sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
OS HOMENS OCOS, T.S.Eliot
"A penny for the Old Guy"
(Um pêni para o Velho Guy)
Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
- Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular
III
Esta é a terra morta
Esta é a terra do cacto
Aqui as imagens de pedra
Estão eretas, aqui recebem elas
A súplica da mão de um morto
Sob o lampejo de uma estrela agonizante.
E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam as pedras quebradas.
IV
Os olhos não estão aqui
Aqui os olhos não brilham
Neste vale de estrelas tíbias
Neste vale desvalido
Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos
Neste último sítio de encontros
Juntos tateamos
Todos à fala esquivos
Reunidos na praia do túrgido rio
Sem nada ver, a não ser
Que os olhos reapareçam
Como a estrela perpétua
Rosa multifoliada
Do reino em sombras da morte
A única esperança
De homens vazios.
V
Aqui rondamos a figueira-brava
Figueira-brava figueira-brava
Aqui rondamos a figueira-brava
Às cinco em ponto da madrugada
Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Tomba a Sombra
A vida é muito longa
Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.
(tradução: Ivan Junqueira)
(Um pêni para o Velho Guy)
Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
- Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular
III
Esta é a terra morta
Esta é a terra do cacto
Aqui as imagens de pedra
Estão eretas, aqui recebem elas
A súplica da mão de um morto
Sob o lampejo de uma estrela agonizante.
E nisto consiste
O outro reino da morte:
Despertando sozinhos
À hora em que estamos
Trêmulos de ternura
Os lábios que beijariam
Rezam as pedras quebradas.
IV
Os olhos não estão aqui
Aqui os olhos não brilham
Neste vale de estrelas tíbias
Neste vale desvalido
Esta mandíbula em ruínas de nossos reinos perdidos
Neste último sítio de encontros
Juntos tateamos
Todos à fala esquivos
Reunidos na praia do túrgido rio
Sem nada ver, a não ser
Que os olhos reapareçam
Como a estrela perpétua
Rosa multifoliada
Do reino em sombras da morte
A única esperança
De homens vazios.
V
Aqui rondamos a figueira-brava
Figueira-brava figueira-brava
Aqui rondamos a figueira-brava
Às cinco em ponto da madrugada
Entre a idéia
E a realidade
Entre o movimento
E a ação
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Entre a concepção
E a criação
Entre a emoção
E a reação
Tomba a Sombra
A vida é muito longa
Entre o desejo
E o espasmo
Entre a potência
E a existência
Entre a essência
E a descendência
Tomba a Sombra
Porque Teu é o Reino
Porque Teu é
A vida é
Porque Teu é o
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Assim expira o mundo
Não com uma explosão, mas com um suspiro.
(tradução: Ivan Junqueira)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
O grande bananão
A bolsa do governo, aparentemente, parece não ter fundo: está aberta à demandas dos vários segmentos atingidos pela crise, por razões diferentes. Como, não é fácil saber a razão das dificuldades, há o risco de premiar o “esperto”, o típico representante do capitalismo dos tolos praticado no grande bananão. Desnecessário lembrar que os tolos, somos nos : os contribuintes que pagamos as contas, enquanto soluções às demandas sociais urgentes, são postergadas, para salvar o andar de cima. Não, não estou defendendo o “ let it bleed”, mas a ajuda acompanhada de punição e, também, transparência.
O crédito continua arisco, apesar das medidas do Bacen. Bancos, afinal, não são instituições de caridade e seus dirigentes não são, exatamente, altruistas. Detalhes que passaram desapercebidos pela figura menor que ocupa o posto na Fazenda. Segundo nota da Febraban, "os principais bancos já adquiriram 53 carteiras" de crédito por cerca de "R$ 4,85 bilhões “, que, como observa a Folha de hoje, “esse valor equivale a 16,4% dos R$ 29,5 bilhões que o Banco Central liberou, para todos os bancos, do compulsório especificamente para aquisição de carteiras.” Dai a choradeira do setor industrial... Desta vez eles tem razão.
Outros números interessantes da Folha de hoje: “as vendas à vista caíram 4,5% em São Paulo, o movimento nas churrascarias diminuiu 10% e, em restaurantes, 30%”. Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), afirma, corretamente, me parece, "não há dúvida, houve desaceleração de consumo em outubro” e levanta uma questão fundamental, “o problema é falta de crédito ou o consumidor perdeu a confiança na economia e no emprego? Difícil oferecer uma resposta, mas arriscaria, que ambos, crédito e confiança, explicam os números acima.
Ainda, no mesmo jornal, análise interessante do Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, que, por enquanto, ainda não foram afetadas pela crise.
A nota cômica, fica com a turma de sempre: “Economistas e militantes de esquerda reunidos ontem no Rio culparam as empresas que tiveram perdas bilionárias ao apostar na valorização do real de "importar" a crise. "Nós inventamos uma moda que não existe no mundo", disse a economista Maria da Conceição Tavares. Apesar de criticar o que chamou de "jogatina", ela defendeu a ajuda do BNDES às empresas em dificuldades. O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa disse que a política do BC estimulou as apostas”(FSP, 29.10.08, p.B3). Com o devido respeito a grande dama da economia ( sem ironia ou sarcasmo), nada inventamos, apenas copiamos,..., ou para citar um velho chavão, são idéias fora de lugar...
O crédito continua arisco, apesar das medidas do Bacen. Bancos, afinal, não são instituições de caridade e seus dirigentes não são, exatamente, altruistas. Detalhes que passaram desapercebidos pela figura menor que ocupa o posto na Fazenda. Segundo nota da Febraban, "os principais bancos já adquiriram 53 carteiras" de crédito por cerca de "R$ 4,85 bilhões “, que, como observa a Folha de hoje, “esse valor equivale a 16,4% dos R$ 29,5 bilhões que o Banco Central liberou, para todos os bancos, do compulsório especificamente para aquisição de carteiras.” Dai a choradeira do setor industrial... Desta vez eles tem razão.
Outros números interessantes da Folha de hoje: “as vendas à vista caíram 4,5% em São Paulo, o movimento nas churrascarias diminuiu 10% e, em restaurantes, 30%”. Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), afirma, corretamente, me parece, "não há dúvida, houve desaceleração de consumo em outubro” e levanta uma questão fundamental, “o problema é falta de crédito ou o consumidor perdeu a confiança na economia e no emprego? Difícil oferecer uma resposta, mas arriscaria, que ambos, crédito e confiança, explicam os números acima.
Ainda, no mesmo jornal, análise interessante do Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, que, por enquanto, ainda não foram afetadas pela crise.
A nota cômica, fica com a turma de sempre: “Economistas e militantes de esquerda reunidos ontem no Rio culparam as empresas que tiveram perdas bilionárias ao apostar na valorização do real de "importar" a crise. "Nós inventamos uma moda que não existe no mundo", disse a economista Maria da Conceição Tavares. Apesar de criticar o que chamou de "jogatina", ela defendeu a ajuda do BNDES às empresas em dificuldades. O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa disse que a política do BC estimulou as apostas”(FSP, 29.10.08, p.B3). Com o devido respeito a grande dama da economia ( sem ironia ou sarcasmo), nada inventamos, apenas copiamos,..., ou para citar um velho chavão, são idéias fora de lugar...
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Piadas sobre Economistas e Economia XIIII
Copiar a idéia de um único autor é plágio. Copiar de vários é pesquisa.
***
Todos os modelos são errados, mas alguns são úteis. (G.Box)
***
No longo prazo há apenas outro curto prazo. (A. Lerner)
***
Duas coisas são melhores de não ver enquanto se as estão fazendo: linguiça e estimativas econométricas.
***
Todos os modelos são errados, mas alguns são úteis. (G.Box)
***
No longo prazo há apenas outro curto prazo. (A. Lerner)
***
Duas coisas são melhores de não ver enquanto se as estão fazendo: linguiça e estimativas econométricas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Resenha do último livro do Raymond Geuss
Para quem está habituado aos chavões da versão empobrecida do marxismo vulgar ainda em voga em Perdizes, a leitura de autores como; Jonathan Wolff, Geuss,Leiter, MacIntyre,que mantem um dialogo com está tradição( ou a ela se filiam) apenas confirma a impressão que os maiores inimigos do marxismo, nas bandas de Perdizes, são os próprios marxistas. Uma boa amostra é a resenha, escrita pelo Adam Kirsch, do livro mais recente do Geuss, que publicamos, parciamente, a seguir:
"The Roar of Justice
Philosopher Raymond Geuss, an idealist in realist’s clothing
17 October 2008
Philosophy and Real Politics, by Raymond Geuss (Princeton, 126 pp., $19.95)
In the first book of Plato’s Republic, Socrates’s measured discussion of the nature of justice is rudely interrupted by a “roar” from Thrasymachus. “He could no longer hold his peace,” Socrates recalls, “and, gathering himself up, he came at us like a wild beast, seeking to devour us. We were quite panic-stricken at the sight of him.” What makes Thrasymachus so angry is the idealistic notion of justice that Socrates tries to defend. The philosopher argues that “justice is the proper virtue of man,” but Thrasymachus demands that he give up such woolly abstractions: “I will not have you say that justice is duty or advantage or profit or gain or interest, for this sort of nonsense will not do for me; I must have clearness and accuracy.” When one looks at justice clearly, Thrasymachus insists, he finds that it’s nothing but the disguise worn by power: “I proclaim that justice is nothing else than the interest of the stronger.”
