A bolsa do governo, aparentemente, parece não ter fundo: está aberta à demandas dos vários segmentos atingidos pela crise, por razões diferentes. Como, não é fácil saber a razão das dificuldades, há o risco de premiar o “esperto”, o típico representante do capitalismo dos tolos praticado no grande bananão. Desnecessário lembrar que os tolos, somos nos : os contribuintes que pagamos as contas, enquanto soluções às demandas sociais urgentes, são postergadas, para salvar o andar de cima. Não, não estou defendendo o “ let it bleed”, mas a ajuda acompanhada de punição e, também, transparência.
O crédito continua arisco, apesar das medidas do Bacen. Bancos, afinal, não são instituições de caridade e seus dirigentes não são, exatamente, altruistas. Detalhes que passaram desapercebidos pela figura menor que ocupa o posto na Fazenda. Segundo nota da Febraban, "os principais bancos já adquiriram 53 carteiras" de crédito por cerca de "R$ 4,85 bilhões “, que, como observa a Folha de hoje, “esse valor equivale a 16,4% dos R$ 29,5 bilhões que o Banco Central liberou, para todos os bancos, do compulsório especificamente para aquisição de carteiras.” Dai a choradeira do setor industrial... Desta vez eles tem razão.
Outros números interessantes da Folha de hoje: “as vendas à vista caíram 4,5% em São Paulo, o movimento nas churrascarias diminuiu 10% e, em restaurantes, 30%”. Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), afirma, corretamente, me parece, "não há dúvida, houve desaceleração de consumo em outubro” e levanta uma questão fundamental, “o problema é falta de crédito ou o consumidor perdeu a confiança na economia e no emprego? Difícil oferecer uma resposta, mas arriscaria, que ambos, crédito e confiança, explicam os números acima.
Ainda, no mesmo jornal, análise interessante do Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, que, por enquanto, ainda não foram afetadas pela crise.
A nota cômica, fica com a turma de sempre: “Economistas e militantes de esquerda reunidos ontem no Rio culparam as empresas que tiveram perdas bilionárias ao apostar na valorização do real de "importar" a crise. "Nós inventamos uma moda que não existe no mundo", disse a economista Maria da Conceição Tavares. Apesar de criticar o que chamou de "jogatina", ela defendeu a ajuda do BNDES às empresas em dificuldades. O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa disse que a política do BC estimulou as apostas”(FSP, 29.10.08, p.B3). Com o devido respeito a grande dama da economia ( sem ironia ou sarcasmo), nada inventamos, apenas copiamos,..., ou para citar um velho chavão, são idéias fora de lugar...