sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Albion se vai, sem deixar saudades...

Meu pessimismo era justificado, haja vista, o resultados dos úlimos encontros de lideres da EU. No entanto, desta vez, foi diferente e há, sim, avanços significativos no caminho da convergência fiscal e política, ancoras, necessarias, para o equacionamento da crise de euro. O aporte de 200 bi ao FMI, mais recursos para o EFSP e o novo ESM convivendo, por um período curto de tempo, com o primeiro e o pacto fiscal, abrem caminho para, se necessário, uma maior intervenção do BCE no mercado de títulos soberanos. Não espere, no entanto, que ele o faça se esta não for a última bala, a famosa bala de prata.

A reunião avançou, sem dúvida, no caminho de uma solução para a crise da zona do euro, mas o mercado, no entanto, ainda não ouviu o que esperava ouvir do Draghi e por isto a quebra de braço deverá continuar. Em outras palavras, o yield dos titulos dos países do meditarraneo não somente poderá manter-se no mesmo patamar, ou muito pouco abaixo dele, como não está descartado, um ataque mais feroz, caso a divida soberana de um deles, receba o beijo gelado da agência de risco S&P, ou seja o seu rebaixamento. O risco existe e não pode ser descartado.

Não mencionei, ainda, o papel ridiculo do Reino Unido, porque ele era esperado e vem sendo encenado desde o inicio do projeto de integração europeia. Lembra, um pouco, Portugal, preso ao projeto africano, no caso britanico ao passado imperial e a relação especial com o Imperio. Cameron, sem dúvida, é o grande derrotado, e ao vetar alterações no Tratado deu um grande e inesperado presente de Natal para Sarkozy: o acordo intergovernamental que a MerKel sempre viu com um plano B, mas que para o francês sempre foi o plano A, tornou-se o único a disposição dos lideres em Bruxelas. Ela não deve estar nada satisfeita com o Cameron. Ninguem, exceto Sarkozy, esta feliz com o aloprado primeiro ministro britanico.

O pior de tudo é que ao usar o veto, Cameron, colocou-se, praticamente, fora da EU e portanto pouco poderá fazer para defender os interesses da City, que, alias, com a ajuda inestimavel do primo rico de WS, desempenhou papel de destaque na genese da crise de 2008, que em 2011, ainda nos faz companhia. Alguem tem dúvida que estamos vivendo mais uma fase desta crise?