sexta-feira, 19 de outubro de 2012
União Europeia: Esperando Godot
Pouco a acrescentar ao post de ontem: o formato da supervisão bancária única deverá ser formatado ate o final do ano, a implementação deverá ocorrer ao longo de 2013 e somente a partir de 2014 será possível fazer os emprestimos de recapitalização diretamente aos bancos. Hollande, um eterno otimista, acredita em emprestimo direto em 2013. A questão dos emprestimos aos bancos realizados no passado, caso da Espanha, será discutido na reunião dos ministros de finanças da zona do euro no dia 12 de novembro e deverá, provavelmente, retornar a pauta na reunião do conselho da UE em dezembro. Merkel já antecipou a sua posição: não haverá recapitalização direta retroativa, somente no futuro, quando a supervisão bancária única estiver em operação. É um duro golpe nas pretensões do Rajoy que, no entanto, ainda acredita ser possível convencer os demais parceiros da zona da euro a permitir que parte dos emprestismos seja repassado diretamente aos bancos.
A oposição germanica a retroatividade já era esperada, haja vista posição expressa recentemente por ela e aliados sobre esta questão, no entanto se esperava que fosse possível convence-la do risco que é voltar atrás nas promessas da reunião de junho.É verdade que havia dúvidas quanto a retroatividade, mas o mercado esperava que não somente ela seria aplicada a Espanha, como também a Irlanda, já que o objetivo era cortar o circulo maldito em que ao salvar o seu sistema bancário o país acabava por ficar em situação fiscal insustentável e obrigado a pedir socorro a Bruxelas. Eliminar este problemas para emprestismo futuro é um grande passo, mas seria também de suma importancia estende-lo aos emprestimos realizados no passado. Resta saber qual será a reação do mercado nas próximas semanas. Dela dependera a decisão espanhola em relação ao pedido de resgate e a própria retroatividade do emprestismo direto. Isto porque a pressão do mercado, aparentemente, é a única levada em consideração por Merkel e cia.