Raymond Geuss, a political philosopher who teaches at the University of Cambridge, does not seem like the kind of man who would try to devour his opponents. But his intention in Philosophy and Real Politics, his short, sharp new book, is the same as Thrasymachus’s: to introduce a note of realism into contemporary philosophical debates about justice, by force if necessary. “I object to the claim that politics is applied ethics,” he writes in his introduction. Rather than starting out, like Socrates, with questions about the good or the just, we should ask the question famously posed by Lenin: “Who whom?” That is, in any actual society, who has power, what do they use it for, and who suffers as a result? “To think politically,” writes Geuss, “is to think about agency, power, and interests, and the relations among these.”
Para ler a resenha completa clique aqui.
"The Roar of Justice
Philosopher Raymond Geuss, an idealist in realist’s clothing
17 October 2008
Philosophy and Real Politics, by Raymond Geuss (Princeton, 126 pp., $19.95)
In the first book of Plato’s Republic, Socrates’s measured discussion of the nature of justice is rudely interrupted by a “roar” from Thrasymachus. “He could no longer hold his peace,” Socrates recalls, “and, gathering himself up, he came at us like a wild beast, seeking to devour us. We were quite panic-stricken at the sight of him.” What makes Thrasymachus so angry is the idealistic notion of justice that Socrates tries to defend. The philosopher argues that “justice is the proper virtue of man,” but Thrasymachus demands that he give up such woolly abstractions: “I will not have you say that justice is duty or advantage or profit or gain or interest, for this sort of nonsense will not do for me; I must have clearness and accuracy.” When one looks at justice clearly, Thrasymachus insists, he finds that it’s nothing but the disguise worn by power: “I proclaim that justice is nothing else than the interest of the stronger.”
Raymond Geuss, a political philosopher who teaches at the University of Cambridge, does not seem like the kind of man who would try to devour his opponents. But his intention in Philosophy and Real Politics, his short, sharp new book, is the same as Thrasymachus’s: to introduce a note of realism into contemporary philosophical debates about justice, by force if necessary. “I object to the claim that politics is applied ethics,” he writes in his introduction. Rather than starting out, like Socrates, with questions about the good or the just, we should ask the question famously posed by Lenin: “Who whom?” That is, in any actual society, who has power, what do they use it for, and who suffers as a result? “To think politically,” writes Geuss, “is to think about agency, power, and interests, and the relations among these.”
Para ler a resenha completa clique aqui.
domingo, 26 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
A reabertura do Hospital
Estava demorando para ele botar as mangas de fora e entrar para a turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures. Escolheu a ocasião perfeita: os problemas das empresas, que nas palavras do Sr. Presidente, “praticaram por conta própria, por ganância, esse prejuízo”, para reabrir o famoso Hospital de triste memória para o bolso do contribuinte, mas não daqueles que adoram brincar de capitalismo no tempo das vagas gordas e recorre ao Estado, no período das vacas magras.
Não, não se trata de ser contra a intervenção do Estado na economia. Ela às vezes, como já argumentamos em vários posts, é necessária e plenamente justificável, mas não me parece ser este o caso das empresas do setor exportador que apostaram errado. O Presidente deveria manter-se fiel a sua avaliação inicial: “ é um problema delas”.
A Folha reuniu seus luminares, que aproveitaram a oportunidade para repetir as obviedades de sempre. Não sei se é uma questão de geração, mas somente achei interessante os comentários do Alexandre “eram os deuses os astronautas”.
Não, não se trata de ser contra a intervenção do Estado na economia. Ela às vezes, como já argumentamos em vários posts, é necessária e plenamente justificável, mas não me parece ser este o caso das empresas do setor exportador que apostaram errado. O Presidente deveria manter-se fiel a sua avaliação inicial: “ é um problema delas”.
A Folha reuniu seus luminares, que aproveitaram a oportunidade para repetir as obviedades de sempre. Não sei se é uma questão de geração, mas somente achei interessante os comentários do Alexandre “eram os deuses os astronautas”.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Leonardo Boff: a economia especulativa não tem futuro
Na entrevista abaixo, o teologo Leonardo Boff apresenta algumas observações interessantes sobre a crise econômica. Discordo, naturalmente, das críticas que ele faz ao Bento XVI.
swissinfo: Qual é a avaliação que o senhor faz da atual crise financeira internacional?
Leonardo Boff: A crise não é conjuntural, ela é estrutural. Esse tipo de economia, que transformava tudo em mercadoria e se baseava em especulação, distanciada da economia real, não tem mais futuro. Ela significou um grande equívoco, porque difamou o Estado e a política, e em seu lugar colocava a mão invisível do mercado, a concorrência, as grandes corporações multinacionais. Tudo isso não deu certo. As empresas tiveram que pedir auxílio do Estado, se deram conta de que a lógica do mercado, que é competitiva e nada cooperativa, leva naturalmente para uma grande crise. Foi o que ocorreu.
swissinfo: Essa crise poderá ser usada como desculpa para se abandonar de vez as metas do milênio, de reduzir à metade a pobreza no mundo até 2015?
As metas do milênio, até agora, foram pouco levadas a sério. Foi antes uma retórica das grandes empresas. Elas tiraram muito pouco de seu lucros para investir nos países pobres. Foi uma espécie de acalmar a consciência, dada a disparidade imensa entre ricos e pobres. Mas não mudou a estrutura entre riqueza e pobreza, acumulação, processo de destruição da natureza, criação de pobres e famintos, por causa desse processo econômico especulativo, devastador das relações sociais e ecológicas. Essa máquina continua produzindo pobres. E não há metas de milênio que possam superá-las mantendo essa estrutura.
Para ler a entrevista completa clique aqui
swissinfo: Qual é a avaliação que o senhor faz da atual crise financeira internacional?
Leonardo Boff: A crise não é conjuntural, ela é estrutural. Esse tipo de economia, que transformava tudo em mercadoria e se baseava em especulação, distanciada da economia real, não tem mais futuro. Ela significou um grande equívoco, porque difamou o Estado e a política, e em seu lugar colocava a mão invisível do mercado, a concorrência, as grandes corporações multinacionais. Tudo isso não deu certo. As empresas tiveram que pedir auxílio do Estado, se deram conta de que a lógica do mercado, que é competitiva e nada cooperativa, leva naturalmente para uma grande crise. Foi o que ocorreu.
swissinfo: Essa crise poderá ser usada como desculpa para se abandonar de vez as metas do milênio, de reduzir à metade a pobreza no mundo até 2015?
As metas do milênio, até agora, foram pouco levadas a sério. Foi antes uma retórica das grandes empresas. Elas tiraram muito pouco de seu lucros para investir nos países pobres. Foi uma espécie de acalmar a consciência, dada a disparidade imensa entre ricos e pobres. Mas não mudou a estrutura entre riqueza e pobreza, acumulação, processo de destruição da natureza, criação de pobres e famintos, por causa desse processo econômico especulativo, devastador das relações sociais e ecológicas. Essa máquina continua produzindo pobres. E não há metas de milênio que possam superá-las mantendo essa estrutura.
Para ler a entrevista completa clique aqui
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
LA COGIDA Y LA MUERTE
A las cinco de la tarde.
Eran las cinco en punto de la tarde.
Un niño trajo la blanca sábana
a las cinco de la tarde.
Una espuerta de cal ya prevenida
a las cinco de la tarde.
Lo demás era muerte y sólo muerte
a las cinco de la tarde.
El viento se llevó los algodones
a las cinco de la tarde.
Y el óxido sembró cristal y níquel
a las cinco de la tarde.
Ya luchan la paloma y el leopardo
a las cinco de la tarde.
Y un muslo con un asta desolada
a las cinco de la tarde.
Comenzaron los sones de bordón
a las cinco de la tarde.
Las campanas de arsénico y el humo
a las cinco de la tarde.
En las esquinas grupos de silencio
a las cinco de la tarde.
¡Y el toro solo corazón arriba!
a las cinco de la tarde.
Cuando el sudor de nieve fue llegando
a las cinco de la tarde
cuando la plaza se cubrió de yodo
a las cinco de la tarde,
la muerte puso huevos en la herida
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
A las cinco en Punto de la tarde.
Un ataúd con ruedas es la cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.
El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.
A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.
Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
¡Ay, qué terribles cinco de la tarde!
¡Eran las cinco en todos los relojes!
¡Eran las cinco en sombra de la tarde!
Federico García Lorca, 1935
Eran las cinco en punto de la tarde.
Un niño trajo la blanca sábana
a las cinco de la tarde.
Una espuerta de cal ya prevenida
a las cinco de la tarde.
Lo demás era muerte y sólo muerte
a las cinco de la tarde.
El viento se llevó los algodones
a las cinco de la tarde.
Y el óxido sembró cristal y níquel
a las cinco de la tarde.
Ya luchan la paloma y el leopardo
a las cinco de la tarde.
Y un muslo con un asta desolada
a las cinco de la tarde.
Comenzaron los sones de bordón
a las cinco de la tarde.
Las campanas de arsénico y el humo
a las cinco de la tarde.
En las esquinas grupos de silencio
a las cinco de la tarde.
¡Y el toro solo corazón arriba!
a las cinco de la tarde.
Cuando el sudor de nieve fue llegando
a las cinco de la tarde
cuando la plaza se cubrió de yodo
a las cinco de la tarde,
la muerte puso huevos en la herida
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
A las cinco en Punto de la tarde.
