Quando fui dormir os números na Asia já indicavam que esta seria uma Sexta-feira trágica. Há quem prefira usar a expressão Sexta-feira negra. Qualquer que seja sua preferência, o fato é que a crise continua a aprofundar-se e os remédios apresentados não parecem ter o impacto esperado pelos gênios de plantão.
A solução, naturalmente,como já argumentamos em outros posts, depende de uma coordenação internacional e inclui, necessariamente, em alguns casos, a nacionalização/estatização parcial ou total das instituições financeiras. Não vejo outro caminho, para resolver o problema da descapitalização e recuperar a confiança entre os agentes no mercado.
Há, aparentemente, oposição política a este tipo de medida nos USA, mas é bom lembrar que o pacote aprovado pelo Congresso americano inclui esta possibilidade, já que ele autoriza o Tesouro a adquirir participação em instituições em dificuldades. Protelar o seu uso é simplesmente incompreensível e poderá sair muito caro.
No Brasil a situação ainda está sobre controle. O comportamento do dólar parece estar relacionado à aventuras e incompetência de alguns que à problemas mais sérios. A volatilidade deverá manter-se, ainda, por algum tempo, mas ele deverá retornar para algo entre 1,80 a 2,00 reais.
Vinícius Torres da Folha, um dos poucos jornalistas da área econômica que vale a pena ler, levanta questões importantes a respeito do comportamento desta turma. Ele, aparentemente, discorda da política em relação ao dolar. Concordo com as críticas aos gênios da área externa de algumas empresas, mas não quanto a necessidade de vender dólares à vista.