No domingo a colunista do jornal da ditabranda, Eliane Cantanhêde, defendeu uma tese semelhante ao post de 20 de abril de 2010, mas com título diferente: direita, volver, o do blog era "a nova direita". Mas isto é apenas um detalhe. O fundamental é o trecho abaixo:
" Uma peculiaridade da campanha é que Serra, Dilma e Marina Silva vêm da esquerda. Mas serristas e dilmistas se estapeiam pelo apoio de siglas como PP, PTB, PRB e PSC (de Joaquim Roriz no DF), e uma certeza paira no ar: alguém vai ter que ocupar o espaço "de direita".
Uma coisa é a armação do tempo na TV e dos palanques, quando os candidatos tapam o nariz e correm atrás de partidos e caciques. Outra é ajustar o discurso e os compromissos para agradar o eleitor -inclusive de setores nada desprezíveis que rejeitam as teses e práticas da esquerda e têm, além de recurso$, influência política e peso eleitoral. Como o agronegócio no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste.
Ou seja, agora é hora de montar o time, não importa se com gente de direita ou de esquerda, com ficha limpa ou ficha suja. Mas, depois, o foco sai dos partidos e dos políticos e vai para o voto do eleitor.
Marina manterá coerência, Dilma fará concessões e Serra terá que se moldar como "candidato da direita". Não é questão de convicção ou de opção.
Com poucos recursos para competir com Dilma entre os pobres e os nordestinos que endeusam Lula, Serra terá de tirar votos dela entre produtores rurais e na classe média urbana, conservadora e refratária ao PT. Com pose e discurso de esquerda é que não vai ser."
É o tipo de artigo que não agrada, com certeza, alguns eleitores-intelectuais, do candidato da Nova Direita que ainda tem dificuldade em reconhecer o fato obvio que é neste segmento do mercado eleitoral que ele deverá encontrar parcela significativa do seu eleitorado. Se será suficiente para elege-lo é uma grande incognita o que torna a eleição ainda mais interessante.
Cantanhêde, contudo, ainda parece acreditar que o partido do candidato da nova direita se encontra no campo da esquerda. Tese equivocada, me parece, ele é um tipico partido da direita ilustrada e envergonhada, os novos Carlos Lacerda,com roupagem chic e melhor dominio da literatura de esquerda.