Un ataúd con ruedas es la cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.
El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.
A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.
Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde.
¡Ay, qué terribles cinco de la tarde!
¡Eran las cinco en todos los relojes!
¡Eran las cinco en sombra de la tarde!
Federico García Lorca, 1935
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Na mesma trilha do Sr.Gordon Brown
Ainda não li a MP, mas pelo resumo abaixo, ela segue, em linhas gerais, o modelo britanico e, naturalmente, é muito bem vinda. É dever do Estado estar preparado para intervir, caso o pior aconteça. Contudo, se a intervenção materializar-se deverá respeitar a racionalidade econômica e os direitos do contribuinte. Socialização dos prejuizos somente se justifica quando ela é uma opção melhor que a solução de mercado, ou seja quando ela evita uma perda ainda maior de bem estar. A solução Brown é correta, como argumentamos em outro post, mas no grande bananão a capacidade de se transformar uma medida correta em defesa do interesses de poucos é por demais recorrente e, por isto mesmo, requer de todos uma atenção redobrada.
"O governo brasileiro aderiu de cabeça à saída Gordon Brown --primeiro-ministro britânico-- para a crise financeira global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem uma MP (medida provisória), publicada hoje no "Diário Oficial", que autoriza os bancos públicos brasileiros, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a adquirirem participações em instituições financeiras no pais sem passar por um processo de licitação.
Ou seja, a MP autoriza os bancos públicos brasileiros a estatizarem instituições financeiras brasileiras que estejam em dificuldades.
A MP é ampla, composta de sete artigos, e inclui todo tipo de instituição financeira: seguradoras, instituições previdenciárias, empresas de capitalização, etc.
A medida provisória também autoriza o Banco do Brasil e a Caixa a constituírem bancos de investimentos e subsidiárias no exterior. Essa medida também autoriza o Banco Central do Brasil a negociar papéis de outros BCs do mundo todo ("swaps"). "
Fonte:GUILHERME BARROS,colunista da Folha de S.Paulo e da Folha Online
"O governo brasileiro aderiu de cabeça à saída Gordon Brown --primeiro-ministro britânico-- para a crise financeira global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem uma MP (medida provisória), publicada hoje no "Diário Oficial", que autoriza os bancos públicos brasileiros, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a adquirirem participações em instituições financeiras no pais sem passar por um processo de licitação.
Ou seja, a MP autoriza os bancos públicos brasileiros a estatizarem instituições financeiras brasileiras que estejam em dificuldades.
A MP é ampla, composta de sete artigos, e inclui todo tipo de instituição financeira: seguradoras, instituições previdenciárias, empresas de capitalização, etc.
A medida provisória também autoriza o Banco do Brasil e a Caixa a constituírem bancos de investimentos e subsidiárias no exterior. Essa medida também autoriza o Banco Central do Brasil a negociar papéis de outros BCs do mundo todo ("swaps"). "
Fonte:GUILHERME BARROS,colunista da Folha de S.Paulo e da Folha Online
terça-feira, 21 de outubro de 2008
O velho hábito
As última medidas do governo: aumento na oferta de crédito rural, recursos para construção cívil e empréstimos de dólares com condição que financiem a exportação, são corretas e já deveriam ter sido tomadas.
Com as duas primeiras, retorna-se a uma prática antiga: o uso de instituições públicas como instrumento de política econômica de curto prazo. O resultado, no passado, recomenda cautela. Há , naturalmente, riscos e oportunidades. No caso do primeiro( aumento muito grande de créditos duvidosos) poderá ser usado, no futuro, como argumento em defesa da privatização destas mesmas instituições, que hoje se mostram tão utéis... Esta turma tem memoria seletiva. Se a oportunidade traduzir-se em ampliação significativa da fatia de mercado, não tenho dúvidas que ouviremos a ladainha de sempre: sufocamento do crédito privado, concorrência desleal e vai por ai. Originalidade não é o forte deles.
É bom lembrar que a crise bancária e uso de dinheiro publico, como já mencionado em outro post, recoloca novamente a questão dos bancos públicos. Se bancos são importantes demais para serem submetidos a solução de mercado, então não deveriam ser públicos?
A regulamentação funciona no curtíssimo prazo, mas os agentes tem demonstrado, em um prazo maior, uma grande habilidade para aprender como contorná-la. É bom lembrar, no entanto, neste momento em que são criticados, que o bancos privados não são somente fontes de problemas, mas de inovações financeiras importantes para a dinâmica da economia de mercado.
Com as duas primeiras, retorna-se a uma prática antiga: o uso de instituições públicas como instrumento de política econômica de curto prazo. O resultado, no passado, recomenda cautela. Há , naturalmente, riscos e oportunidades. No caso do primeiro( aumento muito grande de créditos duvidosos) poderá ser usado, no futuro, como argumento em defesa da privatização destas mesmas instituições, que hoje se mostram tão utéis... Esta turma tem memoria seletiva. Se a oportunidade traduzir-se em ampliação significativa da fatia de mercado, não tenho dúvidas que ouviremos a ladainha de sempre: sufocamento do crédito privado, concorrência desleal e vai por ai. Originalidade não é o forte deles.
É bom lembrar que a crise bancária e uso de dinheiro publico, como já mencionado em outro post, recoloca novamente a questão dos bancos públicos. Se bancos são importantes demais para serem submetidos a solução de mercado, então não deveriam ser públicos?
A regulamentação funciona no curtíssimo prazo, mas os agentes tem demonstrado, em um prazo maior, uma grande habilidade para aprender como contorná-la. É bom lembrar, no entanto, neste momento em que são criticados, que o bancos privados não são somente fontes de problemas, mas de inovações financeiras importantes para a dinâmica da economia de mercado.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
A volta da política
Interessante artigo do Bresser Pereira. Não concordo, necessariamente , entre outros pontos, com a crítica aos neoclássicos, mas ele levanta questões importantes.
EM MEIO à crise financeira global, o presidente Lula, ao receber em Toledo o prêmio Dom Quixote, declarou que este é o momento da "volta da política e do Estado". Tem razão o presidente.
Depois de 30 anos de irracionalidade neoliberal ou ultraliberal, os homens voltam a se dar conta de que a política é a expressão da liberdade humana, e o Estado, a projeção racional dessa liberdade. Durante 30 anos, uma classe de profissionais das finanças aliou-se a acionistas capitalistas e à classe média conservadora e, empunhando a bandeira do Estado mínimo e da desregulação, alcançou a dominância ideológica sob a liderança de Ronald Reagan nos Estados Unidos e de Margareth Thatcher no Reino Unido.
Inspirada por intelectuais neoliberais que desde os anos 1960 vinham reduzindo a política à lógica do mercado, a nova coalizão política declarou a "guerra do mercado contra o Estado". Enfraquecia assim o Estado, colocado em pé de igualdade com o mercado, e aproveitava essa brecha para enriquecer enquanto os salários dos trabalhadores permaneciam quase estagnados.
A guerra era irracional porque, em vez de se limitar a eventuais excessos de intervenção do Estado na economia, atacou o próprio Estado. Porque ignorava que o Estado é a instituição maior de cada sociedade -que é o resultado do esforço secular de construção política de um sistema constitucional-legal e de uma administração pública que o garanta. Ignorava que é através do Estado que os homens e as mulheres, no exercício da política, coordenam sua vida social, estabelecendo suas instituições normativas e organizacionais fundamentais, entre as quais a democracia e o mercado.
O mercado apenas se torna realmente significativo como instituição complementar na coordenação da sociedade com a emergência do capitalismo. Por isso, o capitalismo será chamado de economia de mercado. A coordenação econômica de uma sociedade caracterizada por uma crescente divisão do trabalho e, portanto, por uma enorme complexidade só é possível se o Estado contar com a colaboração do mercado nessa tarefa. Por outro lado, durante o transcorrer do século 20, as nações mais desenvolvidas construíram um Estado democrático social.
Foram todas essas verdades elementares que os jovens turcos da classe profissional financeira, quase todos treinados em escolas de economia neoclássicas, não compreenderam, ou não quiseram compreender, ao pretenderem substituir o Estado social e efetivamente regulador pelo mercado. Assim, contraditoriamente, buscavam voltar ao século 19, em que o Estado era mínimo, correspondendo a menos de 10% do PIB. Ao agir assim, a coalizão reacionária por eles conduzida não compreendeu que esse objetivo era inviável em sociedades democráticas modernas. E -o que é mais grave- não compreendeu que, para coordenar as sociedades complexas de hoje -as sociedades do capitalismo do conhecimento-, não bastam mercados cada vez mais eficientes: torna-se necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.
Existe uma estreita relação entre o grau de desenvolvimento econômico e de complexidade de uma sociedade e a capacidade que seu Estado deve ter de coordená-la ou regulá-la. É fortalecendo o Estado, e não enfraquecendo-o, que realizamos os grandes objetivos políticos de liberdade, justiça e bem-estar. Ao não compreender essas verdades básicas, o neoliberalismo nos levou à atual crise. Será através da política e do Estado que a superaremos
EM MEIO à crise financeira global, o presidente Lula, ao receber em Toledo o prêmio Dom Quixote, declarou que este é o momento da "volta da política e do Estado". Tem razão o presidente.
