Ainda não li a MP, mas pelo resumo abaixo, ela segue, em linhas gerais, o modelo britanico e, naturalmente, é muito bem vinda. É dever do Estado estar preparado para intervir, caso o pior aconteça. Contudo, se a intervenção materializar-se deverá respeitar a racionalidade econômica e os direitos do contribuinte. Socialização dos prejuizos somente se justifica quando ela é uma opção melhor que a solução de mercado, ou seja quando ela evita uma perda ainda maior de bem estar. A solução Brown é correta, como argumentamos em outro post, mas no grande bananão a capacidade de se transformar uma medida correta em defesa do interesses de poucos é por demais recorrente e, por isto mesmo, requer de todos uma atenção redobrada.
"O governo brasileiro aderiu de cabeça à saída Gordon Brown --primeiro-ministro britânico-- para a crise financeira global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem uma MP (medida provisória), publicada hoje no "Diário Oficial", que autoriza os bancos públicos brasileiros, a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, a adquirirem participações em instituições financeiras no pais sem passar por um processo de licitação.
Ou seja, a MP autoriza os bancos públicos brasileiros a estatizarem instituições financeiras brasileiras que estejam em dificuldades.
A MP é ampla, composta de sete artigos, e inclui todo tipo de instituição financeira: seguradoras, instituições previdenciárias, empresas de capitalização, etc.
A medida provisória também autoriza o Banco do Brasil e a Caixa a constituírem bancos de investimentos e subsidiárias no exterior. Essa medida também autoriza o Banco Central do Brasil a negociar papéis de outros BCs do mundo todo ("swaps"). "
Fonte:GUILHERME BARROS,colunista da Folha de S.Paulo e da Folha Online