A semana se encerra sem grande novidades na zona do euro. A demanda pelo titulo de três anos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira( EFSF) foi muito boa, assim com o preço 1.77%. O yield do titulo frances de 10 anos apresentou uma pequena elevação, mas nada dramatico: 3.29% contra 3.18% do último leilão. O titulo italiano de 10 anos continua resvalando em 7%, ficando esta semana acima deste valor, enquanto o espanhol continua na casa dos 5%, ambos confirmando nossa hipotese sobre o fraco impacto do emprestimo do BCE sobre os titulos de prazo superior a 3 anos. O volume depositado BCE, por sua vez, indica que o interbancário continua parado. O yield do titulo italiano de 10 anos, em um mês em que será necessário, rolar um valor significativo é preocupante, mas não desesperador: o valor é alto, no limite do sustentável, mas não o suficiente para um bail out, obrigatorio, da Italia. O mercado, com razão, ainda desconfia da capacidade do governo, não eleito, do Monti, em implementar as medidas duras necessárias à recuperação da economia italiana. É uma aposta errada, para quem conhece o seu histórico quando trabalhava em Bruxelas. O sucesso do leião do EFSF indica que é viável levantar os recursos necessários para a construção da muralha defesa do euro. Continuo otimista.
Estou surpreso com os dados recentes da economia americana, mas me parece que ainda é cedo para soltar rojões: o desemprego ainda continua em nível elevado, 8.5%, contra 8.7% em novembro; e os sinais do importante setor habitacional ainda não são claros. Em todo caso a situação é bem melhor que a da Europa o que leva a seguinte pergunta: é suficiente para fazer contrapeso a europa, i.e manter-se imune, ou a contaminação é inevitável? Ainda não há dados suficientes para oferecer uma resposta, mas a histórica capacidade da economia americana em se recuperar nos deixa otimista. O único receio é o ambiente político...
No grande bananão a inflação ficou no teto da meta e com a alteração, correta, nos componentes/pesos do IPCA há probabilidade de queda é alta, mas não o suficiente para, em 2012, convergir para a meta de 4.5%. O impacto do novo minimo ainda é uma incognita, mas continuo acreditanto que, ao contrário do que o governo afirma, as pressões são altistas, ou seja, 5% é apenas auto-engano. Confesso que espero estar errado, afinal este pode ser um governo de merda, mas ainda é o meu governo...