No segundo dia após a tolice da S&P, a reação do mercado continua a ser positiva. A Espanha conseguiu vender 4.88 bilhões de titulos de 12 e 18 meses, com juros de 2.04% contra 4.05% do último leilão para o primeiro e 2.39% contra 4.22% do leilão de dezembro, para o segundo. A demanda(bid-to-cover ratio) foi alta, 3.54 e 3.23 para o de 12meses e 18 meses, respectivamente. Foi, também, um grande sucesso o leilão de titulos de 6 meses do EFSP: 1.5 bilhão com juros de 0.2664 e bid-to-cover ratio de 3.1. No mercado secundário os juros do titulo de 10 anos da França e Espanha cairam para 3.029% e 5.069% respectivamente. O italiano também caiu um pouco:6.49%
Enquanto na Alemanha, o "index of investor and analyst expetations", que preve o estado da economia 6 meses antes dele ocorrer, atingiu um nivel record, confirmando a nossa hipotese que as expectativas quanto ao estado da economia da zona do euro estão bem melhores que em dezembro, resultado, me parece, das medidas do BCE e das mudanças de governo na periferia europeia.
Este conjunto de resultados/dados desta terça feira parece indicar que, segundo o mercado, o pior já passou, isto apesar da probabilidade de default grego ter aumentato bastante. Este fato, ainda não realizado, parece já ter sido digerido, restando apenas saber se ele será organizado ou não e quando deverá ocorrer. É bom lembrar que a participação voluntaria na reestruturação da divida grega é tecnicamente um default, ainda que organizado. É a ele que referimos quando falamos de default organizado. Se as negociações não prosperarem o default não organizado, provavelmente, deverá ocorrer em março, já que a Grecia não terá condições de honrar os pagamentos com vencimentos neste mês. A probabilidade dele ocorrer é alta, mas a minha aposta ainda é na primeira alternativa: default organizado.
O soft landing chinês é uma otima noticia, que somada as da zona do euro e dos USA, parecem indicar que o cenário tenebroso pintado pelo Bacen para justificar sua política de corte de juros esta cada vez mais longe de tornar-se de realidade. Espero que o erro não se repita na análise do cenário interno, mas isto acho que, infelizmente, é o caso, minimizado, em parte, felizmente, pela alteração(correta) na composição do IPCA.