sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Feliz 2012
A capacidade da mídia do grande bananão em transformar uma boa noticia em tragêdia nacional é inacreditável. Este é o caso da informação que o Brasil ultrapassou a Inglaterra , ocupando a posição de sexta economia do mundo. Para uma país que ate pouco tempo atrás estava enredado em luta inglória contra a hiper-inflação, esta noticia, juntamente, com outras ao longo do ano, o empréstimo ao FMI, por exemplo, é sim, motivo de felicidade para qualquer brasileiro. Sabemos da fragilidade da posição , mas é preciso reconhecer, como faz o Mendonça de Barros, em artigo no jornal da ditabranda desta sexta-feira, que quando comparado com o nosso vizinho e eterno rival, a Argentina, a situação melhorou muito . Esta é comparação é importante, porque como ele recorda, para alguns membros do atual governo e a oposição de esquerda, a Argentina é o modelo a seguir, ou pelo menos era, ate há pouco tempo.
Ainda há muito a ser feito, mas o grande bananão, tem condições de, finalmente, enfrentar os seus graves problemas sociais e construir um país prospero e socialmente mais justo. Para tanto não é necessário, como argumenta o marxismo talebã em seus aparelhos, destruir o sistema capitalista e construir um sistema alternativo. Muito pelo contrário, o sucesso brasileiro é prova que a combinação de economia de mercado com intervenção moderada do Estado é ainda a melhor receita para o sucesso econômico e pré-requisito para a criação de uma economia social de mercado vibrante.
O desafio para aqueles, que como este blogueiro, acreditam na viabilidade da dobradinha economia de mercado e justiça social, é reduzir a influência do marxismo talebã na grande feira de idéias, chamada Universidade. E isto não é nada fácil , já que eles tem o pessímo habito de transformar o espaço que dominam em aparelho e são avesso ao debate de idéias, fundado em argumentos, preferindo recorrer a política do medo e do assédio para eternizar sua nefasta influência. Mas, como alguém já disse: tudo que é solido desmancha no ar....
Ainda há muito a ser feito, mas o grande bananão, tem condições de, finalmente, enfrentar os seus graves problemas sociais e construir um país prospero e socialmente mais justo. Para tanto não é necessário, como argumenta o marxismo talebã em seus aparelhos, destruir o sistema capitalista e construir um sistema alternativo. Muito pelo contrário, o sucesso brasileiro é prova que a combinação de economia de mercado com intervenção moderada do Estado é ainda a melhor receita para o sucesso econômico e pré-requisito para a criação de uma economia social de mercado vibrante.
O desafio para aqueles, que como este blogueiro, acreditam na viabilidade da dobradinha economia de mercado e justiça social, é reduzir a influência do marxismo talebã na grande feira de idéias, chamada Universidade. E isto não é nada fácil , já que eles tem o pessímo habito de transformar o espaço que dominam em aparelho e são avesso ao debate de idéias, fundado em argumentos, preferindo recorrer a política do medo e do assédio para eternizar sua nefasta influência. Mas, como alguém já disse: tudo que é solido desmancha no ar....
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Balança mas não cai...
Fim de ano não é exatamente igual aos demais dias do ano e por isto é necessário certo cuidado ao analisar o comportamento na zona do euro. Esta pode ser uma das explicações para deixar 452 bi de euros no BCE, a juros de 0,25% a.a. A outra é que ele simplesmente espelha a total falta de confiança no mercado interbancário. Que ela é um fato, sabemos ser o caso, porém, a sua dimensão parece ser muito maior do que se imaginava e isto, se verdadeiro, não é um bom sinal e significa que a escassez de crédito, principalmente para pequenas e médias empresas, deverá continuar.
Como esperado , o yield dos títulos de prazo inferior a 3 anos, estão em queda, como atesta o retorno cobrado, na quarta-feira, pelo título italiano de 6 meses, 3.25%, metade do cobrado em novembro, 6.5%. O yieid do título de dois anos, 4.85%, também ficou abaixo do cobrado no mês passado, 7,81%. Nesta quinta feira, o titulo com vencimento em 2014 foi colocado a 5.62%, em novembro pagava 7.89%; com vencimento em 2022, 6.98%, contra 7.56% mês passado. Nenhuma surpresa no retorno dos títulos de curto e nos de longo prazo e confirma nossa hipotese sobre o impacto do empréstismo do BCE sobre o yield: forte sobre os títulos com vencimento abaixo de 3 anos e fraco sobre os de longo prazo. No caso deste último, não me parece que será o suficiente para derruba-lo para um nível sustentável.
A nota negativa nos leilões, foi a demanda menor que a oferta para os soberanos italianos de longo prazo. É realmente preocupante, se lembrarmos que a italia deverá rolar um volume significativo em janeiro. Mas, é sempre bom frisar, o mercado realmente somente volta a sua normalidade em janeiro.
Como esperado , o yield dos títulos de prazo inferior a 3 anos, estão em queda, como atesta o retorno cobrado, na quarta-feira, pelo título italiano de 6 meses, 3.25%, metade do cobrado em novembro, 6.5%. O yieid do título de dois anos, 4.85%, também ficou abaixo do cobrado no mês passado, 7,81%. Nesta quinta feira, o titulo com vencimento em 2014 foi colocado a 5.62%, em novembro pagava 7.89%; com vencimento em 2022, 6.98%, contra 7.56% mês passado. Nenhuma surpresa no retorno dos títulos de curto e nos de longo prazo e confirma nossa hipotese sobre o impacto do empréstismo do BCE sobre o yield: forte sobre os títulos com vencimento abaixo de 3 anos e fraco sobre os de longo prazo. No caso deste último, não me parece que será o suficiente para derruba-lo para um nível sustentável.
A nota negativa nos leilões, foi a demanda menor que a oferta para os soberanos italianos de longo prazo. É realmente preocupante, se lembrarmos que a italia deverá rolar um volume significativo em janeiro. Mas, é sempre bom frisar, o mercado realmente somente volta a sua normalidade em janeiro.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Capitalism is dead; long live capitalism
O título do editorial do FT, "Capitalism is dead; long live capitalism", descreve com perfeição a situação atual do capitalismo. Não morro de amores pelos dois citados no artigo, Reagan e a Dama de Ferro, muito pelo contrário: neles as imperfeições do capitalismo ganharam a força que não lhe é inata, tão pouco benefica. O leitor deste blog, já deve ter percebido que sou favorável ao capitalismo com face humana, que se apresenta em dois modelos: economia social de mercado e social democracia. Os dois tem aspectos positivos e negativos, e o ideal seria combina-los em um terceiro modelo. A receita do marxismo talebã - que ainda fascina os estudantes que lutam contra a injustiça social - foi um fracasso retumbante e produziu somente miseria , opressão política, cultural e religiosa, para citar algumas. Que ainda tenha alguma respeitabilidade intelectual é prova da miseria intelectual no grande bananão, e não do brilhantismo intelectual dos aparelhos do marxismo talebã.
The market economy is the most successful mechanism for creating prosperity humanity knows. Allied to modern science, it has done more than transform the world economy; it has transformed the world. For the first time in history, the world’s principal states rely on the market economy to develop their economies. Almost as important, they rely on a global market economy. Contemporary states are destined to co-operate with one another if they are to prosper.
Yet the market economy is not as unchangeable as the laws of the Medes and the Persians in the book of Daniel. It is successful not because it stays the same, but because it does not. The driving force is the desire of all human beings to work for the betterment of themselves and their families. The mechanism is the equally natural search for a better deal. But institutional settings and relationships with political institutions have always been open to change. This very adaptability has ensured the survival of market economies.
Two centuries ago there was no limited liability, no personal bankruptcy, little central banking, no environmental regulation and no unemployment insurance. All these changes occurred in response to economic or political pressures. All brought with them new solutions and new challenges. At a time of ongoing financial shocks, this need for adaptation has not ended. On the contrary, it is as important as ever.
What, then, are the challenges that matter today? The libertarian movement in the US, whose standard-bearer is Ron Paul, is clear about the answer: abolish nearly all of these policy innovations and go back, as far as possible, to the capitalism of the late 19th century. Outside the US this current of opinion holds little sway. Even inside the US, it is merely a component of the Republican coalition. It is more than a mere curiosity – but it is not going to shape the future.
More relevant is asking how far the resurgent capitalism that emerged in the 1980s, under the leadership of Ronald Reagan in the US and Margaret Thatcher in the UK, now needs to be reformed. The answer is that it must be, for it has proved not just unstable, but, in important respects, unjust. The result has not only been a devastating crisis, but also a sense that the achievement of extraordinary wealth may not reflect exceptional merit. In societies that rely on consent, this is politically corrosive.
At the heart of the renewed debate are three issues: finance, corporate governance, and taxation. These are the questions raised by the “occupy” movements, which, for all their intellectual incoherence, have altered the terms of the political debate.
The financial sector grew too big, partly because risks were misunderstood and partly because it was encouraged by policymakers to expand. It will need to be better constrained in future, partly by ensuring the risks it creates are internalised. Again, corporate management has too often rigged executive compensation in its own interests, rather than that of shareholders. Finally, a plethora of incentives have allowed many of the most successful people to escape taxation. In all these respects, the modern economy needs reform, to become both fairer and more efficient.
Beyond such reforms, the debate over macroeconomic stabilisation that goes back to the 1930s has been renewed. In the years up to the crisis, the broad consensus was that a monetary policy targeted at inflation was enough. This view has been exploded. After the extended period of desperate improvisation now under way, a new synthesis will be required, one that takes proper account of asset prices, leverage and the role of central banks as lenders of last resort.
Capitalism will endure, by changing. That is the lesson of the past. It is just as relevant today.
Fonte: Editorial do Financial Times
The market economy is the most successful mechanism for creating prosperity humanity knows. Allied to modern science, it has done more than transform the world economy; it has transformed the world. For the first time in history, the world’s principal states rely on the market economy to develop their economies. Almost as important, they rely on a global market economy. Contemporary states are destined to co-operate with one another if they are to prosper.
Yet the market economy is not as unchangeable as the laws of the Medes and the Persians in the book of Daniel. It is successful not because it stays the same, but because it does not. The driving force is the desire of all human beings to work for the betterment of themselves and their families. The mechanism is the equally natural search for a better deal. But institutional settings and relationships with political institutions have always been open to change. This very adaptability has ensured the survival of market economies.
Two centuries ago there was no limited liability, no personal bankruptcy, little central banking, no environmental regulation and no unemployment insurance. All these changes occurred in response to economic or political pressures. All brought with them new solutions and new challenges. At a time of ongoing financial shocks, this need for adaptation has not ended. On the contrary, it is as important as ever.
What, then, are the challenges that matter today? The libertarian movement in the US, whose standard-bearer is Ron Paul, is clear about the answer: abolish nearly all of these policy innovations and go back, as far as possible, to the capitalism of the late 19th century. Outside the US this current of opinion holds little sway. Even inside the US, it is merely a component of the Republican coalition. It is more than a mere curiosity – but it is not going to shape the future.
More relevant is asking how far the resurgent capitalism that emerged in the 1980s, under the leadership of Ronald Reagan in the US and Margaret Thatcher in the UK, now needs to be reformed. The answer is that it must be, for it has proved not just unstable, but, in important respects, unjust. The result has not only been a devastating crisis, but also a sense that the achievement of extraordinary wealth may not reflect exceptional merit. In societies that rely on consent, this is politically corrosive.
