quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O sofrimento aumenta na zona do euro...



A Grecia continua derretendo e o acordo que está sendo negociado com a troica apenas ganha tempo, já que ele, como observa El-Erian, não inclui o perdão da divida com o ente público e tão uma um esquema de funding por um período suficientemente longo para convencer o mercado que a Grecia não vai sair ou ser expulsa da zona do euro. Sabemos que nenhum dos dois eventos deverá ocorrer, já que a unificação europeia é um projeto político e não há nenhuma indicação que ele tenha sido abandonado. No entanto, o mercado pensa diferente e a opinião dele é que realmente conta. As previsões para a Grecia em 2013 estão piores que o cenário apresentado no inicio do mês de outubro: contração passou de 3.8% para 4.5%, a divida pública/PIB de 179.3% para 189.1%, déficit público de 4.2% para 5.2%. O corte nos gastos de 9.2bilhões previsto para 2013, aumenta a probabilidade de ao final os números serem ainda piores. A Grecia realmente precisa de reformas - isto é um fato inegavel, porém, o foco exclusivo na austeridade tem demonstrado ser um grande equivoco e nele insistir simplesmente piora a situação da população grega, sem oferecer nenhuma perspectiva de melhora na situação no longo prazo.

Os numeros do mercado de trabalho nos 17 países continua ruim: 11.6% contra 11.5 do mês de agosto, mas poderia ser muito pior e quando analisado por paises mostra o contraste entre a confortável situação alemã, 5.4%, a nada aprasivel italiana e francesa, 10.8% e o terrivel cenário espanhol, 25.8%. A crise ainda não atingiu a toda poderosa nação germanica que possui um mercado de trabalho muito mais flexivel resultado das duras reformas pela qual passou no passado recente. As reformas foram fundamentais para manter a Alemanha competitiva e atualizar o seu modelo de economia social para o novo cenário econômico mundial.

A situação não deverá melhorar no curto prazo, já que segundo dados do ECB, o rigor na concessão de emprestimos aumentou bastante, em razão do risco crescente em um cenário econômico nada roseo. A única noticia positiva é a redução no spread entre os emprestimos concedidos na Alemanha em comparação aos demais países da zona do euro.

No front espanol- nenhuma novidade. Rajoy insiste que não descartou o pedido de socorro, porém, argumenta que no momento ele ainda não é necessário, já que o tesouro não tem encontrado nenhuma dificuldade para financiar-se, inclusive a um custo menor que o verão do corrente ano, melhor ainda se comparado ao do fim de 2011. Ele esqueceu de mencionar que isto é consequencia do fato do mercado trabalhar com a hipotese que a Espanha deverá recorrer ao fundo de socorro ainda neste ano. Se isto não acontecer - como tudo indica deverá ser o caso - qual será a sua reação? Continuo acreditanto que não será forte o suficiente para convence-lo a passar o pires em 2012.