sexta-feira, 3 de abril de 2009

Memorias

Ontem um colega marxista perguntou qual a minha reação, enquanto neoclassico, a crise econômica. Outro colega, também, marxista disse que não sou neoclassico religioso. Achei curioso o comentário. Em Oxford era considerado marxista, não que eu fosse: à epoca já tinha concluido - depois de passar anos lendo o que era considerado o melhor da literatura marxista - que o projeto era uma canoa furada. Isto bem antes do muro cair. Entre os autores que li, o que teve mais impacto foi o Lucio Coletti.

Nunca fui comunista, ou seja membro ou simpatizante de qualquer um dos PCs da vida. Muito pelo contrário. Meus herois, neste campo, são figuras notáveis - melhor dizendo, exs. de fracassos notaveis - que ainda continuo a admirar, apesar de não mais acreditar naquilo pelo qual perderam a vida: Allende e Rosa Luxemburgo.

No período do meu idílio marxista - o curto, mas memorável período em que fui aluno do curso de graduação em economia da puc. Alias ela era o melhor lugar para se estar, respirava-se um clima acadêmico que é dificil recuperar - nunca nutri qualquer simpatia ou ilusão em relação ao leste europeu ou a Cuba. Esta última sempre chamei de a grande fazenda de Fidel Castro.

Gosto de economia e leio tudo que cai na minha mão, mas, naturalmente, tenho os meus prediletos: a maioria são os mesmos de quando comecei a estudar economia: os clássicos, Keynes, os keynesianos anglo-italiano e um ou dois capitulos de O Capital do Marx( acho o dezoito brumario muito mais interessante, mas é um livro de política. Marx não é um grande economista, é , no máximo,um ricardiano menor). E os recentes, mas nem tanto assim: Wicksell e os suecos, os austriacos e os economistas de Chicago. O que eles tem em comum? São ótimos economistas a quem retorno com frequencia e sempre aprendo algo de novo.