At the heart of the renewed debate are three issues: finance, corporate governance, and taxation. These are the questions raised by the “occupy” movements, which, for all their intellectual incoherence, have altered the terms of the political debate.
The financial sector grew too big, partly because risks were misunderstood and partly because it was encouraged by policymakers to expand. It will need to be better constrained in future, partly by ensuring the risks it creates are internalised. Again, corporate management has too often rigged executive compensation in its own interests, rather than that of shareholders. Finally, a plethora of incentives have allowed many of the most successful people to escape taxation. In all these respects, the modern economy needs reform, to become both fairer and more efficient.
Beyond such reforms, the debate over macroeconomic stabilisation that goes back to the 1930s has been renewed. In the years up to the crisis, the broad consensus was that a monetary policy targeted at inflation was enough. This view has been exploded. After the extended period of desperate improvisation now under way, a new synthesis will be required, one that takes proper account of asset prices, leverage and the role of central banks as lenders of last resort.
Capitalism will endure, by changing. That is the lesson of the past. It is just as relevant today.
Fonte: Editorial do Financial Times
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
The case for moral capitalism
Proposta interessante e fiel ao pensamento de Keynes que, infelizmente, nos aparelhos do marxismo talebã, é totalmente deturpado.
'To convert the business man into the profiteer is to strike a blow at capitalism … The business man is only tolerable so long as his gains can be held to bear some relation to what, roughly and in some sense, his activities have contributed to society."
Can we create a morally acceptable form of capitalism; and if so, what would it look like? Faced with a decade of hardship apparently caused by the greed of a few, people are asking whether bankers are no more than profiteers, and whether inequality has risen too far. Even the former US treasury secretary, Lawrence Summers, and former head of the CBI Richard Lambert, have said we need to do better on inequality.
The quote above, however, comes not from anyone today but from John Maynard Keynes, in 1923, during the postwar turmoil in the financial markets. There was hyperinflation in Germany, a collapse of the Mark, chaos on the foreign exchanges as prices had gone up and down, and violent fluctuations in employment.
Like many of those who turned to communism and fascism, Keynes had strong moral objections to capitalism – but he consistently repudiated socialism, communism, and fascism, for he believed that capitalism was essential both to create high standards of living and to guarantee personal liberty. In effect he sought a capitalist revolution.
For Keynes, the sustainability of capitalism was not only a technical question but a moral question – because if capitalism is to survive, people have to believe it is a system worth supporting. His priority was to eliminate unemployment. It was also a moral priority to design an international monetary system that would reduce the chances of capitalism descending into chaos again. And to do that, economists had to grapple with difficult technical details, but their motivation was a vision of a better capitalism.
We face the same challenge today – to develop a morally acceptable form of capitalism. As Keynes feared might happen, much business is now seen as no more than profiteering. Many people object to the bonus culture of the banking system because they don't believe those bonuses are earned. We have also learned that inequality not only undermines the legitimacy of capitalism (that was Keynes's concern) but it has corrosive effects: unequal societies are unhappier, less healthy, and have more crime.
We cannot wind the clock back, but we should not be afraid to look to the past for ideas. It is hard to make a clear distinction between profiteering and legitimate business activity and yet, throughout history, there have always been limits on what can be bought and sold in the market. Perhaps the boundaries between legal and illegal activities need to be reconsidered; perhaps derivatives need to be better regulated – or simply banned from banks' portfolios. Creating a more stable banking system so that banks do not need bailouts would help maintain high employment and tackle inequality.
We can also look abroad. A decade ago it was common to look to Scandinavia or Germany and to compare their institutions with ours. Now "Anglo-Saxon" capitalism has lost its shine, perhaps we should reconsider whether we can learn, for instance, from Germany, with its system of industrial democracy and a banking system geared up to support industry, or try to find out why the gap between rich and poor is much narrower in most of Europe.
One reason for the problems we face today is that we have stopped seeing taxes as an essential institution in a capitalist economy for if taxes could be raised, especially on those who can most afford to pay them, public services would not have to be cut. We should see taxes as an integral part of a moral capitalist economy, providing health, education and social care outside the market. People should not be afraid to join Warren Buffett in saying the rich should pay more tax. The "Tobin tax" on financial transactions should not be seen as a way to raise funds for the euro, but as a tax that could help stabilise the financial system and as a "Robin Hood" tax.
Such changes need to be analysed carefully, for technical details do matter, but they need to be on the agenda: if we are to save capitalism, as we must if we want prosperity and liberty, we must face up to its moral failings. Unless we do this, we will be unable to imagine a better future, let alone work out how to achieve it.
Roger Backhouse and Bradley Bateman
Fonte: Guardian
'To convert the business man into the profiteer is to strike a blow at capitalism … The business man is only tolerable so long as his gains can be held to bear some relation to what, roughly and in some sense, his activities have contributed to society."
Can we create a morally acceptable form of capitalism; and if so, what would it look like? Faced with a decade of hardship apparently caused by the greed of a few, people are asking whether bankers are no more than profiteers, and whether inequality has risen too far. Even the former US treasury secretary, Lawrence Summers, and former head of the CBI Richard Lambert, have said we need to do better on inequality.
The quote above, however, comes not from anyone today but from John Maynard Keynes, in 1923, during the postwar turmoil in the financial markets. There was hyperinflation in Germany, a collapse of the Mark, chaos on the foreign exchanges as prices had gone up and down, and violent fluctuations in employment.
Like many of those who turned to communism and fascism, Keynes had strong moral objections to capitalism – but he consistently repudiated socialism, communism, and fascism, for he believed that capitalism was essential both to create high standards of living and to guarantee personal liberty. In effect he sought a capitalist revolution.
For Keynes, the sustainability of capitalism was not only a technical question but a moral question – because if capitalism is to survive, people have to believe it is a system worth supporting. His priority was to eliminate unemployment. It was also a moral priority to design an international monetary system that would reduce the chances of capitalism descending into chaos again. And to do that, economists had to grapple with difficult technical details, but their motivation was a vision of a better capitalism.
We face the same challenge today – to develop a morally acceptable form of capitalism. As Keynes feared might happen, much business is now seen as no more than profiteering. Many people object to the bonus culture of the banking system because they don't believe those bonuses are earned. We have also learned that inequality not only undermines the legitimacy of capitalism (that was Keynes's concern) but it has corrosive effects: unequal societies are unhappier, less healthy, and have more crime.
We cannot wind the clock back, but we should not be afraid to look to the past for ideas. It is hard to make a clear distinction between profiteering and legitimate business activity and yet, throughout history, there have always been limits on what can be bought and sold in the market. Perhaps the boundaries between legal and illegal activities need to be reconsidered; perhaps derivatives need to be better regulated – or simply banned from banks' portfolios. Creating a more stable banking system so that banks do not need bailouts would help maintain high employment and tackle inequality.
We can also look abroad. A decade ago it was common to look to Scandinavia or Germany and to compare their institutions with ours. Now "Anglo-Saxon" capitalism has lost its shine, perhaps we should reconsider whether we can learn, for instance, from Germany, with its system of industrial democracy and a banking system geared up to support industry, or try to find out why the gap between rich and poor is much narrower in most of Europe.
One reason for the problems we face today is that we have stopped seeing taxes as an essential institution in a capitalist economy for if taxes could be raised, especially on those who can most afford to pay them, public services would not have to be cut. We should see taxes as an integral part of a moral capitalist economy, providing health, education and social care outside the market. People should not be afraid to join Warren Buffett in saying the rich should pay more tax. The "Tobin tax" on financial transactions should not be seen as a way to raise funds for the euro, but as a tax that could help stabilise the financial system and as a "Robin Hood" tax.
Such changes need to be analysed carefully, for technical details do matter, but they need to be on the agenda: if we are to save capitalism, as we must if we want prosperity and liberty, we must face up to its moral failings. Unless we do this, we will be unable to imagine a better future, let alone work out how to achieve it.
Roger Backhouse and Bradley Bateman
Fonte: Guardian
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
A desconhecida Idade Média
É um período importante da historia ocidental e sujeito, ainda, há visões equivocadas e preconceitos. Felizmente, aos poucos, esta mudando...
In 2011, Harvard University Press celebrated the hundredth anniversary of the Loeb Classical Library, the renowned series that presents accessible editions of ancient texts with English translations on the facing page. The covers of the Loebs—red for Latin literature, green for Greek—have become iconic, and generations of students and readers have found them the ideal way to access our classical heritage. In 2001, the press (HUP) launched a new series on the Loeb model, the I Tatti Renaissance Library, featuring Latin and vernacular texts from the fourteenth century and after. But between the latest Loeb—the works of the Venerable Bede, the English chronicler who lived in the seventh century C.E.—and the earliest I Tatti volume, there was a seven-century gap, representing an era of European history that is all too easily neglected: the Middle Ages.
The very term “Middle Ages,” in fact, implies that the period is significant merely as an interruption, or at best a transition, between the vital culture of the Greco-Roman world and the “rebirth” of that culture in the Renaissance. When the Middle Ages do come up in popular discourse, the terms are almost never complimentary. Last year, for instance, Cogan University Professor Stephen Greenblatt published his widely acclaimed book The Swerve, which tells the story of the Italian Renaissance’s rediscovery of the Roman poet Lucretius (see “Swerves,” July-August 2011, page 8). Central to Greenblatt’s argument is the idea that the Renaissance represented a long-overdue return to reason and sanity after the long religious delirium of the Middle Ages, a time of “societies of flagellants and periodic bursts of mass hysteria.”
Clearly, the Dumbarton Oaks Medieval Library (DOML) has its work cut out for it. Launched last year by HUP under the general editorship of Porter professor of Medieval Latin Jan Ziolkowski, DOML gives the Loeb treatment to classic texts from the Middle Ages, aiming to fill the gap between the ancient world and the Renaissance—both on the library shelves and, if possible, in the minds of students and readers (see “A Renaissance for Medieval Classics,” November-December 2010, page 64). “For reasons both economic and cultural,” Ziolkowski writes, “the variety and distinction of the Latin literature written in the Middle Ages have yet to receive the recognition they merit….[M]y dream is that this series of publications will help to improve the situation by furnishing prospective readers with both well-known classics and lesser-known mysteries and masterpieces.”
If the Loebs have been around for a hundred times as long as DOML, that seems a fair reflection of the importance of classical versus medieval literature in our culture. This may be especially true for American readers. After all, American civilization never had a medieval period: our country is a product of the eighteenth century, the Enlightenment era, when the reputation of the Middle Ages and everything they stood for was at its lowest ebb.
True, the United States has no direct inheritance from the classical world, either—but thanks to the Founding Fathers, we are in many ways Romans by adoption. When the Founders made the American Revolution and framed the Constitution, they had the Roman Republic in mind—just look at the way the Federalist Papers constantly refer to Roman history. And Washington, D.C., is a showcase of neo-Roman architecture; not for nothing is our government run from the Capitol, named for Rome’s Capitoline Hill. Gothic and Romanesque buildings are much thinner on the ground.
