quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Memorias

O post de ontem poderá passar a falsa impressão que em algum momento da minha juventude tenha sido atraido pelo catolicismo marxista. Aconteceu justamente o contrário: agravou a crise normal, me parece, naquela idade e me afastou da religião. Faltava a este tipo de catolicismo os elementos que faziam parte da minha infância em uma familia e comunidade profundamente católicas. Por paradoxal que possa parecer, no período na minha juventude em que acreditava na fantasia marxista, nunca perdi minha atração pelo catolicismo popular das festas da minha infância com sua liturgia e mistérios que tanto me encantavam e ainda encanta. A idéia de usar o pulpito para pregações politico partidárias que agradava a tantos militantes de esquerda nunca foi do meu agrado. Não me parecia correto, mas um verdadeiro sacrilégio. É claro que era uma reação sem nenhum fundamento em leituras, apenas baseado em valores em que fui educado.

O retorno a Igreja, por uma feliz coincidência, aconteceu em Oxford, onde comecei a frequentar as missas em uma igreja, que se não estou errado, era a mesma do Oratorio do Cardeal Newman. A liturgia era em inglês, mas todo o ambiente me parecia totalmente familiar e me fazia sentir em casa, o que raramente era o caso nas missas no Brasil. Desnecessário mencionar que tão pouco via com bons olhos o sucesso de movimento católico de forte apelo midiatico. Em sintese, em se tratando de catolicismo o meu lado é bem claro: me sinto bem na companhia de Ratzinger, Lubac, Balthasar e Guardini.