho -não contarem com um Estado social como o existente na Europa. Quanto aos países em desenvolvimento, embora também não contem com sistemas de seguro social (o Brasil é uma rigorosa e saudável exceção), que, em um momento como este, têm um papel amortecedor da crise na medida em que mantêm a renda dos trabalhadores, não é essa a principal razão pela qual a crise é menor. Nem é menor o endividamento das famílias.
A grande "vantagem" dos países pobres e mesmo dos países de renda média é a de que suas famílias não podem reduzir de uma hora para outra o consumo supérfluo porque esse tipo de consumo é pequeno. No caso do Japão é preciso também considerar que em março suas exportações caíram 47% em relação ao ano anterior. Como o coeficiente de exportações em relação ao PIB é alto nesse país, essa queda tem um forte efeito negativo sobre o crescimento. Mas sabemos que o Japão exporta principalmente bens de consumo tecnologicamente sofisticados. Ora, são esses os bens supérfluos por excelência da sociedade de consumo de massa em que vivemos.
A triste experiência do Japão parece dar razão aos críticos sociais. Sociedades que combinam consumismo e desigualdade, luxo e pobreza, como são todas as sociedades modernas, são sociedades doentes. Entretanto, nesse caso, o Japão é a boa exceção: segundo a maioria das avaliações, é o país que apresenta menor desigualdade entre todos os países, inclusive os escandinavos.
Por essa razão deveria sofrer menos com a crise. Mas não é isso o que está acontecendo. Por quê? Porque as outras variáveis -o alto coeficiente de exportações e a especialização em bens supérfluos- pesam mais? Não sabemos. Nunca ficou tão claro como nesta crise como deveriam ser modestos os economistas."
"Para entendermos que a crise que a economia mundial enfrenta é quase tão grave quanto a dos anos 1930, devemos considerar uma variável que não vi ainda discutida: ela acontece em um momento em que as famílias são muito mais ricas do que eram há 80 anos.
Naquela época os salários em todos os países em desenvolvimento estavam no nível da subsistência, e nos países ricos, estavam um pouco acima. Em consequência, uma perda generalizada de confiança, como aquela que aconteceu então, não podia ter um efeito tão violento sobre a demanda agregada como aquele que está acontecendo agora.
Vivendo ao nível de subsistência ou pouco acima, as famílias não podiam, de uma hora para outra, reduzir de forma radical seu consumo como o fazem agora. Naquela época, nem sequer existiam muitos bens e serviços de consumo, cuja compra hoje pode ser descartada sem grande problema para cada pessoa ou, quando existiam, eram considerados bens de luxo. Hoje, não são mais bens de luxo -ficaram baratos-, mas são bens supérfluos.
Esta é provavelmente a razão fundamental pela qual a crise atingirá mais violentamente os países ricos do que os países em desenvolvimento: enquanto para estes as previsões são ainda de crescimento positivo ou de crescimento zero em 2009, na Europa, a queda esperada é de cerca de 2%, nos Estados Unidos, de 4,5%, e no Japão, de 6,5%! Certamente existem outras causas. As famílias nesses países se endividaram mais, e a desregulação dos mercados financeiros foi maior.
Por outro lado, a principal razão pela qual a queda do PIB é maior no Japão e nos Estados Unidos do que na Europa é o fato de aqueles países não contarem com o sistema de proteção ao trabalho -não contarem com um Estado social como o existente na Europa. Quanto aos países em desenvolvimento, embora também não contem com sistemas de seguro social (o Brasil é uma rigorosa e saudável exceção), que, em um momento como este, têm um papel amortecedor da crise na medida em que mantêm a renda dos trabalhadores, não é essa a principal razão pela qual a crise é menor. Nem é menor o endividamento das famílias.
A grande "vantagem" dos países pobres e mesmo dos países de renda média é a de que suas famílias não podem reduzir de uma hora para outra o consumo supérfluo porque esse tipo de consumo é pequeno. No caso do Japão é preciso também considerar que em março suas exportações caíram 47% em relação ao ano anterior. Como o coeficiente de exportações em relação ao PIB é alto nesse país, essa queda tem um forte efeito negativo sobre o crescimento. Mas sabemos que o Japão exporta principalmente bens de consumo tecnologicamente sofisticados. Ora, são esses os bens supérfluos por excelência da sociedade de consumo de massa em que vivemos.
A triste experiência do Japão parece dar razão aos críticos sociais. Sociedades que combinam consumismo e desigualdade, luxo e pobreza, como são todas as sociedades modernas, são sociedades doentes. Entretanto, nesse caso, o Japão é a boa exceção: segundo a maioria das avaliações, é o país que apresenta menor desigualdade entre todos os países, inclusive os escandinavos.
Por essa razão deveria sofrer menos com a crise. Mas não é isso o que está acontecendo. Por quê? Porque as outras variáveis -o alto coeficiente de exportações e a especialização em bens supérfluos- pesam mais? Não sabemos. Nunca ficou tão claro como nesta crise como deveriam ser modestos os economistas."
domingo, 12 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
Easter, Edmund Spenser
Most glorious Lord of Lyfe! that, on this day,
Didst make Thy triumph over death and sin;
And, having harrowd hell, didst bring away
Captivity thence captive, us to win:
This joyous day, deare Lord, with joy begin;
And grant that we, for whom thou diddest dye,
Being with Thy deare blood clene washt from sin,
May live for ever in felicity!
And that Thy love we weighing worthily,
May likewise love Thee for the same againe;
And for Thy sake, that all lyke deare didst buy,
With love may one another entertayne!
So let us love, deare Love, lyke as we ought,
--Love is the lesson which the Lord us taught.
Didst make Thy triumph over death and sin;
And, having harrowd hell, didst bring away
Captivity thence captive, us to win:
This joyous day, deare Lord, with joy begin;
And grant that we, for whom thou diddest dye,
Being with Thy deare blood clene washt from sin,
May live for ever in felicity!
And that Thy love we weighing worthily,
May likewise love Thee for the same againe;
And for Thy sake, that all lyke deare didst buy,
With love may one another entertayne!
So let us love, deare Love, lyke as we ought,
--Love is the lesson which the Lord us taught.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
O que o G2 deve tentar discutir agora que o G20 acabou
Mais um artigo de leitura obrigatória do Martin Wolf.
"A cúpula do Grupo dos 20, realizada em Londres na semana passada, colocou a economia mundial no caminho de uma recuperação sustentável? A resposta é "não". Essas reuniões não podem resolver os desentendimentos fundamentais sobre o que saiu errado e como corrigir. Como resultado, o mundo está no caminho de uma recuperação insustentável, como argumentei na semana passada. Uma recuperação insustentável pode ser melhor do que nenhuma, mas não é boa o suficiente.
O encontro de cúpula conseguiu duas realizações: uma ampla e uma específica.
Primeiro, "conversa fiada é melhor do que guerra", como comentou Winston Churchill. Dada a intensidade da raiva e medo à solta no mundo, a simples discussão deve ser boa.
Segundo, o G20 decidiu triplicar os recursos disponíveis para o Fundo Monetário Internacional (FMI), para US$ 750 bilhões, e apoiar a alocação de US$ 250 bilhões em direitos especiais de saque (SDRs, na sigla em inglês) - a moeda de reserva do FMI. Se implantadas, estas decisões deverão ajudar as economias emergentes mais duramente atingidas durante a crise. Elas também marcam o retorno de um grande debate: o funcionamento do sistema monetário internacional.
Este é o ponto em que os olhos de inúmeros leitores vão ficar vitrificados. É mais fácil para a maioria acreditar que a explicação para a crise é apenas a desregulamentação e a má regulamentação dos sistemas financeiros dos Estados Unidos, Reino Unido e alguns poucos países. Mas, dada a escala dos desequilíbrios macroeconômicos do mundo, está longe de óbvio que padrões regulatórios mais elevados por si só teriam salvo o mundo.