The great literary scholar Ernst Robert Curtius reflected on this absence in his 1948 magnum opus, European Literature and the Latin Middle Ages. “What strikes me most is this: The American mind might go back to Puritanism or to William Penn, but it lacked that which preceded them; it lacked the Middle Ages,” Curtius wrote. “It was in the position of a man who has never known his mother.” Yet he saw this lack as an opportunity for American scholarship. “The American conquest of the Middle Ages,” he observed, “has something of that romantic glamor and of that deep sentimental urge which we might expect in a man who should set out to find his lost mother.” That “conquest” began, in his view, with the “cult of Dante” that sprang up among the New England poets of the nineteenth century, above all Henry Wadsworth Longfellow, who translated the Divine Comedy.
DOML can be seen as the latest stage in the American conquest of the Middle Ages, offering the best introduction the general reader has ever had to the “mother” of Western Christian civilization. So far, the series has published 11 volumes, all in Latin or Anglo-Saxon; future books will include works in Byzantine Greek and other European vernaculars. Reading these books reveals both the truth and the limitations of the familiar stereotype that sees the Middle Ages as a time stunted by religious ignorance.
It is true that religion is omnipresent in these texts: they reveal a civilization completely permeated by Christian belief and practice, a faith that could be both sublimely ardent and cruelly intolerant. At the same time, DOML shows how medieval Christianity remained in a fertile tension with other strands of European culture: the pagan inheritance of the Teutonic world and the polytheism of Greece and Rome. The combination of these worldviews produced some strange syntheses—pagan, erotic poetry written by priests, Biblical stories retold as Homeric epics. After exploring these volumes, the Middle Ages are sure to strike the reader as more familiarly human, and more exotically remote, than ever before.
Para ler o resto do artigo clique
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Quantitative easing na zona do euro
O yeild do soberano italiano de 10 anos continua em ascensão, 6.9% ,bem abaixo do record alcançado em 9 de novembro, 7.48%, mais muito acima do nivel sustentável. Esta tendencia altista, depois da aprovação de medidas duras pelo parlamento italiano e "quantitative easing(QE)" pelo porta de serviço, parece confirmar nosso avaliação que o impacto, deste último, deverá ser, no melhor cenário, sobre o yeild dos titulos de maturidade inferior ao prazo de pagamento do emprestimo do BCE, devido ao conhecido carry trade. Se realmente comprovado, já que ainda não é possivel ter uma clara noção do impacto, recolocaria em discussão a questão do "quantitative easing" pela porta da frente que, sabemos, é tema proibido no mundo germanico.
A entrevista do Smaghi, membro demissionário do "executie board"do BCE - ao que consta devido a pressões dos franceses - é uma indicação que o "QE" para a zona do euro já foi discutido e, também, que, aparentemente, há forte argumento jurídico contra a sua implementação. Ele tem uma posição pragmática em relação ao QE: no caso de risco de deflação, na zona do euro, deveria ser implementado. Ele não é o único demissionário, o representante alemão lhe faz companhia e poderá criar um ambiente mais favorável a medidas criativas para resolver a crise da zona do euro.
Janeiro é um mês critico, já que a Italia deverá rolar um volume bem significativo da sua divida soberana e para evitar surpresas, provavelmente deverá colocar dívidas de prazo menor na primeira quinzena de janeiro, aproveitando a queda dos yeilds dos títulos de curto prazo, sem, contudo, alterar a maturidade da sua divida, que atualmente é, em media, de 7 anos.
A entrevista do Smaghi, membro demissionário do "executie board"do BCE - ao que consta devido a pressões dos franceses - é uma indicação que o "QE" para a zona do euro já foi discutido e, também, que, aparentemente, há forte argumento jurídico contra a sua implementação. Ele tem uma posição pragmática em relação ao QE: no caso de risco de deflação, na zona do euro, deveria ser implementado. Ele não é o único demissionário, o representante alemão lhe faz companhia e poderá criar um ambiente mais favorável a medidas criativas para resolver a crise da zona do euro.
Janeiro é um mês critico, já que a Italia deverá rolar um volume bem significativo da sua divida soberana e para evitar surpresas, provavelmente deverá colocar dívidas de prazo menor na primeira quinzena de janeiro, aproveitando a queda dos yeilds dos títulos de curto prazo, sem, contudo, alterar a maturidade da sua divida, que atualmente é, em media, de 7 anos.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Há luz no fim do tunel....
Como mencionado no post de ontem, o carry trade é uma tentação irresistível e explica a queda nos yields dos títulos de curto prazo e aumento nos dos títulos de 10 anos. O yield no espanhol de dois anos é 3.6%, o italiano paga 5.1%, como o empréstimo do BCE deverá ser pago em 3 anos , com juros de apenas 1%, é um ótimo negócio pegar o empréstimo e comprar os títulos com vencimento inferior ao pagamento do empréstimo. É exatamente isto que está acontecendo. Com isto vários problemas dos bancos - dificuldades com o títulos próprios que vencem em 2012, recapitalização, entre outros - no curto prazo, deixam de existir. E com eles, diminui, também o risco do "credit crunch", o que não implica, necessariamente, em maior disposição para empréstimos, apenas menor fragilidade dos bancos. Não é pouca coisa e este era, aparentemente, o objetivo da ação do BCE.
Não resolve, no entanto, o problema de médio e longo prazo dos países da periferia do euro, Italia por ex, que depende de reformas visando ganhos de produtividade e retomada do crescimento econômico, assim como uma gestão com credibilidade da política fiscal. É um erro imaginar, que o "quantitative easing"disfarçado , teria sido possível sem a última cúpula européia. A ancora fiscal ainda é fundamental para manter a credibilidade do BCE, sem a qual seu raio de manobra torna-se ainda mais limitado. O aporte de recursos ao FMI, ficou abaixo do prometido( como esperado), porém é um valor apreciável e longe de ser um sinal negativo, como argumentam alguns analistas de primeira viagem.
Como mencionado ontem, Irlanda e Espanha, são os que mais ganham, devido origem do problema estar no setor bancário. Já na Italia a origem é outra, mas felizmente a maturidade de sua dívida é, em média, 7 anos, ela poderá, no entanto, colocar divida de prazo menor, se o yeilds for interessante, mas sem alterar, no entanto a maturidade média.
O caminho a ser trilhado ainda é longo , mas há um claro norte, que deverá ficar ainda melhor com a nova rodada de empréstimo em fevereiro.
Não resolve, no entanto, o problema de médio e longo prazo dos países da periferia do euro, Italia por ex, que depende de reformas visando ganhos de produtividade e retomada do crescimento econômico, assim como uma gestão com credibilidade da política fiscal. É um erro imaginar, que o "quantitative easing"disfarçado , teria sido possível sem a última cúpula européia. A ancora fiscal ainda é fundamental para manter a credibilidade do BCE, sem a qual seu raio de manobra torna-se ainda mais limitado. O aporte de recursos ao FMI, ficou abaixo do prometido( como esperado), porém é um valor apreciável e longe de ser um sinal negativo, como argumentam alguns analistas de primeira viagem.
Como mencionado ontem, Irlanda e Espanha, são os que mais ganham, devido origem do problema estar no setor bancário. Já na Italia a origem é outra, mas felizmente a maturidade de sua dívida é, em média, 7 anos, ela poderá, no entanto, colocar divida de prazo menor, se o yeilds for interessante, mas sem alterar, no entanto a maturidade média.
O caminho a ser trilhado ainda é longo , mas há um claro norte, que deverá ficar ainda melhor com a nova rodada de empréstimo em fevereiro.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
No caminho....
O valor, 489 bilhões de euros e o número de bancos, mais de 500, é resultado da pressão do ECB sobre todos os Bancos, em particular os sem problemas, para evitar que o uso do empréstimo de 3 anos, com juros de 1% e garantia de qualidade duvidosa, fosse interpretado como sinal de fragilidade de quem o solicitasse. É o tipo de informação que sempre acaba vazando para o mercado e a única alternativa é simplesmente colocar todos no mesmo barco. Estratégia semelhante foi colocada em pratica nos Estados Unidos.
É obvio que há varios bancos em dificuldades de cobrir a própria dívida, 600 bilhões de euros, com vencimento em 2012, precisando de capitalização urgente entre outros problemas. Há, por outro lado, soberanos pagando um ótimo retorno, dai ser irresistível a conhecida carry trade.
A esperança de alguns, caso do Sarkozy, é que este volume de recursos seja usado, principalmente, para comprar títulos de médio e longo prazo de países da periferia da zona do euro. Não sou tão otimista, mas me parece que no pior cenário evita a venda de títulos que ainda estão na carteira dos bancos, o processo de desalavancagem e o "credit crunch", que, convenhamos, no estado atual da zona de euro, não deixa de ser muito bom.
Este empréstimo a juros e condições de mãe - ou seria de avó? - é uma forma muito criativa de "quantitative easing" pela porta de serviço deixa ainda mais nebulosa a sua diferença com a proibida monetização da divida pública da zona do euro. Tema controverso, sem dúvida, mas que no presente cenário da zona do euro, esta longe de ser relevante, já que não há outra alternativa, mas que poderá desagradar os alemães, eternamente preocupados com a inflação.
Ao ajudar os bancos, naturalmente ajuda os países que se encontram em serias dificuldades devido a fragilidade de seus bancos como é o caso da Irlanda e Espanha. A Italia, também, deverá ser beneficiada, mas o impacto devera ser bem menor.
Enquanto isto, no Imperio, continua a batalha sobre medidas necessárias para tornar ainda mais anemica a recuperação da economia american. A estupidez dos republicamos parece ser ilimitada e isto faz toda a diferença quando se compara com o cenario europeu.
É obvio que há varios bancos em dificuldades de cobrir a própria dívida, 600 bilhões de euros, com vencimento em 2012, precisando de capitalização urgente entre outros problemas. Há, por outro lado, soberanos pagando um ótimo retorno, dai ser irresistível a conhecida carry trade.
A esperança de alguns, caso do Sarkozy, é que este volume de recursos seja usado, principalmente, para comprar títulos de médio e longo prazo de países da periferia da zona do euro. Não sou tão otimista, mas me parece que no pior cenário evita a venda de títulos que ainda estão na carteira dos bancos, o processo de desalavancagem e o "credit crunch", que, convenhamos, no estado atual da zona de euro, não deixa de ser muito bom.
Este empréstimo a juros e condições de mãe - ou seria de avó? - é uma forma muito criativa de "quantitative easing" pela porta de serviço deixa ainda mais nebulosa a sua diferença com a proibida monetização da divida pública da zona do euro. Tema controverso, sem dúvida, mas que no presente cenário da zona do euro, esta longe de ser relevante, já que não há outra alternativa, mas que poderá desagradar os alemães, eternamente preocupados com a inflação.
Ao ajudar os bancos, naturalmente ajuda os países que se encontram em serias dificuldades devido a fragilidade de seus bancos como é o caso da Irlanda e Espanha. A Italia, também, deverá ser beneficiada, mas o impacto devera ser bem menor.
Enquanto isto, no Imperio, continua a batalha sobre medidas necessárias para tornar ainda mais anemica a recuperação da economia american. A estupidez dos republicamos parece ser ilimitada e isto faz toda a diferença quando se compara com o cenario europeu.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
O mundo em 2012 segundo Roubini
Famoso pelo pessimismo, ele é bom na análise, mas infelizmente raramente apresenta propostas para resolver os problemas que diagnostica em exagerado clima de fim de mundo.
