Quem esperava um milagre, deve estar desapontando: o primeiro dia do Monti, não foi nada auspicioso com o yield do titulo de 10 anos em 6.76%, 27 pontos acima do valor de sexta-feira. Há no mercado vários vendedores e, aparentemente, um único comprador o ECB. Os bancos da zona do euro - e não somente eles - estão colocando em ordem o portfolio e isto implica em se livrar dos títulos italianos. É um problema gravissimo, sem dúvida, mas felizmente a média de vencimentos é de 7 anos, o que permite um certo respiro ao Monti, mas com momentos de fortes emoções para todos, ainda mais com o desejo do bufão de fazer parte do governo ou de presidi-lo no futuro. Em se tratando da Italia, um belo país, com uma incompetente elite política à esquerda e à direita tudo é possível.
Confesso que esperava um resultado melhor, afinal credibilidade ele tem, porém, me parece que o problema continua sendo a chantagem alemã que impede o ECB de cumprir a função de emprestador de ultima instância. Entendo o dilema alemão: ceder é abrir mão do melhor incentivo a disposição para obrigar alguns países a colocar a casa em ordem, alem de funcionar como exemplo da necessidade de avançar ou então retroceder no projeto de unificação da Europa. É um jogo arriscado e não será a primeira vez que um lider alemão erra a mão com consequencias desagradaveis para todos. Neste momento nos resta pensar no exemplo do Adenauer, grande líder político, católico , e arquiteto do milagre do pós guerra.