Como mencionado em outro post emoções fortes deve ser a regra nas próximas semanas na zona do euro. Depois do "insucesso" na venda dos titulos de dez anos, mais uma humilhação para a Alemanha, o retorno deste titulo, hoje, esta abaixo do equivalente britanico: 2.30% contra 2.20%., mas, felizmente, a taxa de juros dos de 6 meses é negativa, ou seja os investidores estão pagando para emprestar para os alemães. Isto não é um pequeno detalhe e indica que ao contrário da avaliação de alguns analistas apressados a Alemanha continua sendo um porto seguro. Alias, o evento de ontem, não foi o primeiro, mas o nono neste ano em que a meta de colocação dos titulos de 10 anos não foi alcançada. É verdade que ontem a performance foi pior, mas não foge muito da tendência ao longo do ano. Em outras palavras, o cenário ainda não é de contágio e crise sistêmica e somente surpreende quem não conhece o longo e complicado processo que levou a criação da moeda única.
Portugal conhece a maior greve geral dos últimos 30 anos e recebe como prêmio o rebaixamento do seu titulo que, obviamente, não é nenhuma surpresa, haja vista, as previsões pra lá de negativas sobre sua economia nos próximos anos. Enquanto isto, em mais um encontro de lideres, desta vez Merkel, Sarkozy e Monti, sugere-se alterações no Tratado, sem mencionar quais, mas é bem conhecido o desejo alemão de incluir a punição aos países que não respeitam as regras da área fiscal , assim como sua discordância em relação a posição francesa de permitir ao BCE cumprir a função de emprestador de última instância. Logo é mais papo para boi dormir que em nada ajuda a reduzir as incertezas na zona do euro.