Não é apenas uma questão de interesse histórico. Também é relevante para a sustentabilidade da recuperação. Os déficits fiscais agora são bem maiores em países com déficits estruturais em conta corrente do que nos países com superávits em conta corrente. Isso ocorre porque os últimos podem importar uma parte substancial do estímulo introduzido pelos primeiros. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde) prevê um salto na dívida pública americana de quase 40% do produto interno bruto ao longo de três anos. É muito provável, portanto, que a próxima crise será ativada pelo que os mercados consideram uma dívida fiscal excessiva nos países com grandes déficits estruturais em conta corrente, notadamente os Estados Unidos. Se for o caso, este poderia ser um momento crítico para o sistema econômico internacional.
De forma intrigante, o país que está levantando estas grandes questões é a China. Isto ocorre, sem dúvida, por motivos de interesse próprio: a China está preocupada com o valor de suas reservas de moeda estrangeira, a maioria denominada em dólares americanos; ela quer se livrar da culpa pela crise; ela deseja preservar o máximo possível de seu modelo de desenvolvimento; e está, eu suspeito, buscando contrabalançar a pressão americana sobre a taxa de câmbio do yuan.
Wen Jiabao, o primeiro-ministro da China, notou a preocupação de seu país com o valor de suas vastas reservas. Próximas de US$ 2 trilhões, elas são quase metade do PIB de 2008. Imagine o que os americanos diriam se seu governo tivesse investido cerca de US$ 7 trilhões (o equivalente relativo ao PIB americano) nas dívidas de um governo não totalmente amistoso. O governo chinês está começando a perceber seu erro - tarde demais, a propósito.
Enquanto isso, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, produziu uma série de trabalhos e discursos notáveis sobre o sistema financeiro global, sobre os desequilíbrios globais e reforma do sistema monetário internacional. Eles são tanto uma declaração do ponto de vista chinês quanto uma contribuição ao debate global. É possível não concordar com tudo o que ele está dizendo. Mas o fato de estar se manifestando é importante por si só.
O presidente Zhou argumenta que a alta taxa de poupança da China e de outros países do Leste Asiático é um reflexo de tradição, cultura, estrutura familiar, demografia e do estágio do desenvolvimento econômico. Além disso, ele acrescenta, eles "não podem ser ajustados apenas mudando a taxa de câmbio nominal". Além disso, ele insiste, "a relação entre alta poupança e grandes reservas de moeda estrangeira nos países do Leste Asiático são resultado das reações defensivas contra a especulação predatória", particularmente durante a crise financeira asiática de 1997-98.
Nada disso pode ser mudado rapidamente, insiste o presidente do banco central: "Apesar dos Estados Unidos não poderem sustentar o padrão de crescimento de alto consumo e baixa poupança, este não é o momento certo para elevar sua taxa de poupança". Em outras palavras, nos dê frugalidade americana, mas não agora. Enquanto isso, acrescenta o presidente, o governo chinês implantou um dos maiores programas de estímulo do mundo.
Além disso, o vasto acúmulo de reservas de moeda estrangeira, de US$ 5,4 trilhões entre janeiro de 1999 e seu pico em julho de 2008, reflete a busca por segurança das economias emergentes. Mas como o dólar americano é o principal ativo de reserva do mundo, o mundo depende das emissões monetárias americanas. Além disso, os Estados Unidos tendem a incorrer em déficits em conta corrente, por este motivo. O resultado é o ressurgimento da fraqueza discutida nos últimos anos do sistema de Bretton Woods de taxas de câmbio fixas, que ruiu no início dos anos 70: a emissão excessiva de moeda chave. A resposta a longo prazo, ele acrescenta, é uma "moeda de reserva supersoberana".
É fácil fazer objeção a muitos destes argumentos. Grande parte do aumento extraordinário nas reservas agregadas da China é resultado do aumento dos lucros corporativos. Certamente seria possível tributar e então gastar parte destas imensas reservas corporativas. O governo também poderia tomar mais empréstimos: a 3,6% do PIB previstos pelo FMI neste ano, seu déficit continua sendo decididamente modesto. Também é difícil de acreditar que um país como a China deva economizar metade de seu PIB ou administrar superávits em conta corrente próximos de 10% do PIB.
De modo semelhante, apesar do sistema monetário internacional estar de fato defeituoso, este é dificilmente o único motivo para os vastos acúmulos de reservas de moeda estrangeira do mundo. Outro é a dependência excessiva no crescimento liderado pelas exportações. Todavia, o presidente Zhou está correto ao dizer que parte da solução a longo prazo da crise está na criação de um sistema de reserva que permita às economias emergentes incorrer de forma segura em déficits em conta corrente. A emissão de SDRs é uma forma de atingir esta meta, sem mudar o caráter fundamental do sistema global.
A China está buscando o engajamento dos Estados Unidos. Isto por si só é enormemente importante. Apesar de motivada por interesse próprio, esta é uma condição necessária para uma discussão séria das reformas globais. Mas a China também deve entender um ponto essencial: o mundo não pode absorver em segurança os atuais superávits em conta corrente que provavelmente serão gerados segundo o curso atual de desenvolvimento. Um país tão grande quanto a China não pode esperar depender desses grandes superávits em conta corrente como fonte de demanda. Os gastos domésticos ainda devem aumentar de forma acentuada e sustentável, em relação ao crescimento da produção potencial. É assim simples e difícil."
"A cúpula do Grupo dos 20, realizada em Londres na semana passada, colocou a economia mundial no caminho de uma recuperação sustentável? A resposta é "não". Essas reuniões não podem resolver os desentendimentos fundamentais sobre o que saiu errado e como corrigir. Como resultado, o mundo está no caminho de uma recuperação insustentável, como argumentei na semana passada. Uma recuperação insustentável pode ser melhor do que nenhuma, mas não é boa o suficiente.
O encontro de cúpula conseguiu duas realizações: uma ampla e uma específica.
Primeiro, "conversa fiada é melhor do que guerra", como comentou Winston Churchill. Dada a intensidade da raiva e medo à solta no mundo, a simples discussão deve ser boa.
Segundo, o G20 decidiu triplicar os recursos disponíveis para o Fundo Monetário Internacional (FMI), para US$ 750 bilhões, e apoiar a alocação de US$ 250 bilhões em direitos especiais de saque (SDRs, na sigla em inglês) - a moeda de reserva do FMI. Se implantadas, estas decisões deverão ajudar as economias emergentes mais duramente atingidas durante a crise. Elas também marcam o retorno de um grande debate: o funcionamento do sistema monetário internacional.
Este é o ponto em que os olhos de inúmeros leitores vão ficar vitrificados. É mais fácil para a maioria acreditar que a explicação para a crise é apenas a desregulamentação e a má regulamentação dos sistemas financeiros dos Estados Unidos, Reino Unido e alguns poucos países. Mas, dada a escala dos desequilíbrios macroeconômicos do mundo, está longe de óbvio que padrões regulatórios mais elevados por si só teriam salvo o mundo.
Não é apenas uma questão de interesse histórico. Também é relevante para a sustentabilidade da recuperação. Os déficits fiscais agora são bem maiores em países com déficits estruturais em conta corrente do que nos países com superávits em conta corrente. Isso ocorre porque os últimos podem importar uma parte substancial do estímulo introduzido pelos primeiros. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde) prevê um salto na dívida pública americana de quase 40% do produto interno bruto ao longo de três anos. É muito provável, portanto, que a próxima crise será ativada pelo que os mercados consideram uma dívida fiscal excessiva nos países com grandes déficits estruturais em conta corrente, notadamente os Estados Unidos. Se for o caso, este poderia ser um momento crítico para o sistema econômico internacional.
De forma intrigante, o país que está levantando estas grandes questões é a China. Isto ocorre, sem dúvida, por motivos de interesse próprio: a China está preocupada com o valor de suas reservas de moeda estrangeira, a maioria denominada em dólares americanos; ela quer se livrar da culpa pela crise; ela deseja preservar o máximo possível de seu modelo de desenvolvimento; e está, eu suspeito, buscando contrabalançar a pressão americana sobre a taxa de câmbio do yuan.
