segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Ainda a guerra cambial...
Guido Mantega, um combativo Ministro, na avaliação do FT, na reunião do FMI, em Toquio, voltou a criticar - e com razão - o eurocentrismo da atuação do Fundo, assim como o pouco avanço na questão das cotas. E, naturalmente, o seu tema predileto, que tornou-se uma obsessão: a guerra cambial que ganhou folego adicional com o Q3. Ele parece esquecer, como observou Bernanke em sua defesa da politica adotada pelo Imperio, que a retomada do crescimento da economia americana beneficia os americanos e, também, o resto da mundo. É dificil saber qual o resultado liquido desta politica para o resto do mundo, mas não creio que ele seja negativo para o Brasil. Mantega tem razão de preocupar-se com guerra cambial, mas me parece que o alvo da critica dele deveria ser outro país.
A noticia mais interessante e preocupate veio do FED de New York: a concentração do mercado de hipotecas nas mãos de poucos bancos está impedindo o bom funcionamento da política monetaria e a queda das taxas de juros. Em outras palavras, apesar da nova rodada de afrouxamento monetario, o custo do financimento imobiliario ainda não caiu o suficiente para reaquecer o mercado de construção civil. Se a situação não se alterar, o impacto do QE3 será menor que o esperado e o resultado liquido para o resto do mundo, neste caso, poderá vir a ser negativo. Digo poderá, já que o FED tem instrumentos para resolver o problema.