For the last three years the world’s biggest economies - the US, eurozone and China - have been living up to the infuriating euphemism so beloved of policymakers: ”kicking the can down the road”. They have been avoiding the tough decisions that are required to address their fundamental economic, financial and fiscal problems.
The US has postponed its fiscal consolidation and avoided the other structural reforms - investments in infrastructure, education and skills and changes to energy policy - that are required to restore its potential growth rate. The eurozone has been in denial of the fact that some of its member states are insolvent, as well as unable to survive and grow in a monetary union. China has persisted in its weak currency, to support its export and investment-led growth model where savings are too high and consumption too low.
In all cases political constraints - the approaching elections in the US and leadership transition in China at the end of 2012, and the inability of the eurozone’s 17 governments and coalitions to coordinate policies coherently while staggered elections and changes of government take place – have led leaders to avoid the short-term pain and political costs of tough decisions that will yield benefits only over the medium term.
It will become clear in 2012 that this game of “kicking the can down the road” is a zero-sum game. When domestic demand is weak, and either deleveraging or structural constraints are holding back private and public consumption, every country would rather have a weak currency to restore growth by boosting net exports. But if one currency is weaker another needs to be stronger; and if one country’s trade balance is improved another is worsened. So currency tensions can lead to currency wars and eventually to trade wars.
So in 2012, the combination of market pressures and conflicting political constraints will make it more difficult to kick the can down the road. A few eurozone members may need to coercively restructure their debts and even consider exiting the currency union. A slowdown in China’s growth may come close to being a hard landing. Markets in the US may become more concerned about the political gridlock that stops policymakers taking the necessary actions and maintains the unsustainable US twin deficits.
If the world’s biggest economies continue to play the same game and try to kick the cans further down the road for another year, the cans will become bigger and heavier and eventually hit a brick wall. By 2013 at the latest, but possibly already in 2012, a perfect storm of a double-dip recession in the US, a disorderly scenario in the eurozone and a hard landing in China could materialise.
Fonte: FT
For the last three years the world’s biggest economies - the US, eurozone and China - have been living up to the infuriating euphemism so beloved of policymakers: ”kicking the can down the road”. They have been avoiding the tough decisions that are required to address their fundamental economic, financial and fiscal problems.
The US has postponed its fiscal consolidation and avoided the other structural reforms - investments in infrastructure, education and skills and changes to energy policy - that are required to restore its potential growth rate. The eurozone has been in denial of the fact that some of its member states are insolvent, as well as unable to survive and grow in a monetary union. China has persisted in its weak currency, to support its export and investment-led growth model where savings are too high and consumption too low.
In all cases political constraints - the approaching elections in the US and leadership transition in China at the end of 2012, and the inability of the eurozone’s 17 governments and coalitions to coordinate policies coherently while staggered elections and changes of government take place – have led leaders to avoid the short-term pain and political costs of tough decisions that will yield benefits only over the medium term.
It will become clear in 2012 that this game of “kicking the can down the road” is a zero-sum game. When domestic demand is weak, and either deleveraging or structural constraints are holding back private and public consumption, every country would rather have a weak currency to restore growth by boosting net exports. But if one currency is weaker another needs to be stronger; and if one country’s trade balance is improved another is worsened. So currency tensions can lead to currency wars and eventually to trade wars.
So in 2012, the combination of market pressures and conflicting political constraints will make it more difficult to kick the can down the road. A few eurozone members may need to coercively restructure their debts and even consider exiting the currency union. A slowdown in China’s growth may come close to being a hard landing. Markets in the US may become more concerned about the political gridlock that stops policymakers taking the necessary actions and maintains the unsustainable US twin deficits.
If the world’s biggest economies continue to play the same game and try to kick the cans further down the road for another year, the cans will become bigger and heavier and eventually hit a brick wall. By 2013 at the latest, but possibly already in 2012, a perfect storm of a double-dip recession in the US, a disorderly scenario in the eurozone and a hard landing in China could materialise.
Fonte: FT
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Ao mestre com carinho...
Como bebemos na mesma fonte, a Doutrina Social da Igreja, gosto de pensar que não há tanta diferença entre o que tento, sem muito talento, articular e a visão de economia e política econômica do meu velho mestre. Coisa de discipulo, diria, alguns. Me parece correto. Com ele aprendi muito e ainda continuo a aprender. Dito isto, sou obrigado a reconhecer que ele foi infeliz na construção a seguir:
"Assim como os conservadores atribuem a culpa da pobreza e da exclusão aos pobres, os neoliberais estão agora atribuindo a desindustrialização aos empresários.". De fato a primeira afirmação "os conservadores...aos pobres" é verdadeira, mas a segunda não me parece ser. A pobreza, seguramente, não pode ser imputada aos pobres; mas a desindustrialização é, em grande parte, culpa da falta de perspectiva de longo prazo dos empresários do grande bananão, preocupados que estavam( estão?) em explorar ao máximo os trabalhadores e pouco atentos a questão da produtividade. Comportamento este, explicado, pela manutenção por um período bem superior ao necessário, da politica de substituição de importações(PSI). Não estou criticando a PSI, apenas lembrando que sua longevidade foi nefasta ao país. Portanto, o processo de desindustrialização é o resultado da miopia do empresário ou do habito de sempre recorrer, com sucesso, ao Estado para defender seus interesses, mesmo, quando claramente, em oposição aos interesses da maioria da população. A variável externa está longe de ser o elemento determinante.
Ao colocar no mesmo paragrafo pobreza e desindustrialização, sutilmente é sugerido que são equivalentes o que é um absurdo e moralmente um insulto, não muito diferente da visão conservadora objeto da critica. O pobre merece mais respeito...
"Assim como os conservadores atribuem a culpa da pobreza e da exclusão aos pobres, os neoliberais estão agora atribuindo a desindustrialização aos empresários.". De fato a primeira afirmação "os conservadores...aos pobres" é verdadeira, mas a segunda não me parece ser. A pobreza, seguramente, não pode ser imputada aos pobres; mas a desindustrialização é, em grande parte, culpa da falta de perspectiva de longo prazo dos empresários do grande bananão, preocupados que estavam( estão?) em explorar ao máximo os trabalhadores e pouco atentos a questão da produtividade. Comportamento este, explicado, pela manutenção por um período bem superior ao necessário, da politica de substituição de importações(PSI). Não estou criticando a PSI, apenas lembrando que sua longevidade foi nefasta ao país. Portanto, o processo de desindustrialização é o resultado da miopia do empresário ou do habito de sempre recorrer, com sucesso, ao Estado para defender seus interesses, mesmo, quando claramente, em oposição aos interesses da maioria da população. A variável externa está longe de ser o elemento determinante.
Ao colocar no mesmo paragrafo pobreza e desindustrialização, sutilmente é sugerido que são equivalentes o que é um absurdo e moralmente um insulto, não muito diferente da visão conservadora objeto da critica. O pobre merece mais respeito...
domingo, 18 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Alvin Plantinga
Nem só de leituras de economia, deveria viver o economista. Este pobre blogueiro, tenta, sem muito sucesso, manter a sanidade, na companhia da filosofia e, mais recentemente, da teologia. Não é nada fácil ser católico, em um mundo cada vez mais hostil a religião, felizmente há , no mundo de lingua inglesa , excelente produção intelectual, como é o caso do calvinista Alvin Plantinga. Há, também, produção de qualidade em outras linguas, mas infelizmente, o numero de publicações fica a desejar. Confesso, que prefiro ler trabalhos na linha analitica, pouco praticada fora do circuito anglo-americano. Para aqueles habituados a produção da europa continental - ainda a força dominante no grande bananão -é uma leitura arida e dificil, mas, diria, que vale o investimento.
There are no atheists in foxholes, the old saying goes. Back in the 1950s, when the philosopher Alvin Plantinga was getting his start, there were scarcely more religious believers in academic philosophy departments.
Growing up among Dutch Calvinist immigrants in the Midwest, Mr. Plantinga was used to intense theological debate. But when he arrived at Harvard as an undergraduate, he was startled to find equal intensity marshaled in favor of the argument that God didn’t exist, when classmates and teachers found the question worth arguing about.
Had he not transferred to Calvin College, the Christian Reformed liberal arts college in Grand Rapids, Mich., where his father taught psychology, Mr. Plantinga wrote in a 1993 essay, he doubted that he “would have remained a Christian at all; certainly Christianity or theism would not have been the focal point of my adult intellectual life.”
But he did return, and the larger world of philosophy has been quite different as a result. From Calvin, and later from the University of Notre Dame, Mr. Plantinga has led a movement of unapologetically Christian philosophers who, if they haven’t succeeded in persuading their still overwhelmingly unbelieving colleagues, have at least made theism philosophically respectable.
“There are vastly more Christian philosophers and vastly more visible or assertive Christian philosophy now than when I left graduate school,” Mr. Plantinga said in a recent telephone interview from his home in Grand Rapids, adding, with characteristic modesty, “I have no idea how it happened.”
Mr. Plantinga retired from full-time teaching last year, with more than a dozen books and a past presidency of the American Philosophical Association to his name. But he’s hardly resting on those laurels. Having made philosophy safe for theism, he’s now turning to a harder task: making theism safe for science.
For too long, Mr. Plantinga contends in a new book, theists have been on the defensive, merely rebutting the charge that their beliefs are irrational. It’s time for believers in the old-fashioned creator God of the Bible to go on the offensive, he argues, and he has some sports metaphors at the ready. (Not for nothing did he spend two decades at Notre Dame.)
In “Where the Conflict Really Lies: Science, Religion and Naturalism,” published last week by Oxford University Press, he unleashes a blitz of densely reasoned argument against “the touchdown twins of current academic atheism,” the zoologist Richard Dawkins and the philosopher Daniel C. Dennett, spiced up with some trash talk of his own.
Mr. Dawkins? “Dancing on the lunatic fringe,” Mr. Plantinga declares. Mr. Dennett? A reverse fundamentalist who proceeds by “inane ridicule and burlesque” rather than by careful philosophical argument.
On the telephone Mr. Plantinga was milder in tone but no less direct. “It seems to me that many naturalists, people who are super-atheists, try to co-opt science and say it supports naturalism,” he said. “I think it’s a complete mistake and ought to be pointed out.”
The so-called New Atheists may claim the mantle of reason, not to mention a much wider audience, thanks to best sellers like Mr. Dawkins’s fire-breathing polemic, “The God Delusion.” But while Mr. Plantinga may favor the highly abstruse style of analytic philosophy, to him the truth of the matter is crystal clear.
Theism, with its vision of an orderly universe superintended by a God who created rational-minded creatures in his own image, “is vastly more hospitable to science than naturalism,” with its random process of natural selection, he writes. “Indeed, it is theism, not naturalism, that deserves to be called ‘the scientific worldview.’ ”
Mr. Plantinga readily admits that he has no proof that God exists. But he also thinks that doesn’t matter. Belief in God, he argues, is what philosophers call a basic belief: It is no more in need of proof than the belief that the past exists, or that other people have minds, or that one plus one equals two.
“You really can’t sensibly claim theistic belief is irrational without showing it isn’t true,” Mr. Plantinga said. And that, he argues, is simply beyond what science can do.