Depois de 30 anos de irracionalidade neoliberal ou ultraliberal, os homens voltam a se dar conta de que a política é a expressão da liberdade humana, e o Estado, a projeção racional dessa liberdade. Durante 30 anos, uma classe de profissionais das finanças aliou-se a acionistas capitalistas e à classe média conservadora e, empunhando a bandeira do Estado mínimo e da desregulação, alcançou a dominância ideológica sob a liderança de Ronald Reagan nos Estados Unidos e de Margareth Thatcher no Reino Unido.
Inspirada por intelectuais neoliberais que desde os anos 1960 vinham reduzindo a política à lógica do mercado, a nova coalizão política declarou a "guerra do mercado contra o Estado". Enfraquecia assim o Estado, colocado em pé de igualdade com o mercado, e aproveitava essa brecha para enriquecer enquanto os salários dos trabalhadores permaneciam quase estagnados.
A guerra era irracional porque, em vez de se limitar a eventuais excessos de intervenção do Estado na economia, atacou o próprio Estado. Porque ignorava que o Estado é a instituição maior de cada sociedade -que é o resultado do esforço secular de construção política de um sistema constitucional-legal e de uma administração pública que o garanta. Ignorava que é através do Estado que os homens e as mulheres, no exercício da política, coordenam sua vida social, estabelecendo suas instituições normativas e organizacionais fundamentais, entre as quais a democracia e o mercado.
O mercado apenas se torna realmente significativo como instituição complementar na coordenação da sociedade com a emergência do capitalismo. Por isso, o capitalismo será chamado de economia de mercado. A coordenação econômica de uma sociedade caracterizada por uma crescente divisão do trabalho e, portanto, por uma enorme complexidade só é possível se o Estado contar com a colaboração do mercado nessa tarefa. Por outro lado, durante o transcorrer do século 20, as nações mais desenvolvidas construíram um Estado democrático social.
Foram todas essas verdades elementares que os jovens turcos da classe profissional financeira, quase todos treinados em escolas de economia neoclássicas, não compreenderam, ou não quiseram compreender, ao pretenderem substituir o Estado social e efetivamente regulador pelo mercado. Assim, contraditoriamente, buscavam voltar ao século 19, em que o Estado era mínimo, correspondendo a menos de 10% do PIB. Ao agir assim, a coalizão reacionária por eles conduzida não compreendeu que esse objetivo era inviável em sociedades democráticas modernas. E -o que é mais grave- não compreendeu que, para coordenar as sociedades complexas de hoje -as sociedades do capitalismo do conhecimento-, não bastam mercados cada vez mais eficientes: torna-se necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.
Existe uma estreita relação entre o grau de desenvolvimento econômico e de complexidade de uma sociedade e a capacidade que seu Estado deve ter de coordená-la ou regulá-la. É fortalecendo o Estado, e não enfraquecendo-o, que realizamos os grandes objetivos políticos de liberdade, justiça e bem-estar. Ao não compreender essas verdades básicas, o neoliberalismo nos levou à atual crise. Será através da política e do Estado que a superaremos
domingo, 19 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Quentin de la Bédoyère speaks to Peter Singer
Breve, mas interessante, entrevista com o Singer,um controverso filósofo utilitarista.
So the Spanish government is almost certain to grant allegedly human rights to the great apes (as reported in The Catholic Herald on August 8). I read this with mixed feelings; like many readers, I am strongly opposed to cruelty towards animals but that is a long distance from suggesting that we should recognise that they have rights. So I went to the fountainhead: Peter Singer, who - among other academic appointments - is Professor of Bioethics at Princeton University. He is regarded as the intellectual champion of the cause.
Professor Singer is a distinguished philosopher with a particular interest in ethics. But his views are seen by many as extreme. He has been nicknamed Professor Death; he has been attacked in Germany as having eugenic views akin to Nazism; Simon Wiesenthal the Nazi-hunter has been strongly critical; a prominent economist suspended his donations to Princeton when Singer was appointed; there have been loud outcries from organisations devoted to the care of the disabled.
Para ler o resto do artigo clique aqui
So the Spanish government is almost certain to grant allegedly human rights to the great apes (as reported in The Catholic Herald on August 8). I read this with mixed feelings; like many readers, I am strongly opposed to cruelty towards animals but that is a long distance from suggesting that we should recognise that they have rights. So I went to the fountainhead: Peter Singer, who - among other academic appointments - is Professor of Bioethics at Princeton University. He is regarded as the intellectual champion of the cause.
Professor Singer is a distinguished philosopher with a particular interest in ethics. But his views are seen by many as extreme. He has been nicknamed Professor Death; he has been attacked in Germany as having eugenic views akin to Nazism; Simon Wiesenthal the Nazi-hunter has been strongly critical; a prominent economist suspended his donations to Princeton when Singer was appointed; there have been loud outcries from organisations devoted to the care of the disabled.
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Jornalistas e a crise econômica
Meu professor de economia monetária já havia me alertado para a estranha incompatibilidade, no Brasil, entre jornalistas e economia. Um outro, menos generoso, nunca lia as colunas de economia. Teimoso, insisto, ... mas, às vezes, penso que seria melhor seguir os conselhos dos meus professores.
Ontem, ao ler a coluna do Vinícius Torres, da Folha, pensei no conselho do meu professor: “ A duração inesperada da catástrofe euro-americana torna a situação a cada dia mais grave”. Como inesperada!!! Por acaso ele estaria esperando um final feliz em curto espaço de tempo? Crises da dimensão atual não acontecem todo dia e tão pouco se revolvem da noite para o dia, mas estão longe de serem novidade. Há varias teorias – marxistas, austríacas, post-keynesianas, etc- e bons livros de história econômica sobre este tema. É verdade que não são lidos pela turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures..., mas nunca o considerei membro desta turma.
No mesmo jornal, mas na edição desta sexta-feira, a figura menor que já passou pelo BNDES, parece surpreso com a transformação da crise, que ele julgava localizada - e aparentemente limitada- no segmento dos empréstimos hipotecários a pessoas de baixa renda, em uma crise financeira mundial. Em que mundo ele vive. O pior é que ele não é o único: uma leitura da opinião dos ditos luminares da profissão, aqueles que estão sempre na mídia, é bastante instrutiva sobre a capacidade analítica desta turma.
Aliás, na mesma edição, Vinícius Torres ataca o editorial da última The Economist. Li e reli o editorial e ainda não consigo entender porque ele ficou tão p. da vida...
Ontem, ao ler a coluna do Vinícius Torres, da Folha, pensei no conselho do meu professor: “ A duração inesperada da catástrofe euro-americana torna a situação a cada dia mais grave”. Como inesperada!!! Por acaso ele estaria esperando um final feliz em curto espaço de tempo? Crises da dimensão atual não acontecem todo dia e tão pouco se revolvem da noite para o dia, mas estão longe de serem novidade. Há varias teorias – marxistas, austríacas, post-keynesianas, etc- e bons livros de história econômica sobre este tema. É verdade que não são lidos pela turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Perdizes e alhures..., mas nunca o considerei membro desta turma.
No mesmo jornal, mas na edição desta sexta-feira, a figura menor que já passou pelo BNDES, parece surpreso com a transformação da crise, que ele julgava localizada - e aparentemente limitada- no segmento dos empréstimos hipotecários a pessoas de baixa renda, em uma crise financeira mundial. Em que mundo ele vive. O pior é que ele não é o único: uma leitura da opinião dos ditos luminares da profissão, aqueles que estão sempre na mídia, é bastante instrutiva sobre a capacidade analítica desta turma.
Aliás, na mesma edição, Vinícius Torres ataca o editorial da última The Economist. Li e reli o editorial e ainda não consigo entender porque ele ficou tão p. da vida...
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Heterodoxos
Na edição 276 da revista IHU Online, da Unisinos, dedicada "A crise financeira internacional", é possível deleitar-se com a sapiência de alguns famosos economistas heterodoxos brasileiros. Para ler os artigos clique aqui
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Luz no fim do tunel
Finalmente caiu a ficha no governo americano: a aquisição de participação nos bancos é, como já argumentamos em outros posts, a medida correta para controlar a crise financeira. Contudo, é preciso lembrar que trilhar o caminho correto, não implica em solução indolor para a crise econômica, ou seja a recessão é um fato e pode-se, no máximo, esperar que ela seja menos profunda, mas não evitá-la. A volatilidade no mercado deverá manter-se por algum tempo. O preço dos imóveis, nos USA, não parece ter alcançado o novo ponto de equilíbrio e por isto mesmo surpresas ainda são possíveis. Um outro ponto é a política econômica do próximo governo, principalmente na questão fiscal, que se equivocada, poderá causar sérios problemas.
Por isto, me parece que ainda é cedo para afirmar que o pior já passou, no máximo que há luz no fim do túnel.
Por isto, me parece que ainda é cedo para afirmar que o pior já passou, no máximo que há luz no fim do túnel.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Nobel de economia
Merecido, mas uma decisão eminentemente política e, ate certo ponto, populista, principalmente por ignorar um outro grande economista da área, Jagdish N. Bhagwati. Não inclui-lo é uma grande injustiça. Esta parece ser, também, a opinião do Dani Rodrik
The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2008 English
Swedish
Press Release
13 October 2008
The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2008 to
Paul Krugman
Princeton University, NJ, USA
"for his analysis of trade patterns and location of economic activity"
International Trade and Economic Geography
Patterns of trade and location have always been key issues in the economic debate. What are the effects of free trade and globalization? What are the driving forces behind worldwide urbanization? Paul Krugman has formulated a new theory to answer these questions. He has thereby integrated the previously disparate research fields of international trade and economic geography.
