A semana termina como começou, com os yields da Italia(6.67%) e Espanha(6.76%) bem acima do nível sustentável e raspando, em alguns momentos, o nivel psicológico, 7%. So para ilustrar porque está bem acima do aceitável, recordo que o da Alemanha é 1.99%. Aparentemente o número de compradores de titulos da periferia europeia continua sendo ridicularmente pequeno, exceto pelo ECB. Durante a semana países do chamado norte europeu também foram surpreendidos com aumentos em seus yields, o que poderá leva-los a repensar o apoio cego ao governo alemão e sua tática de ceder somente quando resvalando no precipicio.
Draghi, o novo manda chuva do ECB, para não incomodar Merkel e demonstrar que, apesar de italiano, não tem a Italia no coração, continua firme em sua oposição a tranformação do ECB em emprestador de última instância, para não colocar em risco a reputação que herdou do BC alemão. Curioso, muito curioso, já que não me parece que ele a tenha perdido quando perdeu a quebra de braço com o primeiro ministro alemão no processo de unificação da Alemanha. Para aqueles sem memória, havia divergência em relação a taxa de câmbio a ser usada na conversão da moeda da alemanha oriental e somente restou a quem o presidia pedir as contas já que, afinal, em uma democracia a última palavra é sempre a do representante eleito, ou seja a do primeiro ministro.
Tolice achar que o mercado tudo pode, diante do poder do Estado. O problema é que nem sempre ele é usado corretamente, porem quando o é, nunca demonstrou ser tão frágil quando se imagina à esquerda do espectro político.