Wen Jiabao, o primeiro-ministro da China, notou a preocupação de seu país com o valor de suas vastas reservas. Próximas de US$ 2 trilhões, elas são quase metade do PIB de 2008. Imagine o que os americanos diriam se seu governo tivesse investido cerca de US$ 7 trilhões (o equivalente relativo ao PIB americano) nas dívidas de um governo não totalmente amistoso. O governo chinês está começando a perceber seu erro - tarde demais, a propósito.
Enquanto isso, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, produziu uma série de trabalhos e discursos notáveis sobre o sistema financeiro global, sobre os desequilíbrios globais e reforma do sistema monetário internacional. Eles são tanto uma declaração do ponto de vista chinês quanto uma contribuição ao debate global. É possível não concordar com tudo o que ele está dizendo. Mas o fato de estar se manifestando é importante por si só.
O presidente Zhou argumenta que a alta taxa de poupança da China e de outros países do Leste Asiático é um reflexo de tradição, cultura, estrutura familiar, demografia e do estágio do desenvolvimento econômico. Além disso, ele acrescenta, eles "não podem ser ajustados apenas mudando a taxa de câmbio nominal". Além disso, ele insiste, "a relação entre alta poupança e grandes reservas de moeda estrangeira nos países do Leste Asiático são resultado das reações defensivas contra a especulação predatória", particularmente durante a crise financeira asiática de 1997-98.
Nada disso pode ser mudado rapidamente, insiste o presidente do banco central: "Apesar dos Estados Unidos não poderem sustentar o padrão de crescimento de alto consumo e baixa poupança, este não é o momento certo para elevar sua taxa de poupança". Em outras palavras, nos dê frugalidade americana, mas não agora. Enquanto isso, acrescenta o presidente, o governo chinês implantou um dos maiores programas de estímulo do mundo.
Além disso, o vasto acúmulo de reservas de moeda estrangeira, de US$ 5,4 trilhões entre janeiro de 1999 e seu pico em julho de 2008, reflete a busca por segurança das economias emergentes. Mas como o dólar americano é o principal ativo de reserva do mundo, o mundo depende das emissões monetárias americanas. Além disso, os Estados Unidos tendem a incorrer em déficits em conta corrente, por este motivo. O resultado é o ressurgimento da fraqueza discutida nos últimos anos do sistema de Bretton Woods de taxas de câmbio fixas, que ruiu no início dos anos 70: a emissão excessiva de moeda chave. A resposta a longo prazo, ele acrescenta, é uma "moeda de reserva supersoberana".
É fácil fazer objeção a muitos destes argumentos. Grande parte do aumento extraordinário nas reservas agregadas da China é resultado do aumento dos lucros corporativos. Certamente seria possível tributar e então gastar parte destas imensas reservas corporativas. O governo também poderia tomar mais empréstimos: a 3,6% do PIB previstos pelo FMI neste ano, seu déficit continua sendo decididamente modesto. Também é difícil de acreditar que um país como a China deva economizar metade de seu PIB ou administrar superávits em conta corrente próximos de 10% do PIB.
De modo semelhante, apesar do sistema monetário internacional estar de fato defeituoso, este é dificilmente o único motivo para os vastos acúmulos de reservas de moeda estrangeira do mundo. Outro é a dependência excessiva no crescimento liderado pelas exportações. Todavia, o presidente Zhou está correto ao dizer que parte da solução a longo prazo da crise está na criação de um sistema de reserva que permita às economias emergentes incorrer de forma segura em déficits em conta corrente. A emissão de SDRs é uma forma de atingir esta meta, sem mudar o caráter fundamental do sistema global.
A China está buscando o engajamento dos Estados Unidos. Isto por si só é enormemente importante. Apesar de motivada por interesse próprio, esta é uma condição necessária para uma discussão séria das reformas globais. Mas a China também deve entender um ponto essencial: o mundo não pode absorver em segurança os atuais superávits em conta corrente que provavelmente serão gerados segundo o curso atual de desenvolvimento. Um país tão grande quanto a China não pode esperar depender desses grandes superávits em conta corrente como fonte de demanda. Os gastos domésticos ainda devem aumentar de forma acentuada e sustentável, em relação ao crescimento da produção potencial. É assim simples e difícil."
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Em fevereiro, emprego na indústria recua 1,3%
Preocupante? Acho que não, por enquanto é o resultado esperado. É claro que para quem está no mercado procurando emprego não é um comentário agradável. Mas o fato é que a economia mundial está passando por uma crise de dimensão histórica e o impacto, por enquanto, ainda esta dentro do esperado para realistas, como o autor deste post
"Foi a quinta redução consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. No confronto mensal (fev 09 / fev 08), houve queda de 4,2%, a maior desde o início da série (2001). No acumulado no ano, o resultado também ficou negativo (-3,4%). A indústria reduziu as horas pagas em 0,4%, em relação ao mês imediatamente anterior (livre dos efeitos sazonais), quinto recuo consecutivo nessa base de comparação. O índice chegou a -5,7% comparado a fev/08, o menor da série (2001), e a -4,7% no acumulado no ano. A folha de pagamento real voltou a crescer (1,9%) sobre o mês anterior (livre dos efeitos sazonais), após quatro resultados negativos consecutivos. Foram assinalados, ainda, avanços de 1,9%, na comparação mensal e 1,2% no acumulado no ano.
PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO
Em fevereiro, o emprego na indústria recuou 1,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, seu quinto resultado negativo consecutivo, levando a uma perda de 5,2% frente ao nível de outubro do ano passado. O índice de média móvel trimestral entre janeiro e fevereiro (-1,5%) acentuou o ritmo de queda observado nos meses anteriores: dezembro (-0,9%) e janeiro (-1,3%).
Em relação a fevereiro de 2008, a redução de -4,2%, terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação, é a maior retração da série histórica, iniciada em 2001. O indicador acumulado nos dois primeiros meses do ano ficou negativo (-3,4%) e bem abaixo da marca registrada no último trimestre do ano passado (0,2%). O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde agosto (3,0%) do ano passado, atingiu, em fevereiro, 1,0%.
No confronto com fevereiro de 2008 (-4,2%), treze dos quatorze locais e treze dos dezoito setores reduziram o contingente de trabalhadores. São Paulo (-3,6%), Minas Gerais (-5,5%) e região Norte e Centro-Oeste (-6,7%) exerceram as pressões negativas mais significativas no total do país. Na indústria paulista, a maioria dos segmentos (13) teve resultado negativo, com destaque para as contribuições de produtos de metal (-8,2%), borracha e plástico (-9,1%), de máquinas e equipamentos (-5,7%) e meios de transporte (-5,4%). Este último, com queda de 12,3%, tem o principal impacto negativo em Minas Gerais, enquanto na região Norte e Centro-Oeste, sobressaíram os recuos em madeira (-23,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,6%). Por outro lado, somente Pernambuco (0,8%) aumentou o emprego, nesta base de comparação.
Em termos setoriais, no total do país, os principais destaques negativos na média global foram vestuário (-8,9%), calçados e artigos de couro (-9,6%) e madeira (-14,8%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (1,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,6%) e papel e gráfica (0,7%) exerceram as pressões positivas mais importantes.
Vale notar que, confrontando os índices mensais de emprego de setembro do ano passado (2,1%) e de fevereiro último (-4,2%), observa-se que as indústrias com as maiores contribuições nessa perda de 6,3 pontos percentuais foram: máquinas e equipamentos (de 9,9% para -4,1%), meios de transporte (de 8,2% para -4,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (de 10,0% para -2,9%). São exatamente esses setores nos quais a redução no ritmo produtivo foi mais aguda nesse período.
O indicador acumulado no primeiro bimestre de 2009 decresceu 3,4% com treze ramos e os quatorze locais pesquisados contribuindo negativamente para formação da taxa global.
NÚMERO DE HORAS PAGAS
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em fevereiro, recuou 0,4% no confronto com o mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais, a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação, acumulando perda de 5,7% desde outubro do ano passado. O indicador de média móvel trimestral assinalou recuo de 1,3% em fevereiro, redução menos acentuada que a de janeiro (-1,7%).