Krugman's approach is based on the premise that many goods and services can be produced more cheaply in long series, a concept generally known as economies of scale. Meanwhile, consumers demand a varied supply of goods. As a result, small-scale production for a local market is replaced by large-scale production for the world market, where firms with similar products compete with one another.
Traditional trade theory assumes that countries are different and explains why some countries export agricultural products whereas others export industrial goods. The new theory clarifies why worldwide trade is in fact dominated by countries which not only have similar conditions, but also trade in similar products – for instance, a country such as Sweden that both exports and imports cars. This kind of trade enables specialization and large-scale production, which result in lower prices and a greater diversity of commodities.
Economies of scale combined with reduced transport costs also help to explain why an increasingly larger share of the world population lives in cities and why similar economic activities are concentrated in the same locations. Lower transport costs can trigger a self-reinforcing process whereby a growing metropolitan population gives rise to increased large-scale production, higher real wages and a more diversified supply of goods. This, in turn, stimulates further migration to cities. Krugman's theories have shown that the outcome of these processes can well be that regions become divided into a high-technology urbanized core and a less developed "periphery".
The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2008 English
Swedish
Press Release
13 October 2008
The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2008 to
Paul Krugman
Princeton University, NJ, USA
"for his analysis of trade patterns and location of economic activity"
International Trade and Economic Geography
Patterns of trade and location have always been key issues in the economic debate. What are the effects of free trade and globalization? What are the driving forces behind worldwide urbanization? Paul Krugman has formulated a new theory to answer these questions. He has thereby integrated the previously disparate research fields of international trade and economic geography.
Krugman's approach is based on the premise that many goods and services can be produced more cheaply in long series, a concept generally known as economies of scale. Meanwhile, consumers demand a varied supply of goods. As a result, small-scale production for a local market is replaced by large-scale production for the world market, where firms with similar products compete with one another.
Traditional trade theory assumes that countries are different and explains why some countries export agricultural products whereas others export industrial goods. The new theory clarifies why worldwide trade is in fact dominated by countries which not only have similar conditions, but also trade in similar products – for instance, a country such as Sweden that both exports and imports cars. This kind of trade enables specialization and large-scale production, which result in lower prices and a greater diversity of commodities.
Economies of scale combined with reduced transport costs also help to explain why an increasingly larger share of the world population lives in cities and why similar economic activities are concentrated in the same locations. Lower transport costs can trigger a self-reinforcing process whereby a growing metropolitan population gives rise to increased large-scale production, higher real wages and a more diversified supply of goods. This, in turn, stimulates further migration to cities. Krugman's theories have shown that the outcome of these processes can well be that regions become divided into a high-technology urbanized core and a less developed "periphery".
O retorno do Velho Barba...
E o velho Barba esta de volta: é o tema do dossier da edição número 479 da Magazine Litteraire. A bem da verdade ele nunca deixou de ser venerado em Perdizes: um verdadeiro culto em torno de sua figura tem demonstrado uma longevidade surpreendente. Curiosamente, ele não está restrito, apenas, aos lugares de sempre, mas inclui alguns insuspeitos... Melhor reservar o seu exemplar.
Marx, les raisons d'une renaissance
Avec la chute du mur de Berlin, l’étoile de Marx semblait avoir définitivement pâli. Ni son analyse du capitalisme, ni son interprétation de la société moderne en termes de classes sociales, ni l’horizon révolutionnaire de sa pensée ne devaient plus éclairer les enjeux de l’heure. Entre temps, un nouveau contexte est apparu : la mondialisation menace de ne pas être aussi « heureuse » que prévu. Une crise financière fait trembler ses bases. La « globalisation » se présente désormais comme une succession de bulles spéculatives, entraînant la paupérisation d’une couche grandissante de travailleurs précaires. Ces revers imprévus sont en train de remettre Marx au goût, sinon à l’ordre du jour.
Débarrassé d’interprétations restrictives ou étroitement politiques, ce philosophe mérite d’être lu à nouveaux frais. Cent cinquante ans après la parution du Capital, Le Magazine littéraire a voulu revisiter cette ouvre et cette vie réduites à quelques formules célèbres. Marx redevient un recours face aux défis contemporains. Mais quel Marx, au juste ? L’économiste, le sociologue, le philosophe ou le militant politique ? Le Marx du marxisme – et de quel marxisme ? - ou celui des textes - et de quels textes ? Les plus grands spécialistes de sa pensée - de l’anthropologue Christian Laval aux philosophes Miguel Abensour et Ulrich Beck, jusqu’au spécialiste de philosophie politique, Ernesto Laclau - débattent de son actualité et lui redonnent une nouvelle jeunesse dans un dossier de 30 pages du Magazine littéraire.
LE DOSSIER
56 Marx, les raisons d’une renaissance (coordonné par Patrice Bollon)
58 Comprendre ou provoquer l’histoire ? par Miguel Abensour
62 Contre l’économie, tout contre, par Pascal Combemale
64 L’homme joue toujours les utilités, par Christian Laval
67 Bibliographie indicative 68 Les concepts fondamentaux, par Jacques Bidet
70 Le Capital revisité : le marxisme après, malgré ou sans Marx, par Patrice Bollon
74 Entretien avec Alain Minc : « Une fascination pour la démiurgie capitaliste », propos recueillis par Alexis Lacroix
76 Prémisses de l’altermondialisme… et de sa critique,par Daniel Bensaïd
78 Karl M., consultant en conjoncture, par Gérard Duménil
80 Débat entre Ulrich Beck et Ernesto Laclau : les classes en rattrapage, propos recueillis par Patrice Bollon
Marx, les raisons d'une renaissance
Avec la chute du mur de Berlin, l’étoile de Marx semblait avoir définitivement pâli. Ni son analyse du capitalisme, ni son interprétation de la société moderne en termes de classes sociales, ni l’horizon révolutionnaire de sa pensée ne devaient plus éclairer les enjeux de l’heure. Entre temps, un nouveau contexte est apparu : la mondialisation menace de ne pas être aussi « heureuse » que prévu. Une crise financière fait trembler ses bases. La « globalisation » se présente désormais comme une succession de bulles spéculatives, entraînant la paupérisation d’une couche grandissante de travailleurs précaires. Ces revers imprévus sont en train de remettre Marx au goût, sinon à l’ordre du jour.
Débarrassé d’interprétations restrictives ou étroitement politiques, ce philosophe mérite d’être lu à nouveaux frais. Cent cinquante ans après la parution du Capital, Le Magazine littéraire a voulu revisiter cette ouvre et cette vie réduites à quelques formules célèbres. Marx redevient un recours face aux défis contemporains. Mais quel Marx, au juste ? L’économiste, le sociologue, le philosophe ou le militant politique ? Le Marx du marxisme – et de quel marxisme ? - ou celui des textes - et de quels textes ? Les plus grands spécialistes de sa pensée - de l’anthropologue Christian Laval aux philosophes Miguel Abensour et Ulrich Beck, jusqu’au spécialiste de philosophie politique, Ernesto Laclau - débattent de son actualité et lui redonnent une nouvelle jeunesse dans un dossier de 30 pages du Magazine littéraire.
LE DOSSIER
56 Marx, les raisons d’une renaissance (coordonné par Patrice Bollon)
58 Comprendre ou provoquer l’histoire ? par Miguel Abensour
62 Contre l’économie, tout contre, par Pascal Combemale
64 L’homme joue toujours les utilités, par Christian Laval
67 Bibliographie indicative 68 Les concepts fondamentaux, par Jacques Bidet
70 Le Capital revisité : le marxisme après, malgré ou sans Marx, par Patrice Bollon
74 Entretien avec Alain Minc : « Une fascination pour la démiurgie capitaliste », propos recueillis par Alexis Lacroix
76 Prémisses de l’altermondialisme… et de sa critique,par Daniel Bensaïd
78 Karl M., consultant en conjoncture, par Gérard Duménil
80 Débat entre Ulrich Beck et Ernesto Laclau : les classes en rattrapage, propos recueillis par Patrice Bollon
domingo, 12 de outubro de 2008
sábado, 11 de outubro de 2008
O acaso do oráculo
Ele já foi uma unanimidade mundial,..., com a críse e um novo olhar sobre sua gestão a frente do FED, sua reputação parece seguir o mesmo caminho do mercado financeiro: um total meltdown. Como diria Nelson Rodrigues, todo unanimidade é burra.
“Not only have individual financial institutions become less vulnerable to shocks from underlying risk factors, but also the financial system as a whole has become more resilient.” — Alan Greenspan in 2004
George Soros, the prominent financier, avoids using the financial contracts known as derivatives “because we don’t really understand how they work.” Felix G. Rohatyn, the investment banker who saved New York from financial catastrophe in the 1970s, described derivatives as potential “hydrogen bombs.”
And Warren E. Buffett presciently observed five years ago that derivatives were “financial weapons of mass destruction, carrying dangers that, while now latent, are potentially lethal.”
One prominent financial figure, however, has long thought otherwise. And his views held the greatest sway in debates about the regulation and use of derivatives — exotic contracts that promised to protect investors from losses, thereby stimulating riskier practices that led to the financial crisis. For more than a decade, the former Federal Reserve Chairman Alan Greenspan has fiercely objected whenever derivatives have come under scrutiny in Congress or on Wall Street. “What we have found over the years in the marketplace is that derivatives have been an extraordinarily useful vehicle to transfer risk from those who shouldn’t be taking it to those who are willing to and are capable of doing so,” Mr. Greenspan told the Senate Banking Committee in 2003. “We think it would be a mistake” to more deeply regulate the contracts, he added.
