Como defendido em outros posts, a estatização temporária do sistema financeiro ou aquisição de participação acionária é o caminho a ser trilhado para resolver o problema da descapitalização destas instituições e restaurar a confiança no mercado.
È exatamente isto que vem sendo implementado em alguns países como é o caso da Islândia e do Reino Unido. A redução coordenada da taxa de juros também é uma boa medida, mas que pode não ser tão eficaz quanto se imagina, se o cenário for de armadilha da liquidez. Contudo, mal não faz. Alias, o Bacen poderia aproveitar a oportunidade para reduzir a taxa de juros ou, no mínimo, mantê-la no nível em que se encontra.
Não tenho mais dúvidas: medidas são necessárias para garantir o crédito ao setor exportador e, também, em menor medida, para o importador. A paralisia devido à dificuldade de fazer preço é um problema que requer uma solução rápida.
No geral a atuação do governo brasileiro, até o momento, tem sido correta e deverá ajudar a reduzir o impacto da crise sobre a economia brasileira. É claro que algum impacto deverá ocorrer, mas sua dimensão deverá ser menor que o prognosticado pelos críticos da tese do descolamento. Aliás, um descolamento de 100%, naturalmente, seria um absurdo, para qualquer economista com um mínimo conhecimento da teoria do equilíbrio geral.
Em relação a uma recessão mundial mantenho o diagnóstico apresentado em outros posts: deverá acontecer, a única incógnita é em relação a sua profundidade. Já uma depressão é improvável, mas poderá ocorrer devido à erros de política econômica, que como sabemos é uma arte de difícil domínio. Meu pessimismo, contudo, por enquanto, ainda, não inclui a depressão econômica.