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas caiu 5,7%, menor taxa da série histórica iniciada em 2001. No primeiro bimestre do ano, a queda de 4,7% ficou bem abaixo do resultado do quarto trimestre de 2008 (-0,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde setembro (2,7%), atingiu em fevereiro 0,6%, a menor taxa desde março de 2007 (0,6%).
No indicador mensal, o número de horas pagas caiu nos quatorze locais e em quinze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as quedas mais expressivas para o cômputo geral vieram de vestuário (-10,3%), meios de transporte (-9,2%) e calçados e artigos de couro (-11,6%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (2,0%), refino de petróleo e produção de álcool (6,5%) e indústria extrativa (1,7%) exerceram as pressões positivas.
Ainda no mesmo confronto, os locais que assinalaram os impactos negativos mais relevantes no resultado nacional foram: São Paulo (-5,4%), região Norte e Centro-Oeste (-8,0%) e Rio Grande do Sul (-8,1%). No primeiro, treze atividades reduziram o número de horas pagas, com destaque para produtos de metal (-10,0%), borracha e plástico (-12,3%) e meios de transporte (-8,1%). No segundo local, as maiores pressões negativas foram exercidas por madeira (-23,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-19,5%); e na indústria gaúcha, os recuos mais expressivos vieram de calçados e artigos de couro (-15,5%) e alimentos e bebidas (-8,3%).
No decréscimo de 4,7% assinalado no primeiro bimestre do ano, foram determinantes os recuos dos quatorze locais e de treze segmentos. Os impactos negativos mais importantes, por local, vieram de São Paulo (-4,2%), região Norte e Centro-Oeste (-7,3%) e Rio Grande do Sul (-6,3%). No corte setorial, as principais reduções do número de horas pagas ocorreram em vestuário (-9,4%), calçados e artigos de couro (-11,1%) e meios de transporte (-7,2%). Por outro lado, as principais contribuições positivas, entre os ramos, vieram de refino de petróleo e produção de álcool (9,9%) e minerais não-metálicos (2,2%).
Os indicadores negativos do emprego e do número de horas pagas em fevereiro foram diretamente influenciados por fatores relacionados à redução generalizada na atividade fabril, que vem afetando especialmente os ramos produtores de bens de consumo duráveis, intermediários e bens de capital.
FOLHA DE PAGAMENTO REAL
Em fevereiro, o valor da folha de pagamento real da indústria, excluindo os efeitos sazonais, voltou a crescer (1,9%) em relação ao mês imediatamente anterior, após quatros resultados negativos consecutivos, período em que registrou perda acumulada de 4,9%. O índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável (-0,1%) entre janeiro e fevereiro, após mostrar quedas mais acentuadas nos dois últimos meses: dezembro (-1,1%) e janeiro (-1,5%).
Em relação a fevereiro de 2008, o valor real da folha de pagamento cresceu 1,9%. No acumulado do primeiro bimestre, o aumento de 1,2% ficou abaixo do índice do quarto trimestre do ano passado (4,3%). No indicador acumulado nos últimos doze meses (5,3%), prosseguiu em trajetória descendente desde setembro passado (6,7%).
Na comparação fevereiro 09/ fevereiro 08, a folha de pagamento aumentou 1,9%, com incrementos salariais em dez dos quatorze locais pesquisados. As principais contribuições positivas vieram de Minas Gerais (12,6%), Região Nordeste (5,7%) e do Espírito Santo (22,5%). Nos três locais, o maior impacto na folha real veio da indústria extrativa, com, respectivamente: 133,4%, 14,9% e 74,4%, taxas que refletem o pagamento de participação nos lucros em importantes empresas do setor. Em sentido contrário, São Paulo (-0,6%) exerceu a pressão negativa mais importante, onde sobressaiu o decréscimo de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,8%).
No corte setorial, ainda no índice mensal, a folha de pagamento cresceu em dez dos dezoito segmentos pesquisados, destacando-se a extrativa mineral (47,5%) e produtos químicos (3,0%) com os principais impactos positivos. Em sentido oposto, as quedas mais expressivas vieram de borracha e plástico (-8,0%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,4%).
No indicador acumulado no ano (1,2%), onze locais mostraram resultados positivos, com destaque para Minas Gerais (4,8%) e Espírito Santo (17,8%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-2,4%) e Paraná (-1,9%) exerceram as principais pressões negativas.
Entre os setores, dez aumentaram a folha no primeiro bimestre do ano, sobressaindo as contribuições da extrativa (29,5%) e de meios de transporte (1,5%). Por outro lado, as influências negativas mais importantes foram exercidas por máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,2%) e borracha e plástico (-6,0%).
IBGE
Comunicação Social
09 de abril de 2009"
"Foi a quinta redução consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. No confronto mensal (fev 09 / fev 08), houve queda de 4,2%, a maior desde o início da série (2001). No acumulado no ano, o resultado também ficou negativo (-3,4%). A indústria reduziu as horas pagas em 0,4%, em relação ao mês imediatamente anterior (livre dos efeitos sazonais), quinto recuo consecutivo nessa base de comparação. O índice chegou a -5,7% comparado a fev/08, o menor da série (2001), e a -4,7% no acumulado no ano. A folha de pagamento real voltou a crescer (1,9%) sobre o mês anterior (livre dos efeitos sazonais), após quatro resultados negativos consecutivos. Foram assinalados, ainda, avanços de 1,9%, na comparação mensal e 1,2% no acumulado no ano.
PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO
Em fevereiro, o emprego na indústria recuou 1,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, seu quinto resultado negativo consecutivo, levando a uma perda de 5,2% frente ao nível de outubro do ano passado. O índice de média móvel trimestral entre janeiro e fevereiro (-1,5%) acentuou o ritmo de queda observado nos meses anteriores: dezembro (-0,9%) e janeiro (-1,3%).
Em relação a fevereiro de 2008, a redução de -4,2%, terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação, é a maior retração da série histórica, iniciada em 2001. O indicador acumulado nos dois primeiros meses do ano ficou negativo (-3,4%) e bem abaixo da marca registrada no último trimestre do ano passado (0,2%). O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde agosto (3,0%) do ano passado, atingiu, em fevereiro, 1,0%.
No confronto com fevereiro de 2008 (-4,2%), treze dos quatorze locais e treze dos dezoito setores reduziram o contingente de trabalhadores. São Paulo (-3,6%), Minas Gerais (-5,5%) e região Norte e Centro-Oeste (-6,7%) exerceram as pressões negativas mais significativas no total do país. Na indústria paulista, a maioria dos segmentos (13) teve resultado negativo, com destaque para as contribuições de produtos de metal (-8,2%), borracha e plástico (-9,1%), de máquinas e equipamentos (-5,7%) e meios de transporte (-5,4%). Este último, com queda de 12,3%, tem o principal impacto negativo em Minas Gerais, enquanto na região Norte e Centro-Oeste, sobressaíram os recuos em madeira (-23,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,6%). Por outro lado, somente Pernambuco (0,8%) aumentou o emprego, nesta base de comparação.
Em termos setoriais, no total do país, os principais destaques negativos na média global foram vestuário (-8,9%), calçados e artigos de couro (-9,6%) e madeira (-14,8%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (1,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,6%) e papel e gráfica (0,7%) exerceram as pressões positivas mais importantes.
Vale notar que, confrontando os índices mensais de emprego de setembro do ano passado (2,1%) e de fevereiro último (-4,2%), observa-se que as indústrias com as maiores contribuições nessa perda de 6,3 pontos percentuais foram: máquinas e equipamentos (de 9,9% para -4,1%), meios de transporte (de 8,2% para -4,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (de 10,0% para -2,9%). São exatamente esses setores nos quais a redução no ritmo produtivo foi mais aguda nesse período.
O indicador acumulado no primeiro bimestre de 2009 decresceu 3,4% com treze ramos e os quatorze locais pesquisados contribuindo negativamente para formação da taxa global.