Today, with the world caught in an economic tempest that Mr. Greenspan recently described as “the type of wrenching financial crisis that comes along only once in a century,” his faith in derivatives remains unshaken.
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“Not only have individual financial institutions become less vulnerable to shocks from underlying risk factors, but also the financial system as a whole has become more resilient.” — Alan Greenspan in 2004
George Soros, the prominent financier, avoids using the financial contracts known as derivatives “because we don’t really understand how they work.” Felix G. Rohatyn, the investment banker who saved New York from financial catastrophe in the 1970s, described derivatives as potential “hydrogen bombs.”
And Warren E. Buffett presciently observed five years ago that derivatives were “financial weapons of mass destruction, carrying dangers that, while now latent, are potentially lethal.”
One prominent financial figure, however, has long thought otherwise. And his views held the greatest sway in debates about the regulation and use of derivatives — exotic contracts that promised to protect investors from losses, thereby stimulating riskier practices that led to the financial crisis. For more than a decade, the former Federal Reserve Chairman Alan Greenspan has fiercely objected whenever derivatives have come under scrutiny in Congress or on Wall Street. “What we have found over the years in the marketplace is that derivatives have been an extraordinarily useful vehicle to transfer risk from those who shouldn’t be taking it to those who are willing to and are capable of doing so,” Mr. Greenspan told the Senate Banking Committee in 2003. “We think it would be a mistake” to more deeply regulate the contracts, he added.
Today, with the world caught in an economic tempest that Mr. Greenspan recently described as “the type of wrenching financial crisis that comes along only once in a century,” his faith in derivatives remains unshaken.
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US price deflation on the way
John Muellbauer, Professor de Economia em Oxford, apresenta uma análise muito interessante da atual situação econômica, com implicações nada agradáveis para a economia brasileira.
“We are now on the cusp of the most significant tuning point for inflation in the last 20 years so that the many of the standard models are likely to go badly wrong. The economics of this are straightforward: global output is probably falling faster than at any rate since the war, except perhaps for 1974-5. Under these circumstances, large excess capacity develops and commodity prices fall.
Some still believe that emerging markets will provide a stabilising influence on the world economy, but in fact the opposite is true. Countries such as China are highly geared to exports and above all investment, which there exceeds consumer spending. Apart from infrastructure and investment in health care and education, investment is geared to growth, so if growth falls from 11 percent to 5 percent, the reduction in investment is likely to be dramatic and more than the percentage reduction in US consumer spending. As over-capacity develops, investment in goods production may fall even further, with serious implications for GDP. It seems unlikely that governments in emerging markets can compensate swiftly enough to boost domestic consumption. Hence the demand for commodities which have been driven by emerging market growth will fall sharply.
Eventually however, lower commodity prices and lower inflation act like a huge tax cut for households and will allow interest rates to fall further, and therefore stabilise economic activity”
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“We are now on the cusp of the most significant tuning point for inflation in the last 20 years so that the many of the standard models are likely to go badly wrong. The economics of this are straightforward: global output is probably falling faster than at any rate since the war, except perhaps for 1974-5. Under these circumstances, large excess capacity develops and commodity prices fall.
Some still believe that emerging markets will provide a stabilising influence on the world economy, but in fact the opposite is true. Countries such as China are highly geared to exports and above all investment, which there exceeds consumer spending. Apart from infrastructure and investment in health care and education, investment is geared to growth, so if growth falls from 11 percent to 5 percent, the reduction in investment is likely to be dramatic and more than the percentage reduction in US consumer spending. As over-capacity develops, investment in goods production may fall even further, with serious implications for GDP. It seems unlikely that governments in emerging markets can compensate swiftly enough to boost domestic consumption. Hence the demand for commodities which have been driven by emerging market growth will fall sharply.
Eventually however, lower commodity prices and lower inflation act like a huge tax cut for households and will allow interest rates to fall further, and therefore stabilise economic activity”
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Finalmente, uma decisão correta...
Agora(às 19:55 da noite) é oficial. O Secretário do Tesouro americano, em pronunciamento, confirmou os rumores: vai adquirir participação em instituições financeiras. Como mencionado em outro post, a autoridade para faze-lo lhe havia sido outorgado pelo pacote aprovado pelo Congresso. So estava faltando a vontade política.
Nada de novo no front ocidental
Quando fui dormir os números na Asia já indicavam que esta seria uma Sexta-feira trágica. Há quem prefira usar a expressão Sexta-feira negra. Qualquer que seja sua preferência, o fato é que a crise continua a aprofundar-se e os remédios apresentados não parecem ter o impacto esperado pelos gênios de plantão.
A solução, naturalmente,como já argumentamos em outros posts, depende de uma coordenação internacional e inclui, necessariamente, em alguns casos, a nacionalização/estatização parcial ou total das instituições financeiras. Não vejo outro caminho, para resolver o problema da descapitalização e recuperar a confiança entre os agentes no mercado.
Há, aparentemente, oposição política a este tipo de medida nos USA, mas é bom lembrar que o pacote aprovado pelo Congresso americano inclui esta possibilidade, já que ele autoriza o Tesouro a adquirir participação em instituições em dificuldades. Protelar o seu uso é simplesmente incompreensível e poderá sair muito caro.
No Brasil a situação ainda está sobre controle. O comportamento do dólar parece estar relacionado à aventuras e incompetência de alguns que à problemas mais sérios. A volatilidade deverá manter-se, ainda, por algum tempo, mas ele deverá retornar para algo entre 1,80 a 2,00 reais.
Vinícius Torres da Folha, um dos poucos jornalistas da área econômica que vale a pena ler, levanta questões importantes a respeito do comportamento desta turma. Ele, aparentemente, discorda da política em relação ao dolar. Concordo com as críticas aos gênios da área externa de algumas empresas, mas não quanto a necessidade de vender dólares à vista.
A solução, naturalmente,como já argumentamos em outros posts, depende de uma coordenação internacional e inclui, necessariamente, em alguns casos, a nacionalização/estatização parcial ou total das instituições financeiras. Não vejo outro caminho, para resolver o problema da descapitalização e recuperar a confiança entre os agentes no mercado.
Há, aparentemente, oposição política a este tipo de medida nos USA, mas é bom lembrar que o pacote aprovado pelo Congresso americano inclui esta possibilidade, já que ele autoriza o Tesouro a adquirir participação em instituições em dificuldades. Protelar o seu uso é simplesmente incompreensível e poderá sair muito caro.
No Brasil a situação ainda está sobre controle. O comportamento do dólar parece estar relacionado à aventuras e incompetência de alguns que à problemas mais sérios. A volatilidade deverá manter-se, ainda, por algum tempo, mas ele deverá retornar para algo entre 1,80 a 2,00 reais.
Vinícius Torres da Folha, um dos poucos jornalistas da área econômica que vale a pena ler, levanta questões importantes a respeito do comportamento desta turma. Ele, aparentemente, discorda da política em relação ao dolar. Concordo com as críticas aos gênios da área externa de algumas empresas, mas não quanto a necessidade de vender dólares à vista.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Como dizia Keynes...
É sempre oportuno recordar este comentário do Keynes.
” . . . the ideas of economists and political philosophers, both when they are right and when they are wrong, are more powerful than is commonly understood. Indeed the world is ruled by little else. Practical men, who believe themselves to be quite exempt from any intellectual influences, are usually the slaves of some defunct economist. Madmen in authority, who hear voices in the air, are distilling their frenzy from some academic scribbler of a few years back."
” . . . the ideas of economists and political philosophers, both when they are right and when they are wrong, are more powerful than is commonly understood. Indeed the world is ruled by little else. Practical men, who believe themselves to be quite exempt from any intellectual influences, are usually the slaves of some defunct economist. Madmen in authority, who hear voices in the air, are distilling their frenzy from some academic scribbler of a few years back."
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Não é o "derrumbe", estúpido
Como defendido em outros posts, a estatização temporária do sistema financeiro ou aquisição de participação acionária é o caminho a ser trilhado para resolver o problema da descapitalização destas instituições e restaurar a confiança no mercado.
È exatamente isto que vem sendo implementado em alguns países como é o caso da Islândia e do Reino Unido. A redução coordenada da taxa de juros também é uma boa medida, mas que pode não ser tão eficaz quanto se imagina, se o cenário for de armadilha da liquidez. Contudo, mal não faz. Alias, o Bacen poderia aproveitar a oportunidade para reduzir a taxa de juros ou, no mínimo, mantê-la no nível em que se encontra.
Não tenho mais dúvidas: medidas são necessárias para garantir o crédito ao setor exportador e, também, em menor medida, para o importador. A paralisia devido à dificuldade de fazer preço é um problema que requer uma solução rápida.
No geral a atuação do governo brasileiro, até o momento, tem sido correta e deverá ajudar a reduzir o impacto da crise sobre a economia brasileira. É claro que algum impacto deverá ocorrer, mas sua dimensão deverá ser menor que o prognosticado pelos críticos da tese do descolamento. Aliás, um descolamento de 100%, naturalmente, seria um absurdo, para qualquer economista com um mínimo conhecimento da teoria do equilíbrio geral.
