Nenhuma surpresa na escolha do novo presidente do Banco Central. A opção por uma solução interna era a mais recomendável e a escolha me parece respeitar o perfil esperado para o cargo: avesso a inflação e conservador em política econômica. Dificil saber se será do agrado de todos os heterodoxos, mas seguramente me parece que eles o respeitam como economista o que é sempre um bom começo.
Dado o perfil do escolhido, não vejo nenhum sinal de alteração da política que vem sendo seguida pelo Bacen, no entanto, como a autonomia é uma concessão do Presidente ela pode, na prática, ser negada a qualquer momento e por isto mesmo o correto seria transforma-la em lei. A probabilidade do fim da autonomia não é alta, mas a dinamica política, tem lá suas surpresas.
Como a eleita é economista, com certeza conhece a literatura sobre os ciclos políticos e sabe que tem apenas 2 anos, no máximo, para fazer o trabalho "sujo": cortar gastos e iniciar a caminhada para o deficit nominal zero. Por enquanto continuo otimista e feliz com as escolhas da nova administração. Espero que ela tenha o bom senso de deixar o "porquinho" queridinho da midia e dos endinheirados fora de um cargo importante. Ela já errou uma vez na escolha da sua sucessora para a Casa Civil, não tem mais o direito de repetir o mesmo erro. O ideal seria deixa-lo fora do Governo, no Planalto seria um risco desnecessário.