Acostumados com a expressão um país do futuro alguns economistas ainda insistem em procurar fantasmas do passado e tem imensa dficuldade em reconhecer que o Brasil é um país do presente. Ele pode não ser a realização do sonho dourado dos que achavam que com a industrialização todos os males seriam solucionados. Ela veio, mas esqueceu pelo caminho a justiça social e a distribuição da renda que, apenas, parcialmente, voltou a fazer parte da agenda nacional. Digo parcialmente porque ainda não é comum, como era no passado, a expressão desenvolvimento/crescimento econômico com distribuição de renda. Isto, quem sabe, explica a dificuldade em reconhecer que o país mudou e atingiu um novo patamar de importância na economia mundial.
Otimismo exagerado. Dirá alguns. Não creio ser o caso. A retorica da desindustrialização a "neura" em relação a restrição externa que no passado era de fato um problema sério, mas que hoje, felizmente, tem pouca relevância são algumas das expressões populares, em alguns circulos, da dificuldade em ver os fatos novos presentes nos ensinamentos de um velho mestre desenvolvimentista. O novo sempre assusta e é mais confortável manter-se na luta contra os moinhos de ventos do que encarar a nova realidade e seus novos problemas.
Este comportamento é esperado e ate mesmo justificado, quando se trata da geração do período heroico do desenvolvimento brasileiro, porém é estranho encontra-lo no discurso da nova geração de bons economistas, principalmente, aqueles preocupados com um país socialmente mais justo.