Em relação a uma recessão mundial mantenho o diagnóstico apresentado em outros posts: deverá acontecer, a única incógnita é em relação a sua profundidade. Já uma depressão é improvável, mas poderá ocorrer devido à erros de política econômica, que como sabemos é uma arte de difícil domínio. Meu pessimismo, contudo, por enquanto, ainda, não inclui a depressão econômica.
È exatamente isto que vem sendo implementado em alguns países como é o caso da Islândia e do Reino Unido. A redução coordenada da taxa de juros também é uma boa medida, mas que pode não ser tão eficaz quanto se imagina, se o cenário for de armadilha da liquidez. Contudo, mal não faz. Alias, o Bacen poderia aproveitar a oportunidade para reduzir a taxa de juros ou, no mínimo, mantê-la no nível em que se encontra.
Não tenho mais dúvidas: medidas são necessárias para garantir o crédito ao setor exportador e, também, em menor medida, para o importador. A paralisia devido à dificuldade de fazer preço é um problema que requer uma solução rápida.
No geral a atuação do governo brasileiro, até o momento, tem sido correta e deverá ajudar a reduzir o impacto da crise sobre a economia brasileira. É claro que algum impacto deverá ocorrer, mas sua dimensão deverá ser menor que o prognosticado pelos críticos da tese do descolamento. Aliás, um descolamento de 100%, naturalmente, seria um absurdo, para qualquer economista com um mínimo conhecimento da teoria do equilíbrio geral.
Em relação a uma recessão mundial mantenho o diagnóstico apresentado em outros posts: deverá acontecer, a única incógnita é em relação a sua profundidade. Já uma depressão é improvável, mas poderá ocorrer devido à erros de política econômica, que como sabemos é uma arte de difícil domínio. Meu pessimismo, contudo, por enquanto, ainda, não inclui a depressão econômica.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
The Cult of Capitalism
A crise continua a aprofundar e por isto mesmo, é um bom motivo para parar e refletir um pouco sobre a visão de um capitalismo auto-regulado. O texto do Sibley, publicado na Commonweal, apresenta uma boa análise de Hayek e dos católicos neo-conservadores americanos. Não concordo, necessariamente, com todas às criticas ao Hayek e tão pouco considero a dualidade mercado auto-regulado versus estatização correta.
"When laissez-faire economists believe in God, they are usually certain that he is one of them. The invisible hand of the market is, they think, also the hand of Divine Providence, which anoints and protects those who manage to provide for themselves.
In 1835, the American economist Henry Carey complained that Britain and France, in restricting trade between themselves, were “doing all in their power to frustrate the designs of the Deity.” (Carey later converted to protectionism.) In the 1840s, English politician Richard Cobden claimed that “free trade is the international law of God.” Thus, those who opposed free trade were not only mistaken; they also lacked faith. Today, many American Christians, including Catholics such as Michael Novak, Thomas Woods, and Robert Sirico, proclaim similar ideas. Novak quarrels with the church’s official teachings on social justice, disparaging in particular the traditional emphasis on distributive justice. He argues that state power should be used minimally and only as a last resort in promoting economic justice.
Novak and other contemporary free-marketeers owe much to the “Austrian school” of economists, and especially to one of its founding members, Friedrich von Hayek (1899-1992). A professor at the University of Chicago from 1950 to 1962, Hayek was one of the chief instigators of the wave of libertarian economics that has swept the world since the 1970s. The late Milton Friedman frequently acknowledged Hayek’s influence, and Novak celebrated the economist’s 1999 birth-centenary with a fervent eulogy, “Hayek: Practitioner of Social Justice.” Hayek’s theories underlie the economic policies that have allowed income inequalities in the United States to revert to levels not seen since the 1920s, while similar policies in Latin America have provoked widespread leftward reactions. The “shock therapy” of Boris Yeltsin’s economic strategists Yegor Gaidar and Anatoly Chubais was also a product of such non-plus-ultra capitalism. Russia never quite recovered from the shock, and the chaos it set loose eventually brought a return to authoritarian rule under Vladimir Putin."
Para ler o artigo completo clique aqui
"When laissez-faire economists believe in God, they are usually certain that he is one of them. The invisible hand of the market is, they think, also the hand of Divine Providence, which anoints and protects those who manage to provide for themselves.
In 1835, the American economist Henry Carey complained that Britain and France, in restricting trade between themselves, were “doing all in their power to frustrate the designs of the Deity.” (Carey later converted to protectionism.) In the 1840s, English politician Richard Cobden claimed that “free trade is the international law of God.” Thus, those who opposed free trade were not only mistaken; they also lacked faith. Today, many American Christians, including Catholics such as Michael Novak, Thomas Woods, and Robert Sirico, proclaim similar ideas. Novak quarrels with the church’s official teachings on social justice, disparaging in particular the traditional emphasis on distributive justice. He argues that state power should be used minimally and only as a last resort in promoting economic justice.
Novak and other contemporary free-marketeers owe much to the “Austrian school” of economists, and especially to one of its founding members, Friedrich von Hayek (1899-1992). A professor at the University of Chicago from 1950 to 1962, Hayek was one of the chief instigators of the wave of libertarian economics that has swept the world since the 1970s. The late Milton Friedman frequently acknowledged Hayek’s influence, and Novak celebrated the economist’s 1999 birth-centenary with a fervent eulogy, “Hayek: Practitioner of Social Justice.” Hayek’s theories underlie the economic policies that have allowed income inequalities in the United States to revert to levels not seen since the 1920s, while similar policies in Latin America have provoked widespread leftward reactions. The “shock therapy” of Boris Yeltsin’s economic strategists Yegor Gaidar and Anatoly Chubais was also a product of such non-plus-ultra capitalism. Russia never quite recovered from the shock, and the chaos it set loose eventually brought a return to authoritarian rule under Vladimir Putin."
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008
O efeito manada internacional
E a crise finalmente chegou a Europa e há quem, aparentemente, está surpreso? Não sei porque. Como expliquei em debate sobre a crise no Campus Barueri da PUC-SP, na última quarta-feira, o problema da liquidez e o desequilíbrio entre ativos e passívos, não é um fenômeno exclusivamente americano, ainda que por lá seja mais forte. O processo de internacionalização da economia , conhecido como globalização, permitiu ao capital uma mobilidade somente comparável ao início do século xx. A implicação prática é a busca por capital onde ele é mais barato com os resultados conhecidos com a crise nesse mercado: contágio e rearranjo de posições para cobrir perdas. Os rumores que uma determinada instituição de grande porte, está passando por dificuldades, leva a racionalizações do tipo: se ela está com problemas, as outras menores, então....?
O resultado esperado deste conjunto de eventos é o aumento do risco de corrida às instituições financeiras: o efeito manada, ou o famoso estouro da boiada, so que desta vez em escala internacional. A atuação governamental, neste caso, é fundamental para evitar o pior. É isto que explica e justifica a atuação do Governo alemão.
O resultado esperado deste conjunto de eventos é o aumento do risco de corrida às instituições financeiras: o efeito manada, ou o famoso estouro da boiada, so que desta vez em escala internacional. A atuação governamental, neste caso, é fundamental para evitar o pior. É isto que explica e justifica a atuação do Governo alemão.
domingo, 5 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Catholic Faith and the Secular Academy
O tema é importante, mas continua a ser ignorado, pelo menos em Perdizes. Ate quando, não sei. O texto do Francis Cardinal George, O.M.I., é um bom ponto de partida para esta discussão.
"We are at the end of the Church’s celebration of the Mystery of
the Incarnation where we see what St. John tells us he saw and
touched and we celebrate in the liturgy the central truth of our
faith: “God so loved the world that he sent his only Son” (John 3:16).At the heart of the Incarnation, therefore, is God’s loving embrace,in Christ, of the whole cosmos, that is to say the world of nature and the realm of human culture. The Council of Chalcedon reminds us that the joining of divine and worldly natures takes place without mixing, mingling, division or confusion, therefore without compromising the distinctiveness of God or the distinctiveness of the world. This means that God’s presence is never a competitive one. God’s proximity, far from threatening or overwhelming the worldly, raises it up and enhances it, bringing it to fullness of expression.In this noncompetitive proximity of God is the ground for the Catholic love of nature and confidence in cultural expressions and the Church’s being at ease in universities.
From the earliest phase of faith, incarnational theologians such as Justin, Origen,Ambrose, and Augustine borrowed liberally from philosophical sources in their articulation of Christian faith. It was Origen who employed the metaphor of the Jews’ plundering of Egypt to explain the Christian willingness to take what is true,
good, and beautiful in the non-Christian cultures that surrounded them. In the Middle Ages, Thomas Aquinas, despite the opposition of some of his contemporaries, utilized the science and philosophy of Aristotle, a pagan, the metaphysics of the Muslim thinkers Averroes and Avicenna, and the Jewish mysticism of Moses Maimonides in the presentation of an altogether distinctive Christian theology. Of course, in doing that, he transformed them rather dramatically, but nonetheless he used them because he knew that the Logos of Christ did not suppress the logoi of the culture. On the contrary, Christian theology can assimilate insights from other sources and bring them to richer expression. It is what Ad Gentes, the missionary document from Vatican II, speaks of as the semina Verbi, the seeds of the Word, the Logos, in every culture, which have to be looked for and respected.
