Voltando para casa ontem a noite; observando a fila de carros , os canhões de luzes – do tipo que o Comissario Gordon usava para chamar o Batman - as arvores finas como pernas de saracuras, a nova ponte estaida, o vento frio, compondo o cenário perfeito para o gosto, não raro duvidoso, dos convidados para a inauguração do mais novo símbolo do novos ricos paulistanos; pensei na última grande declaração de Fagundes. Não, estou falando do grande ator, mas de um ator menor, que disfarçado, bate ponto na nossa Las Vegas.
Ah! mas você cara leitor, talvez, não conheça o Fagundes. Permita-me refrescar sua memória, ou, para os mais jovens, apresentá-lo:”Todos os momentos de sua existência são dedicados a enaltecer seu chefinho – para o desespero desse último. Ele, para Fagundes, será sempre o primeiro e único, a razão de sua existência”. Ele é uma das mais divertidas criações do Laerte.
Pois é, ..., segundo leio nos jornais para ele : "Há uma mobilidade social brasileira inexistente na maioria dos países. Na maioria, o que há é concentração de renda. Aqui, não há concentração. “. É esta ausência de concentração de renda, que explica o belo cenário ontem na marginal do rio pinheiros, uma demonstração, se ainda necessário, da mais perfeita distribuição de renda.