Interessante a entrevista do representante da febraban: o crédito continua escasso, apesar da intervenção governamental e surpreendentemente os bancos não estão preferindo títulos públicos à concessão de créditos. Naturalmente, os bancos são entidades filantrópicas.
Enquanto isto o governo paulista procura resolver o problema da escassez de crédito no setor automotivo. Decisão correta, me parece, mas que, contudo, é apenas paliativa: a crise, como era de se esperar, esta atingindo o lado real da economia e o setor automobilistico e outros que dependem fortemente do crédito são, naturalmente, os primeiros a sentirem os seus efeitos.
As notíciais no império, tambem, não são nada boas: circuit city em concordada e rumores que uma grande do setor automobilistico poderá seguir o mesmo caminho, corte de pessoal em empresa de entregas rapidas, parecem indicar que a crise já está atingindo importantes setores da economia não-financeira. E isto é apenas o começo. Discute-se, também, apoio/salvamento da indústria automobilistica, cujos problemas somente foram agravados pela atual crise e que, por isto mesmo, são diferentes das agruras deste mesmo setor no Brasil: lá há um serio problema estrutural.
Qual será a extensão da recessão? Dificil responder, já que depende de uma série de fatores, entre os quais a política econômica do governo obama, que ainda continua muita vaga. Aliás, tenho dúvidas, se a decisão de não comparecer a reunião em Washington foi correta. O tempo na política certamente é diferente do tempo na economia, mas a prioridade deveria ser a economia. Deixar se levar pela primeira variável pode custar caro, muito caro mesmo e não somente para os americanos.