O acordo de austeridade fiscal firmado ontem por todos os países da CE, exceto UK e República Checa , é uma grande vitoria da Alemanha e abre caminho para outras medidas visando um caminho de crescimento sustentável. No primeiro momento ele sinaliza para o mercado que países com longa tradição de desordem fiscal, como é o caso da Italia, finalmente será obrigado a mudar de comportamento e seguir regra de boa conduta fiscal e implementar outras medidas estruturais urgentes. Naturalmente, não garante crescimento no curto prazo, muito pelo contrário: espera-se uma queda no produto e aumento de desemprego. Mas, infelizmente, sem estas medidas seria a manutenção do lenga, lenga de sempre e caminho certo para repetição do mesmo enredo em curto espaço de tempo.
Os criticos da austeridade fiscal, argumentam que o caminho keynesiano seria melhor. Esquecem, como o próprio já havia alertado, que há momentos em que a melhor alternativa é não ser keynesiano. Alias, ele foi acusado, durante a segunda guerra mundial, de defender medidas anti-keynesianas. O fato é que ele estavá certo e seus criticos errados. Não é diferente na situação atual. O keyenesianismo hidraulico na Italia não é uma opção, tão pouco o é nos demais paises da periferia europeia. O mesmo argumento, no entanto, não é valido para os países em melhor situação econômica como é o caso da Alemanha. Austeridade fiscal lá é burrice: recomenda-se exatamente o contrário. É dificil convencer a Alemanha a adotar uma política diferente da recomendada para a periferia da zona do euro. No entanto, sem ela todo o esforço e sofrimento dos países com problemas poderá ser muito alto e com resultados incertos.