Mr. Plantinga says he accepts the scientific theory of evolution, as all Christians should. Mr. Dennett and his fellow atheists, he argues, are the ones who are misreading Darwin. Their belief that evolution rules out the existence of God — including a God who purposely created human beings through a process of guided evolution — is not a scientific claim, he writes, but “a metaphysical or theological addition.”
These are fighting words to scientific atheists, but Mr. Plantinga’s game of turnabout doesn’t stop there. He argues that atheism and even agnosticism themselves are irrational.
“I think there is such a thing as a sensus divinitatis, and in some people it doesn’t work properly,” he said, referring to the innate sense of the divine that Calvin believed all human beings possess. “So if you think of rationality as normal cognitive function, yes, there is something irrational about that kind of stance.”
Longtime readers of Mr. Plantinga, who was raised as a Presbyterian and who embraced the Calvinism of the Christian Reformed Church as a young man, are used to such invocations of theological concepts. And even philosophers who reject his theism say his arguments for the basic rationality of belief, laid out in books like “Warranted Christian Belief” and “God and Other Minds,” constitute an important contribution that every student of epistemology would be expected to know.
But Mr. Plantinga’s steadfast defense of the biochemist and intelligent-design advocate Michael Behe, the subject of a long chapter in the new book, is apparently another matter.
“I think deep down inside he really isn’t a friend of science,” Michael Ruse, a philosopher of science at Florida State University, said of Mr. Plantinga. “I’m not objecting to him wanting to defend theism. But I think he gets his victory at the level of gelding or significantly altering modern science in unacceptable ways.”
Mr. Dennett was even harsher, calling Mr. Plantinga “Exhibit A of how religious beliefs can damage or hinder or disable a philosopher,” not to mention a poor student of biology. Evolution is a random, unguided process, he said, and Mr. Plantinga’s effort to leave room for divine intervention is simply wishful thinking.
“It’s just become more and more transparent that he’s an apologist more than a serious, straight-ahead philosopher,” Mr. Dennett said.
When Mr. Plantinga and Mr. Dennett (who said he has not read Mr. Plantinga’s new book) faced off over these questions before a standing-room-only crowd at a 2009 meeting of the American Philosophical Association, the event prompted ardent online debate over who had landed better punches, or simply been more condescending. (A transcript of the proceedings was published last year as “Science and Religion: Are They Compatible?”)
Mr. Plantinga, who recalled the event as “polite but not cordial,” allowed that he didn’t think much of Mr. Dennett’s line of reasoning. “He didn’t want to argue,” Mr. Plantinga said. “It was more like he wanted to make assertions and tell stories.”
Mr. Plantinga and Mr. Dennett do agree about one thing: Religion and science can’t just call a truce and retreat back into what the paleontologist Stephen Jay Gould called “non-overlapping magisteria,” with science laying claim to the empirical world, while leaving questions of ultimate meaning to religion. Religion, like science, makes claims about the truth, Mr. Plantinga insists, and theists need to stick up for the reasonableness of those claims, especially if they are philosophers.
“To call a philosopher irrational, those are fighting words,” he said. “Being rational is a philosopher’s aim. It’s taken pretty seriously.”
Fonte:
There are no atheists in foxholes, the old saying goes. Back in the 1950s, when the philosopher Alvin Plantinga was getting his start, there were scarcely more religious believers in academic philosophy departments.
Growing up among Dutch Calvinist immigrants in the Midwest, Mr. Plantinga was used to intense theological debate. But when he arrived at Harvard as an undergraduate, he was startled to find equal intensity marshaled in favor of the argument that God didn’t exist, when classmates and teachers found the question worth arguing about.
Had he not transferred to Calvin College, the Christian Reformed liberal arts college in Grand Rapids, Mich., where his father taught psychology, Mr. Plantinga wrote in a 1993 essay, he doubted that he “would have remained a Christian at all; certainly Christianity or theism would not have been the focal point of my adult intellectual life.”
But he did return, and the larger world of philosophy has been quite different as a result. From Calvin, and later from the University of Notre Dame, Mr. Plantinga has led a movement of unapologetically Christian philosophers who, if they haven’t succeeded in persuading their still overwhelmingly unbelieving colleagues, have at least made theism philosophically respectable.
“There are vastly more Christian philosophers and vastly more visible or assertive Christian philosophy now than when I left graduate school,” Mr. Plantinga said in a recent telephone interview from his home in Grand Rapids, adding, with characteristic modesty, “I have no idea how it happened.”
Mr. Plantinga retired from full-time teaching last year, with more than a dozen books and a past presidency of the American Philosophical Association to his name. But he’s hardly resting on those laurels. Having made philosophy safe for theism, he’s now turning to a harder task: making theism safe for science.
For too long, Mr. Plantinga contends in a new book, theists have been on the defensive, merely rebutting the charge that their beliefs are irrational. It’s time for believers in the old-fashioned creator God of the Bible to go on the offensive, he argues, and he has some sports metaphors at the ready. (Not for nothing did he spend two decades at Notre Dame.)
In “Where the Conflict Really Lies: Science, Religion and Naturalism,” published last week by Oxford University Press, he unleashes a blitz of densely reasoned argument against “the touchdown twins of current academic atheism,” the zoologist Richard Dawkins and the philosopher Daniel C. Dennett, spiced up with some trash talk of his own.
Mr. Dawkins? “Dancing on the lunatic fringe,” Mr. Plantinga declares. Mr. Dennett? A reverse fundamentalist who proceeds by “inane ridicule and burlesque” rather than by careful philosophical argument.
On the telephone Mr. Plantinga was milder in tone but no less direct. “It seems to me that many naturalists, people who are super-atheists, try to co-opt science and say it supports naturalism,” he said. “I think it’s a complete mistake and ought to be pointed out.”
The so-called New Atheists may claim the mantle of reason, not to mention a much wider audience, thanks to best sellers like Mr. Dawkins’s fire-breathing polemic, “The God Delusion.” But while Mr. Plantinga may favor the highly abstruse style of analytic philosophy, to him the truth of the matter is crystal clear.
Theism, with its vision of an orderly universe superintended by a God who created rational-minded creatures in his own image, “is vastly more hospitable to science than naturalism,” with its random process of natural selection, he writes. “Indeed, it is theism, not naturalism, that deserves to be called ‘the scientific worldview.’ ”
Mr. Plantinga readily admits that he has no proof that God exists. But he also thinks that doesn’t matter. Belief in God, he argues, is what philosophers call a basic belief: It is no more in need of proof than the belief that the past exists, or that other people have minds, or that one plus one equals two.
“You really can’t sensibly claim theistic belief is irrational without showing it isn’t true,” Mr. Plantinga said. And that, he argues, is simply beyond what science can do.
Mr. Plantinga says he accepts the scientific theory of evolution, as all Christians should. Mr. Dennett and his fellow atheists, he argues, are the ones who are misreading Darwin. Their belief that evolution rules out the existence of God — including a God who purposely created human beings through a process of guided evolution — is not a scientific claim, he writes, but “a metaphysical or theological addition.”
These are fighting words to scientific atheists, but Mr. Plantinga’s game of turnabout doesn’t stop there. He argues that atheism and even agnosticism themselves are irrational.
“I think there is such a thing as a sensus divinitatis, and in some people it doesn’t work properly,” he said, referring to the innate sense of the divine that Calvin believed all human beings possess. “So if you think of rationality as normal cognitive function, yes, there is something irrational about that kind of stance.”
Longtime readers of Mr. Plantinga, who was raised as a Presbyterian and who embraced the Calvinism of the Christian Reformed Church as a young man, are used to such invocations of theological concepts. And even philosophers who reject his theism say his arguments for the basic rationality of belief, laid out in books like “Warranted Christian Belief” and “God and Other Minds,” constitute an important contribution that every student of epistemology would be expected to know.
But Mr. Plantinga’s steadfast defense of the biochemist and intelligent-design advocate Michael Behe, the subject of a long chapter in the new book, is apparently another matter.
“I think deep down inside he really isn’t a friend of science,” Michael Ruse, a philosopher of science at Florida State University, said of Mr. Plantinga. “I’m not objecting to him wanting to defend theism. But I think he gets his victory at the level of gelding or significantly altering modern science in unacceptable ways.”
Mr. Dennett was even harsher, calling Mr. Plantinga “Exhibit A of how religious beliefs can damage or hinder or disable a philosopher,” not to mention a poor student of biology. Evolution is a random, unguided process, he said, and Mr. Plantinga’s effort to leave room for divine intervention is simply wishful thinking.
“It’s just become more and more transparent that he’s an apologist more than a serious, straight-ahead philosopher,” Mr. Dennett said.
When Mr. Plantinga and Mr. Dennett (who said he has not read Mr. Plantinga’s new book) faced off over these questions before a standing-room-only crowd at a 2009 meeting of the American Philosophical Association, the event prompted ardent online debate over who had landed better punches, or simply been more condescending. (A transcript of the proceedings was published last year as “Science and Religion: Are They Compatible?”)
Mr. Plantinga, who recalled the event as “polite but not cordial,” allowed that he didn’t think much of Mr. Dennett’s line of reasoning. “He didn’t want to argue,” Mr. Plantinga said. “It was more like he wanted to make assertions and tell stories.”
Mr. Plantinga and Mr. Dennett do agree about one thing: Religion and science can’t just call a truce and retreat back into what the paleontologist Stephen Jay Gould called “non-overlapping magisteria,” with science laying claim to the empirical world, while leaving questions of ultimate meaning to religion. Religion, like science, makes claims about the truth, Mr. Plantinga insists, and theists need to stick up for the reasonableness of those claims, especially if they are philosophers.
“To call a philosopher irrational, those are fighting words,” he said. “Being rational is a philosopher’s aim. It’s taken pretty seriously.”
Fonte:
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Devagar, mas andando...
Ainda mantenho a minha avaliação a respeito da última cúpula dos lideres da UE: o resultado obtido foi alem do que esperava, e indica o caminho a seguir na formulação de medidas para solução da crise. Não será um processo rapido, tão pouco facil, mas que deverá, no tempo e ritmo lento que caracteriza o processo decisório europeu, chegar a bom porto. Sabe-se, agora, por ex, que a política do Reino Unido em relação projeto europeu pouco mudou, desde que foi aceito no clube e que portanto dele, pouco se pode esperar. Não é novidade, eu sei, porém, imaginava-se que devido a gravidade do atual cenário, poder-se-ia dele esperar maior compromisso com o projeto, já que a europa é importante mercado para as suas exportações. É por isto, louvável, o status a ele oferecido de observador nas reuniões sobre o novo acordo. É uma oportunidade para se chegar a um consenso entre todos os membros do clube e, quem sabe, uma alteração no tratado. É verdade que a decisão do Cameron recebeu forte apoio popular e que outros países que ficaram de consultar seus parlamentos antes do ok ao novo arranjo institucional, enfrentam dificuldades para conseguir o apoio necessário. No entanto, na area econômica, mais precisamente no meio empresarial, o apoio ao projeto ainda é forte.
Em um mais um lance da eterna rivalidade entre França e UK, Noyer do Bacen frances argumenta que os indicadores da economia britanica são piores que os da francesa e por isto não haveria fundamento econômico para o rebaixamento da divida francesa antes da inglesa. O ato seria mais um lance na conspiração anglo contra a França. Ele tem razão em relação aos indicadores, porém esquece de um detalhe importante: o Banco Central britanico pode fazer política monetária e garantir liquidez ao mercado se necessário for - como já ocorreu - através do "quantitative easing" entre outras medidas.