Now how does this incarnational confidence shape our attitudes toward today’s world and toward the kind of secularism that may be the regnant ideology in a university? It first compels us to affirm the values of the secular culture, neither demonizing it nor fleeing from it. Christians therefore are the friends of science, literature, philosophy,drama, and song precisely because we are to be bearers of the Word—the divine Word that is present implicitly in all those disciplines. Christians are celebrators of the saeculum and the secular, therefore, because God has made it good and has celebrated and redeemed the saeculum in Christ Jesus the Lord. Accordingly, there is no retreat behind walls of defensiveness and no exclusion of the secular from the arena of the Church’s legitimate concern."
Para ler o resto do paper clique aqui
"We are at the end of the Church’s celebration of the Mystery of
the Incarnation where we see what St. John tells us he saw and
touched and we celebrate in the liturgy the central truth of our
faith: “God so loved the world that he sent his only Son” (John 3:16).At the heart of the Incarnation, therefore, is God’s loving embrace,in Christ, of the whole cosmos, that is to say the world of nature and the realm of human culture. The Council of Chalcedon reminds us that the joining of divine and worldly natures takes place without mixing, mingling, division or confusion, therefore without compromising the distinctiveness of God or the distinctiveness of the world. This means that God’s presence is never a competitive one. God’s proximity, far from threatening or overwhelming the worldly, raises it up and enhances it, bringing it to fullness of expression.In this noncompetitive proximity of God is the ground for the Catholic love of nature and confidence in cultural expressions and the Church’s being at ease in universities.
From the earliest phase of faith, incarnational theologians such as Justin, Origen,Ambrose, and Augustine borrowed liberally from philosophical sources in their articulation of Christian faith. It was Origen who employed the metaphor of the Jews’ plundering of Egypt to explain the Christian willingness to take what is true,
good, and beautiful in the non-Christian cultures that surrounded them. In the Middle Ages, Thomas Aquinas, despite the opposition of some of his contemporaries, utilized the science and philosophy of Aristotle, a pagan, the metaphysics of the Muslim thinkers Averroes and Avicenna, and the Jewish mysticism of Moses Maimonides in the presentation of an altogether distinctive Christian theology. Of course, in doing that, he transformed them rather dramatically, but nonetheless he used them because he knew that the Logos of Christ did not suppress the logoi of the culture. On the contrary, Christian theology can assimilate insights from other sources and bring them to richer expression. It is what Ad Gentes, the missionary document from Vatican II, speaks of as the semina Verbi, the seeds of the Word, the Logos, in every culture, which have to be looked for and respected.
Now how does this incarnational confidence shape our attitudes toward today’s world and toward the kind of secularism that may be the regnant ideology in a university? It first compels us to affirm the values of the secular culture, neither demonizing it nor fleeing from it. Christians therefore are the friends of science, literature, philosophy,drama, and song precisely because we are to be bearers of the Word—the divine Word that is present implicitly in all those disciplines. Christians are celebrators of the saeculum and the secular, therefore, because God has made it good and has celebrated and redeemed the saeculum in Christ Jesus the Lord. Accordingly, there is no retreat behind walls of defensiveness and no exclusion of the secular from the arena of the Church’s legitimate concern."
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Vai passar....?
...E finalmente foi aprovado com folga. Agora é esperar para saber como será sua implantação e administração. Mas estou pessimista. Krugman acha que antes de 20 de janeiro o congresso vai receber pedido de aprovação de um plano 2. Não descartária está possibilidade , mas ainda é cedo.
No grande bananão o mercado anda agitado: falta de liquidez, parece ser a causa principal, por enquanto restrita aos bancos pequenos. A redução do compulsório foi uma decisão correta, mas há àqueles, como o Mendonça de Barros, que acham necessário, também, “ a criação de linhas de curto prazo para financiar os exportadores brasileiros”. Tenho dúvidas se é realmente necessário.
Tirei folga e aproveitei para assistir a palestra sobre “ O significado da reflexão filósofica sobre as religiões”, proferida por Massimo Borghesi, na PUC-SP. Muito mais interessante que acompanhar o vai e vem dos adoradores do Mammon. Gostei muito da palestra: exposição clara e bem didática. Encontrei afinidades entre a leitura dele e a do Mark Lilla no livro já comentado em post antigo. O curioso é a reação dos demais participantes quando me apresento. Um economista!!!! Pior ainda quando acrescento a filiação: um católico, na Católica. Pois é,..., mas sempre acho esta reação estranha...
No grande bananão o mercado anda agitado: falta de liquidez, parece ser a causa principal, por enquanto restrita aos bancos pequenos. A redução do compulsório foi uma decisão correta, mas há àqueles, como o Mendonça de Barros, que acham necessário, também, “ a criação de linhas de curto prazo para financiar os exportadores brasileiros”. Tenho dúvidas se é realmente necessário.
Tirei folga e aproveitei para assistir a palestra sobre “ O significado da reflexão filósofica sobre as religiões”, proferida por Massimo Borghesi, na PUC-SP. Muito mais interessante que acompanhar o vai e vem dos adoradores do Mammon. Gostei muito da palestra: exposição clara e bem didática. Encontrei afinidades entre a leitura dele e a do Mark Lilla no livro já comentado em post antigo. O curioso é a reação dos demais participantes quando me apresento. Um economista!!!! Pior ainda quando acrescento a filiação: um católico, na Católica. Pois é,..., mas sempre acho esta reação estranha...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Lendo Horácio
Mesmo o diluvio
Não durou eternamente.
Veio o momento em que
As águas negras baixaram.
Sim, mas quão poucos
Sobreviveram!
Bertolt Brecht
Não durou eternamente.
Veio o momento em que
As águas negras baixaram.
Sim, mas quão poucos
Sobreviveram!
Bertolt Brecht
Midnight Cowboy
Como esperado passou no Senado. Na Câmara baixa será apertado, mas ainda acho que será aprovado. Os democratas tem os votos, mas exigem que ele seja aprovado com um número equivalente ou próximo de deputados republicanos. O plano ainda está longe de ser popular, mas aos poucos, àqueles que já estão sentindo no bolso as consequências do nada fazer, estão mudando de opinião.
Muda alguma coisa? Depende de sua execução, mas ganha tempo. A elevação do seguro dos depósitos bancários para 250 mil reduz – honestamente não sei o quanto - o risco da corrida bancária. A participação acionária nos bancos socorridos é uma excelente idéia e poderá ser o caminho para capitaliza-los. Como por lá ainda há uma grande objeção à intervenção estatal na economia, é difícil saber se será usada com a amplitude necessária.
O impacto sobre o lado real, como já comentado em outros posts, começa a ser sentido. No caso do setor automobilístico, como sabemos, há , também, outro fatores, mas a dificuldade na obtenção de crédito não deve ser subestimada e deverá atingir outros setores, mais rápido que esperávamos. Não se trata, como sabemos, em discutir se entrará em recessão, mas o quanto profunda ela será. Neste, como em outros casos, a gestão adequada da política econômica, uma arte de difícil domínio, faz toda a diferença.
Contudo, ainda estamos longe do “derrumbre” sonhado e esperado por alguns 68 perdidos pelos lados de Perdizes.
Muda alguma coisa? Depende de sua execução, mas ganha tempo. A elevação do seguro dos depósitos bancários para 250 mil reduz – honestamente não sei o quanto - o risco da corrida bancária. A participação acionária nos bancos socorridos é uma excelente idéia e poderá ser o caminho para capitaliza-los. Como por lá ainda há uma grande objeção à intervenção estatal na economia, é difícil saber se será usada com a amplitude necessária.
O impacto sobre o lado real, como já comentado em outros posts, começa a ser sentido. No caso do setor automobilístico, como sabemos, há , também, outro fatores, mas a dificuldade na obtenção de crédito não deve ser subestimada e deverá atingir outros setores, mais rápido que esperávamos. Não se trata, como sabemos, em discutir se entrará em recessão, mas o quanto profunda ela será. Neste, como em outros casos, a gestão adequada da política econômica, uma arte de difícil domínio, faz toda a diferença.
Contudo, ainda estamos longe do “derrumbre” sonhado e esperado por alguns 68 perdidos pelos lados de Perdizes.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Longa jornada noite adentro
Hoje a noite o Plano, com algumas alterações para agradar a base republicana, deverá ser apreciado e, provavelmente, aprovado pelo senado americano. Quando retornar a câmara baixa( dos deputados) deverá, tambem, ser aprovado. Isto porque as consequências da rejeição do plano, parecem ter atingido os bolsos da base republicana e democrata contrária à aprovação do plano, levando-a a mudar de opinião.
O plano, contudo está longe de ser o remédio para todos os males. Como já mencionado em outros posts, ele peca pelo diagnóstico equivocado: assume ser um problema de liquidez, quando sabemos que insolvência é o grande problema e, para resolve-lo, não basta, apenas comprar os ativos tóxicos, é fundamental a capitalização das instituições em dificuldades. O meio mais simples é a nacionalização e ou estatização, ou para usar uma expressão menos incendiária injetar capital em troca de participação acionária.
O plano, contudo está longe de ser o remédio para todos os males. Como já mencionado em outros posts, ele peca pelo diagnóstico equivocado: assume ser um problema de liquidez, quando sabemos que insolvência é o grande problema e, para resolve-lo, não basta, apenas comprar os ativos tóxicos, é fundamental a capitalização das instituições em dificuldades. O meio mais simples é a nacionalização e ou estatização, ou para usar uma expressão menos incendiária injetar capital em troca de participação acionária.
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