A diferença entre Dilma e o candidato derrotado da Velha e da Nova Direita não pode ser considerada apertada e sim uma vitoria acachapante, que torna-se ainda mais importante se levarmos em consideração que ela não era um nome conhecido e com historico de disputas eleitorais. Vitoria histórica sem dúvida, que ainda deixa a oposição perdida comportando-se como barata tonta. Contudo, é uma grande tolice imaginar que a nova administração terá o tradicional período de lua de mel ou armisticio da oposição. Acuada pela derrota e minoritária no Parlamento será tentada a usar meios e discurso do ódio e intolerância para sobreviver. Não é um exagero ou teoria conspiratória incluir tentativas de impedimento da Dilma durante os quatro anos de governo. Por isto é fundamental não transferir à nova administração simbolos dos equivocos da atual administração. Há, infelizmente, vários casos mas considero a quebra do sigilo de um humilde cidadão - o caso Francenildo - o mais grave de todos. É verdade que o acusado foi inocentado, mas o simbolismo é forte e mantem-se ainda vivo na memória do eleitorado, inclusive Dilmista. Convida-lo para assumir um cargo na nova administração seria um erro e reforçaria o discurso da oposição que o governo eleito seria não apenas uma continuição nos aspectos positivos, mas, principalmente, nos negativos da atual administração.
É preciso enviar sinais claros que esta prática é coisa do passado e que o cidadão pode ter certeza que seu direito ao sigilo e demais direitos da cidadania serão não somente preservados mas defendidos. A presença dele, em que pese o fato de ser bem visto por setores privilegiados e endinheirados, seria um pessimo sinal e no momento adequado os que hoje o defendem serão não somente seu algoz, mas da nova administração como um todo.