Gostar de economia, não transforma ninguem em economista, não é muito diferente de gostar de piano e achar que por isto é um pianista. Lembro de uma cena em uma sitcom americana em que um personagem era lembrado por sua mãe que quando jovem ele gostava da idéia de ser pianista, mas nunca demonstrou a disposição necessária para passar horas praticando e estudando teoria musical. Esta cena sempre me vem a mente, quando ouço comentários bem intencionados, porem superficiais, sobre econômia, indicativos de pouco conhecimento e dominio da literatura econômica. Em parte, resultado, da falsa idéia que conhecer a literatura marxista é suficiente para transformar alguem em economista. O mesmo, alias, vale para o seu oposto no campo ideológico. A literatura econômica é vasta e muito rica e dela sempre se aprende muito.
A história economica no bananão, principalmente a longa batalha contra a inflação, levou a um comportamento curioso: todos se consideram expert em economia. Do ponto de vista da cidadania esse interesse é louvavel, porem, as vezes, leva à situações estranhas, como por ex, convidar um ex-ministro da Fazenda para escrever artigos sobre economia, quando sabidamente ele nada conhece da área, em que pese o fato de ter sido um ministro razoavel devido a sua competência na area política e inteligência na hora de escolher bons assessores e quadros qualificados para posições chaves no ministerio.
Dificilmente alguem convidaria um ex-ministro da Saúde - com boa performance no cargo - para escrever sobre medicina: diagnosticos, tratamentos, etc. Ele naturalmente, seria qualificado, para falar sobre economia e administração da saúde.
Triste sina a do economista no grande bananão, conviver com charlatões que se passam por economistas ...