NÚMERO DE HORAS PAGAS
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em fevereiro, recuou 0,4% no confronto com o mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais, a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação, acumulando perda de 5,7% desde outubro do ano passado. O indicador de média móvel trimestral assinalou recuo de 1,3% em fevereiro, redução menos acentuada que a de janeiro (-1,7%).
No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas caiu 5,7%, menor taxa da série histórica iniciada em 2001. No primeiro bimestre do ano, a queda de 4,7% ficou bem abaixo do resultado do quarto trimestre de 2008 (-0,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde setembro (2,7%), atingiu em fevereiro 0,6%, a menor taxa desde março de 2007 (0,6%).
No indicador mensal, o número de horas pagas caiu nos quatorze locais e em quinze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as quedas mais expressivas para o cômputo geral vieram de vestuário (-10,3%), meios de transporte (-9,2%) e calçados e artigos de couro (-11,6%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (2,0%), refino de petróleo e produção de álcool (6,5%) e indústria extrativa (1,7%) exerceram as pressões positivas.
Ainda no mesmo confronto, os locais que assinalaram os impactos negativos mais relevantes no resultado nacional foram: São Paulo (-5,4%), região Norte e Centro-Oeste (-8,0%) e Rio Grande do Sul (-8,1%). No primeiro, treze atividades reduziram o número de horas pagas, com destaque para produtos de metal (-10,0%), borracha e plástico (-12,3%) e meios de transporte (-8,1%). No segundo local, as maiores pressões negativas foram exercidas por madeira (-23,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-19,5%); e na indústria gaúcha, os recuos mais expressivos vieram de calçados e artigos de couro (-15,5%) e alimentos e bebidas (-8,3%).
No decréscimo de 4,7% assinalado no primeiro bimestre do ano, foram determinantes os recuos dos quatorze locais e de treze segmentos. Os impactos negativos mais importantes, por local, vieram de São Paulo (-4,2%), região Norte e Centro-Oeste (-7,3%) e Rio Grande do Sul (-6,3%). No corte setorial, as principais reduções do número de horas pagas ocorreram em vestuário (-9,4%), calçados e artigos de couro (-11,1%) e meios de transporte (-7,2%). Por outro lado, as principais contribuições positivas, entre os ramos, vieram de refino de petróleo e produção de álcool (9,9%) e minerais não-metálicos (2,2%).
Os indicadores negativos do emprego e do número de horas pagas em fevereiro foram diretamente influenciados por fatores relacionados à redução generalizada na atividade fabril, que vem afetando especialmente os ramos produtores de bens de consumo duráveis, intermediários e bens de capital.
FOLHA DE PAGAMENTO REAL
Em fevereiro, o valor da folha de pagamento real da indústria, excluindo os efeitos sazonais, voltou a crescer (1,9%) em relação ao mês imediatamente anterior, após quatros resultados negativos consecutivos, período em que registrou perda acumulada de 4,9%. O índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável (-0,1%) entre janeiro e fevereiro, após mostrar quedas mais acentuadas nos dois últimos meses: dezembro (-1,1%) e janeiro (-1,5%).
Em relação a fevereiro de 2008, o valor real da folha de pagamento cresceu 1,9%. No acumulado do primeiro bimestre, o aumento de 1,2% ficou abaixo do índice do quarto trimestre do ano passado (4,3%). No indicador acumulado nos últimos doze meses (5,3%), prosseguiu em trajetória descendente desde setembro passado (6,7%).
Na comparação fevereiro 09/ fevereiro 08, a folha de pagamento aumentou 1,9%, com incrementos salariais em dez dos quatorze locais pesquisados. As principais contribuições positivas vieram de Minas Gerais (12,6%), Região Nordeste (5,7%) e do Espírito Santo (22,5%). Nos três locais, o maior impacto na folha real veio da indústria extrativa, com, respectivamente: 133,4%, 14,9% e 74,4%, taxas que refletem o pagamento de participação nos lucros em importantes empresas do setor. Em sentido contrário, São Paulo (-0,6%) exerceu a pressão negativa mais importante, onde sobressaiu o decréscimo de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,8%).
No corte setorial, ainda no índice mensal, a folha de pagamento cresceu em dez dos dezoito segmentos pesquisados, destacando-se a extrativa mineral (47,5%) e produtos químicos (3,0%) com os principais impactos positivos. Em sentido oposto, as quedas mais expressivas vieram de borracha e plástico (-8,0%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,4%).
No indicador acumulado no ano (1,2%), onze locais mostraram resultados positivos, com destaque para Minas Gerais (4,8%) e Espírito Santo (17,8%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-2,4%) e Paraná (-1,9%) exerceram as principais pressões negativas.
Entre os setores, dez aumentaram a folha no primeiro bimestre do ano, sobressaindo as contribuições da extrativa (29,5%) e de meios de transporte (1,5%). Por outro lado, as influências negativas mais importantes foram exercidas por máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,2%) e borracha e plástico (-6,0%).
IBGE
Comunicação Social
09 de abril de 2009"
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Tentação populista delfiniana
Ingerência política na gestão de uma empresa/banco publico dever ser sempre evitado e tem o efeito inverso do esperado: ao materializar o risco de expropriação, o agente econômico, perde o interesse em ser mais eficiente, já que o resultado será expropriado pelo agente político. No caso de um banco publico, mas com um percentual significativo de acionistas privados, a situação é ainda mais complicada: trata-se de desrespeito aos direitos dos minoritários.
Há, ainda, um outro risco: concessão de emprestimos a quem não tem condições de honra-lo o que levaria a fragilização de uma instituição que já passou por isto no passado recente. É bom lembrar, também, que durante o ditatura militar, principalmente no período do Bruxo, empresas públicas foram usadas como instrumentos de política econômica com os resultados por todos conhecido. Para que repetir o mesmo erro.
Se o Banco/empresa é publica tem que ser tão eficiente quanto uma privada: afinal não se trata de caridade - que, alias também tem que ser eficiente para atender um numero maior de necessitados -, é uma obrigação do gestor da coisa pública.
A demissão não necessariamente implica em abandono dos principios da boa gestão: dependendo da reação o governo poderá ser obrigado a voltar a atras na sua tentação populista delfiniana( ele pode negar, mas o dedo dele é visivel) de usar um banco público como instrumento politico, no pior sentido do termo.
Há, ainda, um outro risco: concessão de emprestimos a quem não tem condições de honra-lo o que levaria a fragilização de uma instituição que já passou por isto no passado recente. É bom lembrar, também, que durante o ditatura militar, principalmente no período do Bruxo, empresas públicas foram usadas como instrumentos de política econômica com os resultados por todos conhecido. Para que repetir o mesmo erro.
Se o Banco/empresa é publica tem que ser tão eficiente quanto uma privada: afinal não se trata de caridade - que, alias também tem que ser eficiente para atender um numero maior de necessitados -, é uma obrigação do gestor da coisa pública.
A demissão não necessariamente implica em abandono dos principios da boa gestão: dependendo da reação o governo poderá ser obrigado a voltar a atras na sua tentação populista delfiniana( ele pode negar, mas o dedo dele é visivel) de usar um banco público como instrumento politico, no pior sentido do termo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Boa noticia
Noticia ruim é manchete, ja quanto ela é boa merece um destaque bem menor na primeira pagina. Esta parece ser a regra do que se considera grande imprensa no grande bananão. A boa noticia é o resultado da produção das montadoras em março: cresceu 15,9%, com efeito positivo sobre a cadeia produtiva do setor. Resta saber qual será o impacto sobre a produção industrial. Algum impacto vai ter, naturalmente, mas é dificil saber qual a sua magnitude, mas é uma indicação que passado o panico inicial e com a ajuda da desoneração fiscal as coisas não estão piorando.
É, contudo, cedo demais para afirmar que o pior já passou. A recuperação da produção das montadoras pode ser passageira, apenas o resultado da antecipação das compras para aproveitar a desoneração fiscal. Mas, em tempo de más noticias, ela é motivo sim para comemoração, ainda que contida.