Em um mais um lance da eterna rivalidade entre França e UK, Noyer do Bacen frances argumenta que os indicadores da economia britanica são piores que os da francesa e por isto não haveria fundamento econômico para o rebaixamento da divida francesa antes da inglesa. O ato seria mais um lance na conspiração anglo contra a França. Ele tem razão em relação aos indicadores, porém esquece de um detalhe importante: o Banco Central britanico pode fazer política monetária e garantir liquidez ao mercado se necessário for - como já ocorreu - através do "quantitative easing" entre outras medidas.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come..
A demanda pelos títulos italiano de 5 anos, superou a oferta em 1,42 vezes, mas o juro foi alto, 6.47%, superior ao valor pago em novembro, 6,29%. Já os juros para o alemão de 2 anos, 2.9% em média, é menor que o de novembro. Resultados que comprovam que a Alemanha continua sendo um porto seguro e que, apesar de tudo, ainda há mercado para os titulos italianos. O retorno seria menor, não fosse a pessima reputação do sistema político italiano, como bem exemplificado, pelo lamentável comportamento, hoje, da Liga Norte. É por isto que o mercado ainda desconfia da capacidade do Monti de colocar em pratica as medidas necessárias para tirar a Italia do buraco.
É possível argumentar, como tem sido o caso do M. Wolf do FT, que medidas na área fiscal não é solução do problema, porem, no caso italiano elas constituem ancora importante para o novo governo. Sem ela as demais medidas perdem credibilidade. Não é muito diferente no caso grego. Este é o drama destes países: a ancora fiscal é fundamental pra se ganhar credibilidade, porem, o preço é crescimento econômico pra lá de anemico no curto prazo que é, politicamente desastroso, ao identifica-lo com a manutenção da moeda única. Em outras palavras, torna-se dificil convencer o eleitorado que manter o euro é a melhor opção, quando se está desempregado e sem perspectivas de alteração para melhor no futuro próximo. Sabemos que não há outra opção, mas isto não torna a rota a ser seguida mais palatavel ao eleitorado dos países atingidos.
É possível argumentar, como tem sido o caso do M. Wolf do FT, que medidas na área fiscal não é solução do problema, porem, no caso italiano elas constituem ancora importante para o novo governo. Sem ela as demais medidas perdem credibilidade. Não é muito diferente no caso grego. Este é o drama destes países: a ancora fiscal é fundamental pra se ganhar credibilidade, porem, o preço é crescimento econômico pra lá de anemico no curto prazo que é, politicamente desastroso, ao identifica-lo com a manutenção da moeda única. Em outras palavras, torna-se dificil convencer o eleitorado que manter o euro é a melhor opção, quando se está desempregado e sem perspectivas de alteração para melhor no futuro próximo. Sabemos que não há outra opção, mas isto não torna a rota a ser seguida mais palatavel ao eleitorado dos países atingidos.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Entrevista com o Pérsio Arida
Gostei das propostas do Arida na entrevista ao Valor. Há muita controversia em torno delas, mas me parecem necessarias e adequadas ao Brasil pós plano real.
Valor: O senhor desenvolveu propostas para reduzir a taxa de juros, melhorar a distribuição de renda e aumentar a poupança doméstica. No que consistem essas propostas?
Pérsio Arida : Na minha opinião, o Brasil está pronto para algumas mudanças na intermediação financeira que trarão enormes benefícios à sociedade como um todo.
Valor: Onde está o problema?
Arida : No Brasil, há três subsistemas, por assim dizer, de aplicações financeiras e crédito que funcionam com regras diferentes do restante da economia. O primeiro, que é o menos preocupante dos três, é o formado pelos empréstimos baseados em aplicações que têm isenção de Imposto de Renda (poupança, Letras de Crédito Imobiliário, debêntures de longo prazo). O segundo é formado pelos empréstimos lastreados nos depósitos do FGTS. O terceiro é integrado por empréstimos lastreados no FAT, que, por sua vez, é alimentado por um imposto, o PIS. Nos três casos, o custo de captação de recursos é abaixo do de mercado e por consequência o crédito é oferecido abaixo do de mercado também. Isso parece ser bom, mas leva a taxas de juros mais altas do que o necessário para todo o resto da sociedade.
Valor: De que forma?
Arida : A razão é simples. O Banco Central tem que fixar a taxa básica de juros (Selic) de forma a manter a atividade econômica em níveis compatíveis com o sistema de metas para a inflação. Se a Selic deveria ser 9% ao ano, digamos, mas metade do crédito é oferecida a 7%, o Banco Central tem que fixar a Selic a 11% para fazer com que, na média, a taxa de juros seja 9% ao ano. O exemplo é apenas ilustrativo, é claro, mas mostra o óbvio: se alguém se beneficia tomando crédito abaixo do mercado, o restante da sociedade paga a conta arcando com juros mais altos. Não há mágica aqui. Se alguém está ganhando, o resto da sociedade está perdendo. O ponto de partida do que estou propondo é fazer com que todos os sistemas de crédito dirigido passem a conceder créditos a preços de mercado.
Valor: Mas isso não afetaria os negócios das empresas que tomam recursos no crédito mais barato? Isso não poderia paralisar os investimentos em curso na economia?
Arida : Afetaria sim, mas menos do que parece.
Valor: Por quê?
Arida : No meu exemplo, as taxas dos setores hoje beneficiados pelo crédito dirigido iriam de 7% para 9% e não para 11% ao ano. O importante é que a sociedade como um todo ganha. De partida, cai o custo de captação do Tesouro Nacional. Parece incrível, mas é verdade - os créditos subsidiados beneficiam grupos privados, não o Tesouro. Pagando menos juros, haverá mais espaço no orçamento público para abater dívida, diminuir impostos ou investir em infraestrutura. E além do Tesouro Nacional, a proposta beneficia todos os negócios e consumidores que hoje não têm acesso ao crédito subsidiado, ou seja, a grande maioria silenciosa dos atores econômicos. A outra grande vantagem da proposta é o efeito no lado do passivo.
Valor: Qual seria esse efeito?
Arida : Veja o caso do FGTS. Como os empréstimos lastreados no FTGS são concedidos a taxas muito abaixo das do mercado, a remuneração do fundo tem que ser muito abaixo à do mercado também. Os números são eloquentes. Um real depositado em uma conta do FGTS em 1994, quando o Plano Real foi lançado, vale hoje R$ 4,12. O mesmo R$ 1,00 aplicado no CDI (Certificado de Depósito Interbancário) valeria R$ 25; líquido de impostos seria R$ 21,40. Ou seja, a rentabilidade acumulada de mercado foi mais de cinco vezes a rentabilidade do FGTS.
Valor: O trabalhador é quem mais perde, então?
Arida : O que acontece é que a forma de reajuste do FGTS é uma expropriação invisível da renda dos trabalhadores. Como a contribuição do FGTS é compulsória, o trabalhador não tem defesa. Quem ganha com essa expropriação invisível são as empresas que têm acesso aos programas governamentais de crédito que repassam recursos do FGTS. Agora, se os empréstimos lastreados no FGTS fossem concedidos a taxas de mercado, os depósitos do fundo poderiam ser remunerados a taxas de mercado também. Os trabalhadores como um todo ganhariam enormemente com o que estou propondo. A distribuição de renda ficaria mais igualitária e a poupança agregada do país cresceria.
Valor: E no caso do FAT?
Arida : Antigamente havia uma forma de poupança compulsória com contas individuais, como o FGTS, que se chamava PIS-PASEP. Depois isso acabou e virou um imposto, o PIS. Esse imposto é canalizado para o FAT, um fundo de natureza contábil, que por sua vez empresta ao BNDES e a outros bancos oficiais. É uma construção cerebrina e tortuosa, mas está na Constituição. O que estou propondo é que os empréstimos lastreados nesse imposto sejam concedidos a taxas de mercado. Logo, a remuneração do FAT, que é quem concede os empréstimos, vai a taxas de mercado também. Obviamente, o FAT teria mais recursos.
Valor: Com o FAT tendo mais recursos, o BNDES poderia emprestar mais?
Arida : Essa é uma discussão interessante. O que estou propondo, tudo o mais constante, aumentaria os recursos do FAT. Há três formas de usar ou consumir esses recursos.
Valor: Quais são?
Arida : A primeira é o BNDES emprestar mais para o setor privado, desde que, é claro, a taxas de mercado. A segunda é o BNDES tomar menos recursos emprestados do Tesouro Nacional. A grande alavancagem recente do BNDES veio do Tesouro. Isso provoca déficit público porque o Tesouro, para ficar no meu exemplo, toma recursos a 11% ao ano para emprestar ao BNDES a 7%. Se o FAT tiver mais dinheiro, o BNDES precisará tomar menos recursos emprestar recursos do Tesouro e isso reduzirá o déficit público.
Valor: O senhor mencionou três alternativas. Qual é a terceira?
Arida : A terceira alternativa é diminuir a alíquota do PIS [hoje, de 1,65%, sobre a receita bruta das empresas quando não cumulativa ou 0,65% na modalidade cumulativa], que é o imposto que alimenta o FAT, de forma a manter os recursos do FAT onde estão.
Valor: Dos três usos, qual é o de sua preferência?
Arida : Preferiria, nas circunstâncias de hoje, reduzir o déficit público ou iniciar uma desoneração fiscal reduzindo a alíquota do PIS a ampliar a atuação do BNDES.
Valor: Se as mudanças propostas pelo senhor são tão vantajosas e simples, por que não foram feitas antes?
Arida : Todos esses sistemas de crédito dirigido foram criados há muito tempo, bem antes do Plano Real. Acontece que o país mudou muito ao longo desses 17 anos. O crescimento do mercado de capitais e do crédito tornou o Brasil maduro para empreender essas mudanças.
Valor: Por que o país estaria maduro para dar esse passo agora?
Arida : Para você ter uma ideia do que estou falando, o volume de debêntures privadas era uma proporção ínfima do PIB quando o Plano Real foi lançado. Já tinha atingido 10% do PIB quando [o presidente] Lula foi eleito pela primeira vez. Hoje, está beirando 22% do PIB. Idêntica evolução aparece nos volumes totais de crédito ou nos prazos dos financiamentos.
Valor: De que maneira?
Arida : Antes do Plano Real, era tudo de curtíssimo prazo e hoje não é mais assim. Na verdade, estamos vivendo um processo de normalização dos mercados financeiros. É um dividendo, digamos assim, de longo prazo da estabilização e que nos vai ajudar a crescer por um bom tempo ainda. Mas embora ainda não tenhamos um mercado financeiro inteiramente normalizado, esses subsistemas antiquados de crédito dirigido, criados quase todos na década de 70 do século passado, precisam ser mudados justamente para acelerar a queda da taxa de juros.
Valor: Esses sistemas de crédito dirigido ajudaram a financiar o investimento no período de inflação crônica e depois de juros altos. A inflação caiu, mas os juros permanecem elevados. Por que esses sistemas são antiquados?
