E a crise finalmente chegou a Europa e há quem, aparentemente, está surpreso? Não sei porque. Como expliquei em debate sobre a crise no Campus Barueri da PUC-SP, na última quarta-feira, o problema da liquidez e o desequilíbrio entre ativos e passívos, não é um fenômeno exclusivamente americano, ainda que por lá seja mais forte. O processo de internacionalização da economia , conhecido como globalização, permitiu ao capital uma mobilidade somente comparável ao início do século xx. A implicação prática é a busca por capital onde ele é mais barato com os resultados conhecidos com a crise nesse mercado: contágio e rearranjo de posições para cobrir perdas. Os rumores que uma determinada instituição de grande porte, está passando por dificuldades, leva a racionalizações do tipo: se ela está com problemas, as outras menores, então....?
O resultado esperado deste conjunto de eventos é o aumento do risco de corrida às instituições financeiras: o efeito manada, ou o famoso estouro da boiada, so que desta vez em escala internacional. A atuação governamental, neste caso, é fundamental para evitar o pior. É isto que explica e justifica a atuação do Governo alemão.