É, contudo, cedo demais para afirmar que o pior já passou. A recuperação da produção das montadoras pode ser passageira, apenas o resultado da antecipação das compras para aproveitar a desoneração fiscal. Mas, em tempo de más noticias, ela é motivo sim para comemoração, ainda que contida.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Culture & Barbarism, Terry Eagleton
Importante artigo, do Eagleton, um dos mais importantes autores dos estudos culturais, uma moda em voga no mundo acadêmico anglo-americano na última decada do seculo passado. Ele mudou muito e isto causou um certo choque na área, inclusive, entre seus adeptos no circuito perdizes-higienopolis. Leitura recomendável, principalmente para os militantes do anti-catolicismo, nova velha moda, no QG anti-católico.
Why are the most unlikely people, including myself, suddenly talking about God? Who would have expected theology to rear its head once more in the technocratic twenty-first century, almost as surprisingly as some mass revival of Zoroastrianism? Why is it that my local bookshop has suddenly sprouted a section labeled “Atheism,” hosting anti-God manifestos by Christopher Hitchens, Richard Dawkins, and others, and might even now be contemplating another marked “Congenital Skeptic with Mild Baptist Leanings”? Why, just as we were confidently moving into a posttheological, postmetaphysical, even posthistorical era, has the God question broken out anew?
Can one simply put it down to falling towers and fanatical Islamists? I don’t really think we can. Certainly the New Atheists’ disdain for religion did not sprout from the ruins of the World Trade Center. While some of the debate took its cue from there, 9/11 was not really about religion, any more than the thirty-year-long conflict in Northern Ireland was over papal infallibility. In fact, radical Islam generally understands exceedingly little about its own religious faith, and there is good evidence to suggest that its actions are, for the most part, politically driven.
That does not mean these actions have no religious impact or significance. Islamic fundamentalism confronts Western civilization with the contradiction between the West’s own need to believe and its chronic incapacity to do so. The West now stands eyeball-to-eyeball with a full-blooded “metaphysical” foe for whom absolute truths and foundations pose no problem at all-and this at just the point when a Western civilization in the throes of late modernity, or postmodernity if you prefer, has to skate by on believing as little as it decently can. In post-Nietzschean spirit, the West appears to be busily undermining its own erstwhile metaphysical foundations with an unholy mélange of practical materialism, political pragmatism, moral and cultural relativism, and philosophical skepticism. All this, so to speak, is the price you pay for affluence.
Para ler o resto do artigo clique aqui
Why are the most unlikely people, including myself, suddenly talking about God? Who would have expected theology to rear its head once more in the technocratic twenty-first century, almost as surprisingly as some mass revival of Zoroastrianism? Why is it that my local bookshop has suddenly sprouted a section labeled “Atheism,” hosting anti-God manifestos by Christopher Hitchens, Richard Dawkins, and others, and might even now be contemplating another marked “Congenital Skeptic with Mild Baptist Leanings”? Why, just as we were confidently moving into a posttheological, postmetaphysical, even posthistorical era, has the God question broken out anew?
Can one simply put it down to falling towers and fanatical Islamists? I don’t really think we can. Certainly the New Atheists’ disdain for religion did not sprout from the ruins of the World Trade Center. While some of the debate took its cue from there, 9/11 was not really about religion, any more than the thirty-year-long conflict in Northern Ireland was over papal infallibility. In fact, radical Islam generally understands exceedingly little about its own religious faith, and there is good evidence to suggest that its actions are, for the most part, politically driven.
That does not mean these actions have no religious impact or significance. Islamic fundamentalism confronts Western civilization with the contradiction between the West’s own need to believe and its chronic incapacity to do so. The West now stands eyeball-to-eyeball with a full-blooded “metaphysical” foe for whom absolute truths and foundations pose no problem at all-and this at just the point when a Western civilization in the throes of late modernity, or postmodernity if you prefer, has to skate by on believing as little as it decently can. In post-Nietzschean spirit, the West appears to be busily undermining its own erstwhile metaphysical foundations with an unholy mélange of practical materialism, political pragmatism, moral and cultural relativism, and philosophical skepticism. All this, so to speak, is the price you pay for affluence.
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domingo, 5 de abril de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
Dream Song 123: Daples my floor the eastern sun, my house faces north, John Berryman
Dapples my floor the eastern sun, my house faces north,
I have nothing to say except that it dapples my floor
and it would dapple me
if I lay on that floor, as-well-forthwith
I have done, trying well to mount a thought
not carelessly
in times forgotten, except by the New York Times
which can't forget. There is always the morgue.
There are men in the morgue.
These men have access. Sleepless, in position,
they dream the past forever
Colossal in the dawn comes the second light
we do all die, in the floor, in the morgue
and we must die forever, c'est la mort
a heady brilliance
the ultimate gloire
post-mach, probably in underwear
as we met each other once.
I have nothing to say except that it dapples my floor
and it would dapple me
if I lay on that floor, as-well-forthwith
I have done, trying well to mount a thought
not carelessly
in times forgotten, except by the New York Times
which can't forget. There is always the morgue.
There are men in the morgue.
These men have access. Sleepless, in position,
they dream the past forever
Colossal in the dawn comes the second light
we do all die, in the floor, in the morgue
and we must die forever, c'est la mort
a heady brilliance
the ultimate gloire
post-mach, probably in underwear
as we met each other once.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Memorias
Ontem um colega marxista perguntou qual a minha reação, enquanto neoclassico, a crise econômica. Outro colega, também, marxista disse que não sou neoclassico religioso. Achei curioso o comentário. Em Oxford era considerado marxista, não que eu fosse: à epoca já tinha concluido - depois de passar anos lendo o que era considerado o melhor da literatura marxista - que o projeto era uma canoa furada. Isto bem antes do muro cair. Entre os autores que li, o que teve mais impacto foi o Lucio Coletti.
Nunca fui comunista, ou seja membro ou simpatizante de qualquer um dos PCs da vida. Muito pelo contrário. Meus herois, neste campo, são figuras notáveis - melhor dizendo, exs. de fracassos notaveis - que ainda continuo a admirar, apesar de não mais acreditar naquilo pelo qual perderam a vida: Allende e Rosa Luxemburgo.
No período do meu idílio marxista - o curto, mas memorável período em que fui aluno do curso de graduação em economia da puc. Alias ela era o melhor lugar para se estar, respirava-se um clima acadêmico que é dificil recuperar - nunca nutri qualquer simpatia ou ilusão em relação ao leste europeu ou a Cuba. Esta última sempre chamei de a grande fazenda de Fidel Castro.
Gosto de economia e leio tudo que cai na minha mão, mas, naturalmente, tenho os meus prediletos: a maioria são os mesmos de quando comecei a estudar economia: os clássicos, Keynes, os keynesianos anglo-italiano e um ou dois capitulos de O Capital do Marx( acho o dezoito brumario muito mais interessante, mas é um livro de política. Marx não é um grande economista, é , no máximo,um ricardiano menor). E os recentes, mas nem tanto assim: Wicksell e os suecos, os austriacos e os economistas de Chicago. O que eles tem em comum? São ótimos economistas a quem retorno com frequencia e sempre aprendo algo de novo.
Nunca fui comunista, ou seja membro ou simpatizante de qualquer um dos PCs da vida. Muito pelo contrário. Meus herois, neste campo, são figuras notáveis - melhor dizendo, exs. de fracassos notaveis - que ainda continuo a admirar, apesar de não mais acreditar naquilo pelo qual perderam a vida: Allende e Rosa Luxemburgo.
No período do meu idílio marxista - o curto, mas memorável período em que fui aluno do curso de graduação em economia da puc. Alias ela era o melhor lugar para se estar, respirava-se um clima acadêmico que é dificil recuperar - nunca nutri qualquer simpatia ou ilusão em relação ao leste europeu ou a Cuba. Esta última sempre chamei de a grande fazenda de Fidel Castro.
