Como pode um país tão rico e poderoso não possuir um sistema universal de saúde pública e, mais absurdo ainda, opor-se a criação deste sistema. Parece delirio, mas é a dura realidade do debate sobre políticas públicas no Imperio decadente. Estou habituado a conviver com tresloucados da extrema esquerda, mas, confesso, que perto dos americanos ate que são bem normais...
Há quem veja neste comportamento um resquicio dos delirios da guerra fria, da paura de um sistema socialista de estilo sovietico. Outros acham que o problema estaria na própria identidade cultural americana, no seu individualismo extremado. Mas como compatibilizar isto com a generosidade do povo americano a tantas universidades, museus e causas humanitárias. Difícil, muito, dificil, entender a alma humana.
Estava assistindo na CNN um programa sobre o Outono de 1989, a fuga dos alemães orientais para a Austria, através da fronteira Hungara.Parece que foi ontem, mas há 20 anos caia um sistema fundado na "grande ilusão do seculo passado" e que deixou um longo rastro de sangue e ódio em tantos lugares. Tragicamente, pelas bandas de cá, ainda há aqueles que choram pelo seu desaparecimento e insistem no auto-engano e outros que aproveitaram a queda para defender a manutenção das nossas conhecidas injustiças sociais em nome de uma noção equivocada de desenvolvimnto econômico. Ele, como nos ensina Sen, se não nos prover de liberdades fundamentais e substanciais, desenvolvimento, seguramente, não é...