Ainda mantenho a minha avaliação a respeito da última cúpula dos lideres da UE: o resultado obtido foi alem do que esperava, e indica o caminho a seguir na formulação de medidas para solução da crise. Não será um processo rapido, tão pouco facil, mas que deverá, no tempo e ritmo lento que caracteriza o processo decisório europeu, chegar a bom porto. Sabe-se, agora, por ex, que a política do Reino Unido em relação projeto europeu pouco mudou, desde que foi aceito no clube e que portanto dele, pouco se pode esperar. Não é novidade, eu sei, porém, imaginava-se que devido a gravidade do atual cenário, poder-se-ia dele esperar maior compromisso com o projeto, já que a europa é importante mercado para as suas exportações. É por isto, louvável, o status a ele oferecido de observador nas reuniões sobre o novo acordo. É uma oportunidade para se chegar a um consenso entre todos os membros do clube e, quem sabe, uma alteração no tratado. É verdade que a decisão do Cameron recebeu forte apoio popular e que outros países que ficaram de consultar seus parlamentos antes do ok ao novo arranjo institucional, enfrentam dificuldades para conseguir o apoio necessário. No entanto, na area econômica, mais precisamente no meio empresarial, o apoio ao projeto ainda é forte.
Em um mais um lance da eterna rivalidade entre França e UK, Noyer do Bacen frances argumenta que os indicadores da economia britanica são piores que os da francesa e por isto não haveria fundamento econômico para o rebaixamento da divida francesa antes da inglesa. O ato seria mais um lance na conspiração anglo contra a França. Ele tem razão em relação aos indicadores, porém esquece de um detalhe importante: o Banco Central britanico pode fazer política monetária e garantir liquidez ao mercado se necessário for - como já ocorreu - através do "quantitative easing" entre outras medidas.