O longo e difícil processo de negociação de medidas para o equacionamento da crise da zona do euro finalmente parece ter atingido o consenso necessário em torno da tese da Merkel, adotada por Draghi, que a batizou de "fiscal compact", instrumento fundamental para a recuperação da confiança dos mercados. Ele tem razão: ela requer uma ancora de longo prazo e esta é justamente a função do acordo na área fiscal. Alem dele, incluiria, segundo o FT, um robusto "firewall para evitar o contágio e medidas duras a serem tomadas pelos governos dos países em dificuldades. É o caminho correto, mas há ainda pontos controversos, como a proposta defendida, novamente, hoje pela Merkel de regras e sanções, juridicamente imposta pela Corte de Justiça Européia, aos países que desrespeitarem a disciplina fiscal, que, sabidamente, não agrada em nada ao Sarkozy.
Uma outra questão ainda não resolvida é como obter os recursos para aumentar o poder de fogo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. A melhor e, realisticamente, única solução é o aporte de recursos ao FMI, através de empréstimos bilaterais dos países emergentes, principalmente China, que é quem tem condições de contribuir mais. Quando apresentado na última reunião na riviera francesa, a proposta não foi muito bem recebida pelos emergentes, que, devido ao aprofundamento da crise e impacto sobre suas economias podem estar hoje mais receptivos a idéia, mas dificilmente abrirão mão de condiciona-la a negociação da divisão de poder no FMI.
Em sintese, há avanços, porem ainda há pedras no caminho e pouco tempo pra retira-las..., mas a europa caminha somente a passos de tartaruga, exceto quando leva um forte tranco e isto me parece ser o que está ocorrendo com o aprofundamento da crise.