Arida : Por detrás de todo o sistema de crédito dirigido há uma ideologia: a de que o governo tem capacidade de discernir as oportunidades de investimento melhor do que o livre mercado. Essa ideologia parte de uma visão limitada, tacanha do funcionamento do mercado e das limitações dos governantes. Mas, de fato, em alta inflação como tínhamos antes do Plano Real, essa ideologia tinha uma base real, digamos assim. É que, sob alta inflação, o mercado de crédito privado funcionava de modo atrofiado. Simplesmente inexistia financiamento de prazo longo. Nessa medida, havia uma falha de mercado, provocada não pelo mercado, mas pelo desajuste macroeconômico da hiperinflação. Daí, a necessidade de criar formas de poupança compulsória que lastreassem o investimento em áreas que o governo decidia que era necessário investir. Hoje, o crédito e o mercado de capitais se desenvolveram muito, como mencionei antes, e isso cria uma nova realidade.
Valor: Mas, além de colocar o preço do crédito a níveis de mercado, o que seria necessário mudar?
Arida : A pergunta é interessante, mas, se conseguirmos fazer essas mudanças, já seria extraordinário. Estamos falando de melhorar a distribuição de renda, reduzir a taxa de juros fixada pelo Banco Central e reduzir o déficit público ou desonerar impostos. Não é pouco! Poderíamos também ir adiante e dar autonomia aos trabalhadores para escolher o perfil do investimento da sua conta no FGTS. Poderíamos rediscutir políticas de empréstimos, que setores, que finalidades, etc. Mas, se corrigirmos o erro de precificação, corrigindo a mercado o FGTS e o FAT e terminando com os subsídios no crédito, já seria ótimo. É muito comum a tentação de começar do zero, de discutir qual é o sistema ideal. Mas o Brasil tem sua história e sua Constituição. O que estou propondo é um passo que ajuda a reduzir a disfuncionalidade do sistema. E, no detalhamento, teríamos que pensar como fazer a transição do sistema atual para o novo.
Valor: Indo, então, para o detalhamento: hoje o FGTS é remunerado a TR + 3% ao ano e o FAT é remunerado pela TJLP (atualmente, fixada em 6% ao ano). Como ficariam esses dois fundos?
Arida : Esses são números cabalísticos - 3% no FGTS, 6% na poupança, 12% no teto de juros da Constituição [limite retirado do texto constitucional em 2003]. Não têm sentido econômico algum. E a TR é um índice discricionário, pode ser redefinido facilmente. O importante é acertar o conceito.
Valor: De que forma?
Arida : Uma maneira simples de implementar o que proponho é fixar a remuneração do FGTS e da TJLP de acordo com o custo de captação do Tesouro por prazo médio equivalente. O critério é objetivo, simples de implementar e já resolveria boa parte dos problemas. O conceito é fazer com que as captações compulsórias de longo prazo sejam balizadas pelas captações de longo prazo no mercado do Tesouro Nacional. Aliás, esse era o conceito original da TJLP. O LP (longo prazo) da TJLP era para enfatizar que a taxa de juros deveria refletir o custo de longo prazo do Tesouro Nacional.
Valor: O senhor mencionou a existência de "dividendos" da estabilização. A ideia é que a normalização dos mercados financeiros ajuda no crescimento. Como isso funciona na prática?
Arida : A estabilidade macroeconômica melhora a alocação de recursos porque possibilita ao sistema de preços sinalizar melhor a escassez e a abundância. Além disso, há um processo de normalização financeira. Sob alta inflação, a economia vira a economia do "overnight", os prazos de empréstimos ficam reduzidos ao mínimo, a taxa de juros fica absurdamente alta e o crédito é limitado. Tudo começou a mudar com o Plano Real, mas é um processo, não uma mudança súbita, e um processo que depende fundamentalmente de confiança. Hoje já temos as menores taxas de juros reais e os maiores índices de crédito em relação ao PIB da história recente, mas ainda estamos longe da normalidade.
Valor: Por quê?
Arida : O mercado de hipotecas, por exemplo, ainda está na sua infância. Era menos de 1% do PIB quando do lançamento do Plano Real, está chegando a 4% do PIB agora. Mas ainda estamos muito abaixo do Chile, para dar um exemplo aqui da América Latina, onde o mercado de hipotecas é quase 20% do PIB. O processo de normalização dos mercados financeiros é uma fonte endógena de crescimento porque, intuitivamente falando, destrava os canais de transmissão da poupança para o investimento. O crucial aqui é manter os pilares da estabilização intactos - regime de metas para a inflação, superávit fiscal e câmbio flutuante - para evitar qualquer quebra de confiança no padrão fiduciário.
Fonte: Valor
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Cameron, o aloprado
Como mencionado no post de sexta, o aloprado primeiro ministro britanico foi o grande derrotado no encontro da União Europeia. Esta não é somente a opinião deste pobre blogueiro, mas de boa parte da midia britanica, que exceto pela direita conservadora, criticou pesadamente o ato patetico do Cameron: um estranho veto, que no entanto, não consegue vetar a proposta dos demais 26 membros e implica, se a tolice for mantida e seguida de outras como tentar impedir o uso das instalações da União, em adeus efetivo ao clube. E pelo jeito ele realmente quer dar adeus, afinal depois da primeira burrice, insiste na defesa de uma segunda ao negar contribuir para o emprestimo ao FMI. Mas se sair, coloca em risco a própria existência do Reino Unido, já que entre ele a União Europeia eles preferem o último. Gales, ficaria, mas não por muito tempo.... Isto dá uma idéia das consequencias do ato idiota do Cameron que, alias, não o fez pensando, somente em defender a City, já que com o veto e o isolamento a deixou em posição muito pior, mas para agradar aos 80 deputados do seu Partido e por medo de não conseguir aprovar o acordo no Parlamento Britanico. É cedo para tirar conclusões das consequencias sobre a coalizão, tudo depende do futuro da zona do euro
A reação do mercado ao acordo tem sido dúbia, em parte devido ao ato infantil do Cameron, que cria uma nuvem de dúvidas sobre o caminho legal a ser tomado para viabilizar o acordo intergovernamental, a manutenção, esperada, pelo menos por este blogueiro, da revisão das notas dos países pela conhecida agência de riscos e, principalmente, porque o BCE ainda não se mostrou convencido da necessidade de atuar como emprestador de última instancia. A quebra de braço, como previsto, continua...
A reação do mercado ao acordo tem sido dúbia, em parte devido ao ato infantil do Cameron, que cria uma nuvem de dúvidas sobre o caminho legal a ser tomado para viabilizar o acordo intergovernamental, a manutenção, esperada, pelo menos por este blogueiro, da revisão das notas dos países pela conhecida agência de riscos e, principalmente, porque o BCE ainda não se mostrou convencido da necessidade de atuar como emprestador de última instancia. A quebra de braço, como previsto, continua...
domingo, 11 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Albion se vai, sem deixar saudades...
Meu pessimismo era justificado, haja vista, o resultados dos úlimos encontros de lideres da EU. No entanto, desta vez, foi diferente e há, sim, avanços significativos no caminho da convergência fiscal e política, ancoras, necessarias, para o equacionamento da crise de euro. O aporte de 200 bi ao FMI, mais recursos para o EFSP e o novo ESM convivendo, por um período curto de tempo, com o primeiro e o pacto fiscal, abrem caminho para, se necessário, uma maior intervenção do BCE no mercado de títulos soberanos. Não espere, no entanto, que ele o faça se esta não for a última bala, a famosa bala de prata.
A reunião avançou, sem dúvida, no caminho de uma solução para a crise da zona do euro, mas o mercado, no entanto, ainda não ouviu o que esperava ouvir do Draghi e por isto a quebra de braço deverá continuar. Em outras palavras, o yield dos titulos dos países do meditarraneo não somente poderá manter-se no mesmo patamar, ou muito pouco abaixo dele, como não está descartado, um ataque mais feroz, caso a divida soberana de um deles, receba o beijo gelado da agência de risco S&P, ou seja o seu rebaixamento. O risco existe e não pode ser descartado.
Não mencionei, ainda, o papel ridiculo do Reino Unido, porque ele era esperado e vem sendo encenado desde o inicio do projeto de integração europeia. Lembra, um pouco, Portugal, preso ao projeto africano, no caso britanico ao passado imperial e a relação especial com o Imperio. Cameron, sem dúvida, é o grande derrotado, e ao vetar alterações no Tratado deu um grande e inesperado presente de Natal para Sarkozy: o acordo intergovernamental que a MerKel sempre viu com um plano B, mas que para o francês sempre foi o plano A, tornou-se o único a disposição dos lideres em Bruxelas. Ela não deve estar nada satisfeita com o Cameron. Ninguem, exceto Sarkozy, esta feliz com o aloprado primeiro ministro britanico.
O pior de tudo é que ao usar o veto, Cameron, colocou-se, praticamente, fora da EU e portanto pouco poderá fazer para defender os interesses da City, que, alias, com a ajuda inestimavel do primo rico de WS, desempenhou papel de destaque na genese da crise de 2008, que em 2011, ainda nos faz companhia. Alguem tem dúvida que estamos vivendo mais uma fase desta crise?
A reunião avançou, sem dúvida, no caminho de uma solução para a crise da zona do euro, mas o mercado, no entanto, ainda não ouviu o que esperava ouvir do Draghi e por isto a quebra de braço deverá continuar. Em outras palavras, o yield dos titulos dos países do meditarraneo não somente poderá manter-se no mesmo patamar, ou muito pouco abaixo dele, como não está descartado, um ataque mais feroz, caso a divida soberana de um deles, receba o beijo gelado da agência de risco S&P, ou seja o seu rebaixamento. O risco existe e não pode ser descartado.
Não mencionei, ainda, o papel ridiculo do Reino Unido, porque ele era esperado e vem sendo encenado desde o inicio do projeto de integração europeia. Lembra, um pouco, Portugal, preso ao projeto africano, no caso britanico ao passado imperial e a relação especial com o Imperio. Cameron, sem dúvida, é o grande derrotado, e ao vetar alterações no Tratado deu um grande e inesperado presente de Natal para Sarkozy: o acordo intergovernamental que a MerKel sempre viu com um plano B, mas que para o francês sempre foi o plano A, tornou-se o único a disposição dos lideres em Bruxelas. Ela não deve estar nada satisfeita com o Cameron. Ninguem, exceto Sarkozy, esta feliz com o aloprado primeiro ministro britanico.
O pior de tudo é que ao usar o veto, Cameron, colocou-se, praticamente, fora da EU e portanto pouco poderá fazer para defender os interesses da City, que, alias, com a ajuda inestimavel do primo rico de WS, desempenhou papel de destaque na genese da crise de 2008, que em 2011, ainda nos faz companhia. Alguem tem dúvida que estamos vivendo mais uma fase desta crise?
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Pessimista...
Justamente no dia em que o BCE, apresentou sua lista de bondades: redução na taxa de juros, emprestimos ilimitados para os bancos da zona do euro, ampliação na lista de ativos aceitos como garantia ; saiu o resultado da útima rodada do teste de stress dos bancos. As medidas anunciadas por Draghi, são muito bem vindas, porém, o mesmo não se pode dizer da recusa em reforçar a compra de titulos da zona do euro, que, naturalmente, foi um grande banho de agua fria no mercado, que esfriou ainda mais com a lista de bancos com necessidade de capital . Verdade, seja dita: não há nenhuma surpresa, mas existe uma grande diferença entre achar que tal ou qual banco estaria nesta situação e receber a comprovação que não era apenas um palpite infeliz, mas um fato infeliz. O gap dos bancos alemães é de 13.1 bi de euro, sendo 5.3 do Commerzbank e 3.2 do Deutsche; Santander com 15bi é o que apresenta o maior gap. É um resultado que torna ainda mais urgente, a necessidade de sair com uma proposta decente na reunião desta sexta-feira.
