A eleição do Monti deveria ter alterado o cenário na Italia, mas, infelizmene, isto ainda não ocorreu devido ao simples fato que ainda não há um novo governo e, portanto, plano detalhado, apenas generalidades. A reação do mercado não poderia ser outra: inversão da curva dos yields que nunca é um bom sinal, apesar de não, necessariamente, levar ao fim trágico. Contudo, no atual cenário da zona do euro é um evento preocupante e claro sinal que a paciência do mercado com a Italia já está proximo do limite. Um outro desenvolvimento que somente aumenta a preocupação é o rebaixamento de alguns bancos italianos de médio porte pela Fitch e o da divida soberana da Belgica pela S&P. Já o yield da Alemanha voltou, como esperado, a ser menor que o britanico.
Enquanto isto, continuam as conversas de bastidores sobre a reforma da zona do euro visando maior coordenação na área fiscal que, como sabemos, não é para o curto prazo, já que requer um longo processo de negociação. Especula-se que ela seria a moeda de barganha da Merkel na negociação sobre o eurobond, sem o primeiro ela não aceitaria o segundo. O silêncio do Sarkozy também seria parte do acordo e permitiria ao BCE tomar a decisão que todos esperam, sem ser acusado de estar cedendo a pressões dos políticos. O que implica afirmar que o BCE não vai assumir a função de emprestador de última instância na prorrogação, apenas na hora de bater os penaltis para definir o resultado da partida. Jogo arriscado e que ainda não foi combinado com o mercado. Resta saber se ele vai esperar.
Neste cenário de alta ansiedade, para virar o jogo em favor da Italia, Monti tem que conseguir a aprovação de medidas de impacto, antes, naturalmente, tem que formar um governo e formula-las... sem isto a Italia vai continuar perdendo de goleada ..