A primeira vez que li um artigo do Tony Judt ainda estava em Oxford e a primeira impressão manteve-se ao longo dos anos e leituras de vários artigos. Ele era de esquerda, mas não era marxista, tão pouco um adepto da terceira via. Profundo conhecedor do marxismo por ele não nutria as ilusões presentes na academia brasileira no inicio dos anos 90 e que ainda se mantem firme principalmente na terra das jabuticabas exóticas: o último bastião do marxismo talebã.
As vezes penso se algum dia este tipo de esquerda -se é que assim podemos chama-los - vai conseguir conseguir libertar-se da grande ilusão do seculo xx que deixou como produto mortos sem sepultura e um deserto intelectual no meio acadêmico de vários países, entre os quais o grande bananão. Mas porque falar de mediocres, quando lembramos e honramos a memoria de um intelectual único e brilhante que como alguns outros da mesma estirpe nos deixou cedo demais.
Vou sentir falta dos artigos, do senso de humor, da fina ironia e acima de tudo o compromisso com a verdade e honestidade intelectual, artigos raros na conhecida terra da intolerância onde crescem as terriveis jabuticabas exóticas.