Por falar na reunião, ela ainda não começou, mas a troca de gentilezas e defesa do interesse nacional, em detrimento do comum, já aparece nos pronunciamentos dos lideres da zona do euro. A velha Albion, como de costume, pensa primeiro em salvar o que sobrou do velho leão desdentado: a city de Londres, o que, obviamente, não deixa feliz o Sarkozy e o representante de Luxemburgo. O clima esta pesado e por isto estou pessimista: não espero grande resultado desta reunião.
Por falar na reunião, ela ainda não começou, mas a troca de gentilezas e defesa do interesse nacional, em detrimento do comum, já aparece nos pronunciamentos dos lideres da zona do euro. A velha Albion, como de costume, pensa primeiro em salvar o que sobrou do velho leão desdentado: a city de Londres, o que, obviamente, não deixa feliz o Sarkozy e o representante de Luxemburgo. O clima esta pesado e por isto estou pessimista: não espero grande resultado desta reunião.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Não espere muito de sexta-feira...
Maldita lingua. Ontem mencionei que ainda faltava conhecer a opinião da Merkel e como esperado ela é contra idéia de manter o EFSP, quando for criado o ESM. Tão pouco aceita um acordo entre governos, requer mundança no Tratado. Me parece correta a defesa de alterações no Tratado, porem não vejo como possa ser incompativel com um acordo de governo para agilizar o processo dado a urgência colocada pela terrivel conjuntura na zona do euro. Isto significa que as negociações ainda não chegaram a um bom porto e, portanto, é prudente não se esperar muito da reunião de 9 de Dezembro.
Qual será a reação do mercado a um novo "fracasso"? Primeiro que não considero, um fracasso, mas apenas a velha rotina de longas e demoradas negociações que é marca registrada da EU. O ideal seria fechar um acordo na sexta, mas mesmo que isto não ocorra - como parece ser bem provável- há avanços importantes, como por ex. o pacote de medidas duras do novo governo italiano. Mas, voltando a batada quente, a reação não deve ser nada agradável, porem, já deve estar acostumado e ja estamos bem próximo do fim de ano, dai é ainda possível empurrar com a barriga para depois das festividades e fechar acordo antes do fim de janeiro, quando a Italia tem que rolar parte importante da sua divida soberana.
Qual será a reação do mercado a um novo "fracasso"? Primeiro que não considero, um fracasso, mas apenas a velha rotina de longas e demoradas negociações que é marca registrada da EU. O ideal seria fechar um acordo na sexta, mas mesmo que isto não ocorra - como parece ser bem provável- há avanços importantes, como por ex. o pacote de medidas duras do novo governo italiano. Mas, voltando a batada quente, a reação não deve ser nada agradável, porem, já deve estar acostumado e ja estamos bem próximo do fim de ano, dai é ainda possível empurrar com a barriga para depois das festividades e fechar acordo antes do fim de janeiro, quando a Italia tem que rolar parte importante da sua divida soberana.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Mais boas noticias...
Demorou, mas boas noticias, continuam vindo de Bruxelas. O Mecanismo Europeu de Estabilidade(ESM) que deveria ocupar o lugar do Fundo Europeu de Establização Financeira(EFSF), vai com ele fazer parte da muralha que esta sendo construida para defender a zona do euro, ou seja, os dois serão mantidos, sendo que o volume de recursos do segundo será reforçado, enquanto o primeiro, com um volume nada desprezivel de recursos, será lançado para valer em julho de 2012 como parte do novo tratado da zona do euro. Com isto ele poderá, em tese, receber empréstimos do BCE. Resta saber qual será a reação da Merkel e do BCE a esta idéia, defendida, como era de se esperar, pelo Sarkozy. Com os dois, não me parece ser necessário recorrer ao BCE e tão pouco prudente, ele deve continuar a ser a bala de prata a ser usada somente como último recurso. Não, não mudei de posição, se o EFSF não conseguir o aporte de capital necessário e se o ESM não deslanchar, o BCE obrigatoriamente, deverá o ocupar o lugar dos dois. Ate o presente momento os dois ainda são apenas planos, sem recursos suficientes para cumprir o papel de firewall, mas a proposta é ótima e pode dar certo, mas tem que resolver a questão do funding. Vamos esperar ate o dia 9, mas sem dúvida, é um conjunto de boas noticias que acalma o mercado, pelo menos por enquanto...
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Finalmente....
A semana decisiva, começou muito bem, depois de um longo processo de negociação parece que Franca e Alemanha chegaram a um acordo que será comunicado no dia 9 aos demais membros da zona do euro. O compromisso de não impor perdas forçadas ao setor privado é seguramente o item mais importante da proposta, já que foi o temor de grandes perdas , no caso de de contágio, que levaram os proprietários de divida soberana a sair do mercado e/ou exigir um um alto retorno sobre titulos da divida de países da região do mediterraneo. Sarkozy aceitou a revisão do tratado para fortalecer a disciplina fiscal, com sanções automaticas, sem, contudo coloca-la, como Merkel desejava, sobre a jurisdição da Corte Europeia de Justiça.
É um grande avanço, que somado as fortes medidas orçamentarias anunciadas no domingo pelo Monti, produziram resultados alentadores no mercado de divida soberana, o título italiano de 10 ficou abaixo de 6% e o espanhol próximo de 5%. Porem, é bom lembrar que na Italia propor medidas, não implica necessariamente coloca-las em prática e mercado sabe disto e novas medidas são necessárias, particularmente explicar a origem dos recursos de um robusto Fundo Europeu de Estabilização Financeira(FEEF). Quem vai participar?
Amanha tem reunião do BCE que espera-se não negará sua contribuição ao esforço para salvar o barco do euro e reduzirá a taxa de juros. Assumir o papel de emprestador de ultima instância ainda deverá demorar um pouco e dependerá, fundamente, de como se sair o FEEF.
Enquanto isto a S&P tentar aprontar de novo e apresenta sua última "gracinha, como diria um velho amigo: colocou a nota de 15 páises da zona do euro em revisão para possível rebaixamento. Qual o impacto? Sinceramente pequeno, já que a agência de rating perdeu a reputação com a crise de 2008, mas deverá dar folego as propostas de revisão e papel deste tipo de agência. Em outras palavras, o tiro poderá sair pela culatra...
É um grande avanço, que somado as fortes medidas orçamentarias anunciadas no domingo pelo Monti, produziram resultados alentadores no mercado de divida soberana, o título italiano de 10 ficou abaixo de 6% e o espanhol próximo de 5%. Porem, é bom lembrar que na Italia propor medidas, não implica necessariamente coloca-las em prática e mercado sabe disto e novas medidas são necessárias, particularmente explicar a origem dos recursos de um robusto Fundo Europeu de Estabilização Financeira(FEEF). Quem vai participar?
Amanha tem reunião do BCE que espera-se não negará sua contribuição ao esforço para salvar o barco do euro e reduzirá a taxa de juros. Assumir o papel de emprestador de ultima instância ainda deverá demorar um pouco e dependerá, fundamente, de como se sair o FEEF.
Enquanto isto a S&P tentar aprontar de novo e apresenta sua última "gracinha, como diria um velho amigo: colocou a nota de 15 páises da zona do euro em revisão para possível rebaixamento. Qual o impacto? Sinceramente pequeno, já que a agência de rating perdeu a reputação com a crise de 2008, mas deverá dar folego as propostas de revisão e papel deste tipo de agência. Em outras palavras, o tiro poderá sair pela culatra...
domingo, 4 de dezembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Passos de Tartaruga
O longo e difícil processo de negociação de medidas para o equacionamento da crise da zona do euro finalmente parece ter atingido o consenso necessário em torno da tese da Merkel, adotada por Draghi, que a batizou de "fiscal compact", instrumento fundamental para a recuperação da confiança dos mercados. Ele tem razão: ela requer uma ancora de longo prazo e esta é justamente a função do acordo na área fiscal. Alem dele, incluiria, segundo o FT, um robusto "firewall para evitar o contágio e medidas duras a serem tomadas pelos governos dos países em dificuldades. É o caminho correto, mas há ainda pontos controversos, como a proposta defendida, novamente, hoje pela Merkel de regras e sanções, juridicamente imposta pela Corte de Justiça Européia, aos países que desrespeitarem a disciplina fiscal, que, sabidamente, não agrada em nada ao Sarkozy.
Uma outra questão ainda não resolvida é como obter os recursos para aumentar o poder de fogo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. A melhor e, realisticamente, única solução é o aporte de recursos ao FMI, através de empréstimos bilaterais dos países emergentes, principalmente China, que é quem tem condições de contribuir mais. Quando apresentado na última reunião na riviera francesa, a proposta não foi muito bem recebida pelos emergentes, que, devido ao aprofundamento da crise e impacto sobre suas economias podem estar hoje mais receptivos a idéia, mas dificilmente abrirão mão de condiciona-la a negociação da divisão de poder no FMI.
Em sintese, há avanços, porem ainda há pedras no caminho e pouco tempo pra retira-las..., mas a europa caminha somente a passos de tartaruga, exceto quando leva um forte tranco e isto me parece ser o que está ocorrendo com o aprofundamento da crise.
Uma outra questão ainda não resolvida é como obter os recursos para aumentar o poder de fogo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. A melhor e, realisticamente, única solução é o aporte de recursos ao FMI, através de empréstimos bilaterais dos países emergentes, principalmente China, que é quem tem condições de contribuir mais. Quando apresentado na última reunião na riviera francesa, a proposta não foi muito bem recebida pelos emergentes, que, devido ao aprofundamento da crise e impacto sobre suas economias podem estar hoje mais receptivos a idéia, mas dificilmente abrirão mão de condiciona-la a negociação da divisão de poder no FMI.
Em sintese, há avanços, porem ainda há pedras no caminho e pouco tempo pra retira-las..., mas a europa caminha somente a passos de tartaruga, exceto quando leva um forte tranco e isto me parece ser o que está ocorrendo com o aprofundamento da crise.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O último suspiro ou luz no fim do tunel?
Para o pessimista é apenas o último suspiro antes da inevitável implosão da zona do euro, mas o fato é que a ação coordenada de ontem teve impacto positivo nas expectativas, como podemos inferir do resultado do leião de titulos da Espanha e França. O valor pago pela Espanha pelo titulo de 5 anos foi o maior desde 2005 mas, por outro lado, a demanda foi forte , duas vezes superior ao volume ofertado. O yields do titulo espanhol e do frances de 10 anos estão em queda discreta, mas queda. Tudo indica que ainda há muito jogo para ser jogado antes da prorrogação.
Enquanto isto no Império, um aumento inesperado na solicitação de seguro desemprego, é um banho de agua fria, nos incautos que insistem em negar o obvio: a recuperação é anêmica e sujeita a trovões e tempestades...
Enquanto isto no Império, um aumento inesperado na solicitação de seguro desemprego, é um banho de agua fria, nos incautos que insistem em negar o obvio: a recuperação é anêmica e sujeita a trovões e tempestades...
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