A zona continua sendo uma caixinha de surpresas. A mais recente vem da Espanha, com o aviso que o déficit que era 6% do PIB, corrigido para 8%, poderá ficar acima deste valor. Culpa dos socialistas, argumenta o novo governo. Pode ser, mas me parece ser os primeiros sinais do impacto da crise sobre as finanças do Reino de Espanha que, alias, deverá ficar muito pior, antes de melhorar. Este, no entanto, parece ser o preço a ser pago para agradar aos compradores dos soberanos espanhois a um valor sustentável. Para ganhar credibilidade é necessário ficar a beira do abismo segurando uma pedra pesada com as duas mãos. O problema é que esta estratégia nem sempre produz o resultado esperado, e o mergulho no abismo torna-se inevitável. Não me parece, ainda, ser o caso da Espanha, mas tão pouco deve-se descarta-lo de antemão. É bom lembrar que a situação é bem melhor que a da Italia.
Há mais ruidos no mercado bancário da zona do euro: o empréstimo de 14.8 bilhões de euros da "marginal lending facility", do BCE, com taxa de juros de 1.75% ,na segunta-feira a noite. Pode não ser nada mas, também, pode indicar que, apesar da linha de emprestimo generosa, há bancos em serias dificuldades.