Há medidas que são tão obvias, que a demora em implementa-las sempre me pareceu estranho. Em geral, a explicação encontra-se na dinâmica da esfera política. Este parece ser o caso da decisão da Fannie Mae e Freddie Mac de reduzir o valor das prestações dos seus mutuários. Renegociar com os mutuários é muito melhor que simplesmente retomar imoveis em um mercado em que há poucos compradores. No caso do bancos privados implica em perdas, mas estas sabemos serem inevitáveis, já que o ajuste, neste e outros mercados, vai ocorrer de qualquer modo. Melhor procurar administra-lo à correr o risco de um novo estouro da boiada.
Já a decisão do governo paulista e, antes , do governo federal, de lançar linha de crédito para o setor automotivo, como ontem comentamos, é correta, mas paliativa e de folego curto, mas, se o Alexandre “eram os deuses autronautas” estiver correto, e o credito voltar ao nível normal, em janeiro já não será mais um problema. Contudo, se ele estiver errado, ... A decisão foi, obviamente política: estão todos jogando para a plateia.
Voltando ao Império, os sinais realmente não são nada encorajadores : não comparecer a reunião e sequer enviar representante pode ser politicamente sensato, mas coloca em compasso de espera a discussão e implementação de soluções para o delicado momento econômico em que vivemos. E não passa de empafia a afirmação do coordenador da equipe de transição do Obama, John Podesta: “so temos um presidente por vez”. A impressão é que não tem nenhum. O temor, me parece, é de repetir a Argentina e antecipar, de fato, a posse do novo presidente. Fugir da realidade, contudo, nunca foi um comportamento recomendavel em matéria econômica.