Gosto de economia e leio tudo que cai na minha mão, mas, naturalmente, tenho os meus prediletos: a maioria são os mesmos de quando comecei a estudar economia: os clássicos, Keynes, os keynesianos anglo-italiano e um ou dois capitulos de O Capital do Marx( acho o dezoito brumario muito mais interessante, mas é um livro de política. Marx não é um grande economista, é , no máximo,um ricardiano menor). E os recentes, mas nem tanto assim: Wicksell e os suecos, os austriacos e os economistas de Chicago. O que eles tem em comum? São ótimos economistas a quem retorno com frequencia e sempre aprendo algo de novo.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
O inferno não é aqui
" O nosso primeiro trimestre passou em branco no que diz respeito a recuperação". Esta é a ultima perola de um dos raros comentaristas econômicos que vale a pena ler. Em sua coluna de hoje, na Folha, ele está mais despeitado que o próprio Krugman. Esperar sinais de recuperação é, naturalmente, uma grande tolice. Repetindo o argumento de outro post: a crise vai sim atingir a economia brasileira, mas o seu impacto deverá ser menor que em outras economias. E não será a primeira vez que isto acontece: vide a experiência da crise de 29. É claro que o mundo mudou e que, como mencionado em outro post, fazer comparações com o que ocorreu no inicio do seculo passado é arriscado. Contudo, resta o fato que a economia brasileira não apresenta as fragilidades de outras economias e por isto deverá sofrer menos.
O resultado das exportações e importações já era esperado. Eles refletem o que está acontecendo no comércio internacional e seria burrice esperar que o Brasil ficaria imune. A situação poderia ser muito pior e manter-se otimista não é cair no auto-engano, mas reconhecer que, dada a história econônica brasileira e os dados recentes, não há justificativa para apostar em um cenário pessimista.
Estranho, tambem, o argumento que ser pessimista não é muito popular. É justamente o contrário: ser otimista é correr o risco de ser carimbado como quinta coluna do Governo e muito pouco popular no meio acadêmico heterodoxo.
O resultado das exportações e importações já era esperado. Eles refletem o que está acontecendo no comércio internacional e seria burrice esperar que o Brasil ficaria imune. A situação poderia ser muito pior e manter-se otimista não é cair no auto-engano, mas reconhecer que, dada a história econônica brasileira e os dados recentes, não há justificativa para apostar em um cenário pessimista.
Estranho, tambem, o argumento que ser pessimista não é muito popular. É justamente o contrário: ser otimista é correr o risco de ser carimbado como quinta coluna do Governo e muito pouco popular no meio acadêmico heterodoxo.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
De janeiro para fevereiro, produção industrial avança 1,8%
A situação não piorou o que, no cenário mundial, já é uma boa noticia. Os números preocupam, é verdade, mas ainda não permite uma análise adequada do que nos espera no futuro. É preciso esperar a reação as medidas adotadas pelo Governo e uma maior clarificação do que vem sendo discutido/implementado pelos grandes players da economia mundial.
"Em fevereiro de 2009, a produção industrial avançou 1,8% frente a janeiro, na série com ajuste sazonal. Nacomparação com fevereiro de 2008, a retração foi de 17,0%. Com isso, o setor acumulou queda de 17,2% no primeiro bimestre de 2009, em relação a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, perdeu ritmo na passagem de janeiro (1,0%) para fevereiro (-1,0%), registrando o primeiro resultado negativo desde setembro de 2002 (-0,4%). Em que pese o avanço na produção em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, os índices em 2009 continuam abaixo do patamar produtivo observado no final do ano passado, evidenciado na evolução do indicador de média móvel trimestral, cuja variação para o total da indústria ficou em -3,3% entre fevereiro e janeiro deste ano.
Com o avanço de 1,8% observado no total da indústria entre janeiro e fevereiro, após aumento de 2,1% no mês anterior, o patamar de produção voltou a nível próximo ao de junho de 2004. Dos 27 ramos, 16 apresentaram crescimento, com destaque para veículos automotores (8,7%), refletindo principalmente a retomada na produção de automóveis. Esse setor acumulou alta de 52,2% nos dois primeiros meses de 2009, após as paralisações nos meses de novembro e dezembro. Também merecem destaque os seguintes aumentos: outros produtos químicos (8,0%), edição e impressão (10,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (8,7%) e alimentos (1,4%). As principais pressões negativas vieram de farmacêutica (-6,9%); máquinas e equipamentos (-3,2%) e outros equipamentos de transporte (-4,2%).
Ainda na comparação com o mês anterior, o segmento de bens de consumo duráveis (10,5%) alcançou a taxa mais elevada entre as categorias de uso, registrando o segundo resultado positivo consecutivo, que levou a um crescimento de 50,6% frente a dezembro de 2008. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (1,7%) reverteu o sinal após quatro meses de taxas negativas, período que acumulou perda de 7,6%. Bens intermediários (1,5%) assinalou o segundo avanço consecutivo em 2009, enquanto o setor de bens de capital (-6,3%) foi o único a reduzir a produção na passagem de janeiro para fevereiro.
O indicador mensal apontou recuo de 17,0% em fevereiro, com 23 ramos pesquisados assinalando decréscimos na produção. O índice de difusão, com queda em 77% dos 755 produtos investigados, também indica um menor dinamismo no setor industrial, ao registrar o menor nível da série histórica. Vale citar que fevereiro deste ano tem um dia útil a menos que igual mês do ano anterior. Entre as atividades com recuo na produção, os maiores impactos sobre o índice global, por ordem de importância, vieram de: veículos automotores (-29,8%); máquinas e equipamentos (-32,2%); metalurgia básica (-31,5%); outros produtos químicos (-22,3%); aparelhos eletrônicos e de comunicações (-44,4%); e indústrias extrativas (-18,8%). Os principais itens responsáveis pelo desempenho dessas atividades foram, respectivamente: automóveis e autopeças, carregadoras-transportadoras e compressores para aparelhos de refrigeração; lingotes, blocos, tarugos e placas de aço ao carbono; herbicidas para agricultura; telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia celular; e minérios de ferro. As contribuições positivas mais relevantes vieram de outros equipamentos de transportes (28,1%) e da farmacêutica (13,1%).
Ainda na comparação com fevereiro de 2008, os índices foram negativos para todas as categorias de uso. Bens de capital (-24,4%) registrou taxa mais negativa em fevereiro do que nos dois meses anteriores (dezembro e janeiro, ambos com –14,5%) e teve seu desempenho influenciado por todos os seus subsetores, com destaque para bens de capital para uso misto (-34,6%), para fins industriais (-34,4%), para construção (-70,3%) e para energia elétrica (-24,3%). Bens de consumo duráveis (-24,3%) permaneceu pressionado pelas reduções na produção de automóveis (-19,6%), celulares (-49,1%) e eletrodomésticos (-13,4%). O setor de bens intermediários (-21,0%) manteve seqüência de cinco taxas negativas, com praticamente todos os seus segmentos assinalando redução. Os principais destaques vieram dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-31,5%), outros produtos químicos (-22,4%), indústrias extrativas (-18,9%), veículos automotores (-39,2%) e borracha e plástico (-23,5%). Vale mencionar a pressão negativa vinda dos insumos para construção civil com recuo de 13,5%, menor marca desde junho de 2003 (-10,0).
A única categoria com desempenho acima da média global (-17,0%) foi a de Bens de consumo semi e não duráveis (-3,3%), que teve contribuição positiva vinda do subsetor de carburantes (0,8%), por conta da maior produção de álcool, enquanto os demais subsetores pressionaram negativamente: semiduráveis (-20,4%), outros não duráveis (-1,2%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,5%).
No indicador acumulado janeiro-fevereiro frente a igual período de 2008, o recuo de 17,2% refletiu a retração em 24 atividades. A fabricação de veículos automotores, com queda de 32,0%, mantém a liderança em termos de maior pressão negativa sobre o índice geral, onde a redução em automóveis e suas peças e acessórios foram os principais responsáveis. Em sentido oposto, entre os três ramos em crescimento, o maior destaque foi para outros equipamentos de transportes (33,9%). O perfil dos resultados para o primeiro bimestre de 2009 confirmou o menor dinamismo em todas as categorias de uso: bens de consumo duráveis (-27,6%), bens intermediários (-20,7%) e bens de capital (-19,5%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis (-5,9%) reduz a produção de forma menos acentuada.
