quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Italia não é a Espanha...


Quinta feira de idas e vindas no Sumitt da União Europeia: Merkel, em discurso ao Parlamento alemão concordou com a criação da supervisão bancaria europeia, porem condicionou os emprestimos diretos aos bancos dos países em dificuldades, a um período probatório desta mesma supervisão, ou seja ela entraria em operação e depois da avaliação do seu funcionamento seria, finalmente, autorizado o emprestimo direto aos bancos. Em encontro no período matutino, Hollande, lembrou a Merkel que o objetivo do encontro era discutir a união bancária, da qual a supervisão bancaria é o primeiro passo e que deveria ser respeitado o acordado em junho. Ao fim do primeiro dia, segundo a midia europeia, aparentemente, a lider alemã havia cedido as pressões de Hollande e cia e concordado com cronograma para a supervisão bancária: ela entraria em vigor em 2013 e deverá estar totalmente operacional ate o inicio de 2014. Ainda faltam detalhes, mas se de fato a noticia for correta, não altera a previsão inicial sobre quando a supervisão estaria em operação. É um avanço, sem dúvida, em relação a posição expressa no parlamento teutonico, mas ainda não está claro se os emprestismos direto aos bancos serão autorizados antes de 2014. Em outras palavras, ainda falta conhecer maiores detalhes para avaliar se a alemanha realmente cedeu ou se ela vai empurrar com a barriga ate o período posterior a eleição alemã de setembro de 2013.

A noticia mais importante do dia, na minha avaliação, não veio de Bruxelas, mas de Milão. A Italia realizou com grande sucesso o maior leilão de titulos de divida pública da Europa: o BTP é um titulo com maturidade 4 anos, indexado a inflação italiana, com rendimento anual( acima da taxa de inflação) de 2.55%. A expectativa do mercado era que o resultado ficaria abaixo dos 7bilhões de euro do leilão de março. Para surpresa geral, a Italia conseguiu levantar 18 bilhões de euros. É um resultado importante porque o publico alvo do leilão eram os pequenos investidores italianos que poderão vir a ser uma alternativa aos investidores estrangeiros, cada vem menos dispostos a comprar os titulos italianos. Se lembrarmos que a riqueza liquida privada esta em torno de 8 trilhões de euros, não é um exagero afirmar que o mercado domestico italiano tem condições de garantir o bom funcionamento do mercado de titulos soberanos. Em outras palavras, a Italia não é a Espanha...