O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória de queda desde setembro do ano passado, perdeu 4,1 pontos percentuais nos dois primeiros meses do ano em relação ao fechamento de 2008. Nesse mesmo intervalo de tempo as categorias de uso tiveram os seguintes desempenhos: bens de consumo duráveis (de 3,8% para -3,2%), bens de capital (de 14,3% para 8,1%), bens intermediários (de 1,5% para -3,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 1,4% para -0,1%). Entre os 76 subsetores, 69 perdem ritmo nessa comparação, com destaque para: extração de minérios ferrosos que passa de 1,9% até dezembro para - 6,8% ate fevereiro, defensivos agrícolas (de 18,8% para 3,4%), tratores máquinas e equipamentos agrícolas (de 31,6% para 15,8%), ferro-gusa (de 2,4% para - 6,7%), laminados e relaminados de aço (de 3,1% para -5,2%), automóveis (de 7,0% para - 0,4%), caminhões (de 19,0% para 6,6%), peças e acessórios para veículos automotores (de -1,4% para - 10,4%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (de - 0,7% para -10,9%).
Fonte: IBGE, 01 de abril de 2009
"Em fevereiro de 2009, a produção industrial avançou 1,8% frente a janeiro, na série com ajuste sazonal. Nacomparação com fevereiro de 2008, a retração foi de 17,0%. Com isso, o setor acumulou queda de 17,2% no primeiro bimestre de 2009, em relação a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, perdeu ritmo na passagem de janeiro (1,0%) para fevereiro (-1,0%), registrando o primeiro resultado negativo desde setembro de 2002 (-0,4%). Em que pese o avanço na produção em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, os índices em 2009 continuam abaixo do patamar produtivo observado no final do ano passado, evidenciado na evolução do indicador de média móvel trimestral, cuja variação para o total da indústria ficou em -3,3% entre fevereiro e janeiro deste ano.
Com o avanço de 1,8% observado no total da indústria entre janeiro e fevereiro, após aumento de 2,1% no mês anterior, o patamar de produção voltou a nível próximo ao de junho de 2004. Dos 27 ramos, 16 apresentaram crescimento, com destaque para veículos automotores (8,7%), refletindo principalmente a retomada na produção de automóveis. Esse setor acumulou alta de 52,2% nos dois primeiros meses de 2009, após as paralisações nos meses de novembro e dezembro. Também merecem destaque os seguintes aumentos: outros produtos químicos (8,0%), edição e impressão (10,3%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (8,7%) e alimentos (1,4%). As principais pressões negativas vieram de farmacêutica (-6,9%); máquinas e equipamentos (-3,2%) e outros equipamentos de transporte (-4,2%).
Ainda na comparação com o mês anterior, o segmento de bens de consumo duráveis (10,5%) alcançou a taxa mais elevada entre as categorias de uso, registrando o segundo resultado positivo consecutivo, que levou a um crescimento de 50,6% frente a dezembro de 2008. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (1,7%) reverteu o sinal após quatro meses de taxas negativas, período que acumulou perda de 7,6%. Bens intermediários (1,5%) assinalou o segundo avanço consecutivo em 2009, enquanto o setor de bens de capital (-6,3%) foi o único a reduzir a produção na passagem de janeiro para fevereiro.
O indicador mensal apontou recuo de 17,0% em fevereiro, com 23 ramos pesquisados assinalando decréscimos na produção. O índice de difusão, com queda em 77% dos 755 produtos investigados, também indica um menor dinamismo no setor industrial, ao registrar o menor nível da série histórica. Vale citar que fevereiro deste ano tem um dia útil a menos que igual mês do ano anterior. Entre as atividades com recuo na produção, os maiores impactos sobre o índice global, por ordem de importância, vieram de: veículos automotores (-29,8%); máquinas e equipamentos (-32,2%); metalurgia básica (-31,5%); outros produtos químicos (-22,3%); aparelhos eletrônicos e de comunicações (-44,4%); e indústrias extrativas (-18,8%). Os principais itens responsáveis pelo desempenho dessas atividades foram, respectivamente: automóveis e autopeças, carregadoras-transportadoras e compressores para aparelhos de refrigeração; lingotes, blocos, tarugos e placas de aço ao carbono; herbicidas para agricultura; telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia celular; e minérios de ferro. As contribuições positivas mais relevantes vieram de outros equipamentos de transportes (28,1%) e da farmacêutica (13,1%).
Ainda na comparação com fevereiro de 2008, os índices foram negativos para todas as categorias de uso. Bens de capital (-24,4%) registrou taxa mais negativa em fevereiro do que nos dois meses anteriores (dezembro e janeiro, ambos com –14,5%) e teve seu desempenho influenciado por todos os seus subsetores, com destaque para bens de capital para uso misto (-34,6%), para fins industriais (-34,4%), para construção (-70,3%) e para energia elétrica (-24,3%). Bens de consumo duráveis (-24,3%) permaneceu pressionado pelas reduções na produção de automóveis (-19,6%), celulares (-49,1%) e eletrodomésticos (-13,4%). O setor de bens intermediários (-21,0%) manteve seqüência de cinco taxas negativas, com praticamente todos os seus segmentos assinalando redução. Os principais destaques vieram dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-31,5%), outros produtos químicos (-22,4%), indústrias extrativas (-18,9%), veículos automotores (-39,2%) e borracha e plástico (-23,5%). Vale mencionar a pressão negativa vinda dos insumos para construção civil com recuo de 13,5%, menor marca desde junho de 2003 (-10,0).
A única categoria com desempenho acima da média global (-17,0%) foi a de Bens de consumo semi e não duráveis (-3,3%), que teve contribuição positiva vinda do subsetor de carburantes (0,8%), por conta da maior produção de álcool, enquanto os demais subsetores pressionaram negativamente: semiduráveis (-20,4%), outros não duráveis (-1,2%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,5%).
No indicador acumulado janeiro-fevereiro frente a igual período de 2008, o recuo de 17,2% refletiu a retração em 24 atividades. A fabricação de veículos automotores, com queda de 32,0%, mantém a liderança em termos de maior pressão negativa sobre o índice geral, onde a redução em automóveis e suas peças e acessórios foram os principais responsáveis. Em sentido oposto, entre os três ramos em crescimento, o maior destaque foi para outros equipamentos de transportes (33,9%). O perfil dos resultados para o primeiro bimestre de 2009 confirmou o menor dinamismo em todas as categorias de uso: bens de consumo duráveis (-27,6%), bens intermediários (-20,7%) e bens de capital (-19,5%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis (-5,9%) reduz a produção de forma menos acentuada.
O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória de queda desde setembro do ano passado, perdeu 4,1 pontos percentuais nos dois primeiros meses do ano em relação ao fechamento de 2008. Nesse mesmo intervalo de tempo as categorias de uso tiveram os seguintes desempenhos: bens de consumo duráveis (de 3,8% para -3,2%), bens de capital (de 14,3% para 8,1%), bens intermediários (de 1,5% para -3,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (de 1,4% para -0,1%). Entre os 76 subsetores, 69 perdem ritmo nessa comparação, com destaque para: extração de minérios ferrosos que passa de 1,9% até dezembro para - 6,8% ate fevereiro, defensivos agrícolas (de 18,8% para 3,4%), tratores máquinas e equipamentos agrícolas (de 31,6% para 15,8%), ferro-gusa (de 2,4% para - 6,7%), laminados e relaminados de aço (de 3,1% para -5,2%), automóveis (de 7,0% para - 0,4%), caminhões (de 19,0% para 6,6%), peças e acessórios para veículos automotores (de -1,4% para - 10,4%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (de - 0,7% para -10,9%).
Fonte: IBGE, 01 de abril de 2009
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